Fiocruz traz conferência internacional sobre Ciência, Tecnologia e Inovação

A Fiocruz traz de 13 a 15 de fevereiro para o Rio de Janeiro a reunião anual da Comunidade Global de Tecnologia Sustentável e Inovação, a G-Stic, que pela primeira vez será realizada nas Américas. E como a Fundação é a principal co-anfitriã, a saúde ganha um grande destaque na G-Stic Rio.

Nomes como o de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Qu Dongyu, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), ambos on-line, e Nísia Trindade Lima, ministra da Saúde, presencialmente, reúnem-se na ExpoMag para discutir o tema Por um futuro equitativo e sustentável: soluções tecnológicas inovadoras para uma melhor recuperação pós-pandemia.

“A Fiocruz, como principal organizadora desta edição, reforça sua participação em âmbito global na discussão de tecnologias e inovações sustentáveis, com uma visão de destaque para a saúde”, explicou Mario Moreira, presidente interino da Fundação.

Para Moreira, a realização da conferência no continente confere uma ênfase especial à questão das desigualdades globais e regionais em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

“Essa tem se revelado uma das fragilidades da capacidade internacional de articulação de resposta e preparação para emergências sanitárias. Equidade e sustentabilidade apresentam-se, nesse aspecto, como outros elementos definidores dessa capacidade”, acrescentou.

A lista de participantes reúne outros nomes de peso, como Macharia Kamau, diplomata queniano que foi o enviado especial da ONU para Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem alcançados até 2030; Amandeep Singh Gill, enviado especial do secretário-geral da ONU para Tecnologia; e Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para Covid-19. A lista segue com a ativista indígena Samela Sateré-Mawé e a princesa belga Marie-Esmeralda, presidente do Fundo Leopoldo III para a Conservação da Natureza, entre outros. A Fiocruz participa ainda com integrantes como o próprio Moreira; Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde; e Mauricio Zuma, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos).

“O mundo está diante de um grande desafio: a reconstrução pós-pandemia em bases sustentáveis, respeitando a equidade e a inclusão. E para fazer frente a esse processo, o grande referencial é a Agenda 2030, com os ODS”, explicou Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030) e à frente da organização da G-Stic Rio.

A conferência lida justamente com essa questão: pensar em como garantir tecnologias eficazes e sustentáveis visando os ODS. Gadelha lembrou que, apesar da proximidade de 2030, a grande maioria desses objetivos está longe de ser cumprida.

“O desafio que temos é como CT&I podem modificar esse cenário, quebrar assimetrias, garantir o acesso às tecnologias, em processos inclusivos. A pandemia nos deu exemplos disso, como nas vacinas contra Covid-19, que foram produzidas rapidamente, mas que ficaram inacessíveis à maioria da população”, avaliou.

Inicialmente capitaneado pelo instituto de tecnologia belga Vito, que mantém peso significativo no evento, a G-Stic reúne um conjunto de instituições com representações em todas as regiões do mundo. A entrada do Brasil em 2018, por meio da Fiocruz, deu uma relevância ainda maior para o tema da saúde, o que fica claro na programação de fevereiro.

“Um dos ativos únicos da G-STIC é sua perspectiva multissetorial e orientada para o futuro em CT&I. A G-Stic analisa clusters de tecnologia e identifica soluções que contribuem substancialmente para alcançar os princípios da Agenda 2030 e os ODS. Ela reúne partes interessadas de organizações multilaterais, governos, indústria, atores privados, sociedade civil e academia”, disse Dirk Fransaer, diretor-geral da VITO.

“Em sintonia com essa abordagem, a G-Stic Rio reconhece os princípios de solidariedade e ‘trabalho conjunto’ do relatório do secretário-geral da ONU Nossa Agenda Comum como fundamentais para acelerar a implementação dos ODS. A CT&I têm o potencial de catalisar o envolvimento da comunidade nesse processo. A próxima edição do G-STIC no Rio de Janeiro trará esse conceito de integração, solidariedade e multilateralismo entre setores, partes interessadas e países em um interesse comum”, acrescentou.

As sessões do evento se dividem em seis temas: Saúde, Educação, Água, Energia, Clima e Oceanos. Em Saúde, Bio-Manguinhos está organizando mesas sobre vacinas e imunização. O painel Desafios e Perspectivas para a produção local, nos dias 14 e 15, será dividido em quatro sessões que trarão especialistas como James Fitzgerald, diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas); Lieve Fransen, consultora sênior do Centro Europeu de Políticas em Saúde; Carla Vizzotti, ministra da Saúde da Argentina; e Tiago Rocca, vice-presidente do Conselho de Membros de Fabricantes de Vacinas para Países em Desenvolvimento (DCVMN); além de representantes de instituições internacionais de renome na área como Wellcome, CEPI e Medicines Patent Pool, OXFAM e MSF, entre outros.

