Amazônia: Exposição internacional de Sebastião Salgado será apresentada pela primeira vez no Brasil

Na primeira apresentação ao público brasileiro da sua exposição internacional “Amazônia”, o fotógrafo Sebastião Salgado mostrará 200 grandes painéis fotográficos sobre a região amazônica, durante a quinta reunião do Observatório do Meio Ambiente do Poder Judiciário, coordenada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que abordará a grandiosidade da floresta amazônica, sua diversidade e a necessidade de preservação, na terça-feira (14/9), às 14h, por videoconferência que será transmitida ao vivo pelo canal do CNJ no YouTube.

Entre as fotografias, estão imagens pouco conhecidas do país, de matas, rios e montanhas da Amazônia, a exemplo do Monte Roraima, localizado na tríplice fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana e cuja fauna e flora ainda são um mistério para a humanidade. A exposição inclui ainda imagens de tribos indígenas que habitam a Amazônia, em um modo de vida ancestral associado à natureza.

A exposição foi inaugurada em maio deste ano na Filarmônica de Paris e seguirá para outras cidades, incluindo Londres, Roma, São Paulo e Rio de Janeiro. As fotos foram tiradas entre 2013 e 2019 durante viagens do fotógrafo à Amazônia em um registro estético que representa uma continuidade do trabalho “Gênesis”, sobre áreas do planeta ainda preservadas da ação humana.

Indígenas da etnia Ashaninka, no Acre. Foto: Sebastião Salgado / philharmoniedeparis.fr / reprodução

Proteção ambiental

A apresentação do fotógrafo brasileiro de reconhecimento internacional e membro do Observatório do Meio Ambiente ocorre em meio à crescente preocupação, no Brasil e no exterior, com a conservação da Amazônia. Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em agosto deste ano, a região registrou mais de 28 mil focos de calor, o terceiro maior número para meses de agosto desde 2010, abaixo apenas de 2019 e de 2020, refletindo a escalada do desmatamento e de atividades ilícitas como garimpo ilegal e contrabando de madeira.

O Poder Judiciário tem sido um aliado nas ações de preservação do meio ambiente e conservação da Amazônia. E tem reforçado seu compromisso por meio de uma série de medidas adotadas pelo CNJ e pela Justiça nos últimos anos para aprimorar a tutela ambiental.

Observatório

A criação do Observatório do Meio Ambiente, em novembro do ano passado, é uma dessas medidas e está voltada para viabilizar diagnósticos, dar visibilidade a boas práticas, formular políticas e implementar projetos que auxiliem a atividade jurisdicional de combate à degradação do ecossistema.

Integrado por representantes do poder público e da sociedade civil, o Observatório tem o objetivo de se tornar um núcleo de referência no acompanhamento e disseminação de dados, informações, instrumentalização de pesquisas, estudos, análises e debates.

Agenda 2030

Também são ações coordenadas pelo CNJ, a adoção da Agenda 2030 na Justiça, com a incorporação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as 169 metas da Agenda de Sustentabilidade das Nações Unidas, a criação de meta nacional em 2021 para impulsionar dos processos ambientais pelos tribunais brasileiros e o lançamento da plataforma SireneJud, uma ferramenta de integração de dados do CNJ, cartórios de registro de imóveis e outras bases de informações sobre florestas públicas e temas relacionados ao meio ambiente.

Link para a 5ª Reunião do Observatório do Meio Ambiente – 14 de setembro/2021
https://www.youtube.com/watch?v=u-_9vo7Ce4I&authuser=0

Mudanças climáticas são exibidas em exposição no Paiol da Cultura

Até novembro estará aberta a exposição “Amazônia e Mudanças Climáticas: um futuro em fotos, ilustrações e ciência”, no Paiol da Cultura do Bosque da Ciência, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Iniciada em 11 de setembro, a mostra tem o objetivo de explicar os efeitos das mudanças climáticas no futuro da floresta amazônica para o público, revelando informações sobre os efeitos que o gás carbônico pode ter sobre a cobertura vegetal.

A curadoria é feita pelo artista suíço Marcus Maeder, da Universidade das Artes de Zurique, com fotos de João Marcos Rosa e ilustrações de Rogério Lupo. A exposição é realizada pelo Programa AmazonFace, executado pelo Inpa.

De acordo com o presidente do comitê científico do AmazonFace, o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) David Lapola, a exposição visa divulgar também o conhecimento sobre o efeito das mudanças climáticas na Amazônia, por meio de estudos científicos e tecnológicos realizados pelo Programa de Pesquisa AmazonFace.

