Desmatamento em terras públicas é um dos grandes desafios da Amazônia

A destinação de terras públicas é essencial para acabar com desmatamento na Amazônia. De acordo com Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), 51% do desmatamento na região nos últimos anos ocorreu em áreas que, em outras palavras, pertencem ao povo brasileiro. “Isso significa que estamos perdendo patrimônio público para entes privados e atividades ilegais”, explica Alencar.

Grande parte do problema acontece nas chamadas florestas públicas não destinadas (FPND) – ou seja, terras públicas que estão sob o domínio do governo estadual ou federal, e ainda não receberam uma destinação para se consolidar como unidade de conservação, terra indígena ou reserva extrativista, por exemplo. Pela Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei 11284/06), essas áreas devem ser voltadas para conservação ou uso sustentável de seus recursos, em especial pelas populações originárias e tradicionais.

A destinação de terras públicas é uma das soluções para o desmatamento a serem abordadas no novo ciclo do Amazoniar, que se propõe a conectar a juventude com especialistas do Ipam, para encontrar formas de mobilização coletiva pela conservação do bioma. Ao longo dos meses de janeiro e fevereiro, a iniciativa lançará vídeos dos diálogos sobre propostas para acabar com o desmatamento.

Ipam inicia novo ciclo do Amazoniar sobre soluções para o desmatamento com diálogo sobre florestas públicas não destinadas. Confira o primeiro vídeo da série !

Amazônia, terra de todos

Segundo Alencar, o desmatamento em terras públicas é um reflexo do enfraquecimento de instituições governamentais em diversos níveis, principalmente em relação à fiscalização de atividades ilegais. A grilagem, nome dado à apropriação ilegal de terras, está diretamente associada aos recordes de desmatamento que o Brasil vem batendo nos últimos anos.

Análises do Ipam mostram que, até o fim de 2020, mais de 14 milhões de hectares das FPND, equivalente a 29% da área total, estavam registrados ilegalmente como propriedade particular no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (CAR). Como o CAR é autodeclaratório, grileiros desenham no sistema supostos imóveis rurais nessas áreas, para simular um direito sobre a terra que eles não têm.

“Quando um grileiro ocupa uma terra pública, apostando que essa área pode vir a ser reconhecida como dele no futuro, ele está arriscando e investindo dinheiro para desmatar. Isso não é barato. No entanto, atualmente esse risco é muito pequeno diante da falta de fiscalização nessas áreas públicas”, alerta a cientista.

Em meio à necessidade de acabar com o desmatamento, para cumprir com o compromisso global de reduzir emissões de gases de efeito estufa e mitigar as mudanças climáticas, Alencar ressalta que nunca foi tão urgente ressignificar o termo “terra de ninguém”, frequentemente usado para fazer referência às FPND. “É preciso que fique claro que as terras públicas brasileiras pertencem ao Brasil, e não a pessoas específicas.”

Sobre o Amazoniar

O Amazoniar é uma iniciativa do Ipam para promover um diálogo global sobre a Amazônia e sua importância para as relações do Brasil com o mundo. Nos ciclos anteriores, foram organizados diálogos sobre as relações comerciais entre Brasil e Europa; o papel dos povos indígenas no desenvolvimento sustentável da região e sua contribuição para a ciência e a cultura; e o engajamento da juventude pela floresta e seus povos nas eleições de 2022.

Com a proposta de levar a Amazônia para além de suas fronteiras, o Amazoniar já realizou projetos especiais, como um concurso de fotografia, cujas obras selecionadas foram expostas nas ruas de Glasgow, na Escócia, durante a COP 26; uma série de curtas que compôs a exposição “Fruturos – Amazônia do Amanhã”, do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro; além de uma publicação com informações-chave para que todos possam compreender melhor o atual contexto amazônico e algumas das possíveis soluções para seu desenvolvimento sustentável.

Série de curtas que compôs a exposição “Fruturos – Amazônia do Amanhã”, do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro

Foto: Freepik

“Segredos do Putumayo” abre mostra Mês Amazônia: Presente, Passado e Futuro, no CineSesc em São Paulo

“Segredos do Putumayo”, documentário dirigido pelo amazonense Aurélio Michiles, estreia nos cinemas nesta quinta-feira (1º de setembro) e terá sessão especial no CineSesc, em São Paulo, dentro da programação do Mês Amazônia: Passado, Presente e Futuro.

Poster do filme “Segredos do Putumayo”, de Aurélio Michiles

Em parceria com o Consulado Geral da Irlanda no Brasil, a exibição do dia 1º de setembro, às 20h, será gratuita, seguida de debate aberto ao público e contará com a presença do ator Stephen Rea. O astro irlandês participou de sucessos como “V de Vingança”, “Entrevista com o Vampiro” e “Traídos pelo Desejo”, pelo qual foi indicado ao Oscar em 1993 na categoria “Melhor Ator”.

Em “Segredos do Putumayo” ele dá voz a Roger Casement, cônsul geral britânico no Rio de Janeiro e que foi incumbido por Londres de investigar os crimes cometidos contra os indígenas do Putumayo pela Peruvian Amazon Company, em 1910. Angus Mitchell, historiador e escritor do livro “O Diário de Roger Casement”, que inspirou o filme, também estará presente, junto com a ativista indígena Vanda Witoto.

Stephen Rea, ator que interpreta Roger Casement no filme “Segredos do Putumayo” (Foto: Associação Cultural Field Day)

O filme passou por diversos festivais importantes, como Hot Docs e Vancouver Intl Film Festival (Canada), Galway Film Fleadh e Foyle Film Festival (Irlanda), Rencontres du Cinema Latino-americain (França), AFI DOCS (EUA), Festival de Cine de Lima (Peru), entre outros.

