Artista visual amazonense Duhigó estreia autorretrato na exposição Histórias Brasileiras no MASP

A artista visual indígena amazonense, do povo Tukano, Duhigó, apresenta seu inédito autorretrato na exposição coletiva “Histórias Brasileiras”, em cartaz no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), em São Paulo. A mostra acontece por ocasião do bicentenário da independência do Brasil, aberta no dia 26 de agosto e segue até o dia 30 de outubro, ocupando o 1º andar e o 2º subsolo da instituição.

“Histórias Brasileiras” reúne cerca de 380 trabalhos – sendo 24 inéditos – de aproximadamente 250 artistas e coletivos, entre eles o de Duhigó, em acrílica sobre tela. As obras de arte da exposição contemplam diferentes mídias, suportes, tipologias, origens, regiões e períodos, organizados em oito núcleos temáticos: Bandeiras e Mapas, Paisagens e trópicos, Terra e território, Retomadas, Retratos, Rebeliões e revoltas, Mitos e ritos e Festas.

Nesse contexto, a perspectiva privilegiada não é tanto a da história da arte, mas a das histórias sociais ou políticas, íntimas ou privadas, dos costumes e do cotidiano, partindo da cultura visual e expressando um caráter mais polifônico e fragmentado, escapando de uma visão definitiva, canônica e totalizante. A obra de Duhigó é um autorretrato de 2 metros por 1,2 metro, em acrílica sobre tela e está sendo exposta ao lado de autorretratos de grandes nomes das artes, como Lina Bo Bardi, arquiteta criadora do MASP, Pietro Maria Bardi, um dos criadores do MASP, Tarsila do Amaral, Paulo Nazareth, Heitor dos Prazeres, José Pancetti, Maria Auxiliadora e a pintora macuxi Carmézia Emiliano.

Autorretrato da artista visual amazonense Duhigó est´á em exposição no MASP

A exposição tem direção curatorial de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Lilia Moritz Schwarcz, curadora convidada, e curadoria de Tomás Toledo, Clarissa Diniz e Sandra Benites, além de diversos curadores da instituição: Amanda Carneiro, curadora assistente, André Mesquita, curador, Fernando Oliva, curador, Glaucea Britto, curadora assistente, Guilherme Giufrida, curador assistente e Isabella Rjeille, curadora. Ao longo do período expositivo, todas as terças e quintas-feiras a entrada no Museu será gratuita.

A obra autorretrato de Duhigó poderá ser vista no 2º subsolo do Masp, onde se encontra o núcleo “Retratos”, com curadoria de Adriano Pedrosa e Lilia Moritz Schwarcz. Nele são justapostas representações de vozes não notabilizadas, como as indígenas, negras e ativistas, e retratos icônicos da história brasileira, através de autorretratos ou representações de figuras de poder de diferentes períodos. “A partir das dimensões identitárias contemporâneas, o núcleo pretende explorar a possibilidade de reler a tradição de uma forma mais viva e diversa”, afirmam os curadores.

Convidada do Espaço Priceless

Duhigó, representada pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, também é artista convidada pelo Mastercard para expor obra multissensorial no Espaço Priceless, composto pelo Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante, localizado no rooftop do Shopping Light, em São Paulo. Duhigó assina um painel no teto do restaurante composto em colaboração com a cenógrafa Patrícia Sobral que construíram uma obra de arte derivada de 6 obras de arte de Duhigó.

O Espaço Priceless abriu recentemente sua temporada Amazônia, com cardápio e decoração tematizada e inspirada na região. O novo menu, assinado por Onildo Rocha, conta com saberes compartilhados pelas chefs Clarinda Ramos, indígena do povo Sateré-Mawé, da Casa de Comida Indígena Biatüwi (Manaus) e Débora Shornik dos restaurantes Caxiri (Manaus) e Camu-Camu (Novo Airão).

Para Duhigó, que colaborou para criar o ambiente amazônico no Espaço Priceless, a alegria foi poder apresentar suas obras em um formato ainda não experimentado pela artista: do gigantismo.

Duhigó também expõe no Espaço Priceless Mastercard, na capital paulista

“Eu me senti flutuando quando eu vi o resultado de todas minhas obras no teto do restaurante. Essa sou eu! Essa é a arte de Duhigó. Nossas histórias, coisa indígenas do povo Tukano. Espero que quem for ao restaurante sinta o meu sentimento, a forma como faço arte. Eu gostei muito de trabalhar nesse projeto e como fui tratada, com muito respeito e em união com a equipe”, destaca Duhigó, artista visual indígena do povo Tukano.

O local aborda a cultura brasileira de forma multissensorial e é aberto ao público em geral, todos os dias. Ali, é possível encontrar amantes da alta gastronomia, pessoas que apreciam ambientes mais casuais e até mesmo quem só deseja observar São Paulo do alto de um dos prédios mais icônicos da região central. “Isso vai totalmente ao encontro de nossa essência, que é proporcionar momentos que não têm preço às pessoas, todos os dias”, afirma Sarah Buchwitz, vice-presidente de Marketing e Comunicação da Mastercard Brasil.

