Superação e acupuntura marcam reabilitação do roraimense José Benedito

Quando começou a sentir dores na região das costas, José Benedito Costa, de 61 anos, não imaginava que o destino lhe proporcionaria uma viagem de cerca de 4 mil quilômetros de distância de sua casa. Atravessar o Brasil não estava em seus planos quando as coisas começaram a sair da rotina.

O roraimense de Boa Vista viu sua vida mudar completamente ao receber o diagnóstico de câncer em sua cidade de origem. Não bastasse o medo e a ansiedade natural que a doença lhe trazia, também era preciso largar tudo e ir para o interior de São Paulo, para dar início ao seu tratamento. Mas, até chegar ao diagnóstico final, foi uma longa jornada que ele trilhou ao lado de sua esposa Eliani Amorim, 46, que no mesmo período enfrentava os desafios de um aneurisma que tinha sido detectado em seu cérebro.

José Benedito Costa e Eliani Amorim (Divulgação/HA)

O início de uma nova vida

José conta que sentia muita dor no quadril, especificamente no cóccix, além de sentir dores ao urinar. “O médico disse que eu tinha uma fistula que precisava operar. Ele já havia realizado mais de 1.200 cirurgias, mas algo como o que eu tinha, ele nunca havia visto”. Durante o procedimento da fistula, o profissional constatou que a situação era mais difícil do que ele pensava.

Ao ficar muito tempo sentado enquanto trabalhava, o ex-técnico em finanças sentia muitas dores. “Descobri que tinha uma fistula que era ocasionada pelo câncer, e foi aí que eu ouvi pela primeira vez a palavra ‘cordoma’. Era necessário fazer uma biopsia para saber qual tipo era”, afirmou. Em abril de 2017, José recebeu o diagnóstico de cordoma (lesão maligna da medula espinhal), em Boa Vista. Seu novo desafio era começar o tratamento contra o câncer.

Por meio da ajuda de uma amiga, foi possível a transferência para o Hospital de Amor (HA), em Barretos (SP). “Vim de voo com o auxílio de um jatinho, direto para o CIA (Centro de Intercorrência Ambulatorial)”, lembra. Após refazer os exames no HA, foi constatado que o ‘cordoma’, na verdade, já estava em metástase.

Após 20 meses, nove ciclos de quimioterapia e uma semana de radioterapia (feitos para conter o crescimento da neoplasia), José realizou a cirurgia para retirar o tumor, em abril de 2019. “Cheguei a ficar dez meses deitado, pois eu já não andava mais, algo que os médicos disseram que nunca mais iria acontecer após o procedimento. Quando cheguei em Barretos, o tumor que inicialmente tinha 5 cm, estava com 10,73 cm”, conta.

De acordo com a sua esposa, o oncologista disse que, após operar, o paciente ficaria um mês no hospital para aprender seu novo estilo de vida, já que ele não iria andar novamente. Ela conta, porém, que de forma surpreendente ele ficou apenas um dia na UTI e, depois de três dias, já estava em casa andando com ajuda do andador.

José revela que os médicos ficaram admirados ao vê-lo caminhar. “Acabei surpreendendo a medicina, porque eles também disseram que eu iria usar a bolsinha de colostomia, além de não caminhar. Eu pedi a Deus para me ajudar e ele me ouviu. Cheguei a criar calo nos joelhos de tanto orar e pedir essa graça”. Após sair do hospital, o paciente precisou usar o andador e em seguida a bengala, mas saiu andando, o que era uma grande conquista para ele, mesmo diante das dores.

“Eu perguntei por que eles não colocaram alguma prótese, pois eles tinham removido meu cóccix todo”, relata José ao lembrar como foi seu diálogo com a equipe médica. Os médicos explicaram que não foi feito este procedimento, pois não era esperado que ele voltasse a andar. Com esse cenário, as dores ao dar seus passos não eram esperadas também.

Posteriormente, a equipe de fisiatras do Centro de Reabilitação do HA identificou que em relação à dor não se podia fazer mais pelo paciente, foi quando entrou em cena a Dra. Margareth Lucca, médica anestesiologista, especializada em dor e em medicina tradicional chinesa, que atua no Hospital de Amor há cinco anos. Nascia assim a esperança de aliviar as sequelas deixadas pela cirurgia.

Arte milenar que combate à dor

A terapia milenar chinesa que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo do paciente, a fim de tratar enfermidades e promover bem-estar e melhorar a qualidade de vida, é conhecida como acupuntura. Este procedimento é realizado pela médica que diariamente atende, em média, 18 pacientes, entre eles, adultos e crianças, no centro de reabilitação do HA. “As pessoas chegam irritadas, desanimadas, tristes, sem esperança e com dor. Ao oferecer um trabalho com muito amor e carinho, algo acontece”, revela a Dra. Margareth.

José Benedito Costa em uma sessão de acupuntura com a Dra. Margareth Lucca (Divulgação/HA)

A especialista que iniciou o projeto ‘FADA’ no ambiente de trabalho, explica o nome da ação: Fazendo o Acolhimento da Dor com Aromaterapia – uma outra prática integrativa já reconhecida pelo SUS. Ou seja, por meio de um spray perfumado, ela consegue aromatizar o local, oferecendo bem-estar aos pacientes assim que chegam ao centro.

“Como o cheirinho chega até o sistema nervoso central, em um lugar chamado límbico, modifica a reação do corpo, traz um relaxamento, alivia a tensão, a pessoa se sente mais bem acolhida e já muda”, disse a profissional, que também aplica cromoterapia no ambiente, oferendo um tratamento holístico a todos os pacientes que são atendidos por ela.

