Na finalização do ‘Agosto Dourado’, campanha que reforça a importância do aleitamento materno tanto para as mamães, quanto para seus bebês, a ciência apontou mais um benefício dessa prática. Pesquisa recente desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) e conduzida pelo Hospital das Clínicas, vinculado à instituição, mostrou que a amamentação pode ser uma arma contra a Covid-19, já que as lactantes imunizadas contra a doença produzem anticorpos que são transferidos aos recém-nascidos através do leite materno.
Mais um ótimo motivo para estimular a amamentação dos pequenos. Sobre o aleitamento, a enfermeira obstetra da Segeam (Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas), Anne Santos, explica que o ideal é que o bebê seja alimentado até os seis meses, exclusivamente, com o leite materno, prática que dispensa, inclusive, a ingestão de água pelos pequenos. Isso porque, o leite materno é o alimento mais completo e saudável para crianças nessa idade, ajudando no fortalecimento da imunidade.
Além disso, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, recomenda a amamentação da criança até os dois anos de idade ou mais, sendo até os seis meses de forma exclusiva.
“Mas, cada caso é um caso e vai depender muito da realidade de cada família. O ideal é que sejam introduzidos, aos poucos, alimentos sólidos, que complementem a amamentação após os seis meses de idade. Mas, há casos em que as mães trabalham fora, e não conseguem manter a amamentação por um período maior”, destaca Anne Santos.
Para estimular a prática, a Segeam, principal prestadora de serviços especializados de enfermagem obstétrica ao SUS (Sistema Único de Saúde) no Amazonas, participou ativamente da programação desenvolvida pela SES-AM (Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas), nas maternidades estaduais situadas em Manaus e também no Instituto da Mulher Dona Lindú.
Além de orientar sobre as boas práticas do aleitamento, os profissionais da Associação realizaram a segunda edição da campanha ‘Doe um Pote’, para a doação de potes de vidro com tampa de plástico à instituição. Os itens serão entregues, em data a ser definida, às maternidades que mantém em suas estruturas, os chamados ‘bancos de leite materno’, que ajudam as mamães que não podem amamentar seus recém-nascidos por motivos diversos, a alimentá-los com leite materno, combatendo, assim, a desnutrição e prevenindo outros problemas de saúde.
Pesquisa
Outro dado importante revelado pelo estudo da USP/Hospital das Clínicas é que a segunda dose do imunizante resultou em um incremento de anticorpos e mesmo meses após a aplicação da vacina, eles ainda se faziam presentes no leite materno.
Uma informação de extrema importância, haja vista que no Brasil, o número de pessoas completamente imunizadas ainda é tímido, não chegando aos 30%. As lactantes que fizeram parte da análise haviam recebido as doses da vacina Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan (SP), em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), foi selecionada para participar do projeto “Saúde em Nossas Mãos: Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”, do Ministério da Saúde (MS).
Durante dois anos, as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de 204 hospitais selecionados em todo o Brasil serão acompanhadas por unidades de saúde que integram o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi/SUS), consideradas de excelência no país – sendo elas o Hospital Sírio-Libanês, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento, Hospital da Beneficência Portuguesa, Hospital do Coração e Hospital Alemão Oswaldo Cruz –, além de representantes do MS.
O objetivo é implantar ou aprimorar medidas voltadas à segurança do paciente, como o atendimento ao paciente com maior segurança; evitar infecções no ambiente hospitalar; e evitar desperdícios no Sistema Único de Saúde (SUS).
Na última segunda-feira (30/08), uma reunião on-line com o Ministério e representantes dos 204 hospitais marcou o início do projeto. No Amazonas, além da FCecon, o Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e o Hospital Delphina Aziz participam do “Saúde em Nossas Mãos”.
Treinamento e suporte
Na Fundação Cecon, estão ligados ao projeto os profissionais de saúde da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e as equipes multiprofissionais que atuam nas UTIs adulto e pediátrica.