Essa agenda tem como objetivo discutir fatores críticos de sucesso para produção local de vacinas em países em desenvolvimento, endereçando os desafios e perspectivas em relação a demanda e fornecimento, financiamento e perspectiva global em relação à propriedade intelectual e acesso.

As discussões envolverão os desafios sistemáticos de pesquisa & desenvolvimento e produção local de vacinas, abrangendo: desafios de saúde tendo em conta o cenário epidemiológico, doenças emergentes e reemergentes, experiências de financiamento da inovação e prontidão para respostas a emergências, os desafios de desenvolvimento de capacidades e financiamento da produção local, e equidade e acesso para assegurar a vacina e a vacinação para todos.

A conferência

Esta é a sexta edição da G-Stic. Considerada a maior conferência global de Ciência, Tecnologia e Inovação para aceleração da Agenda 2030, ela acontecia na Bélgica desde seu início, em 2017. Para aumentar a sua capilaridade, passou a ser realizada em outros países, acontecendo em 2022 durante a Expo Dubai. A Fiocruz, que participa como coanfitriã desde 2018, sugeriu então que a edição de 2023 ocorresse no Brasil.

A G-STIC é organizada em conjunto pela Vito (organização belga de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento sustentável) e sete outros institutos de pesquisa sem fins lucrativos: Fiocruz, CSIR (Conselho de Pesquisa Científica e Industrial, África do Sul), Giec (Instituto de Conversão de Energia de Guangzhou, China), Gist (Instituto de Ciência e Tecnologia de Gwangju, Coreia do Sul), Nacetem (Centro Nacional de Gestão de Tecnologia, Nigéria), Teri (Instituto de Energia e Recursos, Índia) e SDSN (Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas).

No Brasil, a G-Stic Rio conta com o patrocínio master da Petrobras, Pfizer e Fiotec e com o patrocínio das empresas Aegea, IBMP, Instituto Helda Gerdau, Klabin, Sanofi, GSK, Enel, Engie, The Rockefeller Foundation, RaiaDrogasil e Firjan, além do apoio do Instituto Clima e Sociedade.

A programação pode ser conferida site da G-Stic Rio

Foto: Reprodução (Topo)
Ilustração: Divulgação

Vacinas com menos de 50% de eficácia na primeira dose precisam de intervalos entre doses menores

Em regiões de prevalência da variante delta do novo coronavírus, o intervalo entre doses de vacina de Covid-19 precisa ser mais curto do que doze semanas para que se tenha um controle efetivo da pandemia. É o que sugere modelo matemático desenvolvido pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) a partir de dados preliminares da eficácia da vacina para a variante delta. A ferramenta está descrita em artigo publicado na PNAS na quarta (18).

A tecnologia, criada pelo grupo ModCovid-19 com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Universidade de São Paulo (USP) projeta tempo seguro e ideal entre doses para controle da pandemia, a partir de dados de eficácia de vacinas. Ele mostra que vacinas com menos de 50% de eficácia na primeira dose precisam de um intervalo menor de aplicação do que vacinas com taxas de eficácia maiores. Alimentada com estudos prévios sobre eficácia dos imunizantes, a tecnologia indica quando é possível adiar as doses e quando se atinge o máximo possível de proteção.

“O próprio algoritmo decide quando é melhor aplicar a segunda dose, levando em conta a primeira, de maneira a controlar o mais rápido possível a pandemia”, explica Paulo José da Silva e Silva, co-autor do estudo. Por isso, a ferramenta, que está disponível on-line, pode ajudar nas tomadas de decisão durante o processo de imunização da população brasileira e de outros países.

Paulo lembra que quando o artigo foi escrito, em fevereiro desse ano, a principal pergunta era se valeria a pena adiar a segunda dose e qual a maneira mais segura de se fazer isso, em virtude da quantidade limitada de doses. Nesse sentido, o estudo teve como base a fabricante Astrazeneca e concluiu que o percentual de eficácia entre a primeira dose e segunda era muito pequeno e por isso, comprovadamente, valeria a pena esperar e vacinar mais gente com 1ª dose.

Agora, com o avanço da variante delta em algumas regiões do Brasil e do mundo, as estratégias de vacinação podem ser revistas a partir deste modelo. “Se você está em um lugar onde ela é a variante prevalente, a eficácia da primeira dose, pelas primeiras estimativas que estão saindo agora, é muito menor do que era com a alfa, então muda a relação da eficácia entre primeira e segunda dose. Essas análises confirmam que a decisão é delicada e que tem que ser feita de maneira sistemática”, observa Paulo.

O portal buscou informações das secretarias de Saúde do Estado e do município sobre uma possível adoção da diminuição do tempo de vacinação diante da identificação de casos da variante Delta na região, entretanto não obteve retorno até o momento.