Com produção de Patrick Leblanc e roteiro de Aurélio Michiles, Danilo Gullane e André Finotti, o documentário conta com a participação do historiador Angus Mitchell, do escritor Milton Hatoum e de importantes moradores dos quatro povos (Uitoto, Bora, Okaina e Muinames) habitantes de La Chorrera (Colômbia), que dão seu testemunho sobre os fatos acontecidos em seu território.

“Mais de um século depois dos acontecimentos trágicos vividos pelos povos indígenas do Putumayo, relacionados ao extrativismo da borracha, nos países amazônicos, ainda persiste uma insidiosa agressão contra os direitos humanos e contra aqueles que ousam defender os povos indígenas. Aqui no Brasil, de acordo com os órgãos responsáveis, até maio de 2022, 19 ativistas já foram assassinados. A Colômbia, onde aconteceu o massacre do Putumayo, relatado por Roger Casement em seu “Diário da Amazônia”, é hoje, o país que mais persegue ativistas dos direitos humanos. As lutas das comunidades amazônicas por direitos à autodeterminação e justiça básica perduram diante das ondas selvagens do desenvolvimento econômico e de uma intolerância cultural e racial crescente”, afirma Aurélio Michiles.

Crianças carregando fardos de borracha (Foto de R. Casement/1910)

“O documentário é filmado com uma inteligência, pertinência e sensibilidade raras. O filme é uma imersão naquilo que o colonialismo branco produziu de pior, e tem uma extraordinária força política. Ao mesmo tempo, carrega essa semente de resistência que é a mirada de Roger Casement. Que personagem único”, elogia o cineasta Walter Salles.

Sinopse

“Segredos de Putumayo” é um documentário que narra as investigações do ativista irlandês Roger Casement, então cônsul britânico no Brasil, sobre a escravização e o assassinato de milhares de indígenas que eram forçados a trabalhar na coleta de borracha. No filme, a voz de Casement é interpretada pelo ator Stephen Rea.

Luz Marina, do povo Uitoto, em cena do documentário “Segredos do Putumayo” (Foto: André Lorenz Michiles)

Ficha Técnica
Direção: Aurélio Michiles
Voz de Roger Casement: Stephen Rea (Participação Especial)
Roger Casement / ator: Dori Carvalho
Roteiro: Aurélio Michiles, Danilo Gullane e André Finotti
Direção de Fotografia: André Lorenz Michiles
Edição: André Finotti
Música Original: Alvise Migotto
Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Reis (ABC), Miriam Biderman (ABC)
Um filme Produzido por: Patrick Leblanc
Produção: 24 VPS Filmes
Duração: 83 min.

Serviço
Segredos do Putumayo – direção Aurélio Michiles
Sessão especial: 1º/09 – às 20h*
*Exibição seguida de debate. Grátis. Retirada de ingresso 1h antes na bilheteria.
CineSesc – Rua Augusta, 2075 – São Paulo

Artista visual amazonense Duhigó estreia autorretrato na exposição Histórias Brasileiras no MASP

A artista visual indígena amazonense, do povo Tukano, Duhigó, apresenta seu inédito autorretrato na exposição coletiva “Histórias Brasileiras”, em cartaz no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), em São Paulo. A mostra acontece por ocasião do bicentenário da independência do Brasil, aberta no dia 26 de agosto e segue até o dia 30 de outubro, ocupando o 1º andar e o 2º subsolo da instituição.

“Histórias Brasileiras” reúne cerca de 380 trabalhos – sendo 24 inéditos – de aproximadamente 250 artistas e coletivos, entre eles o de Duhigó, em acrílica sobre tela. As obras de arte da exposição contemplam diferentes mídias, suportes, tipologias, origens, regiões e períodos, organizados em oito núcleos temáticos: Bandeiras e Mapas, Paisagens e trópicos, Terra e território, Retomadas, Retratos, Rebeliões e revoltas, Mitos e ritos e Festas.

Nesse contexto, a perspectiva privilegiada não é tanto a da história da arte, mas a das histórias sociais ou políticas, íntimas ou privadas, dos costumes e do cotidiano, partindo da cultura visual e expressando um caráter mais polifônico e fragmentado, escapando de uma visão definitiva, canônica e totalizante. A obra de Duhigó é um autorretrato de 2 metros por 1,2 metro, em acrílica sobre tela e está sendo exposta ao lado de autorretratos de grandes nomes das artes, como Lina Bo Bardi, arquiteta criadora do MASP, Pietro Maria Bardi, um dos criadores do MASP, Tarsila do Amaral, Paulo Nazareth, Heitor dos Prazeres, José Pancetti, Maria Auxiliadora e a pintora macuxi Carmézia Emiliano.

Autorretrato da artista visual amazonense Duhigó est´á em exposição no MASP

A exposição tem direção curatorial de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Lilia Moritz Schwarcz, curadora convidada, e curadoria de Tomás Toledo, Clarissa Diniz e Sandra Benites, além de diversos curadores da instituição: Amanda Carneiro, curadora assistente, André Mesquita, curador, Fernando Oliva, curador, Glaucea Britto, curadora assistente, Guilherme Giufrida, curador assistente e Isabella Rjeille, curadora. Ao longo do período expositivo, todas as terças e quintas-feiras a entrada no Museu será gratuita.

A obra autorretrato de Duhigó poderá ser vista no 2º subsolo do Masp, onde se encontra o núcleo “Retratos”, com curadoria de Adriano Pedrosa e Lilia Moritz Schwarcz. Nele são justapostas representações de vozes não notabilizadas, como as indígenas, negras e ativistas, e retratos icônicos da história brasileira, através de autorretratos ou representações de figuras de poder de diferentes períodos. “A partir das dimensões identitárias contemporâneas, o núcleo pretende explorar a possibilidade de reler a tradição de uma forma mais viva e diversa”, afirmam os curadores.