Ao longo de dois anos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e médicos receberão capacitações e treinamentos presenciais e virtuais realizados pelo Hospital Sírio-Libanês, que dará suporte técnico à FCecon durante a execução do projeto.
Relatórios mensais auxiliarão no controle de indicadores de segurança do paciente. “Serão estipulados metas e prazos para alcançarmos. Cada hospital terá as suas, mas uma das metas gerais é reduzir em 30% as infecções hospitalares em dois anos”, disse a responsável pela CCIH/FCecon, enfermeira Glauciane Neves.
Intercâmbio
Na avaliação da coordenadora de enfermagem da UTI adulto da FCecon, enfermeira intensivista Simone Gaynett, a participação no projeto é uma oportunidade para aprimorar processos dentro da unidade e troca de informações com profissionais de outros hospitais.
“Com toda a equipe unida e focada nas melhorias dos protocolos propostos pelo Ministério da Saúde, iremos buscar alcançar as metas. É muito benéfica para toda a equipe multiprofissional a participação no projeto com intercâmbio com outro hospital”, disse a coordenadora.
Os primeiros treinamentos devem ocorrer já no mês de setembro.
Os cuidados pessoais tem demandado mais exigências por parte do consumidor quanto a qualidade, preço e comodidade para consumo dos produtos que diariamente são lançados nos nichos de mercado do bem-estar e saúde. Com base nessa necessidade nem sempre suprida pelas empresas do ramo, a agência Seevem Marketing Digital, de Manaus, apostou em um produto mais acessível do ponto de vista econômico e mais agradável para o consumo.
O Lovyhair é uma pastilha de goma, um colágeno com vitaminas que auxiliam no fortalecimento capilar, das unhas, na saúde da pele e também no fortalecimento imunológico com uma composição feita a partir de pectina vegetal. A Seevem atua como distribuidora local, com foco inicial na região Norte, ao contrário de outros produtos que por falta desse direcionamento específico chegam ao consumidor com preços extremamente altos. Em termos de comparação, um produto unitário similar e mais conhecido no mercado nacional chega a custar o triplo do Lovyhair.
Há pouco mais de um ano e meio no mercado, a Seevem procurou uma novidade no ramo de produtos de saúde e bem-estar, chegando ao Lovyhair. “Encontramos um produto com potencial e valor acessível para a região, ao observarmos uma demanda alta”, conta Carlos Henrique Lúcio, sócio da agência juntamente com Gabriel Oliveira, Paulo Ellerton e Paulo César Viana.
A apresentação do Lovyhair se tornou um atrativo também, sendo uma opção às cápsulas tradicionais e reunindo características atraentes tanto na constituição quanto na composição. Cada gominha tem o formato de um urso coala, com sabor agradável e – fatores cada vez mais importantes no mercado da saúde e bem-estar – livre de açúcar e de testagem em animais, permitindo sua fácil aceitação em outras regiões, entre outras vantagens também para o parceiro comercial, como descontos e ações de marketing que incentivam essa aceitação. “Um produto sem esses atrativos não gera lucro, e conseguimos não repassar os custos (aos revendedores), ao contrário dos demais”, aponta Henrique. “Nosso foco inicial é em Manaus, mas logo atenderemos outras regiões”, acrescenta.
Composto
A marca Lovyhair está ligada à expressão “cabelo adorável”, com a junção das palavras em inglês “love” (amor) e “hair” (cabelo), aliando ao produto a imagem de um ursinho coala, com isso passando a idéia dos cuidados e carinho das mulheres com sua beleza e saúde – mas o colágeno não é de uso exclusivo feminino, diga-se de passagem.
O produto leva em sua composição vitaminas A, B5, B6, B12, C, D3 e E, biotina B6 (base da vitamina B7 que estimula a produção de queratina para a saúde e hidratação capilares e evitando o ressecamento da pele) e colágeno hidrolisado, item importante principalmente para fortalecimento de articulações, unhas e cabelos.
