Diretora de Ciência no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e especialista em fogo nos biomas Amazônia e Cerrado, a Dra. Ane Alencar foi premiada, pela passagem do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, pelo 2022 Leading Women in Machine Learning for Earth Observation – em português, Mulheres Líderes em Aprendizado de Máquina para Observação da Terra em 2022 -, organizado pela Fundação Radiant Earth, com sede em Washington e São Francisco (EUA). Esta é a primeira vez que a iniciativa nomeia uma pesquisadora latino-americana.
“Me sinto muito honrada em receber esse reconhecimento. Isso é fruto de um trabalho bem importante que temos conduzido ao longo dos anos, estudando o padrão dos incêndios florestais na Amazônia e mais recentemente na rede Mapbiomas”, comemora Alencar, que coordena as plataformas MapBiomas para o bioma Cerrado e o MapBiomas Fogo. Em rede com instituições, universidades e empresas de tecnologia do Brasil e do mundo, o MapBiomas é uma iniciativa pioneira que usa dados de satélite para revelar as principais mudanças de uso da terra no país.
Natural de Belém, no Pará, Ane Auxiliadora Costa Alencar é graduada em Geografia pela Universidade Federal do Pará (UFPA); tem mestrado em Sensoriamento Remoto e Sistema de Informação Geográfica, pela Universidade de Boston; e doutorado em Recursos Florestais e Conservação, pela Universidade da Flórida, ambas nos Estados Unidos. Há mais de duas décadas, seu foco é entender os impactos das mudanças climáticas e da fragmentação florestal causadas pelo desmatamento e pela a ocorrência e aumento dos incêndios florestais na Amazônia brasileira e no Cerrado.
Dra. Ane Alencar em expedição científica que acompanhou combate a incêndios ambientais nos biomas Cerrado, Pantanal e Amazônia, no estado de Mato Grosso, em 2020 (Foto: Ivan Canabrava/lluminati Filmes/IPAM/Woodwell)
Destaque na premiação é o conceito de “Cicatrizes do Fogo”, criado por Alencar, em 1996, ao definir áreas afetadas por incêndios florestais na Amazônia nas imagens de satélite impressas. “Sua descoberta inovadora e mapeamento do fogo na Amazônia”, cita a Radiant Earth, levaram à criação da plataforma MapBiomas Fogo, sistema de validação e refinamento de alertas de desmatamento, com imagens de alta resolução para mapeamento anual das cicatrizes de fogo no Brasil, a partir de 1985.
No Ipam, a diretora coordena iniciativas de desenvolvimento de sistemas de monitoramento de estoque, de perda de carbono florestal e de desmatamento, a fim de subsidiar discussões a respeito de políticas públicas, que fomentem a redução de emissões por desmatamento e por degradação florestal.
Além da brasileira, foram selecionadas pesquisadoras da Austrália, Estados Unidos, Nepal, Rússia, Taiwan e Quênia, cujas contribuições científicas têm impacto global no melhoramento do uso de aprendizado de máquina para observação do planeta e sensoriamento remoto.
“Por essa razão, celebramos as mulheres na vanguarda do ML4EO [Machine Learning for Earth Observation]: aquelas que estão jogando luz em nossos padrões e nos ajudando a tomar decisões baseadas em dados”, ressalta a fundação organizadora do prêmio.
Fotos: Ivan Canabrava/lluminati Filmes/IPAM/Woodwell
A pandemia gerada pela Covid-19 despertou um grupo de artistas para criar o PAN, festival Potência das Artes do Norte, que chega a segunda edição em 2021. Até o próximo dia 29 de março, o evento on-line está com inscrições abertas para três atividades integrantes da programação: apresentação de espetáculos, núcleo de crítica e pitch.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas apenas pelo site https://linktr.ee/pan.norte e são exclusivas para espetáculos de artistas independentes e/ou grupos que atuam em um dos sete estados do Norte do Brasil. Não serão aceitas inscrições via correios. O regulamento pode ser acessado através do link .
Para a programação artística, serão selecionadas 14 propostas cênicas e, cada uma, receberá um cachê no valor de R$ 2 mil. Somente podem se inscrever no PAN grupos de artes ou artistas independentes com atuação na Região Norte cujos espetáculos não tenham sido apresentados na edição anterior do evento.
No ato da inscrição são exigidos os seguintes documentos: sinopse do espetáculo; breve currículo do artista/grupo/companhia; portfólio do artista/grupo/companhia (anexo via upload); link do vídeo na íntegra em plataforma digital (YouTube, Vimeo), com resolução mínima de 720p, com legendas em português disponíveis – sem uso de senha para que o conteúdo seja acessado pela comissão de seleção; link contendo três fotos do espetáculo com alta resolução (exigido 300 DPI, no mínimo); ficha técnica atualizada do espetáculo; e autorização de apresentação expedida pelo autor, ou pela SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), ou ABRAMUS (Associação Brasileira de Música e Arte).
Núcleo de crítica e pitch
Entre as novidades da segunda edição do PAN estão o núcleo de crítica e o pitch, ambos também estão com inscrições abertas. As duas iniciativas buscam promover intercâmbio entre os setores culturais do Norte do Brasil, com foco na profissionalização e no escoamento das produções artísticas para outras localidades dentro e fora do País.
