Universidade Aberta do Brasil seleciona tutores para graduação bilíngue

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) funciona como polo para a seleção de tutores para o curso de graduação bilíngue em Pedagogia na modalidade a distância. O processo seletivo visa à contratação de profissionais pelo Edital nº 029/2018, do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), para a Universidade Aberta do Brasil (UAB), esta vinculada à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para o Polo Ufam, são ofertadas 14 vagas imediatas, com inscrições abertas entre os dias 4 e 5 de fevereiro.

Os educadores serão responsáveis pela tutoria presencial e virtual da UAB/Capes, com as atribuições de acompanhar e monitorar o curso de graduação em Pedagogia bilíngue, com carga horária de 20 horas semanais. O curso é ofertado a partir de parcerias com instituições de ensino superior que sediam os polos de apoio presencial nas cinco macrorregiões do Brasil.

Para participar, o interessado deve atender aos seguintes requisitos: Ter formação mínima de Graduação (Licenciatura e/ou Bacharelado); possuir experiência mínima de um ano no magistério da educação básica ou superior; ter disponibilidade para participar das atividades presenciais: de formação continuada, planejamento pedagógico e reunião de coordenação (dentro da carga horária de trabalho); ter disponibilidade de horário de 20 horas semanais para desenvolver atividades de tutoria presencia/EaD, para atendimento aos alunos, nos turnos diurnos e noturnos, inclusive aos finais de semana, conforme cronograma estabelecido pela coordenação do polo ao qual o professor mediador estiver vinculado; possuir habilidade no uso de computadores no ambiente Windows e/ou Linux e facilidade de acesso aos recursos de conectividade à Internet (e-mail, chat, fórum, ambiente virtual de aprendizagem etc.); e ter facilidade para lidar com mídias e tecnologias digitais de informação e comunicação variadas.

Inscrições

As inscrições serão realizadas mediante entrega de formulário preenchido, disponibilizado página do INES, no qual o candidato informará seus dados, formação e experiência profissional, para pontuação individual, conforme anexo I do edital. Ao se inscrever, o candidato deve apresentar original e cópia de: documento de identificação com foto (identidade, carteira de trabalho, carteira de habilitação, passaporte); comprovante de Títulos de Formação; comprovante de experiência profissional; e Currículo Lattes.

Na Ufam, o processo seletivo é coordenado pela professora Débora Teixeira Arruda, docente da Licenciatura em Letras – Libras da Faculdade de Letras (Flet). O candidato deve realizar sua inscrição presencial, entre os dias 4 e 5 de fevereiro, das 9 às 12h ou das 14 às 16h, na avenida General Rodrigo Otávio, nº 6.200 – Campus Universitário Senador Arthur Virgílio Filho, Bloco – H, Setor Sul – Bairro Coroado (ao lado do Restaurante Universitário – RU).

No dia da inscrição, é necessário levar o FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO – PROFESSOR MEDIADOR TUTOR (anexo II) e a DECLARAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE HORÁRIO – TUTORIA (anexo IV).

Mais informações: ped.bilingue.poloufam.ines@gmail.com

Foto: reprodução

Expedição na bacia do rio Branco busca identificar se peixes estão contaminados por mercúrio

Para tentar revelar os níveis de contaminação dos peixes por mercúrio e riscos ao consumo humano, uma equipe multidisciplinar formada por profissionais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) realizou uma expedição para coletar amostras de peixes e de água na bacia do rio Branco, em Roraima, no período de 29 de outubro a 9 de novembro de 2018.

Os trabalhos foram coordenador por Bruno Souza do ICMBio e Fabíola Domingos Moreira, do Inpa. Foram coletados peixes nos rios Branco, Mucajaí e Uraricoera, incluindo a compra de pescado nos mercados de peixe das cidades de Caracaraí e Mucajaí. Mais de 2 mil amostras de tecidos, escamas, nadadeiras, sangue e órgão vitais foram coletados de 240 peixes. O resultado sobre a possível contaminação dos peixes por metais pesados deve sair em 180 dias.