Ao falar sobre os atendimentos que realiza em José, a médica fica emocionada: “Só de ver o tamanho da cicatriz e conhecer toda história dele, é claro que existe um sofrimento intenso, um bloqueio de ficar restrito pela dor, mas me alegro ao saber que ele jamais perdeu a esperança”.

A terapeuta explica que já realizou infiltrações no paciente em pontos específicos que geram o gatilho da dor. Em seguida, é feito o procedimento da acupuntura. “Este serviço é oferecido via SUS em outros hospitais, mas a maneira com que o Hospital de Amor conduz é única, não somente pelo uso da tecnologia e aparelhos maravilhosos que há no Centro de Reabilitação, mas também pelo carinho e acolhimento que todos os colaboradores oferecem aos pacientes. Isso faz toda a diferença”, afirma a especialista, que tem sua fala validada por José.

“Deus colocou pessoas escolhidas por Ele no meu caminho, no tempo certo e durante todo meu tratamento. Eu costumo dizer que este é o melhor hospital de América Latina. Já fui em vários lugares do Brasil, mas não existe outro igual. Aqui, as pessoas respeitam o paciente e nos tratam com muita dignidade. Somos todos seres humanos e se eu preciso ser bem tratado, eu devo tratar todos bem, e no Hospital de Amor eu recebo o melhor”, conta o paciente que revela não ter medo das agulhas que recebe uma vez por mês, durantes os 25 minutos de sessão.

Com quase dois anos de tratamento terapêutico de acupuntura, José não precisa mais do auxílio do andador e da bengala para caminhar. Aliado à acupuntura e atividades físicas prescritas pelo time do Centro de Reabilitação, ele decidiu se mudar para Barretos, onde pode receber um tratamento de qualidade, gratuitamente, o que não ocorre em seu estado de origem. Ao lado de sua fiel companheira, sua esposa Eliani, ele vive com seus oito filhos.

Picadas de Amor

“Costumo dizer que ganhar um beijo é melhor do que ganhar uma picada, porém, eu já tive crianças de 5 anos que pediram acupuntura e já tive idosos que tem um maior estresse, então é uma coisa muito pessoal. Tem pessoas que trazem medos, porque nós ocidentais, muitas vezes, achamos que a agulha significa punição e sofrimento, mas neste caso não, são agulhas do bem que trazem bem-estar”, conclui a Dra. Margareth.

Assim como no relato acima, existem diversas comprovações de que a acupuntura de fato funciona. Contudo, no Brasil essa terapia só dever ser utilizada de maneira complementar ao tratamento clínico orientado pelo médico, contribuindo para a qualidade de vida do paciente. É claro que também não pode faltar carinho, amor e empatia!

Fotos: Divulgação/HA

Campanha conscientiza e alerta sobre distúrbios que afetam o olfato

A perda parcial ou permanente do olfato, intitulada pela medicina como anosmia, ficou conhecida pela população como um forte indicador da presença da Covid-19 ou como uma sequela da doença. Estima-se que cerca 5% dos pacientes que sofreram alterações no olfato e no paladar devido ao novo coronavírus permaneceram com esses sintomas de forma duradoura, segundo um estudo publicado na revista científica The BMJ, em julho de 2022. Os autores projetam que o problema atinja aproximadamente 15 milhões de pessoas no mundo.

Para alertar sobre a necessidade de não negligenciar a anosmia ou outros sintomas que prejudicam a função olfatória, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e a Academia Brasileira de Rinologia (ABR) realizam a Semana do Olfato Saudável: sentindo bons momentos, de 27 de fevereiro a 3 de março. A abertura das atividades marcará o Dia da Conscientização da Anosmia, celebrado nesta segunda-feira (27/2).

A ABORL-CCF destaca que não só a Covid-19, mas também doenças que afetam a região nasal ou que causam obstrução e inchaço da cavidade interna do nariz, como rinite alérgica, gripe e rinossinusite crônica com pólipos nasais, podem causar anosmia temporária ou permanente. Além disso, tumores, traumas cranioencefálicos e algumas enfermidades neurológicas ou que podem surgir na fase do envelhecimento, como Alzheimer e Parkinson, podem impactar negativamente a capacidade de perceber corretamente os odores no ambiente.

O presidente da ABR, Dr. Marcus Lessa, chama a atenção para o fato de que ignorar alterações da função olfativa traz vários prejuízos à saúde, à segurança e à vida social. “O olfato ajuda as pessoas a detectar perigos no ambiente, como fumaça, cheiros de gás e vapores químicos, e é útil para comer, ajudando a evitar ingestão de alimentos estragados e a manter uma boa saúde. Além disso, sentir cheiros nos ajuda a construir lembranças e memórias emocionais”, esclarece o otorrinolaringologista.

Os tratamentos para perda ou alterações de olfato vão depender da causa que, para ser detectada, precisa de uma análise minuciosa do otorrinolaringologista. O profissional fará testes específicos para avaliar a função do olfato e a cavidade nasal, além de aplicar questionários, a fim de conhecer o histórico clínico do paciente.

“Além do treinamento olfativo com óleos essenciais, atualmente há terapia medicamentosa utilizando a lavagem nasal como uma opção para ajudar a acelerar a recuperação da função olfativa. Porém a prescrição dependerá do correto diagnóstico do otorrino”, explica Dr. Lessa.