SP-Arte “Rotas Brasileiras”

Duhigó estreou no circuito de feiras de arte de São Paulo aceitando o convite da Aura Galeria em parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte, juntamente com o artista da técnica de marchetaria Dhiani Pa’saro, do povo Wanano. Eles apresentaram uma coleção de obras inspiradas em suas ancestralidades e elementos de representatividade do seu povo.

Ao todo, Duhigó expôs nove obras de arte na maior feira de arte do país, a SP-Arte Rotas Brasileiras, de 24 a 28 de agosto, na Arca, galpão de 9 mil metros quadrados localizado na Vila Leopoldina, em São Paulo.

Com foco em projetos selecionados, sejam eles solos ou coletivos, a feira busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a produção fotográfica e artística de todo o território nacional. Segundo Fernanda Feitosa, diretora da SP–Arte, “existe uma produção de altíssima qualidade que vem da Amazônia, do Vale do Jequitinhonha, de capitais e interiores em diferentes regiões às quais nem sempre temos acesso. Rotas Brasileiras é um convite a essa imersão”.

(Foto Espaço Priceless: Divulgação/Gilberto Bronko)

Serviço

Histórias Brasileiras – até 30 de outubro/22
Direção curatorial: Adriano Pedrosa, diretor artístico, Lilia Moritz Schwarcz, curadora convidada
Curadores: Amanda Carneiro, André Mesquita, Clarissa Diniz, Fernando Oliva, Glaucea Britto,
Guilherme Giufrida, Isabella Rjeille, Sandra Benites e Tomás Toledo
Masp — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Horários: terça e quinta grátis. Terça, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas

Espaço Priceless Mastercard
Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante – Nova Temporada Amazônia
Endereço: Rooftop do Shopping Light (acesso pelo estacionamento do shopping no subsolo) – R. Formosa, 157 – Centro, São Paulo.
Horário de Funcionamento:
Abaru Bar e Restaurante – (possui um Terraço sempre aberto – a depender das condições climáticas) – funciona no almoço, café da tarde e bar à noite.
De segunda-feira à quinta-feira, do meio-dia às 23h. Às sextas e sábados do meio-dia à meia-noite. Aos domingos do meio-dia às 16 horas. Capacidade – 120 pessoas (área externa e interna)
Notiê Restaurante – aberto para o jantar
De terça-feira a sábado das 19h às 23h. Capacidade – 50 pessoas.
Menu degustação e pratos à la carte.

Fotos: Divulgação/Gilberto Bronko e Divulgação/Manaus Amazônia Galeria de Arte

Amazônia inspira Mastercard em vivência gastronômica e sensorial no Espaço Priceless

Saberes compartilhados pelas chefs Clarinda Ramos, indígena do povo Sateré-Mawé, da Casa de Comida Indígena Biatüwi (Manaus) e Débora Shornik dos restaurantes Caxiri (Manaus) e Camu-Camu (Novo Airão), com novo menu assinado por Onildo Rocha, além de obras da artista visual indígena do povo Tukano, Duhigó, representada pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, são as atrações do Espaço Priceless, composto pelo Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante, localizado no rooftop do Shopping Light, agora faz reverência à Amazônia.

O Espaço da Mastercard, no centro da capital paulista, propõe experiências multissensoriais ligadas à cultura e tecnologia, pensadas a partir de expedições e pesquisas em estados da Amazônia.

Para encantar os cinco sentidos, Notiê Restaurante e o Abaru Bar e Restaurante lançam menu, bebidas e websérie inspirados na região, com novo cardápio de Onildo Rocha e ambientação concebidos junto a chefs e artistas da Amazônia (Foto: Divulgação/Gilberto Bronko)

Durante os últimos meses, a equipe de embaixadores do Espaço Priceless – formada pelo chef Onildo Rocha, Junior Bottura, especialista em cervejas, Ale D’Agostiem no, mixologista, e Boram Um, barista – realizou viagens até os estados do Amazonas, Pará e Rondônia para estudar a culinária e a cultura da região amazônica.

“As expedições têm um papel muito importante. É a partir delas que aprofundamos nosso contato com o lugar, descobrimos novos ingredientes, a forma de usá-los e seu valor. Para onde se olha existe vida, cores, texturas e sabores. Porém, o mais importante é estar com os pequenos produtores, chefs, cozinheiros e com a comunidade da região, para conhecer, respeitar e nos encantar ainda mais com as histórias e saberes de quem estaremos representando, o que traz uma verdade singular para essa nova fase do Priceless”, comenta Rocha.

A vice-presidente de Marketing e Comunicação da Mastercard Brasil, Sarah Buchwitz, ressalta que a Mastercard é uma aliada atuante da proteção e da regeneração da Amazônia já há algum tempo.

“Fundamos a plataforma Coalizão Planeta Priceless, que une os esforços de comerciantes, bancos, cidades e consumidores para agir sobre a crise climática. Nos orgulha muito poder representar a Amazônia e as mulheres amazônicas no Espaço Priceless, além de termos a chance de ajudar a provocar reflexões importantíssimas sobre esse bioma essencial ao nosso planeta”, declara.