Para o núcleo de crítica, poderão se inscrever artistas, estudantes, críticos e núcleos de todas as regiões do País que estejam desenvolvendo pesquisa em crítica teatral. Serão selecionados quatro participantes que deverão acompanhar, debater e escrever junto aos participantes do festival. A inscrição é feita no site do PAN e é necessário enviar uma carta de intenção de participação e breve currículo do artista/grupo/companhia. Cada participante receberá uma bolsa de R$ 600.
No pitch, a proposta é que grupos, coletivos ou artistas independentes realizem uma apresentação de, no máximo, 5 minutos, em formato livre, de suas propostas cênicas de distintas linguagens (oficinas, espetáculos, festivais…) para uma banca de curadores e programadores de renome nacional. Serão selecionadas sete propostas. Para se inscrever, é necessário acessar o site do PAN e incluir as seguintes informações: nome e resumo da proposta de apresentação; breve currículo do artista/grupo/companhia; portfólio do artista/grupo/companhia (upload do arquivo); quantidade de artistas envolvidos na proposta (em caso do espetáculo entrar em turnê); especificações de volume e carga e proposta de cachê por apresentação (em caso do espetáculo entrar em turnê).
Com a proposta de amplificar produções cênicas dos sete estados do Norte do País, o PAN é um festival on-line e gratuito que será realizado de 24 a 30 de abril. A iniciativa foi contemplada com a Lei Aldir Blanc, através do Prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC-AM).
Sobre o PAN
O PAN , Potência das Artes do Norte, é o primeiro festival on-line de artes cênicas surgido em uma PANdemia, com intuito de estimular debates, programação acadêmica e exibição de espetáculos da região norte do Brasil para todo o país e outros países. A proposta do festival é inspirada também na etimologia da palavra “PAN” – de todo ou por inteiro, além de também fazer referência ao Deus Pã da mitologia grega, divindade dos bosques e da natureza.
A PepsiCo, uma das maiores empresas de Alimentos e Bebidas do mundo, em parceria com a Young Americas Business Trust (YABT) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), está com inscrições abertas para a 12ª edição do Eco-Desafio 2021, que tem como objetivo incentivar o empreendedorismo e ideias que tragam soluções criativas e de alto impacto ambiental.
Neste ano, o Eco-Desafio 12.0 busca identificar soluções escaláveis e sustentáveis que permitirão à indústria e ao consumidor ir além do uso tradicional do plástico e construir um mundo no qual esse material não se transforme em resíduo. Tudo isso por meio de ideias para redução, reaproveitamento, reciclagem e reinvenção desse material. O programa oferece mentoria gratuita, networking e visibilidade internacional para as equipes que chegarem às finais e o grande prêmio de US﹩ 5.000 para os vencedores de cada categoria, para serem usados como capital semente.
Os interessados podem se inscrever em duas categorias. A primeira delas é: “Reinventar: Além da Garrafa”, cujo foco é o desenvolvimento de inovações focadas na criação de materiais de embalagem alternativos que sejam recicláveis, compostáveis ou biodegradáveis para substituir ou reduzir o uso das garrafas plásticas tradicionais (PET). A segunda, “Reciclar e Reutilizar”, tem como intuito apoiar a economia circular do plástico desenvolvendo ferramentas, estratégias e programas que permitam o aumento de canais de reciclagem escalonáveis, criando diferentes usos pós-consumo para cada embalagem, possibilitando a reintrodução no mercado.
“A PepsiCo tem o compromisso de construir um sistema alimentar cada vez mais sustentável e isso abrange a responsabilidade da cadeia como um todo, passando pela indústria até o descarte correto e uma cadeia de reciclagem eficiente. Nós temos o compromisso e o dever de buscar soluções mais sustentáveis, e o Eco-Desafio é um projeto do qual temos muito orgulho e que sempre nos desperta para novas ideias”, afirma Lívia Fávaro, Gerente de Cidadania Corporativa da PepsiCo Brasil.
“Como parte de sua premissa ‘Vencer com Propósito’, a PepsiCo busca alternativas para que o plástico nunca se torne resíduo, com a meta de projetar 100% das embalagens para serem recicláveis, compostáveis ou biodegradáveis até 2025”, completa a executiva. A companhia tem ainda o objetivo de aumentar para 25% o conteúdo reciclado em embalagens plásticas, reduzir 35% do conteúdo de plástico virgem no portfólio de bebidas e investir para aumentar as taxas de reciclagem nos principais mercados, tudo até 2025.
Brasil foi vencedor em 2020
Na última edição do Eco-Desafio, realizada em 2020, o Brasil foi o país com maior número de inscrições e projetos registrados em toda a América Latina. Um dos projetos vencedores foi o do brasileiro Felipe Cardoso, do Eco Panplas, que ganhou na categoria “Além da Garrafa e da Bolsa” (“Beyond the Bottle and the Bag”). A ideia inovadora do projeto consistia na criação de um sistema produtivo para a descontaminação e a reciclagem a seco de embalagens plásticas contaminadas, sem utilização de água ou geração de resíduos, facilitando a reciclagem do plástico.