Fonte: Agência Bori

Foto: Depositphotos

“A melhor tática é apostar em todas as vacinas”, afirma Miguel Nicolelis

Para o neurocientista, as autoridades não devem descartar nenhum imunizante que está sendo desenvolvido para conter o avanço do novo coronavírus

Considerado pela Scientific America um dos 20 cientistas mais influentes do mundo, o neurocientista Miguel Nicolelis comparou a busca pela vacina contra o novo coronavírus a uma corrida de cavalos. Para ele, não se pode descartar nenhuma hipótese entre as medicações que estão sendo pesquisadas. Coordenador do Comitê Científico do Consórcio do Nordeste, Nicolelis participou nesta quinta-feira (29) da videoconferência (webinar) “Cérebro, o criador do universo e a Comunicação”, transmitida pela In Press Oficina, e falou sobre ciência, o funcionamento do cérebro e fake news.

“Acredito piamente que a vacina é o grande trunfo que vamos ter para reduzir a taxa de transmissão. A vacina é como corrida de cavalos. Tem 15 cavalos na raia e você de antemão não sabe que cavalo vai ganhar. A melhor tática é apostar em todos. Enquanto ela [vacina] não vem, em teoria teríamos que manter o que funciona, o isolamento”, afirma o Nicolelis.

Em confinamento no seu apartamento em São Paulo desde o início da pandemia, o neurocientista crê que o Brasil falhou desde o início, principalmente por ignorar os avisos externos e minimizar a gravidade da doença. “É a maior tragédia humana da história do Brasil num único evento. Nos deparamos com um sistema e instituições que negaram a gravidade da pandemia. Perdemos a guerra no começo”, diz Nicolelis.

A pandemia colocou o planeta na maior crise dos últimos 100 anos e, segundo ele, comprovou a fragilidade do modelo adotado pela sociedade moderna. “Estamos vivendo momentos épicos da história. Um pacotinho nanométrico de gordura e proteína, com um filete de RNA dentro, pôs a humanidade de joelhos, a ponto de estarmos enfrentando a maior crise econômica, maior que a depressão dos anos 30”, compara.

Entretanto, a vulnerabilidade do sistema não foi o único responsável pelas milhares de mortes causadas pela Covid-19. Nicolelis crê que a disseminação de fake news em larga escala contribuiu decisivamente para ampliar o alcance da pandemia.

“É por isso que muita gente morreu na pandemia. Nós estamos precisando de uma vacina num momento que o jornalismo sério e profissional sofre os maiores ataques da história. Esse processo acelerou com a criação de mídias de massa que permitem que essas notícias se espalhem. O cérebro é mais propenso à fake news do que verdades. E esse é o grande problema do mundo atual”, avalia.

Na mesma direção, a sócia-diretora da In Press Oficina, Patrícia Marins, resume em poucas palavras o cenário criado pelo coronavírus: “a pandemia é também uma crise de confiança, uma guerra de narrativas e desencontros”.

Participaram da entrevista a sócia-diretora da In Press Oficina, Patrícia Marins; a Diretora de Curadoria e Novos Produtos, Miriam Moura; e a Diretora de Relacionamento com o Poder Público, Fernanda Lambach.

O cérebro como criador do universo

Professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, Nicolelis é autor do livro “O Verdadeiro Criador de Tudo – Como o Cérebro Humano Esculpiu o Universo como Nós o Conhecemos”, no qual propõe que o cérebro humano é o verdadeiro criador do universo.

“Para o universo ter significado ele precisa de um intérprete. Não sabemos se existe outra forma inteligente, a nossa melhor escolha para o centro do universo é a mente humana. A brainet é o mecanismo que permitiu criar os grupos sociais mais produtivos. Mitos, deuses, sistemas políticos e dinheiro vêm da mente humana. Nós vivemos imersos na nossa criação”, explica.

Diante dessa teoria de que o cérebro é o centro do universo, Nicolelis defende que a inteligência artificial jamais será capaz de superá-lo. “Dar um download nas nossas memórias e deixar num DVD nunca vai acontecer, porque as memórias são analógicas e depositadas nas sinapses dos neurônios”, diz.

Defensor de uma sociedade matriarcal, como ele mesmo se definiu, o neurocientista ainda fez um contraponto ao historiador e filósofo israelense Yuval Harari, autor do best-seller internacional “Sapiens: Uma breve história da humanidade”, que aborda desde a evolução arcaica da espécie humana na idade da pedra, até o século XXI.

“A minha visão de mundo do Yuval é completamente diferente. Eu gostei muito do Sapiens, achei que ele fez um trabalho muito bom de simplificar ideias complexas. Mas acho que ele cometeu alguns erros de análise e visão, como quando ele diz que os impérios eram inevitáveis. Eu discordo frontalmente. Inclusive eu quero a volta do matriarcado do neolítico superior”, sintetiza Miguel Nicolelis.

