“Segredos do Putumayo” abre mostra Mês Amazônia: Presente, Passado e Futuro, no CineSesc em São Paulo

“Segredos do Putumayo”, documentário dirigido pelo amazonense Aurélio Michiles, estreia nos cinemas nesta quinta-feira (1º de setembro) e terá sessão especial no CineSesc, em São Paulo, dentro da programação do Mês Amazônia: Passado, Presente e Futuro.

Poster do filme “Segredos do Putumayo”, de Aurélio Michiles

Em parceria com o Consulado Geral da Irlanda no Brasil, a exibição do dia 1º de setembro, às 20h, será gratuita, seguida de debate aberto ao público e contará com a presença do ator Stephen Rea. O astro irlandês participou de sucessos como “V de Vingança”, “Entrevista com o Vampiro” e “Traídos pelo Desejo”, pelo qual foi indicado ao Oscar em 1993 na categoria “Melhor Ator”.

Em “Segredos do Putumayo” ele dá voz a Roger Casement, cônsul geral britânico no Rio de Janeiro e que foi incumbido por Londres de investigar os crimes cometidos contra os indígenas do Putumayo pela Peruvian Amazon Company, em 1910. Angus Mitchell, historiador e escritor do livro “O Diário de Roger Casement”, que inspirou o filme, também estará presente, junto com a ativista indígena Vanda Witoto.

Stephen Rea, ator que interpreta Roger Casement no filme “Segredos do Putumayo” (Foto: Associação Cultural Field Day)

O filme passou por diversos festivais importantes, como Hot Docs e Vancouver Intl Film Festival (Canada), Galway Film Fleadh e Foyle Film Festival (Irlanda), Rencontres du Cinema Latino-americain (França), AFI DOCS (EUA), Festival de Cine de Lima (Peru), entre outros.

Com produção de Patrick Leblanc e roteiro de Aurélio Michiles, Danilo Gullane e André Finotti, o documentário conta com a participação do historiador Angus Mitchell, do escritor Milton Hatoum e de importantes moradores dos quatro povos (Uitoto, Bora, Okaina e Muinames) habitantes de La Chorrera (Colômbia), que dão seu testemunho sobre os fatos acontecidos em seu território.

“Mais de um século depois dos acontecimentos trágicos vividos pelos povos indígenas do Putumayo, relacionados ao extrativismo da borracha, nos países amazônicos, ainda persiste uma insidiosa agressão contra os direitos humanos e contra aqueles que ousam defender os povos indígenas. Aqui no Brasil, de acordo com os órgãos responsáveis, até maio de 2022, 19 ativistas já foram assassinados. A Colômbia, onde aconteceu o massacre do Putumayo, relatado por Roger Casement em seu “Diário da Amazônia”, é hoje, o país que mais persegue ativistas dos direitos humanos. As lutas das comunidades amazônicas por direitos à autodeterminação e justiça básica perduram diante das ondas selvagens do desenvolvimento econômico e de uma intolerância cultural e racial crescente”, afirma Aurélio Michiles.

Crianças carregando fardos de borracha (Foto de R. Casement/1910)

“O documentário é filmado com uma inteligência, pertinência e sensibilidade raras. O filme é uma imersão naquilo que o colonialismo branco produziu de pior, e tem uma extraordinária força política. Ao mesmo tempo, carrega essa semente de resistência que é a mirada de Roger Casement. Que personagem único”, elogia o cineasta Walter Salles.

Sinopse

“Segredos de Putumayo” é um documentário que narra as investigações do ativista irlandês Roger Casement, então cônsul britânico no Brasil, sobre a escravização e o assassinato de milhares de indígenas que eram forçados a trabalhar na coleta de borracha. No filme, a voz de Casement é interpretada pelo ator Stephen Rea.

Luz Marina, do povo Uitoto, em cena do documentário “Segredos do Putumayo” (Foto: André Lorenz Michiles)

Ficha Técnica
Direção: Aurélio Michiles
Voz de Roger Casement: Stephen Rea (Participação Especial)
Roger Casement / ator: Dori Carvalho
Roteiro: Aurélio Michiles, Danilo Gullane e André Finotti
Direção de Fotografia: André Lorenz Michiles
Edição: André Finotti
Música Original: Alvise Migotto
Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Reis (ABC), Miriam Biderman (ABC)
Um filme Produzido por: Patrick Leblanc
Produção: 24 VPS Filmes
Duração: 83 min.

Serviço
Segredos do Putumayo – direção Aurélio Michiles
Sessão especial: 1º/09 – às 20h*
*Exibição seguida de debate. Grátis. Retirada de ingresso 1h antes na bilheteria.
CineSesc – Rua Augusta, 2075 – São Paulo

Filme Sete Cores da Amazônia deve ser apresentado em festivais internacionais

Com a casa cheia, a pré-estreia do filme Sete Cores da Amazônia foi um sucesso. Em uma cerimônia intimista, o longa de 1h24m foi ovacionado pelo público presente no Cine Teatro Guarany, no Centro de Manaus. Os próximos passos da produção do longa é exibi-lo em festivais nacionais e internacionais e disponibilizá-lo para o público amazonense.

“Das produções que eu já fiz, essa foi a mais emocionante porque faz parte da minha história. É um legado que eu vou deixar”, comemorou a atriz Peta Catão, de 75 anos, que interpreta a avó Ceucy. Assim como a personagem, Peta tem raiz indígena, é natural de Fonte Boa (a 678 quilômetros de Manaus), morou no interior antes de se mudar para Manaus.

Na história, a protagonista Sarah deixa sua casa na periferia do bairro Educandos, em Manaus, para visitar a avó doente no interior do Amazonas. Lá, Ceucy ensina a menina a descobrir um novo mundo, ainda desconhecido, sobre suas raízes indígenas.

“A cena mais desafiadora foi uma que gravamos bem no meio do mato. Era de noite, foi muito cansativo, mas consegui. É uma experiência nova para mim. A Amazônia tem muita coisa nova e merece ser visitada”, relata Maria Zen, que dá a vida a Sarah. A atriz mirim de dez anos atua desde 2018, iniciando no teatro até chegar no desafio de ser a protagonista do longa-metragem.

O filme Sete Cores da Amazônia tem direção de Ana Lígia Pimentel. É baseada na história em quadrinhos (HQ) do escritor e ilustrador amazonense Ademar Vieira e do, também, ilustrador Tieê Santos.

Fotos: Divulgação