Novos caminhos da oncologia

Por Ramon Andrade de Mello (*)

Os avanços da ciência têm proporcionado respostas para diversos males que afligem a população. Nessa pandemia, por exemplo, a agilidade dos cientistas na produção de uma vacina para combater o novo coronavírus superou as expectativas. Os resultados podem trazer alento às pessoas que enfrentam a Covid-19.

Nos próximos anos, a ciência deve continuar oferecendo importantes respostas para as doenças que devemos enfrentar num futuro bem próximo. O envelhecimento da população trará profundos impactos na saúde. Para o triênio 2020-2022, as estimativas brasileiras apontam o registro de 625 mil novos casos de câncer no período, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma.

Para superar esse novo panorama, pesquisadores de todo o mundo têm se lançado na busca de medicamentos e procedimentos capazes de mudar a abordagem de tratamento das pessoas acometidas por diversos tumores. Na área de oncologia, as terapias genéticas vêm se mostrando o melhor caminho pelos cientistas. Elas atuam nas mutações dos genes das células defeituosas para eliminá-las, uma técnica complementar aos métodos tradicionais – quimioterapia, radioterapia ou cirurgia.

Para quem considera que esses procedimentos ainda estão distantes da nossa realidade, vale ressaltar que o Brasil segue a tendência mundial na busca do tratamento contra o câncer e estudos pioneiros, como os iniciados na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), vão sequenciar o código genético de pessoas não fumantes acometidas por câncer de pulmão. A proposta da pesquisa é identificar os fatores de risco dessa população e apontar os tratamentos mais adequados para muitos casos da doença, com medicamentos que ofereçam maior poder de precisão e menores efeitos colaterais. Denominados de terapias-alvo, esses tratamentos atuam diretamente nas moléculas indispensáveis para as atividades das células cancerígenas, freando a sua expansão.

A ciência e os pacientes também comemoram os bons resultados da imunoterapia, uma técnica que estimula as próprias células de defesa contra o câncer. A escolha do melhor procedimento depende de uma avaliação minuciosa da saúde de cada paciente, realizada por meio de exames clínicos, entre outros processos. Esse método estimula o sistema imunológico no combate às células cancerígenas, bloqueando as engrenagens que elas usam para enganar as defesas com a liberação de proteínas, que se encaixam em receptores dos linfócitos T. Com a técnica, eles identificam e ordenam que outras células destruam os patógenos, que são agentes infecciosos.

Os cientistas já conseguem inclusive fazer a mutação em laboratório dos linfócitos T. Essa alteração ajuda a estimular no reconhecimento das células tumorais quando eles são reintroduzidos no paciente. A dificuldade do tratamento é identificar as alterações precisas que permitam ser aplicadas como alvos, pois o câncer é uma doença multifatorial e de mecanismos moleculares complexos, que se relacionam entre si para manter a célula maligna atuante.

As descobertas trazem vantagens como a redução significativa dos efeitos colaterais dos métodos tradicionais, como a quimioterapia. O sucesso dessas novas técnicas já permite vislumbrar, num horizonte de curto e médio prazos, a abordagem do câncer como uma doença crônica, mas ao mesmo tempo controlável quando bem acompanhada, assim como hoje ocorre com a hipertensão ou a diabetes. Os novos passos da ciência na área de oncologia reforçam nosso otimismo de que a cura para muitas doenças não é apenas um sonho.

(*) Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove (Universidade Nove de Julho) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).

Foto: Divulgação/ExLibris
Ilustração: Gerd Altmann/Pixabay

PPG-GCBEv do Inpa seleciona candidato a bolsista no Programa Nacional de Pós-Doutorado

O Programa de Pós-Graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva (PPG-GCBEv) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) abriu em 13 de setembro inscrições para seleção de um candidato para atuar como bolsista do Programa Nacional de Pós Doutorado (PNPD), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os interessados podem inscrever-se até 1º de outubro.

De acordo com o Edital CGBEv 01/2018 – PNPD/Capes, a seleção visa fortalecer as linhas de pesquisa do PPG-GCBEv. O candidato deve ter um perfil acadêmico voltado aos estudos da Genética, Conservação e Biologia Evolutiva para atuar em uma ou mais linhas do Programa: Genética de Organismos Tropicais; Conservação de Espécies Neotropicais e Biologia Evolutiva.

É desejável que o candidato tenha sido produtivo nos últimos quatro anos para se enquadrar no corpo docente do PPG-GCBEv. O valor mensal da bolsa é de R$ 4.100, com vigência máxima de até cinco anos. A seleção pública do candidato à bolsista tem como base a portaria 086/2013 da Capes.

Ainda de acordo com o edital, o perfil exigido do candidato é: “Um profissional que tenha experiência comprovada em estudos que investiguem mecanismos genéticos sobre a biodiversidade amazônica, ou seja, que tenha experiência em áreas relacionadas às linhas de pesquisa do Programa:

genética, conservação e biologia evolutiva de organismos tropicais, preferencialmente amazônicos. Possua publicações com Fator de Impacto e Qualis-Capes. Que comprove residência em Manaus, no ato da implementação da bolsa, e compromisso de permanecer com residência na cidade ao longo do período em que estiver como bolsista”.

O resultado final deverá ser divulgado no site do Inpa até 26 de outubro e as atividades já têm início no dia 1º de novembro de 2018. O edital está disponível aqui.

Foto: reprodução

Inpa abre inscrição de processo seletivo de sete cursos de mestrado com 104 vagas disponíveis

A Pós-Graduação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) abriu inscrição para a seleção de sete cursos de Mestrado. Ao todo estão disponíveis 104 vagas. Os interessados devem ser acessar os editais para saber os detalhes dos certames. O ingresso será no ano letivo de 2019.

Até 28 de setembro estarão abertas as inscrições para os cursos de Agricultura nos Trópicos Úmidos (PPG-ATU), Biologia de Água Doce e Pesca Interior (PPG-BADPI), Clima e Ambiente (PPG-Cliamb / programa em associação com a Universidade do Estado do Amazonas /UEA), Ecologia (PPG-ECO) e Entomologia (PPG-ENT). A turma terá início em março de 2019.

As inscrições para o processo seletivo para os cursos de Botânica (PPG-BOT) e Ciências de Florestas Tropicais (PPG-CFT) começam nesta segunda-feira (23 de julho) e seguem até a mesma data dos outros editais (28 de setembro). O Programa de Pós-Graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva (PPG-GCBEv) abrirá inscrições em data ainda indefinida.

O Instituto possui nove programas de pós-graduação, em níveis de mestrado e doutorado. O de Ecologia é o único do Amazonas com nota de avaliação da Capes de nível 6, considerado internacional. Além dos cursos citados – todos acadêmicos – tem o Mestrado Profissionalizante em Gestão de Áreas Protegidas da Amazônia (MPGAP). Um décimo curso é o de Aquicultura, mas este é da Universidade Nilton Lins em parceria com o Inpa.

Os editais podem ser acessados na página da Pós-Graduação do Inpa, clicando no item editais e documentos.

Editais e Vagas por Programa:

· PPG-ATU (edital 11/2018) – 14 vagas

· PPG-BADPI (edital 12/2018) – 11 vagas

· PPG-CLIAMB (Edital 13/2018) – 10 vagas

· PPG-ECO (Edital 14/2018) – 23 vagas

· PPG-ENT (Edital 15/2018) – 14 vagas

· PPG-BOT (Edital 16/2018) – 12 vagas

· PPG-CFT (Edital 17/2018) – 20 vagas

 

Foto: Reprodução da internet