Síndrome de Down: como a literatura pode servir de instrumento para falar sobre inclusão e diversidade

Nesta segunda-feira (21/03), comemora-se o Dia Internacional da Síndrome de Down, data promovida pela Down Syndrome International e celebrada desde 2006, que tem como objetivo exaltar a vida das pessoas com Síndrome de Down e disseminar informações para promover a inclusão de todos.

A síndrome de Down é uma condição genética causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso faz com que as pessoas com síndrome de Down tenham 47 cromossomos em suas células ao invés de 46, como a maior parte da população. De acordo com o último censo do IBGE, existem aproximadamente 300 mil pessoas com Síndrome de Down no Brasil.

E a literatura auxilia no desenvolvimento dos pequenos com síndrome de Down e na disseminação de informação. Os livros infantis são ferramentas que podem colaborar muito com o desenvolvimento de crianças com síndrome de Down, seja no acompanhamento profissional ou no dia a dia da família. O estímulo relacionado à ludicidade da literatura pode ser uma ótima forma de desenvolver os pequenos.

O hábito da leitura desperta as potencialidades das crianças com síndrome de Down, por meio de livros voltados para a estimulação de diversas áreas, como livros coloridos, lúdicos, sensoriais, interativos e que despertem o interesse. Por isso, é importante que a família introduza o hábito da leitura, desde cedo, em casa, lendo para seu pequeno, colocando-o em contato com os livros e dando a oportunidade de manuseá-los.

Além disso, livros que tratam sobre diversidade e inclusão e com protagonistas com Síndrome de Down, ajudam a introduzir o assunto com crianças e a discutir a inclusão de todas as pessoas desde a primeira infância.

Como parte do projeto da Leiturinha, um clube de livros infantis, de trazer diversidade e inclusão social para os seus conteúdos, confira abaixo livros selecionados que auxiliam neste debate:

Joca e Dado

Leituras como a de Joca e Dado são ideais para conversar com as crianças sobre inclusão. Você sabia que as personagens são inspiradas em pessoas reais? Além disso, as ilustrações do livro Original Leiturinha foram feitas por um estúdio com profissionais diversos. Dentre eles, pessoas com Síndrome de Down. Inspirador, não é mesmo? É importante conversar com as crianças sobre as infinitas possibilidades que todos nós temos como pessoas. Além disso, incentivar que a criança interaja com as atividades ao final do livro.

Yunis

Yunis é um menino com Síndrome de Down. Ele adora cozinhar. Faz doces e bolos maravilhosos e os decora com um desenho especial que virou sua marca. Todas as noites ele deixa alguns de seus deliciosos doces na porta de cada criança do seu vilarejo. Mas elas não sabem quem é o responsável por essas coisas tão gostosas e esse ato tão generoso. Elas só descobrirão depois… Yunis é uma história que promove a diversidade e a inclusão, e encoraja a gentileza e a aproximação entre as pessoas!

Não Somos Anjinho

As crianças com síndrome de Down são como qualquer outra criança! Ora estão felizes, ora estão tristes. Por vezes, são amorosas. Em outros momentos, fazem muitas travessuras! Por isso, de maneiras simples e lúdicas, o livro Não Somos Anjinhos desmente algumas crenças bastante difundidas sobre as crianças com síndrome de Down. E revela que, apesar das particularidades, elas são apenas crianças.

Alguém Muito Especial

O livro Alguém Muito Especial conta a história de Tico e China, irmãos que estão aprendendo a conviver. Isso porque, aos poucos, Tico passa a compreender seu irmão e, assim, surge uma bonita cumplicidade entre os dois!

Indicado para crianças a partir dos 8 anos de idade, Alguém Muito Especial é um livro delicado, poético e bastante sensível. Por isso, é uma ótima sugestão para falar com os jovens leitores sobre empatia e inclusão.

Meio ambiente entra em discussão em congresso internacional de literatura na Ufam

O meio ambiente é o mote das discussões do IV Congresso Internacional de Literatura e Ecocrítica (Cile), a ser realizado de 4 a 7 de junho de 2018, na Ufam. Pesquisadores de países como Estados Unidos, Índia e Japão apresentam dados atuais sobre os principais problemas que afetam o planeta. Os efeitos do aquecimento global sobre a Amazônia também serão abordados na conferência de abertura.

Evidenciando a interação da literatura com temas importantes para a sociedade moderna, o Cile traz para a Ufam nomes como os dos professores Yûsule Sakai, da Universidade de Kagoshima no Japão; e Daniel R. Wildcat, da Haskell Indian Nations University nos Estados Unidos. “A literatura tem relação com a vida e o mundo. O meio ambiente é uma grande preocupação para toda a sociedade e a literatura reflete isso”, afirma a professora Nícia Petreceli Zucolo (Ufam), membro da comissão organizadora local.

O primeiro irá expor “O outro lado da natureza e da educação ambiental no Japão contemporâneo” apontando as principais causas e efeitos dos últimos grandes fenômenos naturais que atingiram o país, como o grande terremoto do Leste do Japão e o Tsunami, ocorrido em 2011, que juntos causaram a morte de quase 20 mil pessoas, além de feridos e desaparecidos. Confira a programação completa no site do IV Cile.

Já Daniel R. Wildcat apresenta as “Sabedorias ecológicas tradicionais como um antídoto para a destruição ambiental”. “As várias formas de crises que enfrentamos em todas as instituições da modernidade revelaram as marcas de nascença de uma cosmovisão ocidental totalizadora e universalizante que encoraja a humanidade constantemente a ignorar nossa experiência humana no mundo. As sabedorias ecológicas tradicionais são o antídoto contra as forças perigosas e destrutivas da modernidade e sua versão 2.0, a pós-modernidade”, defende.

A conferência de abertura que trata dos efeitos do aquecimento global na Amazônia será realizada pelo pesquisador do Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA) Philip Martin Fearnside, na segunda-feira, 4 de junho, das 9h às 10h30, no Auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais.

Além das palestras, o VI Cile trará também minicursos e 40 exposições orais com trabalhos relacionados à temática ambiental.

De acordo com a comissão organizadora, as palestras serão bem abrangentes de forma a contemplar o público em geral. Participantes recebem certificado de horas complementares. Inscrições podem ser feitas no dia do evento.

Foto: Mácio Ferreira/Agência Pará