Fotos: Reprodução Videoconferência
Texto: Divulgação

Idosos serão vacinados contra a Influenza em suas casas

Diante das mudanças no cenário nacional de transmissibilidade do novo coronavírus, causador da Covid-19, numa decisão inédita no país, anunciada pelo prefeito Arthur Virgílio Neto, os idosos de Manaus serão vacinados contra a gripe sem que precisem sair de suas casas. A primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, iniciaria nesta segunda-feira, 23/3, mas devido à forte chuva que cai sobre a cidade nesta manhã, a Prefeitura de Manaus adiou o início da campanha de vacinação contra a gripe, para esta terça-feira, 24/3. Hoje, o trabalho das equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) ficará concentrado no cadastro dos idosos, que não sejam acompanhados pela Estratégia Saúde da Família, no site http://semsa.manaus.am.gov.br.

Ao acessar o link, uma mensagem direcionará para a página de cadastro. Será necessário preencher as informações do idoso a ser vacinado – CPF, data de nascimento, telefone para contato e nome completo. Na etapa seguinte deverão ser indicados os dados de endereço completo, como CEP e ponto de referência. Em seguida, um endereço de e-mail para contato. A quarta tela será para conferência dos dados, possibilitando a correção, caso seja necessário. A última tela terá a mensagem de confirmação do cadastro, com a orientação que o idoso aguarde que a equipe de vacinação irá até ele.

“Nossos técnicos do Departamento de Tecnologia da Informação trabalharam durante todo o final de semana para criar esse formulário por meio do qual os idosos poderão realizar o cadastro. A orientação do prefeito Arthur Neto é que nenhum dos mais de 111 mil idosos residentes em Manaus fique sem vacina”, afirma o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi.

Para os idosos acompanhados pela Estratégia Saúde da Família (ESF), as equipes seguirão os cadastros individuais  já existentes para realização da vacinação de casa em casa já a partir de segunda-feira.

Cadastro dos idosos pode ser feito no site da SEMSA https://semsa.manaus.am.gov.br/

Metas

A Campanha de Vacinação contra Influenza tem a meta de imunizar 522.065 pessoas em Manaus. Serão três etapas e vai atender todos os grupos considerados prioritários pelo Ministério da Saúde, encerrando no dia 22 de maio. A segunda etapa da campanha terá início no dia 16 de abril, e será direcionada para professores de escolas públicas e privadas, profissionais das forças de segurança e salvamento, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, conforme orientação médica.

A partir do dia 9 de maio será iniciada a terceira etapa da campanha com vacinação direcionada para os grupos: crianças de seis meses até menores de seis anos, gestantes, puérperas, jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas, povos indígenas, população privada de liberdade, pessoas com deficiência, funcionários do sistema prisional e adultos de 55 a 59 anos de idade, incluído este ano na campanha contra a Influenza, ampliando o acesso da população à vacina e prevenindo riscos. O objetivo final é imunizar no mínimo 90% do público alvo em cada grupo prioritário.

Texto – Sandra Monteiro/Semsa
Foto – Alex Pazuello / Arquivo Semcom

Idosos e trabalhadores da saúde começam a receber a vacina contra a gripe nesta segunda-feira, 23/3

Idosos com idade a partir de 60 anos e trabalhadores da saúde são o público-alvo da 1ª etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza (Gripe), que inicia na próxima segunda-feira, 23/3. Neste ano, o Ministério da Saúde antecipou a campanha, que normalmente acontece no mês de abril, considerando a evolução do novo coronavírus, causador da Covid-19, em todo o Brasil.

Por determinação do prefeito Arthur Virgílio Neto, para atender aos idosos a Prefeitura de Manaus irá montar 53 postos de vacinação contra a Influenza em locais estratégicos distribuídos nas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste, além dos postos na zona rural.  A lista com o endereço dos locais de vacina será disponibilizada no site da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa): http://abre.ai/aRZg

O secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, explica que a vacina não protege contra o coronavírus, mas a imunização dos grupos prioritários contra a Influenza vai ajudar a minimizar o impacto nos serviços de saúde, reduzindo o número de casos de gripe em um momento em que ocorre a pandemia de uma nova doença no mundo.

“Nesta etapa da campanha, a prioridade é proteger a saúde dos idosos, que são os mais vulneráveis às síndromes respiratórias. Filhos, filhas, netos e netas devem concentrar os esforços no cuidado com os pais e avôs, já que os idosos são os que têm maior risco de desenvolver complicações graves, como pneumonia, tanto no caso de Influenza quanto em relação à Covid-19”, alerta Marcelo Magaldi.