Convidada do Espaço Priceless

Duhigó, representada pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, também é artista convidada pelo Mastercard para expor obra multissensorial no Espaço Priceless, composto pelo Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante, localizado no rooftop do Shopping Light, em São Paulo. Duhigó assina um painel no teto do restaurante composto em colaboração com a cenógrafa Patrícia Sobral que construíram uma obra de arte derivada de 6 obras de arte de Duhigó.

O Espaço Priceless abriu recentemente sua temporada Amazônia, com cardápio e decoração tematizada e inspirada na região. O novo menu, assinado por Onildo Rocha, conta com saberes compartilhados pelas chefs Clarinda Ramos, indígena do povo Sateré-Mawé, da Casa de Comida Indígena Biatüwi (Manaus) e Débora Shornik dos restaurantes Caxiri (Manaus) e Camu-Camu (Novo Airão).

Para Duhigó, que colaborou para criar o ambiente amazônico no Espaço Priceless, a alegria foi poder apresentar suas obras em um formato ainda não experimentado pela artista: do gigantismo.

Duhigó também expõe no Espaço Priceless Mastercard, na capital paulista

“Eu me senti flutuando quando eu vi o resultado de todas minhas obras no teto do restaurante. Essa sou eu! Essa é a arte de Duhigó. Nossas histórias, coisa indígenas do povo Tukano. Espero que quem for ao restaurante sinta o meu sentimento, a forma como faço arte. Eu gostei muito de trabalhar nesse projeto e como fui tratada, com muito respeito e em união com a equipe”, destaca Duhigó, artista visual indígena do povo Tukano.

O local aborda a cultura brasileira de forma multissensorial e é aberto ao público em geral, todos os dias. Ali, é possível encontrar amantes da alta gastronomia, pessoas que apreciam ambientes mais casuais e até mesmo quem só deseja observar São Paulo do alto de um dos prédios mais icônicos da região central. “Isso vai totalmente ao encontro de nossa essência, que é proporcionar momentos que não têm preço às pessoas, todos os dias”, afirma Sarah Buchwitz, vice-presidente de Marketing e Comunicação da Mastercard Brasil.

SP-Arte “Rotas Brasileiras”

Duhigó estreou no circuito de feiras de arte de São Paulo aceitando o convite da Aura Galeria em parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte, juntamente com o artista da técnica de marchetaria Dhiani Pa’saro, do povo Wanano. Eles apresentaram uma coleção de obras inspiradas em suas ancestralidades e elementos de representatividade do seu povo.

Ao todo, Duhigó expôs nove obras de arte na maior feira de arte do país, a SP-Arte Rotas Brasileiras, de 24 a 28 de agosto, na Arca, galpão de 9 mil metros quadrados localizado na Vila Leopoldina, em São Paulo.

Com foco em projetos selecionados, sejam eles solos ou coletivos, a feira busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a produção fotográfica e artística de todo o território nacional. Segundo Fernanda Feitosa, diretora da SP–Arte, “existe uma produção de altíssima qualidade que vem da Amazônia, do Vale do Jequitinhonha, de capitais e interiores em diferentes regiões às quais nem sempre temos acesso. Rotas Brasileiras é um convite a essa imersão”.

(Foto Espaço Priceless: Divulgação/Gilberto Bronko)

Serviço

Histórias Brasileiras – até 30 de outubro/22
Direção curatorial: Adriano Pedrosa, diretor artístico, Lilia Moritz Schwarcz, curadora convidada
Curadores: Amanda Carneiro, André Mesquita, Clarissa Diniz, Fernando Oliva, Glaucea Britto,
Guilherme Giufrida, Isabella Rjeille, Sandra Benites e Tomás Toledo
Masp — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Horários: terça e quinta grátis. Terça, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas

Espaço Priceless Mastercard
Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante – Nova Temporada Amazônia
Endereço: Rooftop do Shopping Light (acesso pelo estacionamento do shopping no subsolo) – R. Formosa, 157 – Centro, São Paulo.
Horário de Funcionamento:
Abaru Bar e Restaurante – (possui um Terraço sempre aberto – a depender das condições climáticas) – funciona no almoço, café da tarde e bar à noite.
De segunda-feira à quinta-feira, do meio-dia às 23h. Às sextas e sábados do meio-dia à meia-noite. Aos domingos do meio-dia às 16 horas. Capacidade – 120 pessoas (área externa e interna)
Notiê Restaurante – aberto para o jantar
De terça-feira a sábado das 19h às 23h. Capacidade – 50 pessoas.
Menu degustação e pratos à la carte.

Fotos: Divulgação/Gilberto Bronko e Divulgação/Manaus Amazônia Galeria de Arte

Amazônia inspira Mastercard em vivência gastronômica e sensorial no Espaço Priceless

Saberes compartilhados pelas chefs Clarinda Ramos, indígena do povo Sateré-Mawé, da Casa de Comida Indígena Biatüwi (Manaus) e Débora Shornik dos restaurantes Caxiri (Manaus) e Camu-Camu (Novo Airão), com novo menu assinado por Onildo Rocha, além de obras da artista visual indígena do povo Tukano, Duhigó, representada pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, são as atrações do Espaço Priceless, composto pelo Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante, localizado no rooftop do Shopping Light, agora faz reverência à Amazônia.

O Espaço da Mastercard, no centro da capital paulista, propõe experiências multissensoriais ligadas à cultura e tecnologia, pensadas a partir de expedições e pesquisas em estados da Amazônia.