O local aborda a cultura brasileira de forma multissensorial e é aberto ao público em geral, todos os dias. Ali, é possível encontrar amantes da alta gastronomia, pessoas que apreciam ambientes mais casuais e até mesmo quem só deseja observar São Paulo do alto de um dos prédios mais icônicos da região central. “Isso vai totalmente ao encontro de nossa essência, que é proporcionar momentos que não têm preço às pessoas, todos os dias”, acrescenta Buchwitz.

Nesse novo momento, o restaurante Notiê, que compõe o Espaço e é focado em alta gastronomia, apresenta os tradicionais menus degustação de 5 tempos, com a mandioca como principal ingrediente, o de 10 tempos, um menu autoral que contará a história dos povos amazônicos nacionais e trará referências da Amazônia boliviana, colombiana, equatoriana e peruana, e pratos à la carte – mais uma novidade que chega junto com a nova temporada.

A artista Duhigó com o Chef Onildo Rocha e com as chefs do Amazonas Clarinda Ramos e Débora Shornika e a cenógrafa Patrícia Sobral

E o Abaru, bar e restaurante, com uma proposta mais descontraída para o dia a dia, manterá alguns dos pratos da temporada Sertões, além de incluir receitas inspiradas na Amazônia. Todos os ingredientes da região amazônica são de procedência conhecida e selecionados desde o plantio.

Além das novidades gastronômicas, o Espaço também apresenta nova carta de drinks elaborados por Ale D’Agostino, um café escolhido por Boram Um e uma cerveja colaborativa pensada pelos chefs, Onildo, Clarinda e Débora e pelo especialista em cervejas, Junior Bottura, todos inspirados em ingredientes amazônicos.

Arte visual

Para encher os olhos dos clientes, a identidade visual e as peças gráficas para a temporada foram especialmente desenvolvidas pela Greco Design, com ilustrações do artista Carmelio.

Quem passar pelo Notiê poderá contemplar no teto o novo painel da temporada, intitulado “A Mitologia de Duhigó, a Mulher que Sonha”, representando a essência Amazônica. O painel é composto por obras de arte do acervo da artista e de originais produzidas especialmente para a composição. Duhigó é a primeira artista visual indígena do Amazonas a fazer parte do acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). A composição e seleção das obras foi feita pela cenógrafa Patricia Sobral.

Websérie

Para conectar os consumidores do Priceless às transformações no ambiente e no cardápio, a Mastercard também lançará, em breve, nas redes sociais das marcas, uma nova websérie, agora sobre a Amazônia, apresentando detalhes da expedição e das histórias que inspiraram os embaixadores.

“Desde o início do projeto, nosso sonho foi poder representar a brasilidade de uma maneira imersiva, conectando os biomas e as histórias das pessoas. Foi daí que surgiu a ideia de sempre renovar o menu e o espaço, oferecendo experiências que encantem os cinco sentidos de nossos clientes, todos os dias”, explica Edemilson Morais, sócio-diretor da Bem São Paulo e um dos responsáveis pelo projeto.

Clientes Mastercard Platinum e Black têm 10% de desconto e isenção de rolha nos restaurantes do Espaço Priceless. Além disso, todos os portadores de cartão Mastercard poderão participar de experiências exclusivas de gastronomia, arte, música e esportes por meio da plataforma global Priceless.

Serviço
Espaço Priceless Mastercard – Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante – Nova Temporada Amazônia
Endereço: Rooftop do Shopping Light (acesso pelo estacionamento do shopping no subsolo) – R. Formosa, 157 – Centro, São Paulo.

Horário de Funcionamento:
Abaru Bar e Restaurante – (possui um Terraço sempre aberto – a depender das condições climáticas) – funciona no almoço, café da tarde e bar à noite.
De segunda-feira à quinta-feira, do meio-dia às 23h. Às sextas e sábados do meio-dia à meia-noite. Aos domingos do meio-dia às 16 horas. Capacidade – 120 pessoas (área externa e interna)
Notiê Restaurante – aberto para o jantar
De terça-feira a sábado das 19h às 23h. Capacidade – 50 pessoas.
Menu degustação e pratos à la carte.

Formas de pagamento: dinheiro e todos os cartões de crédito e débito.
Clientes Mastercard Black e Platinum têm 10% de desconto e isenção de rolha.
Reserva não é obrigatória, mas pode ser feita pelo site.
Telefone: (11) 2853-0373
Whatsapp bussiness (11) 2853-0373

Fotos: Divulgação/Gilberto Bronko e Divulgação/Manaus Amazônia Galeria de Arte

Aprendendo a cozinhar em francês na Le Cordon Bleu

Por Lenise Ipiranga

Ana Claudia Leocádio, natural do Amazonas, nascida na capital Manaus, com infância vivida no município de Alvarães, jornalista graduada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), casada com o diplomata Roberto Alfaia, residente em Brasília (DF) quando está no Brasil, levava 20 minutos de metrô de sua casa no 7º Distrito (7º arrondissement) até a escola de culinária Le Cordon Bleu, que fica no 15º Distrito, em Paris. Após nove meses de curso e mais outros três de estágio na própria escola, recebeu seu Diploma de Cozinha – Le Cordon Bleu de Diplôme de Cuisine –, e agora está como estagiária na equipe do Restaurant Guy Savoy, em Paris, um três estrelas Michelin e há quatro anos seguidos considerado o melhor restaurante do mundo pela revista francesa La Liste, da alta gastronomia mundial.

