Campanha conscientiza e alerta sobre distúrbios que afetam o olfato

A perda parcial ou permanente do olfato, intitulada pela medicina como anosmia, ficou conhecida pela população como um forte indicador da presença da Covid-19 ou como uma sequela da doença. Estima-se que cerca 5% dos pacientes que sofreram alterações no olfato e no paladar devido ao novo coronavírus permaneceram com esses sintomas de forma duradoura, segundo um estudo publicado na revista científica The BMJ, em julho de 2022. Os autores projetam que o problema atinja aproximadamente 15 milhões de pessoas no mundo.

Para alertar sobre a necessidade de não negligenciar a anosmia ou outros sintomas que prejudicam a função olfatória, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e a Academia Brasileira de Rinologia (ABR) realizam a Semana do Olfato Saudável: sentindo bons momentos, de 27 de fevereiro a 3 de março. A abertura das atividades marcará o Dia da Conscientização da Anosmia, celebrado nesta segunda-feira (27/2).

A ABORL-CCF destaca que não só a Covid-19, mas também doenças que afetam a região nasal ou que causam obstrução e inchaço da cavidade interna do nariz, como rinite alérgica, gripe e rinossinusite crônica com pólipos nasais, podem causar anosmia temporária ou permanente. Além disso, tumores, traumas cranioencefálicos e algumas enfermidades neurológicas ou que podem surgir na fase do envelhecimento, como Alzheimer e Parkinson, podem impactar negativamente a capacidade de perceber corretamente os odores no ambiente.

O presidente da ABR, Dr. Marcus Lessa, chama a atenção para o fato de que ignorar alterações da função olfativa traz vários prejuízos à saúde, à segurança e à vida social. “O olfato ajuda as pessoas a detectar perigos no ambiente, como fumaça, cheiros de gás e vapores químicos, e é útil para comer, ajudando a evitar ingestão de alimentos estragados e a manter uma boa saúde. Além disso, sentir cheiros nos ajuda a construir lembranças e memórias emocionais”, esclarece o otorrinolaringologista.

Os tratamentos para perda ou alterações de olfato vão depender da causa que, para ser detectada, precisa de uma análise minuciosa do otorrinolaringologista. O profissional fará testes específicos para avaliar a função do olfato e a cavidade nasal, além de aplicar questionários, a fim de conhecer o histórico clínico do paciente.

“Além do treinamento olfativo com óleos essenciais, atualmente há terapia medicamentosa utilizando a lavagem nasal como uma opção para ajudar a acelerar a recuperação da função olfativa. Porém a prescrição dependerá do correto diagnóstico do otorrino”, explica Dr. Lessa.

Programação on-line

De segunda a sexta-feira (27 de fevereiro a 3 de março), médicos otorrinos, membros da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial e da Academia Brasileira de Rinologia, vão propagar informações sobre anosmia e alterações de olfato, o correto diagnóstico, causas e tratamentos, por meio de vídeos nos canais oficiais da ABORL-CCF e ABR.

No dia 2 de março, às 20h (horário de Brasília), ocorrerá a live “Doutor, e esse cheiro estranho ?”, com os otorrinolaringologistas Marcel Menon e Luciano Gregório. Os especialistas vão explicar o que é a parosmia – percepção alterada do olfato que modifica cheiros e é um dos sintomas da Covid-19 –, suas características, impactos à saúde e qualidade de vida, além de possíveis tratamentos. A transmissão será no Instagram Otorrino e Você, canal da entidade médica para promover a educação em saúde à população, e os participantes poderão esclarecer dúvidas com os médicos.

Com mais de 70 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade por meio de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.500 otorrinolaringologistas em todo o país.

Foto: Divulgação

Programação, Inovação e Internet das Coisas têm cursos gratuitos

O programa de capacitação e inovação tecnológica da Samsung, o Samsung Ocean, oferece 10 atividades gratuitas até o fim de fevereiro. Os interessados em participar podem se inscrever e obter conteúdos sobre Programação, Fabricação Digital, Inovação Tecnológica e muito mais, de forma remota ou presencial no campus de Manaus.

As atividades são ministradas por educadores das universidades parceiras do programa: Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

A Trilha de Programação é um dos destaques da programação do Samsung Ocean. Nesta segunda quinzena de fevereiro, a Trilha terá aulas com foco nas linguagens Phyton, CSS e HTML. Além disso, os interessados em aprender sobre Fabricação Digital, podem se inscrever na aula presencial do dia 15, que acontece no campus de Manaus, localizado na Universidade do Estado do Amazonas, e promete um conteúdo especial sobre Eletrônica Básica. Na mesma data, o Samsung Ocean recebe, também no campus de Manaus, uma aula da Trilha de Inovação Tecnológica sobre Startup Game Experience.

“O Samsung Ocean tem como diferencial o conteúdo tecnológico gratuito e de relevância para pessoas interessadas em se capacitar para atuar no setor, de acordo com suas áreas de interesse”, afirma Eduardo Conejo, gerente Sênior de Inovação na área de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung. “Nesta segunda quinzena de fevereiro, a agenda de atividades conta, inclusive, com aulas presenciais no campus de Manaus, localizada na Universidade Estadual do Amazonas, que é uma das parceiras do programa”.

As atividades do Samsung Ocean são totalmente gratuitas e oferecem certificado de participação. Os interessados podem se inscrever pelo site www.oceanbrasil.com ou pelo aplicativo do Samsung Ocean, disponível para download na Play Store.