Para encantar os cinco sentidos, Notiê Restaurante e o Abaru Bar e Restaurante lançam menu, bebidas e websérie inspirados na região, com novo cardápio de Onildo Rocha e ambientação concebidos junto a chefs e artistas da Amazônia (Foto: Divulgação/Gilberto Bronko)

Durante os últimos meses, a equipe de embaixadores do Espaço Priceless – formada pelo chef Onildo Rocha, Junior Bottura, especialista em cervejas, Ale D’Agostiem no, mixologista, e Boram Um, barista – realizou viagens até os estados do Amazonas, Pará e Rondônia para estudar a culinária e a cultura da região amazônica.

“As expedições têm um papel muito importante. É a partir delas que aprofundamos nosso contato com o lugar, descobrimos novos ingredientes, a forma de usá-los e seu valor. Para onde se olha existe vida, cores, texturas e sabores. Porém, o mais importante é estar com os pequenos produtores, chefs, cozinheiros e com a comunidade da região, para conhecer, respeitar e nos encantar ainda mais com as histórias e saberes de quem estaremos representando, o que traz uma verdade singular para essa nova fase do Priceless”, comenta Rocha.

A vice-presidente de Marketing e Comunicação da Mastercard Brasil, Sarah Buchwitz, ressalta que a Mastercard é uma aliada atuante da proteção e da regeneração da Amazônia já há algum tempo.

“Fundamos a plataforma Coalizão Planeta Priceless, que une os esforços de comerciantes, bancos, cidades e consumidores para agir sobre a crise climática. Nos orgulha muito poder representar a Amazônia e as mulheres amazônicas no Espaço Priceless, além de termos a chance de ajudar a provocar reflexões importantíssimas sobre esse bioma essencial ao nosso planeta”, declara.

O local aborda a cultura brasileira de forma multissensorial e é aberto ao público em geral, todos os dias. Ali, é possível encontrar amantes da alta gastronomia, pessoas que apreciam ambientes mais casuais e até mesmo quem só deseja observar São Paulo do alto de um dos prédios mais icônicos da região central. “Isso vai totalmente ao encontro de nossa essência, que é proporcionar momentos que não têm preço às pessoas, todos os dias”, acrescenta Buchwitz.

Nesse novo momento, o restaurante Notiê, que compõe o Espaço e é focado em alta gastronomia, apresenta os tradicionais menus degustação de 5 tempos, com a mandioca como principal ingrediente, o de 10 tempos, um menu autoral que contará a história dos povos amazônicos nacionais e trará referências da Amazônia boliviana, colombiana, equatoriana e peruana, e pratos à la carte – mais uma novidade que chega junto com a nova temporada.

A artista Duhigó com o Chef Onildo Rocha e com as chefs do Amazonas Clarinda Ramos e Débora Shornika e a cenógrafa Patrícia Sobral

E o Abaru, bar e restaurante, com uma proposta mais descontraída para o dia a dia, manterá alguns dos pratos da temporada Sertões, além de incluir receitas inspiradas na Amazônia. Todos os ingredientes da região amazônica são de procedência conhecida e selecionados desde o plantio.

Além das novidades gastronômicas, o Espaço também apresenta nova carta de drinks elaborados por Ale D’Agostino, um café escolhido por Boram Um e uma cerveja colaborativa pensada pelos chefs, Onildo, Clarinda e Débora e pelo especialista em cervejas, Junior Bottura, todos inspirados em ingredientes amazônicos.

Arte visual

Para encher os olhos dos clientes, a identidade visual e as peças gráficas para a temporada foram especialmente desenvolvidas pela Greco Design, com ilustrações do artista Carmelio.

Quem passar pelo Notiê poderá contemplar no teto o novo painel da temporada, intitulado “A Mitologia de Duhigó, a Mulher que Sonha”, representando a essência Amazônica. O painel é composto por obras de arte do acervo da artista e de originais produzidas especialmente para a composição. Duhigó é a primeira artista visual indígena do Amazonas a fazer parte do acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). A composição e seleção das obras foi feita pela cenógrafa Patricia Sobral.

Websérie

Para conectar os consumidores do Priceless às transformações no ambiente e no cardápio, a Mastercard também lançará, em breve, nas redes sociais das marcas, uma nova websérie, agora sobre a Amazônia, apresentando detalhes da expedição e das histórias que inspiraram os embaixadores.

“Desde o início do projeto, nosso sonho foi poder representar a brasilidade de uma maneira imersiva, conectando os biomas e as histórias das pessoas. Foi daí que surgiu a ideia de sempre renovar o menu e o espaço, oferecendo experiências que encantem os cinco sentidos de nossos clientes, todos os dias”, explica Edemilson Morais, sócio-diretor da Bem São Paulo e um dos responsáveis pelo projeto.

Clientes Mastercard Platinum e Black têm 10% de desconto e isenção de rolha nos restaurantes do Espaço Priceless. Além disso, todos os portadores de cartão Mastercard poderão participar de experiências exclusivas de gastronomia, arte, música e esportes por meio da plataforma global Priceless.

Serviço
Espaço Priceless Mastercard – Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante – Nova Temporada Amazônia
Endereço: Rooftop do Shopping Light (acesso pelo estacionamento do shopping no subsolo) – R. Formosa, 157 – Centro, São Paulo.

Horário de Funcionamento:
Abaru Bar e Restaurante – (possui um Terraço sempre aberto – a depender das condições climáticas) – funciona no almoço, café da tarde e bar à noite.
De segunda-feira à quinta-feira, do meio-dia às 23h. Às sextas e sábados do meio-dia à meia-noite. Aos domingos do meio-dia às 16 horas. Capacidade – 120 pessoas (área externa e interna)
Notiê Restaurante – aberto para o jantar
De terça-feira a sábado das 19h às 23h. Capacidade – 50 pessoas.
Menu degustação e pratos à la carte.