A Seevem disponibilizou mais informações sobre o novo produto e para sua aquisição no Instagram @lovyhairs e em seu site www.lovyhairs.com.br .
Uma sequência de evento-teste será realizado a partir do mês de setembro, no podium da Arena da Amazônia. Após seis meses de estudos e coleta de dados, a Associação de Entretenimento do Estado do Amazonas (Asseeam), apresentou proposta ao Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Covid-19 do Governo do Estado e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), que aprovou a proposta no último dia 13, após criteriosa análise e ajustes no projeto.
A proposta prevê que todos os participantes estejam vacinados com ao menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Eles e a equipe que estará trabalhando na organização serão testados 48 horas antes do evento. Se o resultado seja positivo, a pessoa será impedida de participar. A FVS-RCP deve ainda monitorar todos por até duas semanas.
“Todo mundo que estiver envolvido no evento deverá estar vacinado com ao menos a primeira dose e deverá estar esperando a data para tomar a segunda dose. Quem estiver com a segunda dose atrasada não vai poder participar. Outro detalhe importante é que a pessoa deverá ter tomado a primeira dose 15 dias antes do evento”, afirma o presidente da Asseeam, Gerson Sampaio.
Sampaio ressalta, ainda, que o setor foi o mais afetado pela pandemia, e depois da ampliação e celeridade no processo de vacinação, diminuição dos casos confirmados, diminuição no número de mortes e internações por covid, o setor consegue enxergar a possibilidade de retomar gradativamente suas atividades.
“Nós do setor de entretenimento estamos há mais de 15 meses parados. Fomos os primeiros a parar nossas atividades, logo após a confirmação dos primeiros casos da doença aqui em Manaus, e estamos sendo os últimos a retomar. Nesse período, muitos estabelecimentos decretaram falência e não mais conseguirão retornar. Milhares de pessoas perderam seus postos de trabalho, passaram necessidades. Então, neste momento em que a vacinação tem avançado no Estado, os números de casos confirmados, de mortes e de internações diminuíram consideravelmente, colocando o Estado do Amazonas com um dos melhores índices no combate ao Covid-19, conseguimos elaborar essa proposta, apresentamos ao governo e aos órgãos de saúde e conseguimos a autorização para realizar estes eventos-teste”, complementa.
O governador do Amazonas, Wilson Lima destacou que a realização do evento só será possível devido à ampliação da imunização em todo o Estado. “A gente conseguiu avançar muito na questão da vacinação aqui no Amazonas e isso é uma condicionante para que a gente possa voltar a normalidade de nossas vidas. Agora em setembro, vamos fazer um evento teste com 3 mil pessoas e estamos trabalhando com a CBF a possibilidade da realização de um jogo da seleção brasileira em Manaus, com público”, afirmou o governador.
Estrutura
O podium da arena será dividido em três setores diferenciados pelas cores vermelha, amarela e azul. A entrada individual será feita de acordo com cada setor. O palco ficará no meio do setor de cor amarela. Os outros dois setores ficarão em lados opostos. A proposta prevê ainda que as mesas sejam substituídas por cabines.
“Todos os protocolos de segurança serão seguidos rigorosamente durante o evento. Na entrada, a pessoa terá que apresentar a carteira de vacinação em dia e deverá estar fazendo o uso correto de máscara. Teremos equipes em cada entrada para aferir a temperatura, assim como colocaremos diversos totens com álcool em gel espalhados pelo local. O distanciamento social também será cumprido”, finaliza Gerson.
Calendário
Ao todo, devem ser realizados cinco eventos-testes em Manaus, as datas estão sendo definidas e o cronograma completo deverá ser divulgado na terça-feira (31).
Em alusão ao dia 5 de setembro, data em que é celebrado o Dia da Amazônia, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) promove uma série de cursos on-line, com emissão de certificados de participação e horas complementares. A programação ocorre de 30 de agosto a 3 de setembro, no canal da Sema Amazonas no Youtube ().