Programação on-line

De segunda a sexta-feira (27 de fevereiro a 3 de março), médicos otorrinos, membros da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial e da Academia Brasileira de Rinologia, vão propagar informações sobre anosmia e alterações de olfato, o correto diagnóstico, causas e tratamentos, por meio de vídeos nos canais oficiais da ABORL-CCF e ABR.

No dia 2 de março, às 20h (horário de Brasília), ocorrerá a live “Doutor, e esse cheiro estranho ?”, com os otorrinolaringologistas Marcel Menon e Luciano Gregório. Os especialistas vão explicar o que é a parosmia – percepção alterada do olfato que modifica cheiros e é um dos sintomas da Covid-19 –, suas características, impactos à saúde e qualidade de vida, além de possíveis tratamentos. A transmissão será no Instagram Otorrino e Você, canal da entidade médica para promover a educação em saúde à população, e os participantes poderão esclarecer dúvidas com os médicos.

Com mais de 70 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade por meio de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.500 otorrinolaringologistas em todo o país.

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Paperless: o impacto da digitalização para os negócios empresariais

Por Magno Alves *

A busca por operações otimizadas, maior produtividade e menor custo, tem sido pauta prioritária na agenda das companhias. Neste sentido, o conceito de paperless (sem papel), que visa eliminar ou reduzir substancialmente o uso e a produção de informações em papel, tornou-se uma das iniciativas mais utilizadas e debatidas pelas empresas na jornada de evolução digital.

De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Gerenciamento de Documentos (ABGD), os gestores de uma companhia perdem uma média de quatro semanas, por ano, na tarefa de procurar informações em documentos físicos, e 7,5% do total de um expediente, todos os dias, é despendido nesta função. Além disso, a pesquisa aponta que as empresas perdem de 3% a 5% de seus arquivos físicos anualmente.

Com este cenário, fica evidente que as organizações que optam por não investirem em tecnologias avançadas de digitalização, ainda demandam de ações que atrasam o trâmite de uma série de procedimentos. Portanto, implementar a cultura paperless, além de garantir benefícios, possibilita a otimização de diversas atividades que antes poderiam ser consideradas inviáveis.

Possibilidades e benefícios

Ao desenvolver uma estratégia paperless em uma companhia, um dos primeiros impactos está relacionado à segurança e a disponibilidade dos dados, uma vez que, estando em formato digital, podem ser acessados de maneira mais segura, em conformidade com as exigências da LGPD, com maior confiabilidade e tornam-se disponíveis 24 horas por dia. Dessa forma, não é mais necessário solicitar que um colaborador ou até mesmo um transporte se desloque para buscar um arquivo.

A disponibilidade permite ainda que os arquivos tenham acesso simultâneo, ou seja, se diferentes pessoas ou setores precisarem de uma mesma informação, ou de informações diversas que se encontram no mesmo arquivo, não será preciso aguardar uma utilizar o arquivo para que a outra possa acessá-lo, pois ele estará disponível simultaneamente a todos, garantindo uma economia significativa de tempo.

Em uma realidade de crescimento no armazenamento de dados, localizar as informações com rapidez passa a ser uma tarefa tão importante quanto guardá-las. Uma vez digitalizado e catalogado o documento, é possível a qualquer interessado localizar facilmente a informação, reduzindo o tempo de procura para poder executar determinada atividade.

A perda dos arquivos também é um gargalo que pode ser solucionado por meio do paperless. Com arquivos físicos, por exemplo, não é raro ocorrer a perda ou a perda provisória – quando há certa demora em localizar documentos –, podendo acarretar prejuízos de diferentes proporções às empresas, dependendo da situação ou da importância do arquivo perdido.

Meio ambiente

Além dos benefícios diretos aos negócios, a redução do consumo de papel por si só também é uma vantagem ambiental de grande impacto. Segundo dados da WWF Brasil, a produção de uma tonelada de papel novo consome de 50 a 60 eucaliptos e 100 mil litros de água. Portanto, com a diminuição do consumo, há em conjunto um desestímulo da extração e, consequentemente, a redução do incentivo para que as empresas produzam mais papel.

No mesmo sentido, armazenar papel, muitas vezes, demanda um amplo espaço, bem como um transporte para se ter acesso a estes arquivos. Logo, outro impacto positivo é a redução da poluição de espaços nas cidades. Além do mais, o custo também é um fator chave para as empresas no processo de digitalização.

Vale ressaltar que o papel é caro e a despesa com seu transporte também é alta, o que resulta em menos verba para investimentos em inovação ou outras questões estratégicas. Por isso, por mais que o custo inicial da digitalização pareça oneroso no balanço financeiro, a médio e longo prazo, certamente, trará benefícios financeiros e operacionais significativos, além de refletir na satisfação dos clientes.

Maturidade digital e os desafios das empresas

Para que uma estratégia paperless seja implementada da maneira mais efetiva, as empresas devem enfrentar alguns desafios, mais comumente divididos em quatro pilares: alta gestão, líderes e equipe, fornecedores e clientes.

Nenhuma mudança se faz em uma companhia sem que haja o apoio da alta gestão, seja por conta da verba, aprovação ou incentivo. Após o consentimento da gestão, é imprescindível que sejam oferecidos treinamentos aos líderes e suas equipes a fim de deixá-los alinhados às novas tecnologias que serão implementadas em seus processos de trabalho.