Formas de pagamento: dinheiro e todos os cartões de crédito e débito.
Clientes Mastercard Black e Platinum têm 10% de desconto e isenção de rolha.
Reserva não é obrigatória, mas pode ser feita pelo site.
Telefone: (11) 2853-0373
Whatsapp bussiness (11) 2853-0373

Fotos: Divulgação/Gilberto Bronko e Divulgação/Manaus Amazônia Galeria de Arte

Filme Sete Cores da Amazônia deve ser apresentado em festivais internacionais

Com a casa cheia, a pré-estreia do filme Sete Cores da Amazônia foi um sucesso. Em uma cerimônia intimista, o longa de 1h24m foi ovacionado pelo público presente no Cine Teatro Guarany, no Centro de Manaus. Os próximos passos da produção do longa é exibi-lo em festivais nacionais e internacionais e disponibilizá-lo para o público amazonense.

“Das produções que eu já fiz, essa foi a mais emocionante porque faz parte da minha história. É um legado que eu vou deixar”, comemorou a atriz Peta Catão, de 75 anos, que interpreta a avó Ceucy. Assim como a personagem, Peta tem raiz indígena, é natural de Fonte Boa (a 678 quilômetros de Manaus), morou no interior antes de se mudar para Manaus.

Na história, a protagonista Sarah deixa sua casa na periferia do bairro Educandos, em Manaus, para visitar a avó doente no interior do Amazonas. Lá, Ceucy ensina a menina a descobrir um novo mundo, ainda desconhecido, sobre suas raízes indígenas.

“A cena mais desafiadora foi uma que gravamos bem no meio do mato. Era de noite, foi muito cansativo, mas consegui. É uma experiência nova para mim. A Amazônia tem muita coisa nova e merece ser visitada”, relata Maria Zen, que dá a vida a Sarah. A atriz mirim de dez anos atua desde 2018, iniciando no teatro até chegar no desafio de ser a protagonista do longa-metragem.

O filme Sete Cores da Amazônia tem direção de Ana Lígia Pimentel. É baseada na história em quadrinhos (HQ) do escritor e ilustrador amazonense Ademar Vieira e do, também, ilustrador Tieê Santos.

Fotos: Divulgação

Fotógrafo Célio Said lança publicação de luxo sobre a magnitude do folclore dos bumbás Caprichoso e Garantido

Deslumbrante e grandioso como o próprio Festival Folclórico de Parintins, o livro do fotógrafo amazonense Célio Said apresenta a genialidade da arte e do talento dos artistas parintinenses, autores dos espetáculos dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido, reconhecidos como Patrimônio Cultural brasileiro e protagonistas da maior expressão folclórica da região Norte do país.

Em seu livro – uma arena de 40 x 30 centímetros -, o fotógrafo Célio Said retrata três noites de espetáculos apresentados no Centro Cultural de Parintins, o Bumbodrómo, no mês de junho, com a tradicional brincadeira de boi-bumbá enriquecida pelas lendas e rituais indígenas, de danças e toadas, apresentadas pelos grupos artísticos dos bumbás Caprichoso e Garantido na arena do Bumbódromo.

“Para além da minha vocação artística, fotografar e divulgar o nosso folclore amazônico é minha contribuição pessoal e profissional para a preservação e reconhecimento das nossas origens, dos nossos povos originários, dos povos da floresta, do caboclo ribeirinho”, afirma Said.

O fotógrafo destaca que a publicação “Parintins – Festival Folclórico”, em padrão gráfico internacional de luxo, no formato Table Book, com traduções em inglês e espanhol, é uma exposição a altura da magnitude do espetáculo encenado a céu aberto no meio da Amazônia, para divulgação do estado e da região entre autoridades, segmentos turístico e cultural, nacionais e internacionais.

“Mostrar o folclore, as pessoas e a cidade de Parintins, uma ilha à margem direita do rio Amazonas, com características típicas da região amazônica, além de valorizar a cultura, atrai o olhar de turistas do mundo inteiro e incentiva o trabalho dessas pessoas tão talentosas”, avalia o fotógrafo.

Com proposta de uma experiência de imersão na cidade e no festival, o livro traz ainda um código QR para acessar o ritmo original dos bumbás de Parintins, com as toadas de sucesso dos dois bois-bumbás.

A arte

Para o fotógrafo Célio Said, o Festival Folclórico de Parintins é um verdadeiro set para quem capta recursos da luz de cinema para a arte da fotografia.

“Nas apresentações no Bumbódromo, a sensação é de que os espíritos dos grandes deuses das artes plásticas como Da Vinci e sua luz universal, Caravaggio e suas profundidades escuras, Georges de La Tour e suas luzes noturnas, Rembrandt e sua luz dramática e, até mesmo, o impressionismo de Monet se fazem presentes no resultado final da genialidade do caboclo parintinense e sua arte universal”, revela Célio Said, na apresentação de seu livro.

O Livro

A publicação do livro “Parintins – Festival Folclórico” tem patrocínio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

As cores, as luzes, a arte cênica do folclore de Caprichoso e Garantido estão dispostos em 200 páginas com enobrecimento gráfico de alta qualidade, impressas em um dos melhores parques gráficos da América Latina, a Ipsis Gráfica e Editora. E traz ainda um código QR de acesso às toadas mais conhecidas das duas agremiações folclóricas.

As fotografias concebidas para o livro foram realizadas nas edições de 2018 e 2019 do Festival Folclórico de Parintins. “E o resultado foi baseado na exposição e no despertar do mundo para esta experiência única e aqui transferível através da ‘Gravação da Luz’. Porque eu vejo Arte por toda pArte!”, define o autor.

O autor

Célio Said é fotógrafo artístico, brasileiro, natural de Manaus-Amazonas. Atuante na profissão há 35 anos, com formação em cinema e fotografia pela FAAP-SP e Panamericana de Arte – SP. É diretor artístico e editor de projetos autorais ligados à divulgação da Cultura, Educação, Turismo e Belezas naturais da Amazônia para o mundo. Possui trabalhos realizados na Europa, América Central e é editor exclusivo dos projetos e campanhas publicitárias de Curaçao – Caribe, no Brasil.

