Programa de estímulo a mulheres indígenas na Amazônia seleciona seis projetos socioambientais

Iniciativa da Conservação Internacional busca propostas focadas em soluções socioambientais para receber bolsa de US$ 10 mil e apoio técnico por um ano

Em sua 2ª rodada de seleções, o Programa Mulheres Indígenas Lideranças em Soluções Socioambientais na Amazônia recebe, até 21 de março, propostas de projetos liderados por mulheres indígenas de sete países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname). No Brasil, seis projetos serão selecionados para receber uma bolsa de US$ 10 mil (cerca de R$ 54 mil). O edital completo está disponível em .

O objetivo do programa é apoiar ideias e iniciativas lideradas por mulheres que visem o bem-estar das comunidades e territórios indígenas, com foco em temas relacionados à conservação, tradições e saberes ancestrais, direitos indígenas e reconhecimento legal, produção sustentável, soberania alimentar, língua e cultura, fortalecimento de organizações, entre outros.

Mayara Ferreira, gerente de projetos da CI-Brasil, explica como o trabalho junto às mulheres será realizado. “Iremos trabalhar com essas líderes por um ano no desenvolvimento do projeto. Além do aporte financeiro, elas também receberão suporte de uma equipe técnica multidisciplinar que irá apoiar atendendo as necessidades e realidades individuais. O apoio às mulheres é um passo em direção a igualdade de gênero nas comunidades indígenas da Amazônia.”

Serão priorizadas propostas inovadoras, que tragam soluções socioambientais criativas e favoreçam o engajamento de mais mulheres em questões relacionadas à conservação e o desenvolvimento de redes de lideranças femininas indígenas.

Programa de Mulheres Indígenas

O Programa Mulheres Indígenas Lideranças na Amazônia é uma iniciativa do projeto Nossas Futuras Florestas – Amazônia Verde, implementado pela Conservação Internacional com o apoio da Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (do espanhol, Coica) e do governo francês. O projeto promove e apoia os esforços de conservação de 26 povos indígenas e comunidades locais, por meio de ferramentas, treinamento e financiamento necessários para o manejo de seus territórios e conservação da Amazônia.

Conservação Internacional

A Conservação Internacional (CI-Brasil) usa ciência, política e parcerias para proteger a natureza da qual as pessoas dependem para obter alimentos, água doce e meios de subsistência. Fundada em 1990 no Brasil, a Conservação Internacional trabalha em mais de 30 países em seis continentes para garantir um planeta saudável e próspero, que sustenta a todos. Mais informações: http://www.conservacao.org.br

Inscrições

As interessadas devem se inscrever até 21 de março. O edital completo e formulários estão disponíveis em

Foto: Conservação Internacional/César David Martínez/Divulgação

Mini We’e’ena Tikuna: Boneca de pano, de cultura e de resistência indígena

Por Lenise Ipiranga

Com pinturas no rosto e vestimentas com grafismos sagrados, as bonecas de pano da artista plástica e proprietária da marca que leva seu nome, a We’e’ena Tikuna – Arte Indígena, carregam significados e a herança cultural originária do Brasil. Muito mais que bonecas, as Mini We’e’ena Tikuna, de forma lúdica e educativa, inspiram crianças a valorizar e respeitar a cultura indígena, a sabedoria da ancestralidade.

“Somos os próprios protagonistas da nossa história. Tenho orgulho, pois vencemos o medo de expressar a nossa cultura através da arte. E agora podemos mostrar para a sociedade que existe também uma boneca que representa o povo indígena”, ressalta a artista, ao destacar que as bonecas possibilitam que os pais possam educar os seus filhos sobre a importância da cultura indígena. “A educação e respeito vem de berço. Ninguém nasce com pré-conceito”, enfatiza.

We’e’ena Tikuna e suas miniaturas lúdicas e educativas de pano

We’e’ena Tikuna explica que as crianças estão acostumadas com um padrão de bonecas (brancas, loiras e magras) e, por isso, ela observou a necessidade de ter uma representatividade indígena de bonecas. Como brinquedo educativo, para que as crianças possam se conectar diretamente com a cultura indígena e quebrar todo o preconceito com a cultura e, principalmente, com as pessoas.