Atividades

15 de fevereiro

  • Trilha de Programação: Programando para web com Python, CSS e HTML (Parte 3)
  • Trilha de Fabricação Digital: Eletrônica Básica para Fabricação Digital (Parte 4)*
  • Trilha de Inovação Tecnológica: Startup Game Experience*
  • Trilha de Programação: Aprendendo a programar em Python (Parte 1)*

16 de fevereiro

  • Jornada Fullstack: Frontend Web com ReactJS: Introdução (Parte 1)
  • Trilha de Programação: Aprendendo a programar em Python (Parte 2)*

17 de fevereiro

  • Jornada Fullstack: Frontend Web com ReactJS: Introdução (Parte 2)
  • Trilha de Programação: Aprendendo a programar em Python (Parte 3)*

23 de fevereiro

  • Jornada Fullstack: Frontend Web com ReactJS: Integração com Backend (Parte 1)

24 de fevereiro

  • Jornada Fullstack: Frontend Web com ReactJS: Integração com Backend (Parte 2)

* Atividades realizadas presencialmente no campus de Manaus.

Foto: Divulgação

Fiocruz traz conferência internacional sobre Ciência, Tecnologia e Inovação

A Fiocruz traz de 13 a 15 de fevereiro para o Rio de Janeiro a reunião anual da Comunidade Global de Tecnologia Sustentável e Inovação, a G-Stic, que pela primeira vez será realizada nas Américas. E como a Fundação é a principal co-anfitriã, a saúde ganha um grande destaque na G-Stic Rio.

Nomes como o de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Qu Dongyu, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), ambos on-line, e Nísia Trindade Lima, ministra da Saúde, presencialmente, reúnem-se na ExpoMag para discutir o tema Por um futuro equitativo e sustentável: soluções tecnológicas inovadoras para uma melhor recuperação pós-pandemia.

“A Fiocruz, como principal organizadora desta edição, reforça sua participação em âmbito global na discussão de tecnologias e inovações sustentáveis, com uma visão de destaque para a saúde”, explicou Mario Moreira, presidente interino da Fundação.

Para Moreira, a realização da conferência no continente confere uma ênfase especial à questão das desigualdades globais e regionais em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

“Essa tem se revelado uma das fragilidades da capacidade internacional de articulação de resposta e preparação para emergências sanitárias. Equidade e sustentabilidade apresentam-se, nesse aspecto, como outros elementos definidores dessa capacidade”, acrescentou.

A lista de participantes reúne outros nomes de peso, como Macharia Kamau, diplomata queniano que foi o enviado especial da ONU para Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem alcançados até 2030; Amandeep Singh Gill, enviado especial do secretário-geral da ONU para Tecnologia; e Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para Covid-19. A lista segue com a ativista indígena Samela Sateré-Mawé e a princesa belga Marie-Esmeralda, presidente do Fundo Leopoldo III para a Conservação da Natureza, entre outros. A Fiocruz participa ainda com integrantes como o próprio Moreira; Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde; e Mauricio Zuma, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos).

“O mundo está diante de um grande desafio: a reconstrução pós-pandemia em bases sustentáveis, respeitando a equidade e a inclusão. E para fazer frente a esse processo, o grande referencial é a Agenda 2030, com os ODS”, explicou Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030) e à frente da organização da G-Stic Rio.

A conferência lida justamente com essa questão: pensar em como garantir tecnologias eficazes e sustentáveis visando os ODS. Gadelha lembrou que, apesar da proximidade de 2030, a grande maioria desses objetivos está longe de ser cumprida.

“O desafio que temos é como CT&I podem modificar esse cenário, quebrar assimetrias, garantir o acesso às tecnologias, em processos inclusivos. A pandemia nos deu exemplos disso, como nas vacinas contra Covid-19, que foram produzidas rapidamente, mas que ficaram inacessíveis à maioria da população”, avaliou.

Inicialmente capitaneado pelo instituto de tecnologia belga Vito, que mantém peso significativo no evento, a G-Stic reúne um conjunto de instituições com representações em todas as regiões do mundo. A entrada do Brasil em 2018, por meio da Fiocruz, deu uma relevância ainda maior para o tema da saúde, o que fica claro na programação de fevereiro.

“Um dos ativos únicos da G-STIC é sua perspectiva multissetorial e orientada para o futuro em CT&I. A G-Stic analisa clusters de tecnologia e identifica soluções que contribuem substancialmente para alcançar os princípios da Agenda 2030 e os ODS. Ela reúne partes interessadas de organizações multilaterais, governos, indústria, atores privados, sociedade civil e academia”, disse Dirk Fransaer, diretor-geral da VITO.

“Em sintonia com essa abordagem, a G-Stic Rio reconhece os princípios de solidariedade e ‘trabalho conjunto’ do relatório do secretário-geral da ONU Nossa Agenda Comum como fundamentais para acelerar a implementação dos ODS. A CT&I têm o potencial de catalisar o envolvimento da comunidade nesse processo. A próxima edição do G-STIC no Rio de Janeiro trará esse conceito de integração, solidariedade e multilateralismo entre setores, partes interessadas e países em um interesse comum”, acrescentou.

As sessões do evento se dividem em seis temas: Saúde, Educação, Água, Energia, Clima e Oceanos. Em Saúde, Bio-Manguinhos está organizando mesas sobre vacinas e imunização. O painel Desafios e Perspectivas para a produção local, nos dias 14 e 15, será dividido em quatro sessões que trarão especialistas como James Fitzgerald, diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas); Lieve Fransen, consultora sênior do Centro Europeu de Políticas em Saúde; Carla Vizzotti, ministra da Saúde da Argentina; e Tiago Rocca, vice-presidente do Conselho de Membros de Fabricantes de Vacinas para Países em Desenvolvimento (DCVMN); além de representantes de instituições internacionais de renome na área como Wellcome, CEPI e Medicines Patent Pool, OXFAM e MSF, entre outros.

Essa agenda tem como objetivo discutir fatores críticos de sucesso para produção local de vacinas em países em desenvolvimento, endereçando os desafios e perspectivas em relação a demanda e fornecimento, financiamento e perspectiva global em relação à propriedade intelectual e acesso.