Conforme o pesquisador Romério Bríglia, do ICMBio/RR, a pesca é uma atividade importante no estado, com mais de 6 mil pescadores profissionais atualmente em atividade, sendo esta uma fonte expressiva de alimento e de renda em Roraima.

“A pesquisa é importante pois irá avaliar a presença de mercúrio e a ocorrência de efeitos prejudiciais à saúde dos peixes, sendo que essa contaminação pode refletir em redução do pescado para a população”, destacou Fabíola Domingos Moreira.

De acordo com o analista ambiental Bruno Souza, o estudo contribuirá para a implementação de um protocolo de monitoramento de metais pesados. “Esse protocolo será fundamental para a conservação dos ambientes aquáticos da
Amazônia e manutenção da qualidade do pescado da região”, ressaltou.

O metal pesado mercúrio é utilizado no garimpo de ouro sendo liberado no ambiente e atingindo os rios e igarapés. Estudos anteriores realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já revelaram que parte da população
Yanomami que vive nas proximidades das áreas de garimpo já se encontra contaminada por mercúrio.

O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam) do ICMBio, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto de Amparo à Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Roraima (IACTI-RR), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) são instituições parceiras da iniciativa que foi financiada com recursos do Ministério do Meio Ambiente por meio do Programa ARPA – Áreas Protegidas da Amazônia.

Histórico

Roraima tem uma característica única: é banhado quase que exclusivamente por uma só bacia hidrográfica, a bacia do rio Branco. Historicamente, o Estado tem enfrentado ondas de crescimento da atividade garimpeira ilegal em seus domínios, principalmente em terras indígenas, e à montante da capital, Boa Vista, que concentra mais de 65% da população residente no Estado.

No final dos anos 1980 do século passado, ocorreu um boom dessa atividade, quando mais de 30 mil garimpeiros adentraram na área que seria homologada como terra indígena Yanomami apenas em 1992, quando se decidiu pela
retirada dos garimpeiros e a explosão das pistas de pouso que apoiavam a atividade. Mas de alguns anos pra cá a área foi novamente invadida e o garimpo recrudesceu, agora com mais intensidade, e com o uso de máquinas e
tratores com um potencial de alterar os ambientes de forma ainda mais devastadora. A preocupação com o retorno do garimpo está em saber quais seriam os reais impactos dessa atividade para o meio ambiente e para as populações locais.

Foto: Fabiola Valdez/Inpa

Aplicativo Giulia permitirá visita autoguiada de deficientes auditivos no Bosque da Ciência

Participar de palestras, visitar espaços culturais ou ir a uma consulta médica são atividades simples para a maioria das pessoas, mas para quem não consegue ouvir é um grande problema. Para superar essa barreira de acessibilidade, o Bosque da Ciência vai contar com um aplicativo de comunicação para surdos, permitindo à pessoa com a deficiência conhecer os atrativos do espaço de visitação pública do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), sem a necessidade de um intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais).

A nova funcionalidade da plataforma Giulia Mãos que Falam voltada para o turismo inclusivo foi apresentada no último dia 16 de outubro na conferência de abertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT/Inpa), cujo tema foi “Ciência para a redução das desigualdades na Amazônia”. Após testes da função com alunos da Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos, o aplicativo de inclusão de pessoas com deficiência auditiva está na fase de ajustes e será lançado em março de 2019.

Referência mundial nos estudos de biologia tropical, o Inpa atua em várias áreas para combater problemas sociais. Entre elas estão o desenvolvimento do purificador solar de água (Água box), moradias sustentáveis e tecnologias de alimento voltadas para agrobiodiversidade da Amazônia. “Uma dessas frentes é inserir o deficiente auditivo no nosso circuito de visitação no bosque, fazendo com que a visitação seja relevante, compreensível e integrada à vida deles”, disse a coordenadora de SNCT e de Tecnologia Social do Inpa Denise Gutierrez.