“As bonecas nasceram do não conhecimento da verdadeira história dos povos indígenas. A partir da criação da coleção de looks de We’e’ena Tikuna Arte Indígena”, conta a artista, ao explicar que, em 2019, ela lançou sua grife de roupas no Brasil Eco Fashion Week e, em 2020, foi convidada VIP pela produção para apresentar uma nova coleção. E acrescenta que como nem todas as pessoas poderiam ter roupas da sua coleção, ela criou as miniaturas, as Mini We’e’ena Tikuna. E cada uma tem seu nome Indígena Tikuna: a We’e’ena, a Djuena e a Memena.

“Na aldeia nunca tivemos bonecas nas nossas brincadeiras, brincamos mais nos rios, com os animais, em conexão com a natureza”, ressalta a artista, ao falar que toda arte é forma de resistência para os povos indígenas. E ela quer dar essa visibilidade à cultura indígena com sua arte, com suas roupas e bonecas.

Coleção da We’e’ena Tikuna lançada no Brasil Eco Fashion Week, em novembro de 2020

A estilista We’e’ena destaca o evento Brasil Eco Fashion Week, por ter incluído a coleção da sua Arte Indígena em suas duas últimas edições, e da importância de participar de um evento nacional de moda e representar seu povo, sua ancestralidade, sua Amazônia, como forma de valorizar e dar visibilidade à história e cultura dos povos indígenas e, assim, tentar diminuir o preconceito e a desinformação sobre seu povo.

Uma história de superação

We’e’ena Tikuna significa “a onça que nada para o outro lado no rio”, da cultura do povo Tikuna, originária da Aldeia de Umariuaçu, no município de Tabatinga, no estado do Amazonas, na região do Alto Rio Solimões, Região Norte.

É artista plástica formada pelo Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura do Amazonas – IDC, em dezembro de 2004, com diversas premiações e exposições já realizadas e dedicada ao trabalho de inclusão social dos povos indígenas por meio da sua arte.

Viveu na aldeia toda sua infância, é a quarta filha de Nutchametü rü Metchitücü, seu pai, nome que na cultura Tikuna quer dizer “onça com rosto redondo e bonito “. Sua mãe se chama Totchimaüna, ”Três araras voando”. E um dia seus pais decidiram morar na capital do Amazonas, em Manaus, para que seus seis filhos pudessem estudar.

Ao mudarem para capital, seus pais criaram a comunidade indígena Tikuna em Manaus, para que os filhos não perdessem os costumes e a tradição de povo originário. Foi assim que We’e’e’na cresceu, no entreviver de duas culturas, das tradições da aldeia aos costumes da cidade, onde sofreu racismo e foi humilhada por não falar o português, repetiu o colegial várias vezes por não entender o idioma, pois até os 12 anos só tinha contato com a língua nativa Tikuna, sua língua Mãe.

Mas, como filha Tikuna, We’e’e’na é uma mulher guerreira que venceu todos os obstáculos e o racismo. Por meio de sua história de superação ela inspira muitos e muitas indígenas. Além de artista plástica, We’e’e’na é cantora, palestrante, nutricionista, designer de moda e também ativista dos direitos indígenas e youtuber.

We’e’ena enfatiza que arte é forma de resistência para os povos indígenas. E ela quer dar essa visibilidade à cultura indígena com sua arte, com suas roupas e bonecas

Serviço:
Palestras, Oficinas, exposições, Shows e desfiles de moda

> weenaticuna@gmail.com / +55(21)99554-1608
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Bonecas

>Unidades limitadas, feitas à mão
>30 cm
>100 % algodão
>Antialérgica
>Pintura com grafismo sagrados Tikuna representando o Urucum e o Jenipapo nas cores.
>Modelos: Cada uma tem seu nome Indígena Tikuna: We’e’ena, Djuena e Memena
>Vendas no link: weenatikuna.com/collections/bonecas-indigenas-we-e-ena-tikuna-novidade