O Ministério da Saúde, segundo o secretário, recomenda a vacina contra a gripe apenas para grupos considerados de risco, que são as pessoas com maior chance de desenvolver complicações graves pela doença, como é o caso dos idosos, e para grupos que estão mais expostos à infecção pela Influenza, como acontece com os profissionais de saúde.

“Os trabalhadores de saúde estão incluídos nessa primeira etapa porque atuam diretamente no cuidado com os pacientes. Além disso, com a circulação no Brasil do novo coronavírus é essencial proteger a saúde desses profissionais, para evitar afastamentos do trabalho por um problema de saúde que pode ser evitado com a vacinação, garantindo um atendimento mais adequado da população”, destaca Marcelo Magaldi.

Postos

Em reunião realizada na quinta-feira, 19/3, com gestores de Vigilância Epidemiológica dos Distritos de Saúde (Disas) Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural, a Semsa finalizou a elaboração das estratégias que serão utilizadas nesta primeira etapa da campanha contra a Influenza.

De acordo com a subsecretária municipal de Gestão da Saúde, enfermeira Adriana Elias Lopes, este ano, para evitar a aglomeração de idosos nas unidades de saúde, a vacina contra a Influenza será disponibilizada em pontos estratégicos em todas as zonas da cidade.

“Por causa da preocupação da população com o novo coronavírus, as unidades de saúde estão recebendo um maior número de pessoas com sintomas de síndromes gripais. Por isso, a vacina contra influenza para os idosos não estará disponível nas unidades de saúde. A estratégia definida pela Semsa é estabelecer postos de vacinação em locais de fácil acesso com ambientes mais amplos e ventilados. Assim, o atendimento ao público alvo da campanha e aos pacientes nas unidades de saúde será realizado de forma mais eficiente e tranquila, como nos orientou o prefeito Arthur Neto”, esclarece Adriana Elias.

Os 53 pontos com a vacina contra Influenza irão funcionar de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h. A recomendação é para que os idosos procurem um posto apresentando o cartão de vacina, cartão SUS e documento de identidade. A vacinação estará disponível até o final do mês de maio, não sendo necessárias aglomerações. As pessoas acima de 60 anos com sinais de gripe deverão evitar sair de casa e aguardar melhora do quadro para buscar a vacinação.

Já os trabalhadores da saúde serão imunizados de acordo com a programação de cada serviço de saúde de atuação.

Metas

A Campanha de Vacinação contra Influenza tem a meta de imunizar 522.065 pessoas em Manaus. Desse total, 111.669 são idosos a partir de 60 anos e 55.514 são profissionais da saúde.

A diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Semsa, Marinélia Ferreira, explica que idosos e profissionais da saúde serão imunizados no período da primeira etapa da campanha, iniciando no dia 23 de março.

“Porém, a campanha contra a Influenza terá três etapas e vai atender todos os grupos considerados prioritários pelo Ministério da Saúde, encerrando no dia 22 de maio”, informa Marinélia.

A segunda etapa da campanha terá início no dia 16 de abril, direcionada para professores de escolas públicas e privadas, profissionais das forças de segurança e salvamento, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, conforme orientação médica.

A partir do dia 9 de maio será iniciada a terceira etapa da campanha com vacinação direcionada para os grupos: crianças de seis meses até menores de seis anos, gestantes, puérperas, jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas, povos indígenas, população privada de liberdade, pessoas com deficiência, funcionários do sistema prisional e adultos de 55 a 59 anos de idade.

“O grupo de pessoas de 55 a 59 anos foi incluído este ano na campanha contra a Influenza, ampliando o acesso da população à vacina e prevenindo riscos. O objetivo final é imunizar no mínimo 90% do público-alvo em cada grupo prioritário”, destaca Marinélia Ferreira.

Zona rural

A população da zona rural de Manaus deve ficar atenta porque a estratégia da campanha contra a Influenza será diferenciada, atendendo as especificidades das comunidades fluviais e terrestres, e a necessidade de deslocamento em grandes distâncias geográficas das equipes de saúde.

Sarampo

Além da campanha contra a Influenza, o Ministério da Saúde recomendou o início de uma nova etapa da Campanha contra o Sarampo, no período de 23 de março a 30 de junho, para vacinação indiscriminada de todas as pessoas na faixa etária de 20 a 49 anos. A vacina contra o sarampo estará disponível nas unidades de Saúde.

Texto – Eurivania Galúcio / Semsa
Fotos – Altemar Alcântara / Arquivo Semcom

Vacina contra a dengue, já disponível no Brasil, é aprovada na Europa

A Comissão Europeia concedeu autorização de comercialização para Dengvaxia®, única vacina contra a dengue aprovada no mundo. Produzido pela Sanofi Pasteur, o imunizante está disponível no Brasil desde dezembro de 2015.