Fotos: Divulgação

Hora do Planeta é muito mais que apagar luzes, é restauração da natureza e conexão com o meio ambiente

Pela terceira vez consecutiva e ainda no contexto da pandemia, a Hora do Planeta – ação realizada pela Rede WWF – terá formato digital. É neste sábado, 26 de março, com programação a partir das 17h30, até chegar a Hora do Planeta, das 20h30 às 21h30 (horas de Brasília). Este ano, o tema é #ConstruaNossoFuturo.

A programação digital contará com a participação de convidados e temas do nosso dia a dia, incluindo debates, um jogo – ao vivo – de perguntas e respostas e peça de teatro criada com exclusividade para a ação.

As atividades da Hora do Planeta começaram mais cedo, nos dias 22 e 23 de março, com o Cinedebate Amazônia Criadora, mediado pela jornalista, cineasta e diretora-executiva da Negritar Filmes e Produções, Joyce Cursino.

O Cinedebate Amazônia Criadora deriva do edital Amazônia Criadora, lançado pelo WWF-Brasil para inspirar pessoas a contar as histórias dos modos de viver e crescer que promovem equilíbrio entre as pessoas e a natureza. Oito coletivos de comunicação da Amazônia foram apoiados para contarem histórias de uma Amazônia que não precisa ser desmatada para crescer.

Mesa Restauração de Ecossistemas

Às 17h30, com a participação de especialistas e pessoas que atuam no seu dia a dia com o processo de restauração, o debate visa apontar a construção de um presente e um futuro em harmonia com a natureza. Para isso, a mesa vai apresentar histórias reais de coletivos que se dedicam à restauração em suas regiões e discutir como os resultados influenciam não apenas o contexto local.

Participam do debate Marcelle Souza, da WWF-Brasil, como mediadora; Alice Pataxó, comunicadora e ativista indígena; Flávia Balderi, do projeto Copaíba; e Ana Rosa Cyrus, do Engajamundo.

Gameshow

Às 18h30, será hora de testar os conhecimentos sobre vários temas ambientais. E fazer parte de uma trama para descobrir os envolvidos numa conspiração misteriosa, que vai apontar os maiores desafios ambientais. É o jogo interativo que terá artistas participando do desafio e respondendo sobre temas socioambientais e os caminhos possíveis para superarmos os desafios ambientais da atualidade.

Participam do gameshow o humorista Bruno Motta, a historiadora e ativista Keilla Vila Flor, e a ativista indígena Tukimã Pataxó.

Peça de teatro

Às 19h, para fechar a terceira edição do Festival Digital, tem participação especial do Improclube, coletivo teatral de improviso que apresentará um espetáculo autoral e interativo. Inspirado na dinâmica do clássico jogo do detetive, a peça traz para o nosso cotidiano o debate ambiental e todas as conexões com a nossa vida, de uma maneira divertida e inovadora.

Apagar das luzes

Após o encerramento da programação, às 20h20, chega a Hora do Planeta, das 20h30 às 21h30. “É importante ressaltar que a Hora do Planeta é muito mais que apagar as luzes de residências, monumentos, fachadas e prédios históricos pelo mundo. A ação realizada desde 2007 tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de restaurar a natureza e a nossa conexão com o meio ambiente”, declara Gabriela Yamaguchi, diretora de Engajamento do WWF-Brasil.

“Nesta edição, estamos dando a voz para os jovens, os povos tradicionais, dos indígenas, das comunidades extrativistas e das populações mais fragilizadas – como as negras e periféricas, pois acreditamos que juntos podemos vencer os desafios e retrocessos ambientais do nosso país”, pontuou.

Monumentos participantes

No Brasil, entre alguns dos monumentos confirmados estão o Cristo Redentor (RJ), Chalé da Pedra (Quixadá – CE), Edifício Matarazzo (SP), Espaço UFMG do Conhecimento (MG), Fonte luminosa da Praça Ari Coelho (MS), as três sedes do Instituto Moreira Salles (RJ, SP e MG), Jardim da Prefeitura Municipal de Campo Grande (MS), MAC (RJ), Monumento aos Pioneiros (MS), Monumento de alusão ao relógio da 14 (MS), Monumento Maria Fumaça (MS), Museu das Minas e dos Metais (MG), Museu do Amanhã (RJ), Museu Histórico de Santa Catarina (SC), Obelisco (MS), Ponte Octávio Frias de Oliveira (SP), Praça Pantaneira (MS), Teatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ) e Viaduto do Chá (SP).

Movimento de base 

A Hora do Planeta é o principal movimento ambiental global da rede WWF. Nascida em Sydney em 2007, a Hora do Planeta cresceu e se tornou um dos maiores movimentos de base do mundo para o meio ambiente, inspirando indivíduos, comunidades, empresas e organizações em mais de 180 países e territórios a tomar ações ambientais tangíveis por mais de uma década.

Historicamente, a Hora do Planeta se concentrou na crise climática. Mas, recentemente, se esforçou para trazer à tona a questão premente da perda da natureza. O objetivo é criar um movimento imparável para a natureza, como aconteceu quando o mundo se uniu para enfrentar as mudanças climáticas.

A realização é do WWF-Brasil, ONG brasileira que há 25 anos atua coletivamente com parceiros da sociedade civil, academia, governos e empresas, em todo país, para combater a degradação socioambiental e defender a vida das pessoas e da natureza. Estamos conectados numa rede interdependente que busca soluções urgentes para a emergência climática. Conheça a ONG.