O Eco-Desafio nasceu em 2009 e, até a última edição recebeu mais de 18 mil propostas de negócios apresentadas por 24.271 jovens em mais de 33 países da região; premiando 44 projetos e entregando US﹩ 220.000 em capital semente para impulsionar essas ações.
Termina dia 3 de agosto o prazo de inscrições para o edital do Prêmio Funarte RespirArte, que promove a seleção de atrações online em vídeos e estimula a arte de vertentes culturais de todas as regiões do país. Dirigido a todos os campos alcançados pela Fundação Nacional de Artes o processo seletivo faz parte do programa Funarte de Toda Gente.
No Prêmio Funarte RespirArte serão contempladas 1.600 produções artísticas em vídeo, inéditas, realizadas em plataformas digitais, com premiações de R$ 2,5 mil para cada trabalho (deduzidos os tributos). As áreas alcançadas são: circo, artes visuais, música, dança, teatro e artes integradas. A Funarte concederá 270 prêmios para cada uma das linguagens específicas e 250 para artes integradas, num investimento de R$ 4.072.000,00 (R$ 4 milhões para os projetos e R$ 72 mil para custos administrativos). As inscrições são gratuitas.
Podem se inscrever no edital brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos; e pessoas jurídicas de natureza cultural – tais como produtoras, companhias ou grupos. Os participantes devem ter residência ou sede e atuação comprovadas no país. Todas as produções inscritas devem ser registradas em vídeos, formatados segundo critérios estabelecidos no edital e publicados em plataformas digitais de acesso público. O número de prêmios poderá ser ampliado, caso a Funarte venha a dispor de mais recursos.
Critérios
São aceitos no processo seletivo os seguintes tipos de trabalhos: Artes Visuais – Produções em diferentes práticas contemporâneas, como performance, vídeo de artistas, “videomapping” e arte sonora, entre outras; bem como nas demais práticas convencionais, como pintura, escultura, desenho, gravura, fotografia, entre outras, e suas “interfaces para veiculação em plataformas digitais”. Dança – Para trabalhos nos diversos segmentos dessa linguagem. Teatro – Criações nas várias modalidades, tais como contação de histórias, teatro de bonecos, de fantoches, de sombras; e no formato de monólogo, leitura dramática, drama e humor, entre outros. Circo – Produções nos diferentes tipos de artes circenses. Música – Trabalhos em qualquer estilo e gênero musical. Artes Integradas – Criações direcionadas, de forma integrada, para mais de uma das linguagens citadas acima.
As inscrições devem ser realizadas por meio do formulário online, em link abaixo. O prazo termina em 45 dias a contar do dia seguinte à publicação do edital no Diário Oficial da União, ou seja, no dia 3 de agosto, às 17h59. A Funarte considera para este prazo o horário de Brasília (DF).
O vídeo inscrito deverá ser disponibilizado em arquivo online, por meio de link, com compartilhamento aberto, informado no formulário de inscrição. Neste deve ser anexado o currículo do candidato – no qual se comprove atuação no Brasil, na área artística na qual se inscreveu. No edital, os interessados encontrarão instruções sobre especificações técnicas do vídeo, inscrições, sugestões de plataformas online ou em nuvem de armazenamento, link de disponibilização e preenchimento de formulário, além de outras informações e regras detalhadas.
Outros lançamentos da Funarte Com foco em geração de trabalho e renda para profissionais da arte, capacitação e inclusão, o Programa Funarte de Toda Gente conta com investimento de quase R$ 20 milhões em atividades de várias vertentes artísticas, por meio de diversas ações – algumas em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, com curadoria da Escola de Música da UFRJ. Fazem parte da iniciativa o Projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente e o Sistema Nacional de Orquestras Sociais, lançados recentemente, além do Projeto Um Novo Olhar (com lançamento em julho) entre outras ações.
Foram 27 projetos brasileiros inscritos na área de cuidados com o câncer que vão além da medicina. Número de inscrições no Brasil superou a soma de projetos canadenses, ingleses, africanos, europeus e australiano
A Astellas divulgou os vencedores do Prêmio Astellas Oncologia “C3 Prize”. A 4ª Edição do desafio global em busca de ideias inovadoras que podem gerar uma mudança significativa na atenção e cuidado com câncer premiou com US$ 100 mil o projeto da canadense Audrey Guth, fundadora da Nanny Angel Network, de Toronto. O valor será usado para financiar a expansão do seu trabalho de formação de voluntários que cuidam de crianças cujas mães foram diagnosticadas com câncer.
“As mães, principalmente em populações carentes, geralmente são forçadas a escolher entre cuidar de seus filhos e procurar tratamento, e um diagnóstico tão sério pode deixar as crianças tristes, assustadas e ansiosas”, disse Guth. “Sou grata pela oportunidade de expandir o alcance e o impacto da Nanny Angel Network, pois procuramos aliviar o fardo de viver com câncer para as famílias”.
Pelo primeiro ano, ideias brasileiras puderam participar da premiação. “Ficamos extremamente felizes por esse motivo, mas principalmente porque a adesão dos proponentes brasileiros foi enorme para uma primeira edição no país. Isso nos dá muito orgulho”, diz Ricardo Ogawa, Gerente Geral da Astellas Farma Brasil.