Porém, de nada adianta realizar a evolução digital na companhia e não verificar se os parceiros e fornecedores possuem essa mesma preocupação. É importante que eles estejam abertos a, no mínimo, prestarem apoio externo para que a empresa consiga realizar as devidas transformações digitais internas. Por outro lado, é primordial estar alinhado às expectativas dos clientes, a fim de atender ao devido público da organização com mais assertividade.

Atualmente, cada empresa encontra-se em um diferente estágio de maturidade digital. Algumas estão enfrentando o processo de digitalização, passando diversos documentos físicos para o digital e já realizando novos processos, com informações totalmente digitalizadas. Outras, podem já estar nascendo com o conceito 100% paperless e adotando uma operação sem papéis. Existem empresas ainda que, por terem um histórico muito grande, possuem alguns documentos que não podem ser descartados, ou outras que, por lei, precisam manter alguns arquivos em formato físico.

De toda forma, o fato é que a adoção da cultura paperless traz benefícios incontáveis, acelera a jornada de evolução digital e otimiza os processos operacionais, alavancando os negócios das empresas. É preciso apenas que cada organização identifique qual é o seu estágio de maturidade digital e quais gargalos precisa solucionar, para então, aplicar da maneira mais adequada a estratégia paperless em seu ambiente empresarial.

* Magno Alves é membro efetivo da Comissão Especial de Privacidade e Proteção de Dados na OAB-SP e gerente de BPO Jurídico no Grupo Benner.

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Bem à saúde: Os benefícios de uma verdadeira amizade

A amizade faz bem à saúde tanto mental quanto social do indivíduo. Dividir momentos com pessoas, no trabalho, da família ou mesmo nas relações amorosas pode ser fundamental para o amadurecimento. Com o avanço da tecnologia, muitas amizades, que antes estavam sempre juntas fisicamente, passaram a ser mais distantes, o que pode não ter o mesmo efeito do contato físico.

Pesquisa coordenada pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que prosseguiu nos últimos 80 anos, confirma que construir e manter laços de amizade ao longo dos anos pode prevenir diversas doenças, além de tornar a vida mais feliz. Ser empático, melhorar como pessoa, dividir bons e maus momentos, poder escolher aqueles que se identificam para trilhar juntos anos ou mesmo uma vida toda são benefícios de uma boa amizade.

“Ter amigos é ter aconchego e trocas conquistadas. Contar com o outro traz segurança afetiva e social, é muito importante para saúde mental. Nas relações de amizade, existem trocas e, para manter amigos, as trocas fazem parte da relação. A maneira como se relaciona com os outros será determinante para ter amigos e esses são alguns fatores que mais influenciam a saúde”, explica Soraya Oliveira, psicóloga do Instituto de Neurologia de Goiânia.

A profissional explica que a amizade é importante em todas as fases da vida como na infância, adolescência e fase adulta, que é de extrema importância na velhice. Ela se mantém como a segunda relação social de grande valia ao ser humano, logo após a família. Pesquisa coordenada pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos demonstra que ao edificar a amizade, a longevidade pode aumentar em até 10 anos.

“A relação de amizade é poderosa, pois essa experiência libera hormônios de prazer, como a oxitocina, considerado o hormônio responsável pelo vínculo, e a serotonina, popularmente conhecida como o hormônio da felicidade. Sentimento de amizade pode surgir acompanhado de reciprocidade do afeto, ajuda mútua, compreensão, identificação e confiança”, conta a psicóloga.

Soraya explica que a troca de afeto e cumplicidade em amizades ajuda a diminuir a liberação de alguns hormônios relacionados ao estresse, como cortisol e adrenalina. Ela conta que uma pessoa que tem amigos fica menos doente, pois pode compartilhar a vida com amigos, tornando a vida mais leve.

“Fazer passeios com amigo, ir a um café, compartilhar momentos alegres, participar de um happy hour, dar boas risadas, sair para dançar, fazer atividade física juntos, todas essas atividades provocam a liberação da serotonina. A amizade faz bem para nossa saúde física e emocional. Os laços afetivos despertam emoções positivas, promovendo bem-estar, esperança e vontade de viver e aproveitar a vida”, conclui Soraya.

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Fiocruz traz conferência internacional sobre Ciência, Tecnologia e Inovação

A Fiocruz traz de 13 a 15 de fevereiro para o Rio de Janeiro a reunião anual da Comunidade Global de Tecnologia Sustentável e Inovação, a G-Stic, que pela primeira vez será realizada nas Américas. E como a Fundação é a principal co-anfitriã, a saúde ganha um grande destaque na G-Stic Rio.

Nomes como o de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Qu Dongyu, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), ambos on-line, e Nísia Trindade Lima, ministra da Saúde, presencialmente, reúnem-se na ExpoMag para discutir o tema Por um futuro equitativo e sustentável: soluções tecnológicas inovadoras para uma melhor recuperação pós-pandemia.

“A Fiocruz, como principal organizadora desta edição, reforça sua participação em âmbito global na discussão de tecnologias e inovações sustentáveis, com uma visão de destaque para a saúde”, explicou Mario Moreira, presidente interino da Fundação.

Para Moreira, a realização da conferência no continente confere uma ênfase especial à questão das desigualdades globais e regionais em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

“Essa tem se revelado uma das fragilidades da capacidade internacional de articulação de resposta e preparação para emergências sanitárias. Equidade e sustentabilidade apresentam-se, nesse aspecto, como outros elementos definidores dessa capacidade”, acrescentou.