As discussões envolverão os desafios sistemáticos de pesquisa & desenvolvimento e produção local de vacinas, abrangendo: desafios de saúde tendo em conta o cenário epidemiológico, doenças emergentes e reemergentes, experiências de financiamento da inovação e prontidão para respostas a emergências, os desafios de desenvolvimento de capacidades e financiamento da produção local, e equidade e acesso para assegurar a vacina e a vacinação para todos.

A conferência

Esta é a sexta edição da G-Stic. Considerada a maior conferência global de Ciência, Tecnologia e Inovação para aceleração da Agenda 2030, ela acontecia na Bélgica desde seu início, em 2017. Para aumentar a sua capilaridade, passou a ser realizada em outros países, acontecendo em 2022 durante a Expo Dubai. A Fiocruz, que participa como coanfitriã desde 2018, sugeriu então que a edição de 2023 ocorresse no Brasil.

A G-STIC é organizada em conjunto pela Vito (organização belga de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento sustentável) e sete outros institutos de pesquisa sem fins lucrativos: Fiocruz, CSIR (Conselho de Pesquisa Científica e Industrial, África do Sul), Giec (Instituto de Conversão de Energia de Guangzhou, China), Gist (Instituto de Ciência e Tecnologia de Gwangju, Coreia do Sul), Nacetem (Centro Nacional de Gestão de Tecnologia, Nigéria), Teri (Instituto de Energia e Recursos, Índia) e SDSN (Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas).

No Brasil, a G-Stic Rio conta com o patrocínio master da Petrobras, Pfizer e Fiotec e com o patrocínio das empresas Aegea, IBMP, Instituto Helda Gerdau, Klabin, Sanofi, GSK, Enel, Engie, The Rockefeller Foundation, RaiaDrogasil e Firjan, além do apoio do Instituto Clima e Sociedade.

A programação pode ser conferida site da G-Stic Rio

Foto: Reprodução (Topo)
Ilustração: Divulgação

Ministra da Saúde, Nísia Trindade, é a entrevistada do Roda Viva, nesta segunda

Nesta segunda-feira (6/2), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é a entrevistada do Roda Viva, ao vivo, na TV Cultura. A cientista e pesquisadora Nísia Trindade Lima assumiu o comando do Ministério da Saúde no dia 2 de janeiro e já encara um drama internacional: a crise humanitária que atinge a Terra Indígena Yanomami.

Nomeada pelo presidente Lula, ela é a primeira mulher a chefiar a Pasta. A ministra também foi a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição histórica de ciência e tecnologia, e referência internacional, entre 2017 e 2022, período que o mundo conheceu a Covid-19, doença que deixou quase 700 mil mortos no Brasil.

A bancada de entrevistadores será formada por Basilia Rodrigues, analista de política da CNN Brasil; Constança Tasch, do jornal O Globo; Elaíze Farias, cofundadora e editora de conteúdo da agência Amazônia Real; Jéssica Moreira, jornalista e cofundadora do Nós, mulheres da periferia; e Mariana Varella, editora-chefe do Portal Drauzio Varella.

Com apresentação de Vera Magalhães, o programa vai ao ar a partir das 22h (horário de Brasília), na Cultura, no site da emissora, YouTube, Dailymotion, Twitter e Facebook.

Foto: Júlia Prado – Flickr

Termômetro do Código Florestal vai medir cobertura vegetal no Brasil

O Brasil terá disponível uma plataforma digital gratuita e atualizada com dados da cobertura de vegetação em todo o território nacional sob a ótica do Código Florestal, que completou dez anos de vigência em 2022. Chamada de Termômetro do Código Florestal, a nova plataforma será lançada na sexta-feira (16/12), às 10h, pelo Observatório do Código Florestal, uma rede de 43 entidades ligadas à questão ambiental criada com objetivo de monitorar a implementação da Lei Florestal, defender a vegetação e a produção sustentável no país.

O evento de lançamento terá formato digital e será pelo YouTube. Técnicos e especialistas que participaram da criação da plataforma irão realizar um tour virtual para apresentar os dados e também responder a questionamentos. O evento é aberto ao público.

A ferramenta foi desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), com contribuição de diversas outras organizações que fazem parte da rede, e vai apresentar dados atualizados sobre o cenário de implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e sobre a conformidade com o Código Florestal. Os dados são apresentados em mapas e gráficos simplificados. Podem também ser visualizados em nível municipal, estadual, além do agregado das informações para o país e para os biomas brasileiros.

O objetivo do Termômetro é oferecer uma plataforma confiável e transparente, de acesso simples, fácil compreensão e que permita uma leitura real do mapa da aplicação efetiva do novo Código Florestal, facilitando o planejamento de ações ambientais no país.

Em vigor desde 2012, o Código prevê o cadastramento de todas as propriedades rurais no Brasil para, então, mapear o cenário de cobertura vegetal no País. Ao todo, cerca de 6,5 milhões de propriedades já foram cadastradas, mas apenas meio por cento dos cadastros teve validação do governo.

Transparência

A criação do Termômetro disponibiliza um instrumento para transparência dos dados do setor ambiental no país e colabora com o planejamento de ações estratégicas e planejamento do solo, especialmente do poder público, no sentido de efetivar o cumprimento do Código Florestal, abrir caminhos para a recuperação de áreas desmatadas e para a criação de políticas que estimulem o desenvolvimento de ações de restauração para estas regiões.

Um dos destaques que a plataforma traz é a apresentação de dados inéditos relacionados aos assentamentos rurais e territórios tradicionais. Antônio Oviedo, engenheiro agrônomo do Instituto Socioambiental (ISA), participou do projeto de construção da plataforma e vê na sobreposição de áreas cadastradas identificadas nos mapas da plataforma um risco de violação dos direitos humanos dos povos originários.