Três finalistas apresentaram suas ideias a um painel de juízes, incluindo o empresário de celebridades e ativista do câncer Bill Rancic e outros líderes de inovação, saúde e negócios, durante um evento ao vivo em Nova York, em outubro.
O desafio deste ano concedeu quatro prêmios, totalizando US$ 200 mil em fundos (um grande prêmio de US$ 100 mil, dois prêmios de inovação de US$ 45 mil e um prêmio de ideias emergentes de US$ 10 mil).
Juntamente com o financiamento, todos os vencedores terão a oportunidade de participar do Tedmed 2020 como bolsistas, juntando-se a uma comunidade única e multidisciplinar de importantes pensadores e realizadores de todo o cenário da saúde, medicina e inovação científica. Os vencedores também receberão uma associação complementar de um ano da Matter, uma incubadora global de start-ups de assistência médica, nexo comunitário e acelerador de inovação corporativa.
Os vencedores deste ano foram:
• Daniella Koren, de Nova York, EUA, fundadora da Arches Technology, cuja ideia é expandir um programa digital de educação e engajamento de pacientes chamado MyCareCompass, que fornece informações relevantes e educação baseada em evidências para as pessoas afetadas pelo câncer, ao longo da jornada de tratamento.
• Leslie Schover, do Texas, EUA, fundadora da Will2Love, cuja ideia é adaptar programas de auto-ajuda para homens e mulheres para atender às necessidades de populações especiais, incluindo sobreviventes mais jovens e sobreviventes LGBTQ+. O Will2Love fornece educação on-line e orientação de especialistas para ajudar as pessoas afetadas pelo câncer a superar problemas de saúde e fertilidade sexual, treina profissionais de oncologia para gerenciar melhor esses problemas e consulta hospitais para estabelecer programas de saúde reprodutiva.
“A Astellas está extremamente orgulhosa em ajudar a promover essas ideias inspiradoras dos vencedores deste ano, que estão trabalhando ativamente para transformar o que significa viver com um diagnóstico de câncer e melhorar a experiência do paciente durante toda a jornada”, disse Mark Reisenauer, VicePresidente Sênior da Unidade de Negócios Oncologia da Astellas.
Na foto: Audrey Guth, fundadaora da Nanny Angel Network, vencedora do Prêmio Astellas Oncologia “C3 Prize”
Até dia 1º de setembro, todos os municípios brasileiros com população superior a 20 mil habitantes poderão se inscrever gratuitamente no edital Cidade+Recicleiros (cidademais.recicleiros.org.br/). A segunda edição do edital, uma parceria entre o Instituto Recicleiros e a empresa SIG Combibloc, contemplará até 12 cidades com assessoria técnica especializada para o desenvolvimento e implantação de seus programas de coleta seletiva de resíduos. As cidades que se destacarem nessa fase poderão ainda receber Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR), assessoria técnica de longo prazo, campanhas de conscientização para os moradores, e os recursos necessários para que os Programas de Coleta Seletiva funcionem de forma qualificada, independente, sustentável e economicamente viável. O objetivo? Contribuir para o avanço da coleta seletiva e reciclagem de resíduos pós-consumo em todo Brasil, por meio da implementação e disseminação de modelos inovadores e de alta eficiência em algumas regiões, pois para vencer o desafio do lixo em nível nacional é preciso começar localmente.
Erich Burger, sócio fundador da ONG Recicleiros, ressalta que as cidades não têm custo para receber e implementar o Programa. “O compromisso dos municípios será com a regulamentação da coleta seletiva por meio do plano que desenvolveremos em parceria com a administração municipal, e a realização da coleta e transporte dos resíduos descartados até a Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis. Burger também explica a origem dos recursos financeiros necessários ao sucesso da iniciativa. “Eles vêm de um fundo formado pelo Instituto Recicleiros com recursos captados em diversas fontes, como empresas que investem no Cidade+Recicleiros para cumprir com as metas de Logística Reversa das embalagens que colocam no mercado”. Entre as mais de 700 empresas que já aderiram ao Cidade+Recicleiros estão BASF, Cargil, Royal Canin, Red Bull, Colgate Palmolive, Aurora, Mars, Guabí, Ceratti e JBS.
Os investimentos aportados no programa Cidade+Recicleiros não são repassados ao município, mas direcionados à implementação da UPMR (obras e equipamentos); 60 meses de assessoria técnica e apoio à gestão do Programa (prefeitura e cooperativa); formação e capacitação de cooperativa de trabalho para executar os serviços de separação, beneficiamento e destinação do material reciclável; e ações de comunicação para engajar e orientar a população sobre o descarte seletivo. A seleção dos contemplados, baseada em critérios técnicos, será conduzida por um comitê de avaliação composto por especialistas do Instituto Recicleiros e pelos parceiros do edital.
Além do meio ambiente
O Programa Cidade+Recicleiros é fundamentado em três pontos principais: meio ambiente, pessoas e políticas públicas. O programa visa reduzir efetivamente os impactos da má gestão do lixo no meio ambiente, mas não se restringe a isso: a questão social está no holofote assim como as ações de conscientização ambiental e a implantação da UPMR, que será operada por meio de organizações de catadores de materiais recicláveis assessoradas ou mesmo formadas pelo Instituto Recicleiros, gerando trabalho e renda para população em estágio de vulnerabilidade social.