A autorização para a introdução no mercado europeu segue a recomendação de 18 de outubro de 2018, do Comitê de Produtos Medicinais para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos, para aprovar o uso da vacina nas áreas endêmicas do continente.

A dengue é uma infecção causada pela picada do mosquito e que pode ocorrer até quatro vezes durante a vida. A doença é conhecida como “febre quebra-ossos” em decorrência da sua característica debilitante e episódios prolongados de febre alta e dores articulares importantes. A doença pode progredir de forma imprevisível e, até, ameaçar a vida, como se observa em sua forma hemorrágica. Atualmente, não há tratamento específico para dengue.

Para os países com alta endemicidade de dengue, que pretendem utilizar a vacina como parte de sua estratégia integrada de controle e prevenção da dengue, a OMS recomenda como opção preferencial a triagem pré-vacinação, na qual apenas os indivíduos previamente infectados pelo vírus da dengue são vacinados. Sorotestes ou Testes de Diagnóstico Rápido podem ser considerados até que testes mais aprimorados estejam disponíveis.

“Nas regiões onde a dengue ocorre regularmente, as pessoas que tiveram uma infecção anteriormente correm o risco de serem infectadas com o vírus novamente”, explica o Dr. Su-Peing Ng, Chefe Médico Global da Sanofi Pasteur. Ele ressalta que, “como a segunda infecção tende a ser mais severa que a primeira, é importante poder oferecer uma vacina que ajuda a proteger contra infecções subsequentes da dengue.”

Segundo a OMS, a incidência mundial de dengue cresceu rapidamente nas últimas décadas e agora ameaça metade da população mundial que vive em 128 países. A dengue é endêmica em vários territórios europeus localizados em climas tropicais e subtropicais propensos a surtos da doença, particularmente durante os meses mais chuvosos.  No início deste ano, surtos de dengue em La Reunion resultaram em mais de 6 mil pessoas infectadas pelo vírus, que é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypt.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alterou a bula da vacina em agosto de 2018, com o objetivo de direcionar seu uso para pessoas que tiveram infecção prévia por dengue. Dengvaxia® estará disponível na Europa para prevenir a doença em indivíduos de 9 a 45 anos de idade que já tenham tido infecção prévia e que vivam em áreas endêmicas.

Dengvaxia® foi aprovada para uso em vários países endêmicos na América Latina e Asia, onde reduzir o ônus econômico e a carga da doença é crítico. A vacina, atualmente, encontra-se em processo prioritário de revisão  pela US Food and Drug Administration (FDA), pois é considerada um significativo avanço médico na prevenção da dengue, que é uma necessidade médica ainda não atendida.

Foto: reprodução da internet

Hospital do Coração desenvolve vacina que combate o câncer cerebral em parceria com a USP

O Hospital do Coração (HCor) firmou parceria com o Departamento de Imunologia da Universidade de São Paulo (USP) para testar uma vacina para combater o câncer cerebral. A nova terapia, à base de vacina celular, já foi testada em estudos pré-clínicos por diversos pesquisadores em centros de excelência internacionais, o que comprova, de fato, a imunoterapia ser a nova esperança mundial contra o câncer. Essa estratégia justificou o prêmio Nobel de Medicina desse ano aos pesquisadores Tasuku Honjo e James P. Allison, pelo desenvolvimento de anticorpos que despertam o sistema imunológico de pacientes com câncer, para combater a doença eficazmente.

No Brasil, pesquisadores e médicos trabalham no desenvolvimento de estratégias semelhantes. O neurocirurgião do HCor, Prof. Dr. Guilherme Lepski, e o imunologista da USP, Prof. Dr. Alexandre Barbuto, estão testando novas terapias para tumores malignos cerebrais, em especial o glioblastoma, tipo de tumor maligno cerebral primário que nasce das células da “glia”. “A doença é altamente maligna e a medicina ainda não tem meios adequados para tratá-la. Então existe muito interesse na pesquisa para deter esse tumor”, explica o Dr. Lepski.

Recentemente, alguns autores reportaram o retrocesso do glioblastoma ao usar injeções de glóbulos brancos (linfócitosT), geneticamente modificados, diretamente no cérebro dos pacientes. Com base nesta experiência, os pesquisadores brasileiros desenvolveram uma vacina celular semelhante, aprimorada em células dendríticas (células do sangue que apresentam os marcadores tumorais para o sistema imunológico).

Segundo o neurocirurgião do HCor, são células inteligentes que processam o tecido tumoral e apresentam ao corpo tudo o que não é próprio dele, ou seja, pertencente ao tumor. “O grande avanço consiste no fato de esta nova vacina não precisar ser injetada diretamente no cérebro, como na experiência americana, e sim na pele, como por exemplo uma vacina BCG (contra tuberculose), aquela que recebemos quando criança. Desse modo, o tratamento é bastante seguro”, esclarece Dr. Lepski.