O CAR é autodeclaratório, explica Antônio Oviedo, e aceita cadastramento de áreas que estejam em sobreposição a territórios quilombolas e de povos tradicionais. “A lei determina que os governos ofereçam ferramentas para que os povos tradicionais façam seus cadastros e defendam seus direitos, mas isso não acontece”, aponta o engenheiro agrônomo.

“Um dos objetivos do Termômetro é dar transparência a esses dados e chamar atenção aos pontos sensíveis, para que o poder público possa agir. É preciso trabalhar com inteligência territorial para efetivar a legislação e evitar que os direitos humanos desses povos sejam afetados. Quando você traz transparência, você consegue identificar os pontos que precisam de avanço”, avalia.

As consultas

Os dados do Termômetro estão divididos entre informações sobre o território, conformidade com a Lei, governança estadual para implementação da Lei e andamento da regulamentação de instrumentos como o Programa de Regularização Ambiental (PRA) e o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE). É possível consultar os dados através de duas ferramentas: mapas e relatórios.

Nos mapas, as informações são disponibilizadas de forma geoespacializada, para acompanhamento em nível municipal, estadual e também o agregado das informações para o Brasil. Em cada território é possível selecionar o tema de interesse, identificando os pontos de avanço e as dificuldades de cada um.

Nos relatórios, é possível acompanhar os dados detalhados, trazendo os números e especificidades das informações disponibilizadas no mapa. As informações trazem abordagens quantitativas e qualitativas para as informações selecionadas.

Os dados usados para a criação da plataforma foram obtidos junto a 12 instituições públicas reconhecidas e que mapeiam a questão ambiental, entre as quais o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Sistema Florestal Brasileiro (SFB). As informações serão atualizadas conforme a disponibilização de novos dados nesses bancos.

Termômetro

Desde 2018, a rede do OCF vem desenvolvendo o Termômetro do Código Florestal, uma ferramenta com uma metodologia exclusiva que avalia a implementação da Lei de proteção da vegetação nativa do Brasil. A plataforma foi construída sob a liderança do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) com contribuições de um Comitê Técnico e Científico, formado por especialistas de instituições que fazem parte do Observatório.

Entre elas o Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG (CSR), o Instituto Centro de Vida (ICV), o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), o Instituto Socioambiental (ISA), o Instituto BVRio e a Amigos da Terra Amazônia Brasileira (AdT).

Com discussões periódicas, o Comitê está sempre aprimorando a metodologia utilizada, além de incorporar novos dados, conforme os avanços na implementação da Lei.

Serviço
Evento de lançamento do Termômetro do Código Florestal
Quando: 16 de dezembro de 2022
Horário: 10h
Participação: aberta ao público
Onde: canal do Observatório do Código Florestal no YouTube
Link: https://www.youtube.com/@observatorioflorestal

Foto: Lenise Ipiranga/Vida Amazônica

Ocean Conservancy Brasil e parceiros realizam ação mundial de limpeza de rios e praias em Manaus

Neste sábado (10/09), Manaus receberá a segunda edição do Internacional Costal Clean Up (ICC), também conhecido como Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias. O evento é a maior ação internacional envolvendo voluntários para a limpeza e conservação de rios e praias e faz parte de um programa de educação ambiental que mobiliza milhares de pessoas em todo o planeta, sendo realizado em mais de 150 países. O dia comemorativo é sempre no terceiro sábado de setembro, porém os eventos acontecem em várias cidades nos meses de setembro e outubro.

O mutirão de limpeza acontecerá no Parque das Tribos, no rio Tarumã-Açu, em uma extensão aproximada de 5 quilômetros, nas margens do rio, das 9h às 15 horas. A retirada do lixo será feita por aproximadamente 150 voluntários, divididos em grupos monitorados por coordenadores. A ação é organizada pela Ocean Conservancy, tendo como patrocinadores oficiais a L´Oréal para o Futuro e Garnier e os apoios do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), Comunidade Indígena Parque das Tribos, Escoteiros do Brasil, Voluntários Greenpeace, Ardagh Metal Packaging, GRI Gerenciamento de Resíduos Industriais, RKBC Turismo, Walker Driver e Menos Um Lixo.

De acordo com a coordenadora de Estado da Ocean Conservancy, Katia Kalinowski, todo o lixo coletado pelos voluntários será catalogado, pesado e fotografado antes de seguir para o Zero Aterro, onde serão incinerados em empresa especializada contratada pela GRI. Depois de compilados, esses dados serão enviados para o Centro de Conservação dos Oceanos (Ocean Conservancy) para análise estatística, que será encaminhada para a ONU, responsável pela Comissão Intergovernamental Oceanográfica (IOC). São os resultados mundiais dessas análises que permitem à IOC convencer os países a se tornarem signatários do “Marpol Treaty”, um tratado internacional de controle de poluição marinha.

“Nosso objetivo é, além de retirar da natureza os resíduos produzidos pelo homem, conscientizar sobre um grande problema do mundo moderno: o lixo no mar e vias fluviais”, explica Katia Kalinowski.

E acrescenta que todos os anos, 11 milhões de toneladas de plástico entram no oceano, além das estimadas 200 milhões de toneladas que circulam atualmente nos ambientes marinhos. Seja por sacos plásticos ou canudos plásticos, que se transformam em grandes quantidades de resíduos plásticos mal gerenciados que se espalham de economias em rápido crescimento, isso é como despejar um caminhão de lixo da cidade de Nova York cheio de plástico no oceano, a cada minuto de cada dia durante um ano inteiro! E esse plástico deve ter um impacto nos ecossistemas oceânicos.

De fato, prevê-se que a produção e o consumo de plástico dobrem nos próximos 10 anos. Isso significa que se nada for feito agora, aponta George Leonard, cientista chefe da Ocean Conservancy, poderá se enfrentar 300 milhões de toneladas de plásticos no oceano em menos de 10 anos. Não se pode ficar parado e observar os impactos dessa onda de plástico indo em direção de todos.