Outra frente de atuação é a inclusão dos idosos, que representam uma parcela representativa da sociedade. “A população está envelhecendo e precisamos pensar neles, oportunizando atividades em que podem aproveitar ao máximo o conhecimento que temos para compartilhar”, destacou Gutierrez.

Aplicativo

O aplicativo Giulia foi idealizado pela Map Innovation do professor Manuel Cardoso, que trabalha com tecnologias assistivas há 30 anos, e adaptado com a função para ponto turístico a partir de um projeto da professora do curso de Turismo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Selma Batista. “O aplicativo permitirá ao surdo a visitação autoguiada passando pelos atrativos do bosque. Isso dará empoderamento ao visitante, sem que ele precise do condutor, porque nem sempre se tem disponível o condutor com habilidade em libras”, disse Batista, destacando que a ferramenta não vem para substituir o intérprete.

A proposta é que no bosque estejam disponíveis para os visitantes alguns aparelhos de celular smartphones com o Giulia (instalado off line) para atender o visitante que tem celular ou que não tenha sinal de internet para baixar o aplicativo no próprio celular. “Os surdos têm uma limitação de comunicação, mas são tão normais quanto qualquer outra pessoa”, ressaltou Cardoso.

Conforme o Censo de 2010 realizado pelo IBGE, 9,7 milhões de pessoas tem deficiência auditiva. Hoje, estima-se que sejam 12,5 milhões, dos quais 5,5 milhões apresentam deficiência auditiva severa, situação em que há uma perda entre 70 e 90 decibéis (dB). “O Giulia vem romper paradigmas e trazer o pcd a para a inclusão social, econômica e cultural, permitindo acesso a lugares como o bosque. E espero que sirva de exemplo para a nova geração de que a superação se faz pela vontade de transcender limites”, disse Cardoso, que é professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e inventor do mouse ocular.

Foto: Paulo Sérgio/MAP

Hospital Getúlio Vargas deve inaugurar novo setor de nefrologia em dezembro de 2018

Até setembro de 2019, o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) deverá ter concluído a segunda fase das obras de seu novo complexo que abrangerá os setores de nefrologia, laboratório, farmácia, salas de aula e setores administrativos. O novo setor de nefrologia será de grande importância para a população, uma vez que a fila de pacientes que aguardam para fazer hemodiálise é extensa. Atualmente, o tratamento é administrado em pacientes com doença renal aguda. Essa ala deve ser inaugurada em dezembro de 2018.

Vinculado à Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o estabelecimento teve verba de R$ 8,2 milhões liberada pelo Ministério da Educação (MEC), liberação anunciada pelo ministro Rossieli Soares no dia 23 de julho para o andamento dos trabalhos. O total da obra é orçado em R$ 37 milhões, dos quais já foram pagos R$ 13,6 milhões.

A nova ala de nefrologia do HUGV contará com 18 pontos de hemodiálise. A unidade terá capacidade para até 30 máquinas, duplicando a capacidade de filtração da água (osmose). Com o início de funcionamento do novo setor, o HUGV buscará viabilizar sua entrada no programa de transplante renal.

O superintendente em exercício do HUGV, Luiz Carlos de Lima, que está concluindo um ano de gestão no hospital, reforçou: “Essa questão da hemodiálise vai ser resolvida com a finalização do complexo HUGV”. Ele lembrou que, da última vez que o ministro Rossieli Soares esteve em Manaus, foi para anunciar a contratação de mais 42 funcionários, sendo oito técnicos que chegaram e foram direto para o centro cirúrgico. “Ampliamos a nossa capacidade de cirurgias, ou seja, vamos praticamente dobrar a quantidade. Fazemos uma média de 20 cirurgias por dia e a nossa intenção é passar para 40”, completou o superintende.