Recrutamento de pacientes

A estratégia dos pesquisadores brasileiros é diferente dos demais centros. “Desenvolvemos uma vacina que ativa as células de defesa do corpo contra várias partes do tumor, e não só contra uma proteína específica. “A ideia da imunoterapia mais eficaz é fazer o paciente com um tumor ativar o sistema de defesa de forma personalizada (para o seu tumor específico) e múltipla (contra várias proteínas do tumor ao mesmo tempo). Para cada paciente, é preciso coletar amostras do tumor (por meio de biópsia ou a ‘céu aberto’) e das células sanguíneas (por meio de punção venosa). No paralelo, seguimos com o tratamento convencional e estamos recrutando pacientes que deverão atender a critérios específicos”, pontua Lepski.

No tratamento padrão, é realizada uma cirurgia para retirada do tumor, seguida de quimioterapia oral (com temozolomida) e aproximadamente 30 sessões de radioterapia. Quando efetivo, o tratamento consegue adiar o desenvolvimento da doença, que, na maioria das vezes, acaba recorrendo.

A vacina contra o glioblastoma é aplicada intradérmica de duas a quatro doses a cada dois meses dentro do próprio consultório. “É um projeto experimental e três pacientes já receberam as doses e seguem em tratamento. Para completar o grupo de pacientes do estudo precisamos recrutar mais 17 voluntários para testarmos a efetividade da vacina”, esclarece o neurocirurgião do HCor. A imunoterapia representa uma nova e promissora esperança para pacientes com câncer. Não se trata de uma vacina preventiva, mas terapêutica. A proposta é que essa terapia estimule os sistemas de defesa do corpo do paciente e o “ensine” a combater a doença por si só para diminuir, então, a progressão da enfermidade bem como a promoção da cura”, diz Lepski.

O glioblastoma consiste em um tumor maligno cerebral primário que nasce das células da “glia”. A doença não é rara. A incidência alcança 3,2 novos casos por ano a cada 100 mil habitantes, totalizando 2% de todos os cânceres que acometem a população adulta, e cerca de 27% de todos os tumores intracranianos e 80% dos tumores malignos intracranianos. “As manifestações clínicas incluem dor de cabeça, convulsões, náuseas, vômitos, fraqueza motora de um lado do corpo, transtorno de memória, atenção, linguagem ou ainda transtorno de personalidade”, diz.

O diagnóstico pode ser realizado por meio de exames de imagem, como ressonância magnética. A análise definitiva só é possível através de uma biópsia ou ressecção do tumor. “E o tratamento desta neoplasia envolve o alívio dos sintomas, com melhoraria das funções neurológicas do paciente, além de priorizar a sobrevida e também a melhora da qualidade de vida”, finaliza Lepski.

Foto: reprodução da internet

Campanhas combatem boatos sobre vacinação contra sarampo para melhorar a imunização

Com 271 casos confirmados de sarampo dos 1.841 notificados desde março de 2018, Manaus teve decretação de situação de emergência para conter o avanço da epidemia da doença na capital amazonense. Os números divulgados no Informe Epidemiológico da Sala de Situação de Vigilância em Saúde publicado em 3 de julho revelam que o crescimento no número de casos suspeitos aumenta a possibilidade de disseminação da enfermidade para outros Estados, colocando em risco os compromissos para certificação da eliminação da circulação do vírus do sarampo.

Durante todo o mês de agosto, a partir do dia 6, acontecerá em nível nacional a Campanha Nacional Contra a Poliomielite e o sarampo, e dentro da situação de emergência buscará a intensificação da aplicação da vacina para alcançar 95% da população, controlando assim a epidemia. O público-alvo é composto de crianças com no mínimo 6 anos até adultos de 49 anos. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) estimam que a população nessa faixa etária seja de 724.048 pessoas, mas aproximadamente 40% ainda não foram devidamente imunizadas. O maior número de ocorrências tem sido observado ao longo da rodovia BR-174 (Manaus-Boa Vista), na zona norte de Manaus.

O infectologista e diretor de Assistência Médica da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-DHV), Antônio Magela Tavares, alerta sobre campanhas antivacinas baseadas em suposições e sem embasamento científico. “O sarampo, uma das doenças mais antigas de que se tem ciência mas que já tem vacina, chegou a ser vetada por pais de crianças e jovens por acreditarem que a vacina causava autismo”, exemplifica.

De acordo com Magela, os serviços de epidemiologia do Estado começaram a ficar atentos e iniciar campanhas após as notificações de casos na Venezuela, ano passado. Depois começaram as ocorrências em Roraima, principal ponto de destino dos imigrantes venezuelanos. “Como temos uma ligação direta com Boa Vista, vimos que era questão de tempo chegar aqui, por isso temos hoje o maior número de registros de sarampo na zona Norte da capital, que é por onde se entra em Manaus”, explica.