“O relógio está correndo; devemos enfrentar este desafio antes que os plásticos sobrecarreguem o oceano”, diz George Leonard.

A ação será realizada neste sábado (10/09), no Parque das Tribos – Rio Tarumã-Açu

Os organizadores destacam que o lixo é um problema humano. E isso significa que todos fazem parte da solução. E convidam para que todos se juntem ao evento para realizar a visão do grupo sobre oceanos livres de lixo.

Serviço

Dia Mundial de Limpeza de Rio e Praias
Data
: Sábado, 10 de setembro de 2022.
Horário: das 9 às 15 horas.
Local: Centro Cutural Mainuma, Rua Puranga, nº 59, Parque das Tribos. Tarumã-Açu. Manaus -AM
Organização: Ocean Conservancy / contato para mais informações: +598 96259589 / oceanconservancybrasil@gmail.com / Katia Kalinowski

Patrocinadores oficiais: L´Oréal Para o Futuro e Garnier

“Segredos do Putumayo” abre mostra Mês Amazônia: Presente, Passado e Futuro, no CineSesc em São Paulo

“Segredos do Putumayo”, documentário dirigido pelo amazonense Aurélio Michiles, estreia nos cinemas nesta quinta-feira (1º de setembro) e terá sessão especial no CineSesc, em São Paulo, dentro da programação do Mês Amazônia: Passado, Presente e Futuro.

Poster do filme “Segredos do Putumayo”, de Aurélio Michiles

Em parceria com o Consulado Geral da Irlanda no Brasil, a exibição do dia 1º de setembro, às 20h, será gratuita, seguida de debate aberto ao público e contará com a presença do ator Stephen Rea. O astro irlandês participou de sucessos como “V de Vingança”, “Entrevista com o Vampiro” e “Traídos pelo Desejo”, pelo qual foi indicado ao Oscar em 1993 na categoria “Melhor Ator”.

Em “Segredos do Putumayo” ele dá voz a Roger Casement, cônsul geral britânico no Rio de Janeiro e que foi incumbido por Londres de investigar os crimes cometidos contra os indígenas do Putumayo pela Peruvian Amazon Company, em 1910. Angus Mitchell, historiador e escritor do livro “O Diário de Roger Casement”, que inspirou o filme, também estará presente, junto com a ativista indígena Vanda Witoto.

Stephen Rea, ator que interpreta Roger Casement no filme “Segredos do Putumayo” (Foto: Associação Cultural Field Day)

O filme passou por diversos festivais importantes, como Hot Docs e Vancouver Intl Film Festival (Canada), Galway Film Fleadh e Foyle Film Festival (Irlanda), Rencontres du Cinema Latino-americain (França), AFI DOCS (EUA), Festival de Cine de Lima (Peru), entre outros.

Com produção de Patrick Leblanc e roteiro de Aurélio Michiles, Danilo Gullane e André Finotti, o documentário conta com a participação do historiador Angus Mitchell, do escritor Milton Hatoum e de importantes moradores dos quatro povos (Uitoto, Bora, Okaina e Muinames) habitantes de La Chorrera (Colômbia), que dão seu testemunho sobre os fatos acontecidos em seu território.

“Mais de um século depois dos acontecimentos trágicos vividos pelos povos indígenas do Putumayo, relacionados ao extrativismo da borracha, nos países amazônicos, ainda persiste uma insidiosa agressão contra os direitos humanos e contra aqueles que ousam defender os povos indígenas. Aqui no Brasil, de acordo com os órgãos responsáveis, até maio de 2022, 19 ativistas já foram assassinados. A Colômbia, onde aconteceu o massacre do Putumayo, relatado por Roger Casement em seu “Diário da Amazônia”, é hoje, o país que mais persegue ativistas dos direitos humanos. As lutas das comunidades amazônicas por direitos à autodeterminação e justiça básica perduram diante das ondas selvagens do desenvolvimento econômico e de uma intolerância cultural e racial crescente”, afirma Aurélio Michiles.

Crianças carregando fardos de borracha (Foto de R. Casement/1910)

“O documentário é filmado com uma inteligência, pertinência e sensibilidade raras. O filme é uma imersão naquilo que o colonialismo branco produziu de pior, e tem uma extraordinária força política. Ao mesmo tempo, carrega essa semente de resistência que é a mirada de Roger Casement. Que personagem único”, elogia o cineasta Walter Salles.

Sinopse

“Segredos de Putumayo” é um documentário que narra as investigações do ativista irlandês Roger Casement, então cônsul britânico no Brasil, sobre a escravização e o assassinato de milhares de indígenas que eram forçados a trabalhar na coleta de borracha. No filme, a voz de Casement é interpretada pelo ator Stephen Rea.

Luz Marina, do povo Uitoto, em cena do documentário “Segredos do Putumayo” (Foto: André Lorenz Michiles)

Ficha Técnica
Direção: Aurélio Michiles
Voz de Roger Casement: Stephen Rea (Participação Especial)
Roger Casement / ator: Dori Carvalho
Roteiro: Aurélio Michiles, Danilo Gullane e André Finotti
Direção de Fotografia: André Lorenz Michiles
Edição: André Finotti
Música Original: Alvise Migotto
Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Reis (ABC), Miriam Biderman (ABC)
Um filme Produzido por: Patrick Leblanc
Produção: 24 VPS Filmes
Duração: 83 min.

Serviço
Segredos do Putumayo – direção Aurélio Michiles
Sessão especial: 1º/09 – às 20h*
*Exibição seguida de debate. Grátis. Retirada de ingresso 1h antes na bilheteria.
CineSesc – Rua Augusta, 2075 – São Paulo

Artista visual amazonense Duhigó estreia autorretrato na exposição Histórias Brasileiras no MASP

A artista visual indígena amazonense, do povo Tukano, Duhigó, apresenta seu inédito autorretrato na exposição coletiva “Histórias Brasileiras”, em cartaz no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), em São Paulo. A mostra acontece por ocasião do bicentenário da independência do Brasil, aberta no dia 26 de agosto e segue até o dia 30 de outubro, ocupando o 1º andar e o 2º subsolo da instituição.