O programa de formação e assessoria técnica para organizações de catadores é uma das especialidades da ONG Recicleiros, que projeta empreendimentos capazes de remunerar seus trabalhadores com pelo menos o equivalente a um salário mínimo, garantindo também férias remuneradas, condições de trabalho adequadas e um ambiente motivador. Planejados para serem sustentáveis do ponto de vista econômico, podem ainda oferecer diversas oportunidades, se bem geridos e, para esse fim, o Instituto Recicleiros oferecerá um programa de assessoria intensiva por 24 meses, além de outros 36 de acompanhamento à gestão dessas organizações. O edital Cidade+Recicleiros 2019 acontecerá em quatro etapas – vale lembrar que a participação no edital é voluntária e gratuita, e não haverá cobrança de qualquer taxa antes, durante ou após o processo de seleção:
• 01/08/19 a 01/09/2019 – Inscrições (formulário disponível em cidademais.recicleiros.org.br);
• Até 20/09/2019 – Envio da documentação (obrigatória e complementar) em arquivos digitalizados – os originais deverão ser enviados ao Instituto caso o município seja selecionado;
• 30/09/2019 a 18/10/2019 – Entrevistas e reuniões entre a equipe Recicleiros e o grupo de trabalho dos municípios pré-selecionados;
• 28/10/2019 – Divulgação dos municípios contemplados e publicação da agenda de trabalho.
“O Programa Cidade+Recicleiros tem um papel muito importante em trabalhar desenvolvendo e apoiando a cadeia de reciclagem no Brasil. A SIG tem o objetivo de ser uma empresa de impacto positivo, e impactar políticas públicas de reciclagem e criar oportunidade de parceria entre os principais influenciadores desta cadeia é um passo importante para alcançarmos este objetivo global”, pontua Isabela De Marchi, responsável pela área de Sustentabilidade da SIG nas Américas.
2018, primeiro edital
No ano passado, os municípios brasileiros contemplados pelo Cidade+Recicleiros foram Casimiro de Abreu (RJ), Naviraí (MS) e Piracaia (SP). Depois das etapas de diagnóstico e desenvolvimento dos Planos de Coleta Seletiva, os municípios agora estão em fase de implantação das Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis. O próximo passo será a inauguração das operações das coletas, cujo potencial total de material a ser reciclado mensalmente é de mais de 640 toneladas, com 162 postos de trabalho:
• Casimiro de Abreu: 215 toneladas / 57 cooperados
• Naviraí: 250 toneladas / 62 cooperados
• Piracaia: 175 toneladas / 43 cooperados
“O Cidade+Recicleiros é uma forma segura e efetiva de solucionar a questão da reciclagem em municípios brasileiros, um projeto em que todas as partes saem ganhando: as prefeituras recebem o apoio necessário para efetivar a política pública da coleta seletiva que gera diversos benefícios e atrai visibilidade para a cidade; o setor empresarial investe em nosso programa para fomentar operações de alto impacto socioambiental associadas a resultados efetivos de reciclagem de suas embalagens; os catadores têm condições dignas de trabalho e perspectiva de crescimento; e os cidadãos passam a contar com serviços mais qualificados e um lugar ainda melhor para viver”, conclui Burger.
O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) recebeu certificação do programa internacional Printreleaf pela participação em projetos de reflorestamento. O certificado, vitalício, garante que o número de árvores reflorestadas equivalem ao número de papel utilizado pelo Tribunal.
A secretária-geral de
Administração do TCE-AM, Virna Pereira, explicou que o Tribunal vem trabalhando
para reduzir o impacto ambiental. “Nós implantamos o sistema SEI para reduzir o
número de papel usado em processos, mas procuramos, também, uma instituição que
fosse referência para nos ajudar a minimizar ainda mais o dano causado pelo uso
de papel”, esclareceu a secretária.
A Printreleaf é uma plataforma
desenvolvida nos Estados Unidos e associada a projetos de reflorestamento em
várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Uma vez que uma empresa ou
instituição se inscreve na plataforma, ela calcula a quantidade de papel gasto
e o equivalente em árvores cortadas para produzir aquele papel. Assim, os
clientes podem selecionar onde reflorestam seu consumo por meio da rede de Projetos
de Reflorestamento Global PrintReleaf Certified ™.
Ao falar da certificação, a
conselheira-presidente do TCE, Yara Lins dos Santos, ressaltou a importância de
participar do projeto. “O Tribunal é reconhecido nacional e internacionalmente
como um Tribunal Verde, portanto é importante darmos o exemplo. A Constituição
garante que um meio ambiente equilibrado é direito de todos e é dever também do
poder público preservá-lo”, comentou.
O software da Printreleaf, que funciona de maneira automatizada, tem parceria com projetos de reflorestamento no Brasil, México, Estados Unidos, República Dominicana, Índia, Irlanda e Madagascar, ajudando a gerar empregos e movimentar a economia nesses locais.
ATUALIZADO EM 28/11/2018: O projeto “Meninas e Meninos de Ouro”, em execução no município do Careiro pela OSC Casa do Rio, conquistou o terceiro lugar no Prêmio Itaú-Unicef.