“O MEC se comprometeu em acelerar, o máximo possível, a entrega ainda este ano de algo que é fundamental, como [a ala] de hemodiálise”, declarou Rossieli Soares. “Também virão os laboratórios e a farmácia que vai ser atendida nessa parte da ampliação do hospital. Não definimos a priorização, mas colocaremos todo o esforço para atender aquilo que é necessidade primeira para este hospital, na parte da construção”.

O reitor Sylvio Mário Puga Ferreira destacou a ação do MEC. “A Ufam é parceria do MEC em grandes projetos que envolvem a nossa universidade e a saúde do povo de Manaus”, disse. “A melhoria desse hospital, que é um local de formação dos médicos e futuros médicos da cidade de Manaus, é fundamental”, acrescentou.

Ministro da Educação, Rossieli Soares, anunciou no dia 23 de julho liberação de R$ 8,2 milhões para as obras do novo complexo do Hospital Universitário Getúlio Vargas

Contratações

Com as novas contratações, o hospital ampliará sua capacidade de atendimento de 5 mil cirurgias por ano, com a utilização de quatro salas, para 10 mil cirurgias por ano, com 10 salas de cirurgia em funcionamento.

“Existe fila de espera no Amazonas de forma geral, e tínhamos um potencial de atendimento ainda maior”, disse o ministro. “Então, já na última visita conseguimos aumentar o corpo técnico liberando novos 43 profissionais o que possibilita ampliar o corpo médico e, assim, ampliar o número de cirurgias feitas. É importante a gente entender o quanto as pessoas estão esperando para ter um hospital como o nosso atendendo a população”.

Fundado em 1965, o HUGV é um hospital-escola de pequeno porte, com 159 leitos, que presta serviços de assistência à saúde da população da Região Norte com qualidade, além de desenvolver atividades de ensino e pesquisa no âmbito multiprofissional.

O HUGV teve suas novas instalações inauguradas em novembro de 2016. O custo total da obra foi de R$ 101 milhões. O edifício dispõe de 13 pavimentos, com heliporto e garagem. São 34.660 metros quadrados de área construída. Já se encontra em andamento a segunda fase da obra do novo complexo hospitalar, que contemplará os setores administrativos, de nefrologia, laboratório e salas de aula.

Além de enfermaria, o local comporta UTI, centros cirúrgicos, central de material e de esterilização. O hospital conta com uma sala híbrida, uma das primeiras do país, montada para realização de cirurgias assistidas por equipamento de imagens. O HUGV dispõe ainda de 25 programas de residências médicas, com 156 residentes, e duas residências multiprofissionais, com 24 residentes.

Dentre as habilitações do Sistema Único de Saúde (SUS), o HUGV atua com alta complexidade nas áreas de nefrologia, neurologia/neurocirurgia, traumato-ortopedia, cardiovascular, UTI adulto, UTI pediátrica, videocirurgias, cirurgia vascular, cirurgia de câncer de complexo hospitalar, laboratório de exames citopatológicos do colo de útero, referência para diagnóstico e tratamento de lesões precursoras do câncer do colo de útero.

Fotos: André Nery/MEC

Meio ambiente entra em discussão em congresso internacional de literatura na Ufam

O meio ambiente é o mote das discussões do IV Congresso Internacional de Literatura e Ecocrítica (Cile), a ser realizado de 4 a 7 de junho de 2018, na Ufam. Pesquisadores de países como Estados Unidos, Índia e Japão apresentam dados atuais sobre os principais problemas que afetam o planeta. Os efeitos do aquecimento global sobre a Amazônia também serão abordados na conferência de abertura.

Evidenciando a interação da literatura com temas importantes para a sociedade moderna, o Cile traz para a Ufam nomes como os dos professores Yûsule Sakai, da Universidade de Kagoshima no Japão; e Daniel R. Wildcat, da Haskell Indian Nations University nos Estados Unidos. “A literatura tem relação com a vida e o mundo. O meio ambiente é uma grande preocupação para toda a sociedade e a literatura reflete isso”, afirma a professora Nícia Petreceli Zucolo (Ufam), membro da comissão organizadora local.