“Histórias Brasileiras” reúne cerca de 380 trabalhos – sendo 24 inéditos – de aproximadamente 250 artistas e coletivos, entre eles o de Duhigó, em acrílica sobre tela. As obras de arte da exposição contemplam diferentes mídias, suportes, tipologias, origens, regiões e períodos, organizados em oito núcleos temáticos: Bandeiras e Mapas, Paisagens e trópicos, Terra e território, Retomadas, Retratos, Rebeliões e revoltas, Mitos e ritos e Festas.

Nesse contexto, a perspectiva privilegiada não é tanto a da história da arte, mas a das histórias sociais ou políticas, íntimas ou privadas, dos costumes e do cotidiano, partindo da cultura visual e expressando um caráter mais polifônico e fragmentado, escapando de uma visão definitiva, canônica e totalizante. A obra de Duhigó é um autorretrato de 2 metros por 1,2 metro, em acrílica sobre tela e está sendo exposta ao lado de autorretratos de grandes nomes das artes, como Lina Bo Bardi, arquiteta criadora do MASP, Pietro Maria Bardi, um dos criadores do MASP, Tarsila do Amaral, Paulo Nazareth, Heitor dos Prazeres, José Pancetti, Maria Auxiliadora e a pintora macuxi Carmézia Emiliano.

Autorretrato da artista visual amazonense Duhigó est´á em exposição no MASP

A exposição tem direção curatorial de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Lilia Moritz Schwarcz, curadora convidada, e curadoria de Tomás Toledo, Clarissa Diniz e Sandra Benites, além de diversos curadores da instituição: Amanda Carneiro, curadora assistente, André Mesquita, curador, Fernando Oliva, curador, Glaucea Britto, curadora assistente, Guilherme Giufrida, curador assistente e Isabella Rjeille, curadora. Ao longo do período expositivo, todas as terças e quintas-feiras a entrada no Museu será gratuita.

A obra autorretrato de Duhigó poderá ser vista no 2º subsolo do Masp, onde se encontra o núcleo “Retratos”, com curadoria de Adriano Pedrosa e Lilia Moritz Schwarcz. Nele são justapostas representações de vozes não notabilizadas, como as indígenas, negras e ativistas, e retratos icônicos da história brasileira, através de autorretratos ou representações de figuras de poder de diferentes períodos. “A partir das dimensões identitárias contemporâneas, o núcleo pretende explorar a possibilidade de reler a tradição de uma forma mais viva e diversa”, afirmam os curadores.

Convidada do Espaço Priceless

Duhigó, representada pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, também é artista convidada pelo Mastercard para expor obra multissensorial no Espaço Priceless, composto pelo Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante, localizado no rooftop do Shopping Light, em São Paulo. Duhigó assina um painel no teto do restaurante composto em colaboração com a cenógrafa Patrícia Sobral que construíram uma obra de arte derivada de 6 obras de arte de Duhigó.

O Espaço Priceless abriu recentemente sua temporada Amazônia, com cardápio e decoração tematizada e inspirada na região. O novo menu, assinado por Onildo Rocha, conta com saberes compartilhados pelas chefs Clarinda Ramos, indígena do povo Sateré-Mawé, da Casa de Comida Indígena Biatüwi (Manaus) e Débora Shornik dos restaurantes Caxiri (Manaus) e Camu-Camu (Novo Airão).

Para Duhigó, que colaborou para criar o ambiente amazônico no Espaço Priceless, a alegria foi poder apresentar suas obras em um formato ainda não experimentado pela artista: do gigantismo.

Duhigó também expõe no Espaço Priceless Mastercard, na capital paulista

“Eu me senti flutuando quando eu vi o resultado de todas minhas obras no teto do restaurante. Essa sou eu! Essa é a arte de Duhigó. Nossas histórias, coisa indígenas do povo Tukano. Espero que quem for ao restaurante sinta o meu sentimento, a forma como faço arte. Eu gostei muito de trabalhar nesse projeto e como fui tratada, com muito respeito e em união com a equipe”, destaca Duhigó, artista visual indígena do povo Tukano.

O local aborda a cultura brasileira de forma multissensorial e é aberto ao público em geral, todos os dias. Ali, é possível encontrar amantes da alta gastronomia, pessoas que apreciam ambientes mais casuais e até mesmo quem só deseja observar São Paulo do alto de um dos prédios mais icônicos da região central. “Isso vai totalmente ao encontro de nossa essência, que é proporcionar momentos que não têm preço às pessoas, todos os dias”, afirma Sarah Buchwitz, vice-presidente de Marketing e Comunicação da Mastercard Brasil.

SP-Arte “Rotas Brasileiras”

Duhigó estreou no circuito de feiras de arte de São Paulo aceitando o convite da Aura Galeria em parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte, juntamente com o artista da técnica de marchetaria Dhiani Pa’saro, do povo Wanano. Eles apresentaram uma coleção de obras inspiradas em suas ancestralidades e elementos de representatividade do seu povo.

Ao todo, Duhigó expôs nove obras de arte na maior feira de arte do país, a SP-Arte Rotas Brasileiras, de 24 a 28 de agosto, na Arca, galpão de 9 mil metros quadrados localizado na Vila Leopoldina, em São Paulo.

Com foco em projetos selecionados, sejam eles solos ou coletivos, a feira busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a produção fotográfica e artística de todo o território nacional. Segundo Fernanda Feitosa, diretora da SP–Arte, “existe uma produção de altíssima qualidade que vem da Amazônia, do Vale do Jequitinhonha, de capitais e interiores em diferentes regiões às quais nem sempre temos acesso. Rotas Brasileiras é um convite a essa imersão”.