Dois projetos do Amazonas – um de Parintins e outro do Careiro – são finalistas da 13ª edição do Prêmio Itaú-Unicef, que será entregue no próximo dia 27 de novembro. A premiação identifica, estimula e dá visibilidade a projetos que contribuem para garantir o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. Este ano, a premiação se divide em duas categorias: Parceria em Ação, em que são reconhecidas parcerias entre organizações da sociedade civil (OSCs) e escolas públicas; e OSC em Ação, dedicada a projetos realizados exclusivamente pelas OSCs.
O programa é uma iniciativa do Itaú Social e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
“O prêmio dá luz a boas práticas que são mobilizadoras e incentivam outras organizações a desenvolverem ações socioeducativas com crianças e adolescentes. Os projetos possibilitam mais tempo de aprendizagem, circulação por espaços diferentes e acesso a conteúdos e informações novas”, explica a gerente de Fomento do Itaú Social, Camila Feldberg.
Os projetos amazonenses foram selecionados na categoria OSC em Ação. Nesta fase, cada um recebe R$ 40 mil, que se somam aos R$ 20 mil já garantidos por terem sido escolhidos para a etapa semifinal.
Em Parintins, a 369 quilômetros de Manaus, a OSC Associação Cidadania Social e Sustentabilidade executa o projeto “Escola de Artes Irmão Miguel de Pascale: Educação, Cultura, Arte e Cidadania”, segundo a coordenadora, Francisca Izabel Castro Porto, o trabalho envolve oficinas de arte educação de verdade, com danças, desenho, pintura artística, charango, violão, percussão, pintura em tecido, teclado e capoeira, sempre às segundas, quartas e sextas-feiras, no contraturno escolar com crianças e adolescentes na faixa de 7 a 20 anos.
“O projeto já existe há cerca de 20 anos. As dificuldades fizeram com que ele ficasse algumas vezes sem atividades, mas superamos isso dando andamento com parcerias”, explica Francisca. Segundo ela, a receptividade da comunidade é muito boa. “É um projeto praticamente pioneiro porque preserva a cultura do boi bumbá, que é um dos principais objetivos”, afirma a coordenadora.
A participação dos jovens – hoje em torno de 300 pessoas – é iniciada com critérios de seleção básicos, inclusive estarem matriculados na escola Regular da Associação Cultural Boi Bumbá Caprichoso, berço do projeto.
De acordo com Francisca, que durante oito anos foi gestora da escola e criou a missão, valores e metodologia do projeto, o trabalho é feito dentro dos quatro pilares da educação: ser, fazer, conhecer e conviver. “Hoje sou coordenadora junto com uma equipe gestora. O presidente da Associação Cultural Boi Bumbá Caprichoso apoia totalmente o projeto, inclusive são nossos mantenedores”, explica Francisca Porto.
As atividades, informa a coordenadora, são quase sempre ligadas ao folclore, mas também envolvem a cultura brasileira e em geral. “O projeto funciona em Parintins na Escola de Artes Irmão Miguel de Pasquale, ao lado do curral Zeca Xibelão. Nossa instituição assumiu na gestão do presidente José Tupinambá, que este ano completou dois anos, até porque também sou sócia fundadora da Associação Cultural Boi Bumbá Caprichoso, gestora de projetos sociais e coordenadora de projetos”, conclui.
Acesso
No Careiro, a 86 quilômetros da capital em linha reta, a OSC Casa do Rio desenvolve o projeto “Meninas e Meninos de Ouro”. Segundo o coordenador Thiago Cavalli Azambuja, tudo começou em 2011, na comunidade Santa Izabel do Rio Tupana, quando teve início um projeto de educação de base com jovens sem acesso à escola formal. “Em 2012, conseguimos levar um projeto da Seduc (Secretaria de Estado da Educação) para lá e então conseguimos que o ensino fosse normalizado. Passaram-se três anos até que esses jovens entrassem no ensino médio e migrassem para o centro urbano do Careiro”, conta Azambuja.
Com os altos índices de criminalidade, drogadição e evasão escolar, a OSC estruturou um Centro de Saberes na sede municipal, onde os jovens pudessem passar por formações para além da educação formal oferecida. “Foi então que começamos a oferecer uma série de oficinas (mídias sociais, fotografia, filmagem e edição de vídeo, grafite, estêncil, jogos, computação, inclusão digital, preparatório para o Enem, reforço escolar, entre outras) sempre focando na formação social, politica e ambiental desses jovens, dando condições para que os mesmos fossem protagonistas da transformação social de seus futuros, de suas comunidades, de seu município”, informa o coordenador.
A partir disso, alguns coletivos jovens começaram a se formar e receber apoio da OSC para que eles mesmos iniciassem o processo de fomentar o protagonismo jovens em outras comunidades do entorno. “Hoje esses jovens ocupam conselhos da educação e da criança e do adolescente na cidade, visitam comunidades com uma série de oficinas para estimular o protagonismo jovem comunitário, a consciência e a responsabilidade dos jovens perante a sociedade e o mundo que habitam”, declara Thiago.
O projeto envolve em torno de 20 voluntários envolvidos na execução de atividades e formação dos jovens, com benefícios aos jovens da sede do Careiro, comunidades ribeirinhas, assentamentos, e ramais do entorno da rodovia BR 319 (Manaus-Porto Velho) naquele município. “Em 2017 tivemos em torno de 250 jovens impactados”, comemora o coordenador.