De uma sólida carreira de jornalista em Manaus, na Amazônia, até a nova profissão certificada em Paris, na Europa, a jornada de Ana Claudia Leocádio pelo mundo tem sido enriquecida por diversas conexões com pessoas, comidas, culturas, cidades e países. As voltas ao mundo começaram por conta de sua união, desde a faculdade, com Roberto Alfaia, também amazonense, diplomata brasileiro. Em 2009, selaram a união e Ana Claudia saiu de Manaus para morar em Brasília. A primeira viagem foi em 2011, para a Turquia. “Foram três anos e meio maravilhosos. O país é pura história e cultura. Foi na Turquia que esse dom culinário aflorou em mim”, relembra Ana Claudia.

A jornalista, que trabalhou em assessorias e redações de jornais, como o Jornal do Commercio, Gazeta Mercantil e Diário do Amazonas, conta que mesmo trabalhando muito, ainda em Manaus, sempre reunia amigos e cozinhava em casa. Mas foi na Turquia que Ana Claudia se sentiu motivada a conhecer o mundo da culinária. “Eu adorava experimentar as delícias da cozinha turca. E também queria aprender a cozinhar coisas diferentes para reunir amigos e conhecidos do meio diplomático em nossa casa. Foi muito prazerosa essa descoberta”, reconhece. E confessa que quando viajava para Manaus, voltava com a bagagem cheia de comida – farinha, pirarucu, jambu cozido, tucupi – “essas iguarias que nos dão muita saudade quando estamos longe. E sempre queria mostrar um pouquinho do Amazonas em nossa mesa”.

Nas lembranças da Turquia, Ana Claudia destaca o gosto pelo skender kebab – um assado de cordeiro, servido com molho de tomate e iogurte artesanal –; e pela delícia de Gozleme – um tipo de panqueca super tradicional, que pode ser recheada com um queijo parecido com o Feta. E completa que o bom da mesa turca “são os mézes (refeição ligeira), uma seleção de pequenas porções de petiscos que enchem a mesa para todos compartilharem. Algo bem acolhedor”.

De volta à Brasília, o casal ficou na capital federal de julho de 2014 a dezembro de 2016 e depois seguiu para Abuja, na Nigéria, país berço do que hoje no Brasil é conhecido como candomblé, explica Ana Claudia. “O país tem mais de 250 grupos étnicos, com três etnias dominantes: hauçás, yorubás e igbos”, detalha, para chegar ao ponto da referência culinária. “E uma das características marcantes da comida é a pimenta. Tudo muito apimentado”, conta a cozinheira graduada sobre a descoberta posterior sobre a cozinha yorubá.

E Ana Claudia destaca o uso do azeite de dendê, o peixe seco e uma papa chamada fufu para acompanhar. “Eu amava comer moimoi, que é o abará baiano (bolinho de feijão fradinho moído cozido em banho-maria embrulhado em folha de bananeira). Lá eles comem o acará (bolinho de feijão fradinho, frito no azeite de dendê) como acompanhamento, não como comemos o acarajé no Brasil, pois acarajé para eles quer dizer mais ou menos ‘eu quero acará’”, relembra Ana Claudia de suas preferências culinárias na Nigéria.

Após dois anos no continente africano, sempre guiado pelo trabalho diplomático, o casal seguiu para a Embaixada do Brasil na França, em Paris, em junho de 2018, para um período de três anos. Em suas viagens gastronômicas, ao chegar à França, Ana Claudia conferiu como a cozinha francesa é muito diversa, na qual se aproveita tudo dos animais que servem para alimentação. E reconhece que é muito difícil dizer qual o prato de sua preferência, por gostar de praticamente tudo, com exceção da receita com rim que não curtiu muito – um prato típico do Sudoeste francês. “Uma coisa que me atrai muito são os molhos, porque são eles que fazem a diferença nos pratos”, ressalta. Segundo a cozinheira, uma característica que percebeu é de que para os franceses o ideal é sentir o real sabor dos ingredientes, sem muito exagero de temperos. E relembra que conheceu um chef que dizia detestar comida condimentada por gostar de saber o que estava comendo. E Ana Claudia aponta algumas preferências: “um prato que gosto muito é bochechas de vitela (joues de veau); e também gosto muito de pato confitado (confit de canard). As bochechas de vitela são cozidas em fogo baixo por horas e quando comemos derrete na boca”, enfatiza.