Na exposição estarão expostas cerca de 30 fotos do fotógrafo de natureza João Marcos Rosa, que tem fotolivros publicados e realizou trabalhos para grandes revistas, como a National Geographic. As fotografias mostram o ambiente de trabalho do programa AmazonFace em campo e laboratório. A mostra inclui também alguns desenhos do ilustrador Rogério Lupo, profissional em ilustração botânica e de ecologia de paisagens.

Na exposição, haverá ainda uma estrutura de áudio e vídeo, chamada “Espírito da floresta”, criada pelo artista suíço Marcus Maeder, curador da exposição, a partir de gravações no sítio experimental da AmazonFace. “A realização dessa atividade tem intenção de envolver a sociedade científica, as instituições de pesquisa, as universidades, pesquisadores, professores e estudantes e despertar o interesse pela ciência desenvolvida aqui no Inpa e os seus métodos”, disse David Lapola.

AmazonFace

O AmazonFace é um programa científico que tem como foco a resolução de uma das principais fontes de incerteza em relação ao impacto das mudanças climáticas sobre ecossistemas tropicais: o potencial que o aumento das concentrações atmosféricas de CO2 poderia ter para mitigar os efeitos deletérios das mudanças de temperatura e precipitação nas florestas tropicais, estimulando a produtividade e aumentando a resiliência dessas florestas à seca.

O Experimento de Pesquisa do programa está localizado na Estação Experimental de Silvicultura Tropical ZF-2 do Inpa, a 50 quilômetros ao norte de Manaus, na rodovia BR-174.

O Bosque da Ciência fica na rua Bem-te-vi, s/nº, bairro Petrópolis.

Foto: João Marcos Rosa/AmazonFace

Exposição revela olhar de artistas sobre expedição na Amazônia

O Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE), em São Paulo (SP), abriu até dia 29 de julho a exposição “Amazônia: os novos viajantes”. Cerca de 30 artistas com curadoria de Cauê Alves e Lúcia Lohmann expõem quadros e esculturas que resgatam questões ambientais.

Diferente das exposições de artes plásticas recentes que ocorreram sobre o assunto, essa exposição inova ao partir de uma pesquisa científica sobre a origem da Amazônia, coordenada pela professora Lúcia Lohmann, doutora em biologia, onde artistas foram levados em uma expedição de coleta junto com cientistas.

Exposição ficará aberta ao público no MuBE em São Paulo até dia 29 de julho, com entrada franca (Foto: Divulgação)

“Amazônia: os novos viajantes” está dividida em três núcleos principais: Núcleo Histórico, que traz obras originais dos primeiros viajantes que desbravaram a Amazônia nos séculos passados; Núcleo Científico, que incluirá um filme sobre a expedição científica e amostras coletadas pela equipe da bióloga; e o Núcleo de Arte, que apresentará obras de artistas que fizeram parte da expedição científica e produziram seus trabalhos a partir dela, assim como também obras de artistas que estiveram na região em outras épocas e fizeram seu trabalho a partir de suas próprias viagens.

A exposição tem apoio da empresa Hidrovias do Brasil, que atua na Amazônia como operadora logística no escoamento de grãos. “A Hidrovias tem como pilares estratégicos a preservação do meio ambiente e atuação social nas comunidades em que se encontra. Isto, atrelado ao fato de atuarmos no Norte do País nos levou a patrocinar esta exposição. Todas as obras expostas remetem a importância da preservação da região amazônica”, afirma Lilia Vieira, vice presidente de Recursos Humanos e Sustentabilidade da Hidrovias do Brasil

 

Serviço

“Amazônia: os novos viajantes”

Curadoria Cauê Alves e Lúcia Lohmann

Local: MuBE – Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (Rua Alemanha 221, Jardim Europa, São Paulo – SP)

Terça a domingo, das 10h às 18h

Entrada franca

Encerramento: 29 de julho de 2018

Exposição Latitude Amazônica alia arte e ciência na interpretação das nuvens amazônicas

Artista que pinta as paisagens amazônicas há quase 50 anos, Jair Jacqmont, 71, estreou a exposição Latitude Amazônica, no último sábado (2), às 10 horas, no Paiol da Cultura do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Com um painel panorâmico de 22 metros, o artista plástico traz as nuvens, em tons azuis, à altura do olhar para levar o visitante a refletir com o auxílio da ciência sobre a importância da floresta amazônica para a manutenção do clima na América do sul.