A lista de participantes reúne outros nomes de peso, como Macharia Kamau, diplomata queniano que foi o enviado especial da ONU para Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem alcançados até 2030; Amandeep Singh Gill, enviado especial do secretário-geral da ONU para Tecnologia; e Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para Covid-19. A lista segue com a ativista indígena Samela Sateré-Mawé e a princesa belga Marie-Esmeralda, presidente do Fundo Leopoldo III para a Conservação da Natureza, entre outros. A Fiocruz participa ainda com integrantes como o próprio Moreira; Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde; e Mauricio Zuma, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos).

“O mundo está diante de um grande desafio: a reconstrução pós-pandemia em bases sustentáveis, respeitando a equidade e a inclusão. E para fazer frente a esse processo, o grande referencial é a Agenda 2030, com os ODS”, explicou Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030) e à frente da organização da G-Stic Rio.

A conferência lida justamente com essa questão: pensar em como garantir tecnologias eficazes e sustentáveis visando os ODS. Gadelha lembrou que, apesar da proximidade de 2030, a grande maioria desses objetivos está longe de ser cumprida.

“O desafio que temos é como CT&I podem modificar esse cenário, quebrar assimetrias, garantir o acesso às tecnologias, em processos inclusivos. A pandemia nos deu exemplos disso, como nas vacinas contra Covid-19, que foram produzidas rapidamente, mas que ficaram inacessíveis à maioria da população”, avaliou.

Inicialmente capitaneado pelo instituto de tecnologia belga Vito, que mantém peso significativo no evento, a G-Stic reúne um conjunto de instituições com representações em todas as regiões do mundo. A entrada do Brasil em 2018, por meio da Fiocruz, deu uma relevância ainda maior para o tema da saúde, o que fica claro na programação de fevereiro.

“Um dos ativos únicos da G-STIC é sua perspectiva multissetorial e orientada para o futuro em CT&I. A G-Stic analisa clusters de tecnologia e identifica soluções que contribuem substancialmente para alcançar os princípios da Agenda 2030 e os ODS. Ela reúne partes interessadas de organizações multilaterais, governos, indústria, atores privados, sociedade civil e academia”, disse Dirk Fransaer, diretor-geral da VITO.

“Em sintonia com essa abordagem, a G-Stic Rio reconhece os princípios de solidariedade e ‘trabalho conjunto’ do relatório do secretário-geral da ONU Nossa Agenda Comum como fundamentais para acelerar a implementação dos ODS. A CT&I têm o potencial de catalisar o envolvimento da comunidade nesse processo. A próxima edição do G-STIC no Rio de Janeiro trará esse conceito de integração, solidariedade e multilateralismo entre setores, partes interessadas e países em um interesse comum”, acrescentou.

As sessões do evento se dividem em seis temas: Saúde, Educação, Água, Energia, Clima e Oceanos. Em Saúde, Bio-Manguinhos está organizando mesas sobre vacinas e imunização. O painel Desafios e Perspectivas para a produção local, nos dias 14 e 15, será dividido em quatro sessões que trarão especialistas como James Fitzgerald, diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas); Lieve Fransen, consultora sênior do Centro Europeu de Políticas em Saúde; Carla Vizzotti, ministra da Saúde da Argentina; e Tiago Rocca, vice-presidente do Conselho de Membros de Fabricantes de Vacinas para Países em Desenvolvimento (DCVMN); além de representantes de instituições internacionais de renome na área como Wellcome, CEPI e Medicines Patent Pool, OXFAM e MSF, entre outros.

Essa agenda tem como objetivo discutir fatores críticos de sucesso para produção local de vacinas em países em desenvolvimento, endereçando os desafios e perspectivas em relação a demanda e fornecimento, financiamento e perspectiva global em relação à propriedade intelectual e acesso.

As discussões envolverão os desafios sistemáticos de pesquisa & desenvolvimento e produção local de vacinas, abrangendo: desafios de saúde tendo em conta o cenário epidemiológico, doenças emergentes e reemergentes, experiências de financiamento da inovação e prontidão para respostas a emergências, os desafios de desenvolvimento de capacidades e financiamento da produção local, e equidade e acesso para assegurar a vacina e a vacinação para todos.

A conferência

Esta é a sexta edição da G-Stic. Considerada a maior conferência global de Ciência, Tecnologia e Inovação para aceleração da Agenda 2030, ela acontecia na Bélgica desde seu início, em 2017. Para aumentar a sua capilaridade, passou a ser realizada em outros países, acontecendo em 2022 durante a Expo Dubai. A Fiocruz, que participa como coanfitriã desde 2018, sugeriu então que a edição de 2023 ocorresse no Brasil.

A G-STIC é organizada em conjunto pela Vito (organização belga de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento sustentável) e sete outros institutos de pesquisa sem fins lucrativos: Fiocruz, CSIR (Conselho de Pesquisa Científica e Industrial, África do Sul), Giec (Instituto de Conversão de Energia de Guangzhou, China), Gist (Instituto de Ciência e Tecnologia de Gwangju, Coreia do Sul), Nacetem (Centro Nacional de Gestão de Tecnologia, Nigéria), Teri (Instituto de Energia e Recursos, Índia) e SDSN (Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas).

No Brasil, a G-Stic Rio conta com o patrocínio master da Petrobras, Pfizer e Fiotec e com o patrocínio das empresas Aegea, IBMP, Instituto Helda Gerdau, Klabin, Sanofi, GSK, Enel, Engie, The Rockefeller Foundation, RaiaDrogasil e Firjan, além do apoio do Instituto Clima e Sociedade.