Ao chegar na França, Ana Claudia tratou de se ambientar com a paisagem da região onde mora, com a esplanada e museu dos Inválidos (Esplanade des Invalides); com a gastronomia local, representada por um dos restaurantes populares mais antigos e tradicionais de Paris, o Bouillon  Chartier; e com visitas a pontos como o conjunto monumental de Mont Saint-Michel, na Normandia

Le Cordon Bleu

Antes mesmo de mudar para a Nigéria e depois se/guir para a França, ainda quando estava em Brasília, em 2015, após a Turquia, Ana Claudia resolveu entrar num curso tecnólogo em Gastronomia, no Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), entre os cinco melhores do país na época, segundo o MEC (Ministério da Educação). “Foi uma escolha acertada. O curso abriu minha mente para coisas que nunca pensaria em relação à cozinha, como: a cadeia produtiva da alimentação; a importância da valorização do produtor; a qualidade”, avalia Ana Claudia, que também fez pós-graduação em Relações Internacionais na Universidade de Brasília (UnB).

E ao chegar à França, em 2018, a jornalista amazonense logo se questionou: “por que não unir o útil ao agradável e estudar na mais renomada escola de cozinha do Mundo?”. Ana Claudia então enviou sua inscrição e esperou a resposta, pois para ser aprovada precisa falar em inglês ou francês. Ela já falava em inglês e decidiu investir um pouco mais no estudo do idioma francês, pois gostaria de estudar culinária na língua original da escola. “E foi muito bom, porque faz uma diferença enorme aprender a cozinhar em francês”, avalia, ao explicar que a maioria dos termos e técnicas são na língua francesa. Ela foi aprovada e entrou no programa de imersão, o qual inclui os nove meses de curso, mais três meses de estágio na própria escola e, em seguida, em um restaurante.

“É Diploma de Cozinha. Esse é o título do diploma”, enfatiza Ana Claudia Leocádio sobre o seu Le Cordon Bleu de Diplôme de Cuisine, conquistado no último mês de setembro, deste ano de 2020 tão diferente. “O fato de você conquistar o diploma de cozinheiro no Le Cordon Bleu não te faz chef de cozinha, você é cozinheiro. É um caminho longo”, ressalta a cozinheira, ao falar que ainda não desenvolveu uma receita própria. “Quem sabe daqui uns anos eu possa criar algo bem bacana. Depois que concluímos o curso parece que se abre um leque de possibilidades, mas temos que focar em praticar, trabalhar e melhorar o nosso fazer na cozinha”, avalia.

Ana Claudia Leocadio cumpriu o programa de imersão na escola de culinária Le Cordon Bleu, onde fez muitas provas práticas e muitas amizades

Somente após estagiar na escola, nas cozinhas de preparação das aulas, na preparação e venda no Café, é que foi possível Ana Claudia Leocádio fazer um estágio em um restaurante. “Tive muita sorte”, comemora, ao contar que enviou seu currículo e foi logo aceita, num mercado de trabalho em que a média de idade dos estagiários é de 22 anos. A jornalista cozinheira, aos 43 anos, explica: “aqui eles começam cedo como aprendizes, aos 16 anos. O sistema é bem regulamentado para recebê-los nas empresas. Mas eu não deixo a peteca cair”.

“Agora estou fazendo um estágio no Restaurant Guy Savoy, em Paris. Está sendo uma experiência maravilhosa. Apesar de trabalhar muito, vale cada hora para aprender como funciona a alta gastronomia, ainda mais em um lugar tão requintado da capital francesa”, confirma Ana Claudia sobre todo o esforço empreendido. O restaurante é de propriedade do chef Guy Savoy, aberto em 1980, que funciona desde 2015 na Casa da Moeda, um palácio de 1775, às margens do rio Sena, e reconhecido por quatro anos seguidos como o melhor do mundo pelo ranking La liste e com três estrelas Michelin, o guia de referência mundial de restaurantes e hotéis, de origem francesa, criado em 1900. A cozinheira destaca sua estrutura, com uma grande brigada de cozinha e o foco no produto de qualidade: “por isso o resultado é tão bom. E o foco é bom produto, boa cocção e tempero correto”.

Entre as melhores lembranças do curso: o robalo  em escamas de batata; a sobremesa de creme de castanha portuguesa com chantilly e a amizade da turma de cozinheiros

Vida Amazônica

Jornalista apaixonada pelo seu ofício, Ana Claudia acredita que seu dom para as artes culinárias tem origem e vivência familiar e amazônica. “Minha mãe Nazira Leocádio é uma grande cozinheira”, destaca Ana Claudia, e acrescenta o fato de ter vivido sua infância no município de Alvarães, no interior do Estado do Amazonas, recebendo toda a influência do modo de vida dos seus avós maternos, Joaquina e Luiz Leocádio. “Desde criança fui acostumada a comer o que vinha da natureza. Na época não tínhamos geladeira, energia elétrica e tínhamos que nos alimentar do que tinha no dia – das pescarias, das caçadas, da roça e da horta da minha avó Joaquina. Foi assim que construí meu paladar”, enaltece suas origens, de onde acredita ter herdado o talento para as artes culinárias.

Durante o curso na Le Cordon Bleu, Ana Claudia conta que lembrava demais das iguarias do Amazonas e imaginava como poderia fazer algo a mais com os nossos ingredientes sem, contudo, perder a identidade de cada um. “Essa é a essência da cozinha francesa, na minha percepção: mesmo super sofisticada e elegante, a cozinha francesa valoriza cada ingrediente produzido no país, seus sabores autênticos, fato que as releituras não desprezam isso”, distingue a cozinheira.