O primeiro irá expor “O outro lado da natureza e da educação ambiental no Japão contemporâneo” apontando as principais causas e efeitos dos últimos grandes fenômenos naturais que atingiram o país, como o grande terremoto do Leste do Japão e o Tsunami, ocorrido em 2011, que juntos causaram a morte de quase 20 mil pessoas, além de feridos e desaparecidos. Confira a programação completa no site do IV Cile.

Já Daniel R. Wildcat apresenta as “Sabedorias ecológicas tradicionais como um antídoto para a destruição ambiental”. “As várias formas de crises que enfrentamos em todas as instituições da modernidade revelaram as marcas de nascença de uma cosmovisão ocidental totalizadora e universalizante que encoraja a humanidade constantemente a ignorar nossa experiência humana no mundo. As sabedorias ecológicas tradicionais são o antídoto contra as forças perigosas e destrutivas da modernidade e sua versão 2.0, a pós-modernidade”, defende.

A conferência de abertura que trata dos efeitos do aquecimento global na Amazônia será realizada pelo pesquisador do Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA) Philip Martin Fearnside, na segunda-feira, 4 de junho, das 9h às 10h30, no Auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais.

Além das palestras, o VI Cile trará também minicursos e 40 exposições orais com trabalhos relacionados à temática ambiental.

De acordo com a comissão organizadora, as palestras serão bem abrangentes de forma a contemplar o público em geral. Participantes recebem certificado de horas complementares. Inscrições podem ser feitas no dia do evento.

Foto: Mácio Ferreira/Agência Pará

Alto Solimões recebe Projeto Amazônico de Atendimento Oftalmológico da Ufam

Seis municípios da região do Alto Solimões estão sendo atendidos por uma equipe que compõe o Projeto Amazônico de Atendimento Oftalmológico da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O grupo é composto por experientes cirurgiões, enfermeiros, anestesistas, retinólogos e médicos residentes.

Além de ajudar muitas pessoas em locais carentes de profissionais dessa especialidade, o projeto é a oportunidade de os residentes em Oftalmologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Ufam aperfeiçoarem os conhecimentos na área.

Segundo o médico-residente Galileu Neto, participar de um projeto desse porte é uma oportunidade de aprender com profissionais mais experientes. Ele está na viagem desde o dia 19 de maio e realizou a triagem de pacientes para a cirurgia nos municípios de Santo Antônio do Içá, Amaturá e São Paulo de Olivença.  “O mutirão de catarata é uma grande oportunidade de estar em contato e aprender com outros colegas médicos, tanto do Amazonas quanto de outros estados. Observo que o nosso trabalho ajuda a diminuir uma demanda significativa de pacientes que necessitam do atendimento oftalmológico, especialmente na população carente, e do interior que não teriam condições de ir até Manaus”, destaca o médico.

Cerca de 1000 atendimentos clínicos e 100 cirurgias foram realizadas em Atalaia do Norte e Benjamin Constant (Foto: Ascom/Ufam)

Outra residente do Projeto de Atendimento Oftalmológico no Alto Solimões é Vanessa Marques. Ela afirma que o aprendizado no Alto Solimões foi bem além da Oftalmologia. “Trabalhei com a seleção de pacientes a serem submetidos à cirurgia de catarata. Realizei a triagem nos municípios de Tabatinga, Atalaia do Norte e Benjamin Constant. Apesar de eu ser amazonense, eu nunca havia viajado para o interior do Amazonas. Aprendi muito sobre o nosso estado. Eu conhecia apenas alguns municípios próximos de Manaus. No início da experiência, fiquei receosa, mas fui muito bem recebida por todas as pessoas. Além de todo  esse acolhimento proporcionado pela população, é muito gratificante trabalhar nesse projeto por ele  ter o poder de, realmente, mudar a vida das pessoas. Vi pacientes que estavam acamados, sem sair de casa por não conseguirem enxergar há anos por causa de catarata e que voltaram a ver, após o mutirão oftalmológico”, destacou.