(Foto Espaço Priceless: Divulgação/Gilberto Bronko)

Serviço

Histórias Brasileiras – até 30 de outubro/22
Direção curatorial: Adriano Pedrosa, diretor artístico, Lilia Moritz Schwarcz, curadora convidada
Curadores: Amanda Carneiro, André Mesquita, Clarissa Diniz, Fernando Oliva, Glaucea Britto,
Guilherme Giufrida, Isabella Rjeille, Sandra Benites e Tomás Toledo
Masp — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Horários: terça e quinta grátis. Terça, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas

Espaço Priceless Mastercard
Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante – Nova Temporada Amazônia
Endereço: Rooftop do Shopping Light (acesso pelo estacionamento do shopping no subsolo) – R. Formosa, 157 – Centro, São Paulo.
Horário de Funcionamento:
Abaru Bar e Restaurante – (possui um Terraço sempre aberto – a depender das condições climáticas) – funciona no almoço, café da tarde e bar à noite.
De segunda-feira à quinta-feira, do meio-dia às 23h. Às sextas e sábados do meio-dia à meia-noite. Aos domingos do meio-dia às 16 horas. Capacidade – 120 pessoas (área externa e interna)
Notiê Restaurante – aberto para o jantar
De terça-feira a sábado das 19h às 23h. Capacidade – 50 pessoas.
Menu degustação e pratos à la carte.

Fotos: Divulgação/Gilberto Bronko e Divulgação/Manaus Amazônia Galeria de Arte

Arte dos povos indígenas do Rio Negro é destaque em São Paulo

Em 30 de abril, a arte dos povos indígenas do Rio Negro estará em evidência no evento “Indígena, ancestral e feminina: a arte do Rio Negro que é patrimônio do Brasil”. A ação será realizada na Bemglô (rua Oscar Freire, 1105, em São Paulo), espaço dedicado a produtos sustentáveis, que tem como sócios Gloria Pires, Orlando Morais e Betty Prado.

Programada para acontecer entre 11h e 17h, a iniciativa é promovida por Bemglô, Instituto Socioambiental (ISA), rede Origens Brasil® e Tucum.

O evento permitirá aos visitantes conhecer e adquirir produtos do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (conjunto de práticas e saberes milenares dos povos locais, reconhecido em 2010 como patrimônio imaterial do Brasil) e cerâmicas produzidas pelos povos Tukano e Baniwa. Parte de uma tradição milenar, as obras são feitas por mulheres e têm ligações profundas com a floresta e o sagrado.

Participantes podem apreciar a arte indígena, feminina e ancestral das cerâmicas Baniwa e Tukano (Fotos: Divulgação / Tucum Brasil)

As relações comerciais que levam as cerâmicas até os consumidores ocorrem no âmbito da rede Origens Brasil®, administrada pelo Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e composta por empresas, povos indígenas e populações tradicionais, instituições de apoio e organizações comunitárias, com o objetivo de promover negócios que contribuam com o bem-viver dos povos da floresta e a conservação da Amazônia. Tanto as empresas e organizações que participam do encontro são membros da rede Origens Brasil®.

O evento também será palco do pré-lançamento dos livros de bolso Cerâmica Tukano e Cerâmica Baniwa, realizados em parceria entre a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e o ISA, com apoio de União Europeia e Nia Tero.

Roda de conversa

Além disso, os participantes poderão acompanhar uma roda de conversas para abordar temas ligados à cultura e aos produtos da Amazônia, das 15h às 16h, com André Baniwa, Adriana Rodrigues, Amanda Santana e Patrícia Cota Gomes. André Baniwa é vice-presidente da Organização Indígena da Bacia do Içana (Oibi), liderança do povo Baniwa, além de empreendedor social e escritor.

A historiadora e pesquisadora dos temas política de patrimônio imaterial, sistema agrícola tradicional quilombola e tecnociência solidária, Adriana Rodrigues, atua como analista de pesquisa no Instituto Socioambiental (ISA) na área da economia da sociobiodiversidade e políticas públicas alimentares. Também participante da roda de conversa Amanda Santana é sócia-fundadora e diretora criativa da Tucum Brasil e atua como indigenista há 10 anos, auxiliando no desenvolvimento das cadeias produtivas do artesanato junto às comunidades e organizações indígenas do Brasil.

Patrícia Cota Gomes, engenheira florestal com mestrado em gestão de florestas tropicais, é gerente no Imaflora (onde atua há 21 anos) e na rede Origens Brasil®, também estará no encontro. Nos últimos anos, Patrícia tem trabalhado na articulação de pessoas e de soluções que ajudam a valorizar a Amazônia de pé e os povos da floresta.

Realizadores

A iniciativa é promovida por Bemglô, Instituto Socioambiental (ISA), rede Origens Brasil® e Tucum. A Bemglô é uma plataforma colaborativa, criada a partir da sociedade de Orlando Morais, Glória Pires e Betty Prado, que compartilha produtos que contam a história de quem faz, chamada carinhosamente de Rede do Bem. Uma Rede que conecta talentos, criatividade e saberes ancestrais, oferecendo produtos dentro da filosofia do Comércio Justo, nos segmentos de artesanato brasileiro, cosmética natural, design e moda consciente, além da gastronomia da floresta.

O Instituto Socioambiental (ISA), uma organização da sociedade civil brasileira, sem fins lucrativos, desde 1994, atua na proposição de soluções integradas para questões sociais e ambientais com foco central na defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos.

A rede Origens Brasil® surgiu em 2016, a partir de uma iniciativa entre produtores da floresta, o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e o ISA (Instituto Socioambiental). O Origens Brasil® é reconhecido e respeitado por seu fomento à economia local dos produtores da Amazônia.

