Ocean Conservancy Brasil e parceiros realizam ação mundial de limpeza de rios e praias em Manaus

Neste sábado (10/09), Manaus receberá a segunda edição do Internacional Costal Clean Up (ICC), também conhecido como Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias. O evento é a maior ação internacional envolvendo voluntários para a limpeza e conservação de rios e praias e faz parte de um programa de educação ambiental que mobiliza milhares de pessoas em todo o planeta, sendo realizado em mais de 150 países. O dia comemorativo é sempre no terceiro sábado de setembro, porém os eventos acontecem em várias cidades nos meses de setembro e outubro.

O mutirão de limpeza acontecerá no Parque das Tribos, no rio Tarumã-Açu, em uma extensão aproximada de 5 quilômetros, nas margens do rio, das 9h às 15 horas. A retirada do lixo será feita por aproximadamente 150 voluntários, divididos em grupos monitorados por coordenadores. A ação é organizada pela Ocean Conservancy, tendo como patrocinadores oficiais a L´Oréal para o Futuro e Garnier e os apoios do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), Comunidade Indígena Parque das Tribos, Escoteiros do Brasil, Voluntários Greenpeace, Ardagh Metal Packaging, GRI Gerenciamento de Resíduos Industriais, RKBC Turismo, Walker Driver e Menos Um Lixo.

De acordo com a coordenadora de Estado da Ocean Conservancy, Katia Kalinowski, todo o lixo coletado pelos voluntários será catalogado, pesado e fotografado antes de seguir para o Zero Aterro, onde serão incinerados em empresa especializada contratada pela GRI. Depois de compilados, esses dados serão enviados para o Centro de Conservação dos Oceanos (Ocean Conservancy) para análise estatística, que será encaminhada para a ONU, responsável pela Comissão Intergovernamental Oceanográfica (IOC). São os resultados mundiais dessas análises que permitem à IOC convencer os países a se tornarem signatários do “Marpol Treaty”, um tratado internacional de controle de poluição marinha.

“Nosso objetivo é, além de retirar da natureza os resíduos produzidos pelo homem, conscientizar sobre um grande problema do mundo moderno: o lixo no mar e vias fluviais”, explica Katia Kalinowski.

E acrescenta que todos os anos, 11 milhões de toneladas de plástico entram no oceano, além das estimadas 200 milhões de toneladas que circulam atualmente nos ambientes marinhos. Seja por sacos plásticos ou canudos plásticos, que se transformam em grandes quantidades de resíduos plásticos mal gerenciados que se espalham de economias em rápido crescimento, isso é como despejar um caminhão de lixo da cidade de Nova York cheio de plástico no oceano, a cada minuto de cada dia durante um ano inteiro! E esse plástico deve ter um impacto nos ecossistemas oceânicos.

De fato, prevê-se que a produção e o consumo de plástico dobrem nos próximos 10 anos. Isso significa que se nada for feito agora, aponta George Leonard, cientista chefe da Ocean Conservancy, poderá se enfrentar 300 milhões de toneladas de plásticos no oceano em menos de 10 anos. Não se pode ficar parado e observar os impactos dessa onda de plástico indo em direção de todos.

“O relógio está correndo; devemos enfrentar este desafio antes que os plásticos sobrecarreguem o oceano”, diz George Leonard.

A ação será realizada neste sábado (10/09), no Parque das Tribos – Rio Tarumã-Açu

Os organizadores destacam que o lixo é um problema humano. E isso significa que todos fazem parte da solução. E convidam para que todos se juntem ao evento para realizar a visão do grupo sobre oceanos livres de lixo.