“Meus olhos não saem do Amazonas, de ver o quanto nossa gastronomia é rica e precisa ser levada para o mundo para que possamos valorizá-la mais”, incentiva Ana Claudia. E critica a falta de iniciativas públicas e privadas para a valorização de produtos valiosos do Amazonas e Região Norte mundo afora. E expõe a surpresa e susto quando compra a castanha em Paris: “um quilo custa quase 40 euros. Mas o nosso caboclo ganha quase nada lá na ponta da cadeia produtiva”; e ainda tem o cacau com alto valor no mercado; sem falar do açaí, que Ana Claudia avalia o Estado do Pará estar melhor estruturado para explorar esses nichos de mercado.

Da Amazônia à França, até agora, com alguns sacrifícios e algumas milhas de cultura e conhecimento, Ana Claudia Leocádio conta que nada seria possível sem o incentivo de seu marido, o diplomata Roberto Alfaia

Os produtos derivados da mandioca, principalmente as farinhas ovinha e amarela, são um capítulo à parte, segundo Ana Claudia, os quais precisam urgentemente de apoio para salvar os saberes dos produtores tradicionais, que estão envelhecendo e morrendo. “Quem vai produzir com tamanha qualidade? ”, questiona. A amazonense cita o selo de Indicação Geográfica conquistada pela farinha produzida no município de Uarini, em 2019, o qual começou a embalar para exportação. “Isso é muito bom. Mas nos beiradões do rio Solimões tem muitos lugares que produzem farinhas ótimas, que precisam desse incentivo para que as novas gerações possam desfrutar dessa delícia”, alerta. Tem muita coisa para ser feita nesse sentido, diz Ana Claudia, com reais possibilidades, mas para isso precisa organização, planejamento e compromisso do poder público e da iniciativa privada.

Enquanto não sabe o seu próximo destino, Ana Claudia Leocádio reconhece os benefícios alcançados por acompanhar o marido em sua jornada de trabalho como diplomata: “isso me exigiu alguns sacrifícios, mas por outro lado ganhei umas milhas de cultura e conhecimento, pois comecei a me voltar para os estudos”. E enfatiza o apoio irrestrito de seu marido Roberto Alfaia: “nada disso seria possível sem o incentivo e apoio do meu marido. Costumo dizer que ele é meu fã número um”. A jornalista também não está desempenhando sua profissão, mas reafirma que jornalismo é sua paixão e mesmo parada sua mente é uma fonte inesgotável de pautas. E adianta que não gosta muito de falar de futuro, mas espera que o plantio feito até agora dê bons resultados.

Terceira Feira Internacional de Vinhos na Amazônica acontecerá nos dias 20 e 21 de agosto

Especialistas em vinhos e renomados sommelières são presenças confirmadas na 3ª edição da Feira Internacional de Vinhos na Amazônia (Fiva). Gabriela Monteleone e Mikaela Paim farão parte da programação técnica da feira junto com Carlos Cabral, Denise Rohnelt, Joachim Schnorr, Dayane Casal, o cardiologista Tales Esper e o consultor esportivo Leonardo Santos. A programação de palestras acontecerá dentro do espaço da Fiva na sala Merlot, agendada para os dias 20 e 21 de agosto das 14h às 18h30, no Centro de Convenções Vasco Vasques (avenida Constantino Nery – Chapada).

A paulistana Mikaela Paim está na área de gastronomia desde 2004, se formou sommelière de vinhos em 2007, e para sua formação em todas bebidas alcoólicas do mundo viajou mais de 30 países. Hoje, com mais de 28 especializações em vinho, é a única brasileira especialista em alcoólicos, água, chá, café e sommelière internacional de charutos. Também faz palestras, consultorias, eventos e empreende em restaurantes em São Paulo e participa de iniciativas em prol do vinho no Brasil, como Enobrasil, Provinho e diretora de Vinhos na Abraselsp.

Outro nome confirmado, Gabriela Monteleone, formada em Gastronomia pela Universidade Anhembi Morumbi, há 15 anos é sommelière, certificada pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-SP). Atuou em casas renomadas em São Paulo como Ici Bistro, Pomodori e GERO (Grupo Fasano). É head sommelier e Wine Director do Grupo D.O.M., cuidando das operações dos restaurantes D.O.M. e Dalva e Dito. É professora na ABS-SP, elabora cartas de vinhos e harmonizações de menus para empresas e para as chefes de cozinha Bel Coelho e Gabriela Barreto.É certificada pelos órgãos franceses Interloire e BIVC como Ambassadrisse Officielle dos vinhos do Vale do Loire (FR).

Carlos Cabral estuda vinho desde 1969. É idealizador e fundador da 1ª Confraria de Vinhos do Brasil – a Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho (1980); membro das Confrarias dos vinhos da Bairrada, Alentejo, Madeira, Periquita (Portugal) e Saint Ubert (Espanha). É autor dos livros “A Presença do Vinho no Brasil”, “Porto: um Vinho e sua Imagem”, “A Mesa e a Diplomacia Brasileira”, “Dicionário Ilustrado do Vinho do Porto”, “Imagens da Diplomacia Brasileira” e “Ferreira, Imagem que Marca”. É consultor de Vinhos da rede Pão de Açúcar Supermercados e ainda tem o projeto de pesquisa do Vinho do Porto no Ciclo da Borracha da Amazônia.