Arte: Divulgação/WWF Brasil

Com apoio da ONU, live do Natiruts no TikTok fala de primeiro videoclipe carbono zero no mundo

Natiruts, primeira banda no mundo a gravar um videoclipe com o selo de carbono zero, e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) realizam neste dia 21 de março, Dia Internacional das Florestas, uma live no TikTok sobre os detalhes da gravação do clipe pioneiro, feito em parceria com a Carbonext, além de discutirem temas importantes sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável. A iniciativa é uma parceria entre o TikTok, o Natiruts e o PNUMA, e se soma a outras ações realizadas na plataforma que buscam contribuir para conscientização ambiental.

Na campanha com Natiruts e PNUMA, além de disseminar informações relevantes sobre o assunto, o evento também tem como objetivo estimular a criação de vídeos com temas relacionados ao meio ambiente e sustentabilidade por meio da hashtag #PelaNatureza. A parceria reflete o comprometimento da plataforma em promover e engajar ainda mais seus usuários em pautas que impactam diretamente a vida de toda a população do mundo.

Em fevereiro do ano passado a plataforma realizou uma campanha para reflorestamento ambiental em parceria com Gilberto Gil e o Instituto Terra que resultou no plantio de 40 mil árvores em área degradada da Mata Atlântica. Recentemente, o TikTok promoveu outra campanha para reflorestamento ambiental em parceria com Gaby Amarantos e o  Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (IDESAM), e tem o compromisso de plantar 20 mil árvores na Amazônia até o final do ano. As iniciativas refletem a preocupação com as mudanças climáticas e a importância de contribuir para restauração dos ecossistemas.

O selo de carbono zero contabiliza a emissão de gases do efeito estufa e reverte em plantio de árvores, com o objetivo de neutralizar os problemas causados por esses elementos, como o aquecimento global.

O PNUMA atualmente é a principal autoridade que promove a implementação coerente da dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável no Sistema das Nações Unidas e serve como autoridade defensora do meio ambiente no mundo.

Live #PelaNatureza
Segunda-feira, 21 de março de 2022
Horário: 18h
Onde: Perfis do Natiruts e da ONU Brasil no TikTok

Parque Estadual Sumaúma tem programação especial nos dias da Floresta e da Água

Com ações educativas, o Parque Estadual Sumaúma, zona norte de Manaus, tem atividades nesta segunda e terça-feira (21 e 22/03), com entrada gratuita, em alusão aos dias Internacional da Floresta e Mundial da Água.

Na segunda-feira (21/03), Dia Internacional da Floresta, a equipe da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) realiza, das 9h às 16h, visitação guiada pelas trilhas do Parque e distribuição de mudas de árvores frutíferas, medicinais, ornamentais, de arborização e nativas.

No período da manhã, das 9h às 10h, está programada a realização de plantio de mudas. E à tarde, das 13h às 16h, tem “Cine Ambiental”, com exibição de filmes e documentários voltados para a temática.

“Convidamos toda a população manauara a prestigiar o evento. Será um dia bem divertido, com programação para a família inteira”, antecipa Maria Edilene, técnica do Núcleo de Educação Ambiental da Sema.

O acesso ao Parque Sumaúma é realizado pela avenida Bacuri, no bairro Cidade Nova. O espaço recebe visitantes de segunda a sexta, das 8h às 17h.

Dia Mundial da Água

Na terça-feira (22/03), Dia Mundial da Água, o Parque recebe o Projeto Biblioteca Móvel, do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

Os alunos da Escola Estadual Dom João de Souza Lima e da Escola Estadual Professora Hilda de Azevedo Tribuzy participarão de uma série de atividades, que incluem exposição e demonstração do Corpo de Bombeiros, distribuição de água realizada pela concessionária Águas de Manaus e a participação especial dos Garis da Alegria, da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp).

No Dia Mundial da Água, a Sema também realizará uma roda de conversa com os alunos e a exibição de vídeos educativos da Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA).

Unidade de Conservação

O Parque Estadual (PES) Sumaúma é uma Unidade de Conservação (UC) de preservação integral. Dentro dele, existem mais de 80 espécies de aves e a presença de pequenos mamíferos, com destaque para o sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), a única espécie entre os Callitrichideos amazônicos ameaçada de extinção.

O espaço conta com trilha educativa, viveiro de mudas, centro de convivência para reuniões e área de lazer.

FOTO: Divulgação/Sema

ONG Zoé consolida atuação na Amazônia com projeto de saúde para populações ribeirinhas do Tapajós

Médicos e profissionais de saúde da ONG paulistana Zoé realizaram duas expedições no Pará, neste mês de março. A equipe de 25 pessoas, entre médicos, residentes, acadêmicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, entre outros profissionais, dividiu-se entre a 5ª expedição no Hospital Municipal de Belterra (HMB), nos dias 5 a 12, e a 6ª expedição no barco hospital Abaré, nos dias 6 a 8.

Parte da equipe compôs a 5ª expedição, no Hospital Municipal de Belterra (HMB), para fazer consultas, cirurgias e exames de imagem (endoscopias, colonoscopias e ultrassom). E os integrantes da 6ª expedição, no barco hospital Abaré, navegaram pelo Tapajós para atender comunidades ribeirinhas, cujo acesso só é possível por meio fluvial. No Abaré foram feitas consultas de clínica geral e dermatologia e exames de ultrassonografia.

Resultados alcançados

Há diferentes maneiras de olhar e fazer um balanço das expedições. Uma delas são os números:  em apenas uma semana, 186 exames de imagem (endoscopias, colonoscopias e ultrassonografias); 57 cirurgias de hérnia, hemorroidas, fistulas, cistos; 140 consultas médicas (clínica geral e dermatologia), isso sem contar a triagem de pacientes, entre outros atendimentos.