A programação pode ser conferida site da G-Stic Rio

Foto: Reprodução (Topo)
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Ministra da Saúde, Nísia Trindade, é a entrevistada do Roda Viva, nesta segunda

Nesta segunda-feira (6/2), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é a entrevistada do Roda Viva, ao vivo, na TV Cultura. A cientista e pesquisadora Nísia Trindade Lima assumiu o comando do Ministério da Saúde no dia 2 de janeiro e já encara um drama internacional: a crise humanitária que atinge a Terra Indígena Yanomami.

Nomeada pelo presidente Lula, ela é a primeira mulher a chefiar a Pasta. A ministra também foi a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição histórica de ciência e tecnologia, e referência internacional, entre 2017 e 2022, período que o mundo conheceu a Covid-19, doença que deixou quase 700 mil mortos no Brasil.

A bancada de entrevistadores será formada por Basilia Rodrigues, analista de política da CNN Brasil; Constança Tasch, do jornal O Globo; Elaíze Farias, cofundadora e editora de conteúdo da agência Amazônia Real; Jéssica Moreira, jornalista e cofundadora do Nós, mulheres da periferia; e Mariana Varella, editora-chefe do Portal Drauzio Varella.

Com apresentação de Vera Magalhães, o programa vai ao ar a partir das 22h (horário de Brasília), na Cultura, no site da emissora, YouTube, Dailymotion, Twitter e Facebook.

Foto: Júlia Prado – Flickr

Câncer de pênis levou quase 24% de casos à amputação e Sociedade Brasileira de Urologia alerta para a prevenção

De janeiro a novembro do ano passado, 1.933 casos de câncer de pênis foram notificados no Brasil. Desses, quase 24% dos pacientes, o equivalente a 459, precisaram ter o órgão amputado, em decorrência do avanço da doença. O dado foi revelado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que desenvolve, neste mês de fevereiro, uma campanha de combate a esse tipo de neoplasia maligna.

De acordo com o presidente da seccional amazonense da entidade, cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo, a iniciativa faz alusão ao Dia Mundial de Combate ao Câncer, comemorado neste sábado (04/02).

Os dados, extraídos do DataSus, mostram que entre 2018 e 2022, foram diagnosticados 10.359 casos de câncer de pênis no Brasil e realizadas 2.830 amputações, uma média de 566 ao ano, dado considerado alarmante, afirma o especialista, uma vez que a doença tem prevenção e pode ser tratada com eficácia quando diagnosticada precocemente.

O especialista explica que a falta de informação é um dos principais fatores que levam os homens a não procurarem ajuda no início da doença, que tem como principais fatores de risco o HPV (Papilomavírus Humano), a fimose (em função do acúmulo de secreção abaixo do prepúcio, na região da glande), higienização inadequada e comportamento de risco, como o não uso do preservativo durante as relações sexuais.

“O câncer de pênis tem como principais sinais lesões na região genital, especialmente na glande ou na face interna do prepúcio. Essas lesões podem ter características variadas e, geralmente, não cicatrizam. É importante que os homens fiquem atentos a características como vermelhidão, coceira local, queimação, dor e odor desagradável”, explica Giuseppe Figliuolo.

Os principais métodos de prevenção, segundo o especialista, são: vacinação contra o HPV, uso de camisinha durante as relações sexuais, a higienização correta do pênis (puxando a pele para trás, lavando com água e sabão neutro, ou, sabão de coco) e a postectomia (retirada cirúrgica da pele que encobre a glande).

Pesquisa

Coordenada por Figliuolo, a pesquisa ‘Caracterização epidemiológica dos pacientes portadores de câncer de pênis: um estudo de 20 anos’, é desenvolvida no âmbito da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon), com o suporte do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), e tem mostrado o perfil da população que desenvolve a doença.

Atualmente, trabalham no estudo os seguintes pesquisadores: Bruna Marselle Marreira de Lima Barros, Kátia Luz Torres Silva,  Heidy Hallana de Melo Farah Rondon, Pâmella Vital da Silva, Giovanna Barbosa dos Santos, Valquíria do Carmo Alves Martins, além do uro-oncologista.

O objetivo da pesquisa é descrever as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes, portadores de câncer de pênis, tratados na FCecon, considerada a unidade de referência em cancerologia na região.

Uma análise preliminar apontou que, em 181 indivíduos atendidos no período de 2002 a 2022, com idade entre 18 e 101 anos (média de 58 anos), 46,96% tinham mais de 60 anos e 13,26% tinham menos de 39 anos, dado importante, que, de acordo com o médico, mostra que a doença tem afetado também homens mais jovens que o habitual.

Quanto à procedência, 53,04% deles residiam no interior do Amazonas, onde a informação ainda é escassa, e 22,10% em Manaus. De acordo com o estudo, 17,13% eram analfabetos e 44,75% tinham apenas o 1º grau incompleto. Entre os principais fatores de risco detectados, 44,2% eram fumantes ou ex-fumantes e 41,44 % tiveram fimose.

Dos 76,24% que realizaram tratamento cirúrgico, 31,88% foram submetidos à penectomia total (amputação total do pênis) e 65,22% à penectomia parcial. Ainda de acordo com a pesquisa, o tumor mais frequente nesta população foi o Carcinoma de Células Escamosas de Pênis (CEEP) do tipo bem diferenciado, representando 30,39% dos casos.

Fotos: Divulgação

O combate aos cânceres ginecológicos começa com informação

Dra. Daniela de Freitas*

Criado pela União Internacional para o Controle do Câncer, o dia Mundial de Combate ao Câncer, em 4 de fevereiro, tem por objetivo levar informação de qualidade a pacientes e familiares sobre o tema. Algo fundamental, principalmente quando voltamos o olhar para o combate aos cânceres ginecológicos.