Denise Rohnelt de Araújo é jornalista especialista em gastronomia e turismo, atuando na área gastronômica desde 1997.Gaúcha de Porto Alegre, vive em Roraima há 28 anos, mas está na região amazônica há 41 anos, se dividindo entre os estados do Amazonas, Roraima e, recentemente, Pará. Além do jornalismo, formou-se em cozinha e confeitaria internacional no Instituto Internacional de Artes Culinárias Mausi Sebess, em Buenos Aires, Argentina. Ainda é curadora de eventos gastronômicos como: Feira Rota do SaboRR em Boa Vista, Roraima, e três edições da Feira Internacional de Gastronomia Amazônica – Figa, em Manaus. Foi jurada no reality gastronômico MasterChef Rede BAND de TV.

Palestras

A Fiva vai iniciar sempre às 14h e encerrará às 18h30, na sala Merlot. No dia 20, as palestras serão com o sommelier Joachim Schnorr (AM) com o tema “Técnicas de Degustação”. Às 16h, Gabriela Monteleone falará de “Vinhos naturais: tendência ou contracultura?”. Às 17h, será a vez de Mikaela Paim ministrar “Imersão ao mundo do vinho”.

No segundo dia de feira, as palestras começam com o tema “Drinks com espumantes”, ministrada por Denise Rohnelt. Na sequência, a empresária Dayane Casal, o cardiologista Tales Esper e o consultor esportivo Leonardo Santos farão o workshop “Vinho e Saúde”. A palestra de encerramento será com Carlos Cabral, com o tema “O mercado brasileiro do vinho e o comportamento do consumidor”.

Espaço Gourmet

O participante, além do circuito de degustação com 250 rótulos de vinhos, ilhas de frios e pães inclusos no passaporte da Fiva, vai ter à disposição um espaço gourmet (por adesão) com o restaurante Sabor A Mi, no comando de Luciana Felicori, com serviço a la carte para aqueles visitantes que desejaram compor as harmonizações com vinhos e espumantes.

Empresas relacionadas ao mundo do vinho, música ao vivo, estacionamento amplo com serviço de vallet, espaço totalmente climatizado com conforto para o visitante da feira e localização privilegiada.

Os expositores confirmados são Adega Alentejana, Top Internacional, Zahil Importadora, Freixenet, Vinícola Casa Perini, Decanter, Lídio Carraro, Grand Cru, Cantu Importadora, Obra Prima, Ecovino, Nossa Senhora de Fátima Importadora, Vinícola Famiglia Valduga, Bodegas Wine, Inovini, La Pastina, Oiram, Anima Vi um e Bacozon, além da Amazon Explorers, Vinotage, Santa Cláudia, Novotempo, MRM Sistema, Fabiana Arquitetura, Senac, Amazonastur e o apoio institucional da Abrasel no Amazonas.

O passaporte para um dia custa R$ 149, e R$ 270 para os dois dias. Mais informações podem ser obtidas via e-mails contato@fivaamazon.com e fivaamazonia@gmail.com.

Foto: divulgação

Terceiro Festival Paraense terá concurso de gastronomia nos próximos dias 13 e 14 de abril

Com 40 barracas típicas de comida paraense, acontece nos dias 13 e 14 de abril, a terceira edição do Festival Paraense da Mode On Eventos, às 17h, no espaço Podium Leste, da Arena da Amazônia. Além das atrações musicais que irão animar as duas noites, o festival irá contar com um megaconcurso de gastronomia que irá premiar o melhor prato oferecido aos frequentadores do evento.

De acordo com o gerente de projetos da Mode On Eventos, Carlos Júnior, uma comissão de jornalistas e digital influencers, irá votar nos dois dias do evento para eleger o melhor prato do festival. “Os participantes irão se inscrever e falar com que prato irão concorrer. Nós da organização do evento vamos escolher seis jurados para formarem uma comissão. Serão jornalistas, chefes de cozinha e membros da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-AM). O prato precisa ter aquela essência do Pará, além, claro, de um sabor marcante”, disse.

Segundo o organizador do evento, que já é consagrado no ramo por promover grandes festivais para toda a família, a exemplo da festa junina Delícias da Roça e Festival de Hamburguer e do Festival Nordestino, entre os critérios avaliativos para o concurso gastronômico estão originalidade, harmonia, apresentação e sabor. “O prato do festival será conhecido na segunda noite do evento (domingo) e este ganhará um belo troféu”, completou ao ressaltar que todos os pratos serão comercializados com valores a partir de R$ 5 até R$ 20.

Outra grande atração esperada é o bazar Mode On que este ano terá mais de 30 stands e lojas com vários produtos que vão desde os artesanatos até a lojas de sandálias, bolsas, roupas, bijouterias, quadros, artigos de decoração, alguns locais e outros produtores vindos do Pará com valores acessíveis. O bazar Mode On é uma das atrações que mais fazem sucesso entre os visitantes.