População aprova atendimentos

A população demonstra satisfação com o atendimento recebido. O agricultor Lino Rodrigo dos Santos, 75 anos, morador do município de Atalaia do Norte foi um dos pacientes de catarata que passaram pela triagem dos residentes. “A catarata estava há dez anos a me impedir de trabalhar na roça com feijão, banana e pimentão. Eu não conseguia mais plantar. Senti um pouco de dor durante a cirurgia, mas com certeza bem menos que não poder enxergar bem. Não quero muito da vida, quero apenas produzir meus próprios alimentos para ter paz. Gostei muito do atendimento de toda a equipe, desde quando fui atendido na triagem pelos médicos residentes até o momento de realizarem minha cirurgia, quando eu estava bastante ansioso. Fui muito bem tratado no momento em que mais precisei. Estou muito agradecido”, declarou Lino.

(Foto principal: Ascom/Ufam)

Inovação, sustentabilidade e governança na Amazônia são temas de evento internacional

Com o objetivo de reunir pesquisadores de todos os continentes para discutir assuntos correlatos à Amazônia, com destaque para as temáticas de inovação, sustentabilidade e governança, será realizada a Amazonian Management Symposium, nos dias 29, 30 e 31 de agosto. O evento terá a colaboração de quatro professores da Faculdade de Estudos Sociais da Universidade Federal do Amazonas (FES/Ufam), sendo coordenado por docentes e discentes do Doutorado Interinstitucional em Administração USP/UEA. Além de visitas técnicas e sessões orais, constam na pauta painéis sobre o tema.

Os pesquisadores, executivos, líderes políticos e outros profissionais, brasileiros ou estrangeiros que inscreveram os resumos de seus trabalhos até o final de maio e receberem a resposta da avaliação até 15 de junho devem encaminhar os artigos completos até o dia 30 de julho. Os professores da FES/Ufam Adriano Guimarães, André Ricardo Costa, Bartolomeu Miranda e Maria Emília Melo fazem parte da comissão de avaliação.

Conforme explica o professor André Costa, a proposta surgiu de uma parceria entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), numa perspectiva de longo prazo. “A ideia é compartilhada com todas as instituições do ambiente amazônico, incluindo a Ufam, por intermédio dos seus docentes matriculados no Dinter, a excelência em Administração”, ressalta. A meta é “formar doutores e coordenar uma estrutura acadêmica que aponte sistematicamente para soluções aos problemas amazônicos”, afirma ele.

Tema & Programação

Sustentabilidade, inovação e governança estão entre os tópicos mais estudados em Administração, justamente pelo potencial de ofertar soluções à sociedade. “Na Amazônia, o tema sustentabilidade é o que exige soluções mais imediatas, pela relevância e sensibilidade do bioma, visto que existe aqui uma população que demanda bem-estar como qualquer outra no mundo. Assim, é necessário articular modelos de negócios sustentáveis”, explica o professor Costa, para quem a inovação em produtos e processos é de grande relevância nesse contexto.

Outra questão é o valor agregado aos produtos no Polo Industrial de Manaus (PIM). Segundo o docente, isso permite que a floresta seja preservada no Amazonas. “Todavia, há conflitos tanto em termos de gestão dos recursos naturais quanto em relação à estabilidade do PIM. É necessário compor instrumentos de governança para alinhar os interesses”, avalia o professor Costa.

As atividades serão realizadas entre os dias 29 e 31 de agosto de 2018, das 8 às 18h, no Centro de Convenções do Amazonas (CCA Vasco Vasques), localizado na avenida Constantino Nery, 5001, bairro Dom Pedro.

 

(Fotos Públicas: Mácio Ferreira / Ag. PARÁ)