No entanto, nada traduz melhor a importância do trabalho da ONG Zoé e de outras instituições não governamentais que atuam na área de saúde na Amazônia, como as histórias contadas pelas pessoas que foram atendidas.

Salvo de um câncer colorretal

O agricultor Francisco Pereira dos Santos, 63 anos, da comunidade de Santo Antônio, veio ao HMB para realizar uma colonoscopia e lembra emocionado quando realizou, há cinco anos, pela primeira vez, o exame com o médico Marcelo Averbach, um dos fundadores da Zoé, e foi diagnosticado com um câncer colorretal. Era o ano de 2017 e Averbach atuava na região desde 2014, antes da criação da Zoé, em um estudo que rastreou câncer colorretal em Belterra e arredores, em pessoas entre 50 e 70 anos.  

“Eu não queria ir. Fui por insistência da agente de saúde da comunidade, mas o exame salvou minha vida. Eu tinha um câncer de intestino e fui encaminhado para fazer cirurgia no Hospital Regional de Santarém. Hoje fiz novamente a colonoscopia e não tenho mais câncer”, celebra Francisco. Como explica Averbach, o agricultor foi uma das pessoas que fez parte de seu estudo de rastreamento de câncer colorretal, selecionado na pré-triagem da 5ª expedição para reavaliação.

Emoções não planejadas

Assim como os pacientes atendidos nas expedições, os profissionais da ONG também se emocionaram em diversas situações. Muitas das pessoas atendidas estavam anos na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) que, apesar de constituir um modelo de referência não consegue dar vazão à demanda de regiões como as atendidas pela Zoé, entre outros motivos, pela falta de médicos.

O médico endoscopista e presidente da Zoé, Marco Aurélio D’Assunção, estava em atendimento no HMB, quando foi questionado por uma das enfermeiras do hospital se poderia avaliar uma emergência. “Era um homem de 43 anos que havia desmaiado em casa. Chegou ao hospital muito pálido, com pressão arterial baixa e informou que as fezes estavam com coloração escura”, lembrou o médico endoscopista. A primeira medida foi estabilizar o paciente. Depois, a endoscopia mostrou um sangramento importante que foi controlado.

“Como temos em nossa equipe endoscopistas e anestesistas muito experientes, foi possível tratar o paciente para que ele pudesse ser transferido com segurança para o Hospital Regional de Santarém. Sem isso, ele poderia ir a óbito no caminho. Nossa presença com os recursos que levamos naquele momento salvou a vida dele e deixou a equipe feliz e emocionada”, afirmou.

Coordenador das cirurgias realizadas no HMB durante a expedição, o médico voluntário da Zoé Pedro Popoutchi destacou o caso de um paciente que veio ao hospital para fazer uma endoscopia digestiva alta. “A equipe da endoscopia observou que ele tinha uma lesão no dedo do pé, causada por uma raia, fato comum na região. O paciente relatou que estava há 20 dias com o dedo machucado e demonstrou não ter consciência da gravidade da situação”, informou Popoutchi.

Examinado pela equipe da Zoé, a conclusão foi que a lesão infectada já estava obstruindo uma artéria e impedindo a circulação sanguínea no pé. O paciente passou por uma cirurgia para remover a infecção e reestabelecer a circulação. “Se ele não tivesse vindo para fazer a endoscopia, o quadro teria se agravado, com risco de amputação. Além disso, fizemos aqui em Belterra um procedimento que ele só poderia fazer no hospital em Santarém”, disse.

No Abaré, Dona Julia e outras histórias

O Abaré, por sua vez, atracou nas comunidades de Maripá, Pedra Branca e Vila Amorim. Antes disso, agentes de saúde locais, em parceria com a Zoé, cumpriram a importante missão de informar às comunidades sobre as datas e os atendimentos. Vieram ribeirinhos e indígenas dessas comunidades e dos arredores.

No entanto, Dona Julia Alves, 79, cadeirante, não tinha como fazer o breve trajeto de barco entre sua casa e o local onde estava o Abaré, em Maripá, mas não ficou sem atendimento. O médico cirurgião geral e vascular Fábio Tozzi, um dos fundadores da Zoé, acompanhado do agente comunitário de saúde, foi até a casa de Dona Julia. Depois do exame clínico, ele considerou ser importante realizar um ultrassom. Para isso, a equipe da Zoé fez novo deslocamento à casa da paciente, levando um ultrassom portátil para o exame.

Também no Abaré, o médico radiologista intervencionista Márcio Meira, voluntário da Zoé, realizou exames de ultrassom, entre outros pacientes, em mulheres grávidas, como Elizane Cardoso, 31, em sua quarta gestação. “É a primeira vez que faço este exame, fiquei sabendo que é um menino e está tudo bem”, disse. Infelizmente, o recurso que deu segurança à Elizane não estava presente na vida de outra família, com a qual Márcio teve contato na expedição.

“Conheci aqui um bebê de 9 meses, que é criado pelo pai e a tia porque a mãe morreu no parto. Foram oito partos naturais sem qualquer problema, feitos em casa, mas no 9º filho, certamente um pré-natal, exames como o ultrassom e a presença de um médico poderiam ter salvado a vida da mãe”, lamentou Márcio,

A Zoé

Nascida em São Paulo (SP), no final de 2019, a Zoé tem entre seus fundadores, médicos – como, Fábio Atuí (cirurgião do aparelho digestivo), Fábio Tozzi (cirurgião geral e vascular), Marcelo Averbach (cirurgião e colonoscopista), Marco Aurélio D’Assunção (endoscopista), Paulo Chapchap (cirurgião infantil) – e não médicos, como o administrador de empresas Plínio Averbach.  

A decisão de fundar a Zoé foi motivada por experiências anteriores dos médicos na Amazônia e o desejo de dar continuidade ao trabalho de contribuir para melhorar o atendimento à saúde dessas populações.