Serviço

Dia Mundial de Limpeza de Rio e Praias
Data
: Sábado, 10 de setembro de 2022.
Horário: das 9 às 15 horas.
Local: Centro Cutural Mainuma, Rua Puranga, nº 59, Parque das Tribos. Tarumã-Açu. Manaus -AM
Organização: Ocean Conservancy / contato para mais informações: +598 96259589 / oceanconservancybrasil@gmail.com / Katia Kalinowski

Patrocinadores oficiais: L´Oréal Para o Futuro e Garnier

Novo projeto da Natura traz incentivo para conservação da floresta na região amazônica

A indústria de cosméticos Natura lançou o projeto Carbono Circular (Carbon Insetting), desenvolvido para conter o desmatamento na Amazônia e estimular o papel do agricultor familiar para a conservação da vegetação local, o primeiro que gera pagamento pela compensação de carbono dentro de sua cadeira produtiva. O projeto remunera as famílias de pequenos agricultores não apenas pela compra de insumos e repartição de benefícios, mas também pelo serviço de conservação ambiental.

A iniciativa faz parte do Programa Carbono Neutro, que há mais de dez anos busca inventariar, reduzir e compensar as emissões de gases de efeito estufa ao longo de toda a sua cadeia de produção.

O projeto foi feito, inicialmente, em parceria com a Cooperativa de Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado (Reca), que reúne produtores rurais de Porto Velho (RO) e regiões de entorno no Acre e no Amazonas. Com o pagamento por serviços ambientais dentro da própria cadeia, prática conhecida como carbon insetting, a Natura busca atuar com as comunidades integrando três frentes: compra de insumos, repartição de benefícios por acesso ao conhecimento tradicional/patrimônio genético e conservação florestal. Com isso, a empresa busca ampliar o relacionamento com as comunidades fornecedoras de ativos da sociobiodiversidade na região e reforçar que é economicamente viável conciliar atividades produtivas e manutenção da floresta em pé – quanto menor o desmatamento registrado na área, maior o retorno financeiro dos produtores rurais pelos serviços ambientais.

Carbono Circular

O projeto Carbono Circular iniciou-se na Cooperativa Reca, fornecedora de ativos para a linha Ekos desde 2001 e localizada em uma das regiões brasileiras com maior pressão por desmatamento tanto da pecuária quanto para exploração madeireira. Por essa razão, em 2013, a área foi escolhida para o projeto piloto, desenvolvido em parceria com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).

Entre 2013 e 2016, a taxa de desmatamento do entorno registrou média de 1,9% ao ano, enquanto as 126 propriedades participantes do projeto registraram taxa de 0,93% – menos da metade da taxa de desmatamento observada no entorno. Isso significa que houve conservação equivalente a aproximadamente 190 campos de futebol no período, evitando assim a emissão de 104 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera.

“Os lotes e propriedades rurais que fazem parte do Projeto Reca geraram significativa contribuição para a conservação florestal, ajudando a consolidar a economia local e evitando a abertura de áreas de floresta nativa para a expansão de pastagens e produção pecuária”, explica Keyvan Macedo, gerente de sustentabilidade da Natura. A iniciativa cria um círculo virtuoso, porque traz renda extra para os fornecedores dos ingredientes e aumenta a resiliência da cadeia. “Temos como objetivo replicar o modelo em outras comunidades da região Amazônica”, completa Keyvan.

O pagamento por esse serviço ambiental, referente ao acumulado no período entre 2013 e 2016, foi equivalente ao que a Natura pagou pela compra de insumos fornecidos pela Reca no período (cerca de R$ 2 milhões). Em 2017, a Reca recebeu o primeiro pagamento por assumir o compromisso de preservar uma área de 5 mil hectares de floresta. O repasse de recursos – que é feito tanto individualmente para as famílias de agricultores quanto para um fundo da cooperativa – é condicionado à entrega anual de emissões auditadas por uma terceira parte, independente.

A partir deste ano, e durante os próximos 20 anos, o monitoramento das áreas e o pagamento serão feitos anualmente. O objetivo é que, ao longo desse período, a taxa de desmatamento na Reca caia a zero e que outras áreas possam seguir o mesmo modelo, evidenciando que é possível criar um modelo replicável para outras regiões da Amazônia voltados para conservação florestal e à produção sustentável.

A metodologia desenvolvida para o trabalho com a Reca está sistematizada e é pública. Desta forma, a iniciativa pode ser reproduzida e aplicada por outras empresas, organizações e cooperativas que queiram contribuir para a conservação de áreas florestais.

Foto: Pedro Devani/SecomAC/Fotos Públicas