Apesar de apresentarem alta letalidade, pouco se fala sobre os cânceres ginecológicos. São considerados neoplasias ginecológicas aquelas que afetam o aparelho reprodutor da mulher. Entre eles, podemos citar: colo uterino, ovário, corpo uterino/endométrio, vagina e vulva.

No Brasil, o câncer ginecológico mais incidente é o do colo de útero, seguido pelo de ovário, um dos mais letais e de maior dificuldade de diagnóstico, pois não há exames específicos para sua detecção. Para se ter uma ideia, de cada 10 pacientes, apenas duas têm o diagnóstico precoce.

No caso do câncer de ovário, os principais fatores de risco que devem ser considerados são: idade superior a 40 anos, histórico familiar, não ter tido filhos ou ter sido mãe após os 30 anos e reposição hormonal.

Apesar de serem mais comuns na terceira idade, os tumores ginecológicos podem também acometer mulheres de outras faixas etárias. Por isso, é importante se informar sobre seu histórico familiar e realizar consultas periódicas com médicos ginecologistas, que poderão indicar a realização de exames como Papanicolau, HPV e ultrassom transvaginal.

É importante estar sempre atenta aos sinais do corpo. Um inchaço abdominal que persiste por dias ou meses, por exemplo, é um sintoma importante que precisa de investigação médica. Quanto mais precoce o diagnóstico e início de tratamento, melhores são as chances de evitar o avanço do tumor.

Apesar dos cânceres ginecológicos serem preocupantes, a medicina tem evoluído. Há novos tratamentos disponíveis. Muitos, inclusive, estão contemplados no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), tornando seu acesso garantido para todas as mulheres elegíveis aos tratamentos e que possuem plano de saúde.

É importante sempre contar com o apoio de amigos e familiares e buscar informações científicas sobre sintomas, diagnóstico e tratamento. Informação é poder.

* Dra. Daniela de Freitas é médica oncologista do Hospital Sírio-Libanês.

Fotos:  Autora – Reprodução | Ilustrativa / UICC 

Material da Campanha do Dia Mundial do Câncer pela Union for International Cancer Control (UICC) está licenciado sob uma licença  Creative Commons Attribution-ShareALike 4.0 International License.

Prevenção de doenças: Alimentos essenciais para viver melhor

Cuidar do que se come é fundamental para manter o corpo funcionando bem. Além de escolher os alimentos certos, é importante também evitar o consumo excessivo de calorias e gorduras. Uma dieta balanceada é a chave para ter uma boa saúde e prevenir diversas doenças e problemas potencialmente fatais, como obesidade, diabetes, derrame, hipertensão, osteoporose e problemas cardiovasculares.

Uma alimentação saudável previne a obesidade – a razão nutricional número um para doenças. A obesidade é um importante fator de risco para muitas condições, como diabetes tipo 2, osteoporose, derrame, doenças cardíacas e muito mais. A nutricionista funcional Cris Ribas Esperança, especializada em Gastronomia Funcional e Nutrição Comportamental e Low Carb (CRN-3 48747), explica que comer alimentos carregados de açúcar, gorduras e calorias vazias pode adicionar peso extra ao corpo, enfraquecer os ossos e fazer com que os órgãos trabalhem mais. Isso automaticamente coloca a pessoa em maior risco de problemas de saúde no futuro, sem dúvida o boleto vem pelas escolhas erradas.

Nutrientes e o corpo

Sem cálcio e vitamina D suficientes, os ossos podem se tornar insalubres, quebradiços e fracos. Isso torna a pessoa mais suscetível à osteoporose. O mesmo vale para gordura saturada e doenças cardiovasculares. “Muita gordura saturada na dieta pode levar ao colesterol alto e à pressão alta, dois principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Alimentos ultra processados e de alta carga glicêmica contribuem sendo o gatilho para doenças metabólicas e autoimune”, comenta a nutricionista.

Uma alimentação saudável melhora o humor, o que, por sua vez, aumenta a atividade física. Se a pessoa está feliz, é mais provável que seja ativo. Comer os alimentos certos pode ajudar a ser mais feliz, levando a mais sessões de exercícios saudáveis. Como a atividade física regular é uma necessidade para a prevenção de doenças, uma alimentação saudável, portanto, ajuda na equação.

Dietas saudáveis aumentam o colesterol “bom” (lipoproteína de alta densidade) e diminuem os triglicerídeos não saudáveis, além de controlar a glicemia, fugindo de uma síndrome metabólica.

Isso afeta diretamente o risco de doenças cardíacas, derrame, síndrome metabólica, diabetes e pressão alta, ajudando o sangue a fluir suavemente. “Quanto mais alimentos saudáveis comer, melhores serão os níveis de colesterol ‘bom’, ajudando a prevenir doenças e, ainda, melhorar a longevidade e qualidade de vida”, diz Cris Ribas Esperança.

Não há como negar os benefícios para a saúde provenientes de dietas nutritivas. Incorporar uma dieta saudável em seu estilo de vida reduzirá automaticamente o risco de doenças graves e fatais, então por que não apostar nesse estilo de vida?

Os principais alimentos para adicionar na dieta que irão melhorar a qualidade de vida e saúde:

> Água – Beber 8 a 12 copos de água diariamente.