Mitos

O sarampo, conforme o infectologista, faz parte do grupo de viroses comuns da infância, não exclusivas dela. Juntamente com a crença de que a enfermidade causaria autismo, é um dos mitos que ainda existem, e vários adultos foram internados com a doença. “Ela pode evoluir gravemente em grupos de risco, com populações mais vulneráveis. Isso inclui quem faz quimioterapia, gestantes, idosos e crianças desnutridos, portadores de doenças crônicas e usuários de corticoides”, alerta Magela. Ele acrescenta que a vacina contra o sarampo também contempla a caxumba e a rubéola.

As pessoas podem ter tido sarampo na sua forma mais branda, que felizmente é a maior parte dos casos”, afirma Magela. “Quem já teve sarampo, está imunizado. Como toda epidemia, ela vai passar”, acrescenta. Isso porque, segundo o infectologista, a partir do momento em que 95% da população estiver vacinada, a doença começa a regredir.

As redes sociais tem sido a arma utilizada para tirar dúvidas, compartilhar informações sobre o sarampo e, principalmente, desmentir boatos. “Sempre surgem áudios e vídeos alarmistas, e estamos desmistificando isso para passar informações mais seguras para as pessoas”, explica Magela. “O sarampo é uma das doenças mais antigas, mas que possui vacina. Por que ainda existe? Por causa de campanhas antivacina, que não tem embasamento científico e são baseadas em suposições”, alerta.

Magela conta que, na Inglaterra, um pesquisador publicou em 1998 um artigo no qual associava o autismo à vacina do sarampo. “Houve uma redução drástica na vacinação, o sarampo aumentou, mas o autismo, não. Em 2010, o artigo foi desmentido. Em 12 anos, muita gente deixou de se vacinar, causando explosão da doença em vários países”, lembra. “No Brasil, ainda hoje é assim. São crianças que podem se imunizar entrando em contato com pessoas doentes”.

Antonio Magela Tavares, infectologista da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-DHV), Antônio Magela Tavares: sarampo ainda existe por causa de campanhas antivacina sem embasamento científico

Riscos

O médico da FMT alerta que o sarampo pode causar morte em idosos e crianças, além de causar meningite e encefalite, com grande risco de sequelas psicológicas. “Com toda essa realidade epidemiológica, é mais seguro e inteligente se vacinar. O Brasil hoje é autossuficiente na produção da vacina, feita com todo o rigor de critérios científicos e eficaz. O calendário oficial de vacinas está aí desde 1987, e em torno de umas 20 doenças podem ser prevenidas pela vacinação”, argumenta Magela.

Poliomielite

Até o final do século 20, a poliomielite ainda causou muita preocupação. “A geração que hoje tem 50 a 60 anos se lembra disso. Havia medo muito grande da polio, chamada paralisia infantil por atingir muitas crianças”, lembra Magela.

Atualmente, não há notificações sobre poliomielite, mas isso não elimina os riscos. “Mais de 300 cidades brasileiras estão em situação de risco por terem baixa cobertura vacinal, às vezes abaixo de 50%, por isso essa campanha a partir do dia 6”, justifica o infectologista.

A forma grave da poliomielite compromete o sistema nervoso central e o respiratório, e os estudos para produção de vacinas se intensificaram a partir dos anos 1950. O último caso registrado no Brasil foi em 1990, e após isso a poliomielite foi considerada erradicada no país, o que foi certificado em 1994. “Mas ela ainda existe, o que justifica a vacina. O vírus continua circulando no mundo, e no processo de globalização é fácil ir de um lugar para outro. Daí devemos intensificar a cobertura vacinal”, atesta.

Por que vacinar?

O sarampo é uma doença infecciosa viral alta transmissibilidade, cuja prevenção é feita através da vacina Tríplice Viral que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. Quem a contrai pode evoluir para quadros graves, incluindo meningite, encefalite, pneumonia e morte, principalmente em idosos, crianças desnutridas e menores de um ano de idade. A transmissão da doença ocorre diretamente de pessoa a pessoa, através de gotículas do nariz, boca ou garganta de pessoas infectadas pelo vírus.

A poliomielite é uma doença causada por um vírus que reside no intestino e é eliminado com as fezes, que contamina água e alimentos, culminando no ataque do vírus ao sistema nervoso central, destruindo os neurônios motores da medula, atrofiando as fibras musculares. Com isso, a criança perde força nos membros inferiores, atrofia, também chegando a causar outras dificuldades como insuficiência respiratória, contaminando água e alimentos e podendo infectar outra pessoa. Há o risco da transmissão direta de pessoa para pessoa através de gotículas de saliva, fala, espirro e tosse.

Fotos: Mayana Lopes