O “Meninas e Meninos de Ouro” oferece atividades de formação por meio de oficinas de vídeo, grafite, edição, entre outros, sempre com o eixo transversal social, político e ambiental, atividades para melhoria do desempenho escolar, como o reforço escolar e preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e outras que buscam o fortalecimento da identidade e resgate cultural, como é o caso do Rua de Brincar. Tudo isso tem apoio da Brazil Foudantion, da Francesconi Fund e de algumas pessoas físicas.
“Os benefícios estão no âmbito qualitativo de como as atividades reverberam na vida e futuro desses jovens. Observamos, ao longo dos anos, que a vida dos jovens que vivem em comunidades estão sempre baseadas no trabalho com a família, seja no roçado, pescando ou caçando e na escola, e sabemos que essa última, apesar de todos os esforços, tem dialogado muito pouco com os anseios dos jovens e com a realidade local, legando uma geração de jovens passivos àquilo que lhes é legado enquanto herança social”, aponta Azambuja. Segundo o coordenador, quando esses Meninos e Meninas de Ouro chegam nas comunidades, eles mostram a outros jovens através das atividades que realizam que é possível tomar para si o seu futuro nas mãos e serem os protagonistas da transformação social local e de suas próprias vidas.
Expectativa
Com relação ao prêmio Itaú-Unicef, as expectativas são boas. “Vivemos em uma região da Amazônia que se caracteriza pela ausência do Estado, de políticas públicas efetivas para a juventude, o que nos lega uma alta criminalidade e violência juvenil, baixo rendimento e altos índices de evasão escolar. Nessas condições, de certa forma, executar projetos e obter os resultados que temos obtidos nos últimos anos, já nos faz vencedores ao lado de tantas outras iniciativas que acontecem pelo Brasil afora”, declara Thiago Azambuja. “O prêmio nos dá o selo Itaú-Unicef, isso é o reconhecimento por todos esses anos de luta e também a confirmação de que estamos fazendo um bom trabalho. Certamente, isso nos ajudará a buscar novos parceiros e a divulgar a iniciativa. Agora, se formos premiados entre as 4 primeiras nacionais dentre mais de 3,5 mil iniciativas inscritas, será incrível, pois teremos condições de aplicar mais recursos nas atividades, aprimorar a qualidade dos serviços que estamos oferecendo e impactar cada vez mais jovens”, emenda o coordenador. “Segura, coração, que é muita emoção”, finaliza.
O Prêmio
No 27 de novembro, em cerimônia no auditório do Ibirapuera, em São Paulo, serão anunciados os seis projetos vencedores, com nova premiação. A categoria OSC em Ação terá quatro premiadas por ordem de colocação (1º lugar, R$ 150 mil; 2º lugar, R$ 140 mil; 3º lugar, R$ 130 mil; e 4º lugar, R$ 120 mil). Na categoria Parceria em Ação, serão duas vencedoras. O 1º lugar recebe R$ 400 mil e o 2º lugar, R$ 360 mil, valores divididos igualmente entre a organização e a escola. Nas duas categorias, somam-se a esses valores os recursos garantidos nas etapas anteriores (semifinal e final).
Iniciada em abril deste ano, a 13ª edição do Prêmio Itaú-Unicef recebeu mais de 3,5 mil inscrições nas duas categorias. Os valores de premiação tiveram crescimento de 47,5% em relação a 2017, totalizando R$ 5,9 milhões.
Desde a primeira edição, foram registradas mais de 17 mil inscrições e 1.750 cidades tiveram ações contempladas. Os projetos vencedores no ano passado foram “Circulando a Cultura na Escola” (Major Sales/RN); “Aluno repórter – a imprensa na escola” (Bragança/PA); “Projeto Olho Vivo’’ (Niterói/RJ); e “Cultura, Esporte e Cidadania” (Criciúma/SC).
* Com informações da assessoria do Prêmio Itaú-Unicef
Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) sobre o potencial biotecnológico, nutricional e efeito dos frutos camu-camu, cubiu, açaí e pupunha para auxiliar na prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, colesterol e obesidade são reconhecidos pelo Prêmio Samuel Benchimol. Os pesquisadores Francisca Souza e Jaime Aguiar conquistaram a segunda colocação na categoria Projetos de Desenvolvimento Sustentável na Região Amazônica com a proposta “Frutos amazônicos como estratégia de inovação, sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida”. A cerimônia de entrega ocorre no dia 23 de novembro, em Belém (PA).
Na última década, o Grupo de Alimentos e Nutrição do Inpa se dedicou a estudar as propriedades e funcionalidades de frutos nativos, espécies que tem participação na economia do setor agrícola da região. A proposta agora é agregar valor a alimentos existentes e na elaboração de novos produtos regionais, nutritivos e funcionais. Essa é a primeira vez que o Grupo de Pesquisa Alimentos e Nutrição do Inpa, liderado por Francisca Souza, é contemplado com o Prêmio Professor Samuel Benchimol. “Esse prêmio é um reconhecimento do trabalho que vem sendo realizado há mais de dez anos estudando os frutos amazônicos e divulgando benefícios deles para a saúde das pessoas”, disse Souza.