E a Tucum, plataforma das Artes Indígenas do Brasil, desde 2013, integra o grupo de realizadores do evento. A Tucum apoia comunidades, artistas e iniciativas de mais de 50 povos indígenas na estruturação, logística, comunicação e comercialização de suas artes.

Serviço
Onde
: R. Oscar Freire, 1105 – Jardim Paulista, São Paulo – SP
Quando: 30 de abril, das 11h às 16h

Fotos: Divulgação / Tucum Brasil

Hora do Planeta é muito mais que apagar luzes, é restauração da natureza e conexão com o meio ambiente

Pela terceira vez consecutiva e ainda no contexto da pandemia, a Hora do Planeta – ação realizada pela Rede WWF – terá formato digital. É neste sábado, 26 de março, com programação a partir das 17h30, até chegar a Hora do Planeta, das 20h30 às 21h30 (horas de Brasília). Este ano, o tema é #ConstruaNossoFuturo.

A programação digital contará com a participação de convidados e temas do nosso dia a dia, incluindo debates, um jogo – ao vivo – de perguntas e respostas e peça de teatro criada com exclusividade para a ação.

As atividades da Hora do Planeta começaram mais cedo, nos dias 22 e 23 de março, com o Cinedebate Amazônia Criadora, mediado pela jornalista, cineasta e diretora-executiva da Negritar Filmes e Produções, Joyce Cursino.

O Cinedebate Amazônia Criadora deriva do edital Amazônia Criadora, lançado pelo WWF-Brasil para inspirar pessoas a contar as histórias dos modos de viver e crescer que promovem equilíbrio entre as pessoas e a natureza. Oito coletivos de comunicação da Amazônia foram apoiados para contarem histórias de uma Amazônia que não precisa ser desmatada para crescer.

Mesa Restauração de Ecossistemas

Às 17h30, com a participação de especialistas e pessoas que atuam no seu dia a dia com o processo de restauração, o debate visa apontar a construção de um presente e um futuro em harmonia com a natureza. Para isso, a mesa vai apresentar histórias reais de coletivos que se dedicam à restauração em suas regiões e discutir como os resultados influenciam não apenas o contexto local.

Participam do debate Marcelle Souza, da WWF-Brasil, como mediadora; Alice Pataxó, comunicadora e ativista indígena; Flávia Balderi, do projeto Copaíba; e Ana Rosa Cyrus, do Engajamundo.

Gameshow

Às 18h30, será hora de testar os conhecimentos sobre vários temas ambientais. E fazer parte de uma trama para descobrir os envolvidos numa conspiração misteriosa, que vai apontar os maiores desafios ambientais. É o jogo interativo que terá artistas participando do desafio e respondendo sobre temas socioambientais e os caminhos possíveis para superarmos os desafios ambientais da atualidade.

Participam do gameshow o humorista Bruno Motta, a historiadora e ativista Keilla Vila Flor, e a ativista indígena Tukimã Pataxó.

Peça de teatro

Às 19h, para fechar a terceira edição do Festival Digital, tem participação especial do Improclube, coletivo teatral de improviso que apresentará um espetáculo autoral e interativo. Inspirado na dinâmica do clássico jogo do detetive, a peça traz para o nosso cotidiano o debate ambiental e todas as conexões com a nossa vida, de uma maneira divertida e inovadora.

Apagar das luzes

Após o encerramento da programação, às 20h20, chega a Hora do Planeta, das 20h30 às 21h30. “É importante ressaltar que a Hora do Planeta é muito mais que apagar as luzes de residências, monumentos, fachadas e prédios históricos pelo mundo. A ação realizada desde 2007 tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de restaurar a natureza e a nossa conexão com o meio ambiente”, declara Gabriela Yamaguchi, diretora de Engajamento do WWF-Brasil.

“Nesta edição, estamos dando a voz para os jovens, os povos tradicionais, dos indígenas, das comunidades extrativistas e das populações mais fragilizadas – como as negras e periféricas, pois acreditamos que juntos podemos vencer os desafios e retrocessos ambientais do nosso país”, pontuou.

Monumentos participantes

No Brasil, entre alguns dos monumentos confirmados estão o Cristo Redentor (RJ), Chalé da Pedra (Quixadá – CE), Edifício Matarazzo (SP), Espaço UFMG do Conhecimento (MG), Fonte luminosa da Praça Ari Coelho (MS), as três sedes do Instituto Moreira Salles (RJ, SP e MG), Jardim da Prefeitura Municipal de Campo Grande (MS), MAC (RJ), Monumento aos Pioneiros (MS), Monumento de alusão ao relógio da 14 (MS), Monumento Maria Fumaça (MS), Museu das Minas e dos Metais (MG), Museu do Amanhã (RJ), Museu Histórico de Santa Catarina (SC), Obelisco (MS), Ponte Octávio Frias de Oliveira (SP), Praça Pantaneira (MS), Teatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ) e Viaduto do Chá (SP).

Movimento de base 

A Hora do Planeta é o principal movimento ambiental global da rede WWF. Nascida em Sydney em 2007, a Hora do Planeta cresceu e se tornou um dos maiores movimentos de base do mundo para o meio ambiente, inspirando indivíduos, comunidades, empresas e organizações em mais de 180 países e territórios a tomar ações ambientais tangíveis por mais de uma década.

Historicamente, a Hora do Planeta se concentrou na crise climática. Mas, recentemente, se esforçou para trazer à tona a questão premente da perda da natureza. O objetivo é criar um movimento imparável para a natureza, como aconteceu quando o mundo se uniu para enfrentar as mudanças climáticas.

A realização é do WWF-Brasil, ONG brasileira que há 25 anos atua coletivamente com parceiros da sociedade civil, academia, governos e empresas, em todo país, para combater a degradação socioambiental e defender a vida das pessoas e da natureza. Estamos conectados numa rede interdependente que busca soluções urgentes para a emergência climática. Conheça a ONG.

Arte: Divulgação/WWF Brasil