Para quem pensa em ser expositor , participar do bazar ou quer ter aquele lugar reservado no espaço gastronômico, basta acessar o link https://goo.gl/forms/0AIuUXFYBFFSe6HD2 e garantir seu espaço. Mais informações pelo (92) 3348.8434 ou por e-mailatendimento@modeoneventos.com.br.

E como em todo grande festival não pode faltar música, no palco “Ver-o-Peso”, a animação da festa ficará por conta do Rei do Carimbó Pinduca, DJEmilson Djsound, Wanderley Andrade e Amazon Beach, que irão se apresentar numa superestrutura de som e iluminação, montada no local.

Com público previsto de 30 mil pessoas, este ano o evento terá o preço do ingresso simbólico cobrado ao valor de R$ 8 a meia entrada, tendo como forma de pagamento dinheiro e cartões de crédito e débito, ou comprados pelo site www.modeoneventos.com.br e também nas lojas Via Uno dos principais shoppings de Manaus. Comprando ingressos pelo site você concorre a camisa oficial do evento. Como em todos as edições, parte da renda será revertida em doação ao Pró-Menor Dom Bosco, instituição que promove a evangelização e o atendimento socioassistencial de adolescentes, jovens e famílias necessitadas de assistência social básica.

Entre os parceiros do evento estão, Cervejaria Cerpa, Coca-Cola, Del Valle,  Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Amazonas (Abrasel-AM), Gelo Manaus, FC. Comunicação Visual e Via Uno.

Por fim, no espaço bacuri, destinado à criançada, haverá brinquedos infláveis, pula-pula, touro mecânico, tiro ao alvo, pescaria, piscina de bolinhas, jogos eletrônicos, entre outros.

Foto: Mode On Eventos/divulgação

Acadêmico une culinárias mineira e amazônica na criação de linguiças

Unir as culinárias mineira e amazonense foi o desafio do acadêmico de Gastronomia da Faculdade de Tecnologia Senac Amazonas (Fatese AM), Aldaclécio Aguilar. O capitão do Exército Brasileiro juntou os conhecimentos adquiridos em Minas Gerais com as iguarias do Amazonas e desenvolveu linguiças artesanais que possuem gosto único.

Segundo Aguilar, que é mineiro, o projeto empreendedor “Encontro de Sabores” surgiu em sala de aula e contou com o apoio dos professores da Fatese, que participaram desde a concepção do diferencial do produto até a degustação e avaliação nutricional das linguiças.  No entanto, foram os colegas de quartel que davam feedback  sobre os sabores.

“Atualmente, eu estou atuando sozinho no projeto, com a assessoria e o apoio dos professores do Senac, nas áreas de alimentação ou gestão, por exemplo. A comercialização tem sido feita devagar, a princípio com amigos do quartel para ver a receptividade do produto e a aceitação tem sido muito boa”, disse.

Conforme o militar, no primeiro momento o projeto buscou a junção de sabores entre a linguiça de porco com sabores da Amazônia. Atualmente, são produzidas linguiças com jambu e tucupi, tucumã com queijo coalho, pimenta murupi com calabresa, queijo manteiga regional e a de pirarucu com alcaparras.

“Além dos sabores com iguarias amazônicas também temos outras tradicionais. A pura com azeitona e outra com alho. Estamos desenvolvendo a de pirarucu com camarão e outras linguiças de carne vermelha, a amazônica quente e a amazônica fria que possui temperos como tucupi, murupi, alho, cheiro verde e recheio de queijo coalho, sendo uma com pimenta e outra sem”, explicou Aguilar.

 

Aldaclécio Aguilar juntou os conhecimentos adquiridos em Minas Gerais com as iguarias do Amazonas e desenvolveu linguiças artesanais que possuem gosto único

O empreendedor conta que há uma preocupação em conhecer o valor nutricional de cada produto empregado na concepção das linguiças artesanais bem como no uso de temperos que tornem o alimento saboroso e, ao mesmo tempo, mais saudável.

“Temos aplicado todo aprendizado de sala de aula no projeto. Os nossos temperos são exclusivos, por exemplo, usamos o sal rosa do Himalaia em todas as preparações que é para justamente reduzir o índice de sódio e tornar o produto mais saudável. É uma prioridade usarmos matéria-prima fresca, de boa qualidade e procedência”, conta.

A junção das culinárias chamou a atenção pela proposta inovadora e, claro, pelo sabor diferenciado. O projeto “Encontro de Sabores” do Aguilar vem tomando novas proporções e passou a contar com o apoio da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, que será responsável pelo pirarucu usado na composição das linguiças.

“Participei recentemente de um evento da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) na qual tive a oportunidade de apresentar o projeto e foi um momento bem interessante, pois percebi a grande aceitação do público. Tivemos bons comentários só com a apresentação, sem a degustação. Na ocasião também vendi todas as amostras que levei”, finaliza.

O projeto do acadêmico de gastronomia da Faculdade Senac AM também foi classificado para o Prêmio Vire Manaus 2018, que reconhece iniciativas de empreendedores sustentáveis que favoreçam a cidade.

Fotos: Ascom Fecomercio