As pesquisas do grupo buscam estudar o potencial biotecnológico e o papel de frutos amazônicos com relevante valor econômico e nutricional e na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, como as doenças metabólicas (dislipidemias – como colesterol- e diabetes) e obesidade. São pesquisados o potencial econômico, tecnológico, nutricional e funcional da pupunha (Bactris gasipaes Kunth), açaí (Euterpe oleracea Mart.), camu-camu (Myrciaria dubia (Kunth) Mac Vaugh) e o cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal).
“Todos esses frutos são nativos e normalmente são subaproveitados, necessitando de novas tecnologias em relação ao processamento que possibilitem aumento da vida de prateleira e melhor utilização”, explicou Souza, que junto com Aguiar foram os únicos pesquisadores do Amazonas contemplados nessa edição do prêmio.
Os pesquisadores esperam ainda que a tecnologia seja transferida ao setor produtivo e as empresas se encarreguem de produzir em escala comercial com preços ao alcance da população. Outra aspiração é formar profissionais para atuar na área da nutrição humana, no aproveitamento tecnológico dos frutos regionais e contribuir para minimizar os problemas de saúde pública, como desnutrição e doenças crônicas não transmissíveis. “Espera-se estar contribuindo na terapia nutricional de diabéticos”, destacou Souza.
Na área ambiental, a tecnologia utilizará resíduos (cascas e sementes) que são considerados contaminantes ambientais quando descartados em excesso, de modo que não haverá risco de danos ao meio ambiente.
Testes
Para saber as propriedades funcionais dos frutos transformados em alimentos, as pesquisas do grupo testaram, a partir do açaí, a farinha, bebidas (suco e néctar), extratos e cereais; da pupunha, foram farinha e cereal; do cubiu, farinha e bebidas; e do camu-camu investigaram farinha, bebidas e produtos liofilizados (desidratados), barra de cereal, biscoito e pães. Os testes sensorial e laboratorial foram feitos em roedores e humanos. “Os resultados apontaram para redução de níveis de glicose e colesterol usando produtos à base de cubiu, camu-camu e o açaí”, contou Souza.
Os estudos do grupo são resultados de um projeto maior denominado “Frutos amazônicos para produção de alimentos funcionais”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Prêmio Samuel Benchimol e Banco da Amazônia
Os Prêmios Professor Samuel Benchimol e Banco da Amazônia de Empreendedorismo são voltados ao empreendedorismo consciente. O prêmio Banco da Amazônia abrange duas categorias: Economia Criativa e Economia Verde, além do reconhecimento da Empresa Amazônia e de um microempreendedor de sucesso, com o prêmio Florescer.
Constituídos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Banco da Amazônia e unificados em 2009, os prêmios foram criados para promover a reflexão e propor ações sobre as perspectivas econômicas, científicas, tecnológicas, ambientais, sociais e de empreendedorismo para o desenvolvimento sustentável da região amazônica.
A Natura, em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), irá premiar dois pesquisadores com prêmios de 25 mil reais, cada, na segunda edição do Prêmio Capes – Natura Campus de Excelência em Pesquisa. Com inscrições abertas até 4 de julho, a premiação tem como objetivo estimular a pesquisa e a produção de artigos científicos de alto impacto acadêmico nas áreas de Sustentabilidade e Biodiversidade.
Nesta segunda edição, serão selecionados trabalhos científicos que tratem dos temas Biodiversidade: Bioconversão de resíduos de cadeia amazônica e Conservação: Prospecção de microrganismos potenciais para bioativos. Com isso, Capes e Natura visam contribuir com o avanço do conhecimento e da inovação em áreas estratégicas.
O presidente da Capes, Abilio Baeta Neves, reconhece a importância de homenagear trabalhos oriundos da pós-graduação, já que estes são um dos principais responsáveis pelos avanços na produção científica do país. “Produções de excelência recompensam o trabalho da Capes e de toda a pós-graduação brasileira”, afirma.
“Na Natura, enxergamos a sustentabilidade como motor de inovação e acreditamos ser essencial que as empresas estejam cada vez mais conectadas com o mundo acadêmico, fonte de pesquisa científica com potencial de criação de tecnologias disruptivas. Nesta segunda edição do Prêmio Capes – Natura Campus, estão em pauta dois desafios contemporâneos importantes: agregar valor aos resíduos nas cadeias de ingredientes da biodiversidade Amazônica e obtenção de novos ativos via biotecnologia”, afirma Daniel Gonzaga, diretor de Inovação e Desenvolvimento de Produtos da Natura.
Além do valor em dinheiro de 25 mil reais, cada um dos premiados receberá passagem aérea e diária para comparecerem à cerimônia de premiação, além de obtenção de certificado para os autores premiados e para o programa de pós-graduação e pesquisa de onde se originou o artigo premiado.
Podem concorrer ao prêmio trabalhos individuais ou em coautoria de portadores do título de mestre ou doutor ou matriculados em programas de mestrado ou doutorado, vinculados a uma instituição de pós-graduação e pesquisa reconhecidos pelo Ministério da Educação. Os artigos devem ter sido publicados em periódico científico de alto impacto a partir de 2016 até a data de encerramento das inscrições. Os interessados devem se inscrever exclusivamente pelo site http://pcn.capes.gov.br.