> Vegetais verde-escuros – “Comer vegetais verde-escuros, pelo menos três a quatro vezes por semana. Boas opções incluem brócolis, pimentão, couve de bruxelas e folhas verdes como couve e espinafre”, aconselha Cris Ribas Esperança.

> Grãos integrais – Comer grãos inteiros pelo menos duas ou três vezes ao dia. Procurar farinha de trigo integral, centeio, aveia, cevada, amaranto, quinoa ou um multigrãos. Uma boa fonte de fibra tem de 3 a 4 gramas de fibra por porção. Uma ótima fonte tem 5 ou mais gramas de fibra por porção.

> Feijão, grão de bico e lentilha – Tentar comer uma refeição à base de feijão, pelo menos uma vez por semana. Tentar adicionar leguminosas, incluindo feijões e lentilhas, a sopas, ensopados, saladas e molhos ou comê-los puros.

> Proteínas vermelha e branca – Superimportante ao longo da vida, para manutenção de massa magra, saciedade, tecidos, pele, hormônios e cabelos.

Incluir comer o peixe em duas a três porções de peixe por semana. Boas opções são salmão, truta, arenque, anchova, sardinha e atum.

> Frutas vermelhas e cítricas – Incluir duas a quatro porções de frutas em sua dieta todos os dias. Tentar comer frutas como framboesas, mirtilos, melancia, goiaba, uva, laranja, limão, tomate, amoras e morangos.

> Linhaça, Nozes e Sementes – Adicionar 1 a 2 colheres de sopa de linhaça moída ou outras sementes à comida, diariamente, ou incluir uma quantidade moderada de nozes (1/4 xícara) na dieta diária.

> Iogurte Orgânico – Sendo um alimento fermentado, ele tem uma digestibilidade diferente do leite. Um alimento de custo/benefício bom, com propriedade interessante, além de ser proteico.

Homens e mulheres entre 19 e 50 anos precisam de 1.000 miligramas de cálcio por dia, e 1.200 miligramas se tiverem 50 anos ou mais. Comer alimentos ricos em cálcio, como laticínios sem gordura ou com baixo teor de gordura, três a quatro vezes ao dia. Inclua opções orgânicas.

> Sol para a produção natural de vitamina D – Tem grande importância para a absorção de cálcio e fósforo pelo intestino, a vitamina D é reconhecida, tradicionalmente, pela medicina como uma das substâncias essenciais para o fortalecimento dos ossos e a prevenção de doenças, como o raquitismo na infância e a osteoporose.

“Você é o que você come. Essa frase resume bem a importância da alimentação para a nossa saúde. Comer alimentos saudáveis não apenas nos mantém fisicamente fortes, mas também nos ajuda a manter um bom humor e um bom funcionamento cerebral. Da próxima vez que for à cozinha, lembre-se: você é o que você come!”, finaliza a nutricionista Cris Ribas Esperança.

Foto: Divulgação

Burnout: Um ano de oficialização como síndrome ocupacional

O formato de trabalho atual, com telefones e dispositivos eletrônicos conectados o tempo inteiro, vem gerando um estresse e esgotamento mental que antigamente não existiam. Para acompanhar as mudanças nas relações de trabalho, desde janeiro de 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu o burnout como uma doença crônica associada a fatores que influenciam o estado de saúde. Agora, um ano após a oficialização da doença como uma síndrome ocupacional, o que mudou?

De acordo com Karen Valeria da Silva, coordenadora de Psicologia da Docway, empresa pioneira em soluções de saúde digital no Brasil, a principal mudança foi o direcionamento técnico para o diagnóstico. “Antes, tudo era tratado como um quadro depressivo ou de estresse. Agora, com a inclusão de critérios específicos para o diagnóstico, realizar uma decisão clínica com um plano de tratamento assertivo fica muito mais direcionado”, comenta.

O burnout é classificado como uma síndrome multifatorial, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas que identificam um quadro clínico, entre eles estresse, depressão, diminuição da autoestima, ansiedade e falta de produtividade, sempre associados ao trabalho. “os sintomas podem repercutir em diversos âmbitos da vida, mas em análise aprofundada durante o psicodiagnóstico é possível perceber o papel do ambiente de trabalho no desencadeamento ou potencialização desses sintomas”, explica.

De acordo com Karen Valeria da Silva, coordenadora de Psicologia da Docway, a principal mudança foi o direcionamento técnico para o diagnóstico

No universo corporativo, a preocupação com a doença também avançou. “A pandemia já havia acendido um sinal de alerta para as doenças relacionadas com a saúde mental. Com a introdução do burnout no CID, essa preocupação tornou-se mais evidente nas empresas, visto que agora faz-se um diagnóstico mais preciso, impactando em uma série de questões, como a produtividade do colaborador, um período de afastamento, ou até mesmo implicações jurídicas caso o quadro clínico não seja tratado com respeito e seriedade”, aponta.

Contudo, na prática, a situação ainda tem muito para melhorar. “Já começamos a quebrar o paradigma cultural brasileiro de resistência e preconceito com tratamentos psicológicos, mas os números mostram que precisamos ir além”, sugere. A psicóloga ressalta que, numa visão corporativa, ações preventivas e de promoção da saúde são muito mais baratas que perder um funcionário, além de serem um chamariz para novos colaboradores. “Hoje, muitos profissionais já buscam esse cuidado e preocupação como o valor de uma organização em que deseja atuar. Desenvolver esse cuidado internamente pode ajudar a empresa a atingir maior satisfação de seus colaboradores e, também, alcançar um melhor posicionamento de mercado”, finaliza Karen.

Fotos:  Divulgação