“As pessoas gostam da cultura e querem saber da ciência o porquê das coisas. Como se formam as nuvens, como se comportam a seca e a chuva. Eu, como artista plástico, faço a minha interpretação da natureza e os cientistas vão explicar os motivos”, destacou Jacqmont que na pintura faz uma divisão da paisagem em nuvens, floresta e rio, o rio Amazonas.

De diferentes formas, cores e tamanhos, as nuvens fazem parte do imaginário das pessoas. Muitas já passaram horas observando o céu e tentando encontrar formas conhecidas nas nuvens, como cachorrinhos, cavalos, pássaros e rostos, a depender da criatividade do observador. No movimento das nuvens e dos ‘rios voadores’, que distribuem água da Amazônia para várias áreas da América do Sul, a proposta da exposição promovida pelo programa LabVerde é “casar” cultura e ciência.

A exposição faz parte da programação da Semana do Meio Ambiente do Inpa que acontece de 5 a 10 de junho, com entrada gratuita, mas a mostra segue até o dia 26 de agosto, no horário de funcionamento do Bosque da Ciência do Inpa, de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h 16h (entrada), sábado e domingo das 9h às 16h (entrada). O espaço de visitação pública do Inpa fica na rua Bem-te-vi, s/nº, Petrópolis, zona sul de Manaus.

O trabalho do artista plástico conta com o auxílio científico do gerente operacional pelo lado Alemão da Torre Alta de Observação da Amazônia (Atto, na sigla em inglês), o pesquisador Stefan Wolff, especializado nos estudos de formação de nuvens. Com 325 metros de altura, a Atto é a maior torre de monitoramento climático do mundo.

“Esse ‘link’ arte e ciência é uma boa oportunidade para um grande público ver o que a ciência faz, e a arte dá outra visão para os estudos científicos. É uma boa abordagem de tratar um assunto diferente e chegar a uma forma nova”, destacou o meteorologista alemão.

Segundo o pesquisador, é fundamental que a sociedade entenda a importância da floresta amazônica na formação das nuvens, das chuvas e dos ‘rios voadores’ que são rios aéreos de vapor alimentados pela umidade que evapora da floresta amazônica e que transporta pela atmosfera matéria-prima para causar chuvas no Brasil e outros países como Argentina, Uruguai e Paraguai.

“Nós precisamos de uma floresta saudável e em pé para deixarmos esse sistema complexo e rico com a formação de chuvas e a precipitação por toda a América do Sul. Quando se destrói esse sistema com o desmatamento, por exemplo, isso tem efeitos graves não só na Amazônia, mas em várias regiões do planeta”, destacou Wolff.

Por ser mais muito e densa, a floresta amazônica, a maior floresta equatorial do mundo, possui maior potencial de estocar água e jogar para a atmosfera – a camada de ar que envolve a Terra, já que as árvores possuem uma capacidade inata de transferir grandes volumes de água do solo para a atmosfera pela transpiração.

“Funciona mais ou menos assim: quando chove, a floresta agradece a chuva e engole as gotas de água nas folhas, tronco, escorre uma parte para o solo e as raízes pegam uma porcentagem dessa água e manda de volta para cima. Então, a floresta usa uma grande porcentagem da chuva para reciclar e este volume é diferente de todas as regiões do mundo”, explica o pesquisador.

LabVerde

O LabVerde foi criado pelo grupo Manifesta Arte e Cultura em cooperação com o Inpa, em 2013, para explorar os limites da arte com a promoção de experiências autênticas e confronto entre disciplinas, envolvendo arte, ciência e natureza. O objetivo principal do programa é a criação de conteúdos culturais sobre o meio ambiente, gerados pelo conhecimento teórico e pela experiência prática na floresta amazônica.

Segundo a coordenadora do LabVerde, a curadora Lilian Fraiji, o LabVerde promove uma vivência intensiva na floresta mediada por uma equipe de especialistas nas áreas de arte, filosofia, biologia, ecologia e ciências naturais. Ano passado, o LabVerde levou para o Inpa a exposição “Nem Tudo que Reluz é Ouro” da artista paulista Simone Reis que tratava sobre Terra-Preta-de-Indio.

Além do Inpa – Bosque da Ciência e projeto ATTO, a exposição conta com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), Governo do Amazonas, Prefeitura de Manaus, Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC) e Villa Amazônia.

Foto: Cimone Barros/Inpa