Os cursos serão abertos ao público, sem restrição de participação. No entanto, para garantia do certificado é necessário preencher formulário disponível no link https://abre.ai/ddge. No dia da live, o participante também deverá confirmar presença, informando o nome completo, nos comentários na transmissão ao vivo. O certificado será emitido apenas para quem cumprir estas duas etapas.
“A Amazônia é nosso maior patrimônio e não poderíamos deixar esta data sem comemoração. Dessa vez, trouxemos palestras com conteúdos que podem ser aplicados no dia a dia das pessoas, além de conteúdos que as ajudam a entender melhor essa imensidão que é o lugar onde vivemos”, pontuou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira.
Palestrantes
Entre os convidados a compartilhar conhecimento na Semana da Amazônia, estão nomes como o do pesquisador e especialista no estudo de plantas medicinais, Moacir Tadeu Biondo.
O pesquisador é um dos pioneiros a contribuir para o resgate da medicina tradicional e é idealizador da metodologia construtiva “A montagem da paisagem do conhecimento local”, que alcançou cerca de 1,2 mil pessoas em mais de 50 comunidades no Amazonas.
O mestre em Biologia Tropical e Recursos Naturais, professor Marcus Aurélio Pereira, também palestrará no evento. O biólogo e assessor técnico da Coordenação de Educação Ambiental da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas (Seduc), falará sobre Plantas Alimentícias não Convencionais, as PANCs.
Também estão entre os palestrantes, o coordenador do Núcleo de Pesca da Sema, Eduardo Conde, e a assessora do Núcleo de Educação Ambiental da secretaria, Maria Edilene, que falarão sobre os potenciais da pesca esportiva no Amazonas e o voluntariado ambiental, respectivamente.
O encerramento será com um painel sobre bioeconomia em Unidades de Conservação, que reunirá o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira; o arquiteto Marcelo Rosenbaum; o superintendente da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Virgílio Viana; e o artesão Manoel Garrido, vencedor do ‘Prêmio Casa Vogue Design 2021’.
“Reunimos um time incrível de palestrantes. Pessoas com muita expertise para compartilhar conhecimentos com o público que quer saber mais sobre o meio ambiente e a Amazônia”, ressaltou Eduardo Taveira.
Programação completa
Segunda-feira (30/08)
Curso: Pescando sustentabilidade – potenciais do turismo de pesca esportiva no Amazonas, com Eduardo Conde, coordenador do Núcleo de Pesca da Sema.
Hora: 14h às 15h30.
Terça-feira (31/08)
Curso: Como ser um multiplicador ambiental na sua comunidade local, com Maria Edilene, assessora do Núcleo de Educação Ambiental da Sema, especialista em Educação e Gestão Ambiental.
Hora: 14h às 15h30.
Quarta-feira (01/09)
Curso: PANCs – conheça as plantas alimentícias não convencionais da Amazônia, com o assessor técnico da Coordenação de Educação Ambiental da Seduc, professor Marcus Aurélio Pereira, mestre em Biologia Tropical e Recursos Naturais do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Hora: 14h às 15h30.
Quinta-feira (02/09)
Curso: Plantas Medicinais e Saberes Tradicionais – remédio para o bem-estar do corpo e da mente, com o pesquisador e especialista no estudo de plantas medicinais, Moacir Tadeu Biondo.
Hora: 9h às 10h30.
Sexta-feira (03/09)
Curso: Empreendedorismo sustentável nas Unidades de Conservação (UCs) do Amazonas, com o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira; o superintendente da FAS, Virgílio Viana; o artesão e vencedor do prêmio ‘Casa Vogue’, Manoel Garrido; e o arquiteto Marcelo Rosenbaum.
Em regiões de prevalência da variante delta do novo coronavírus, o intervalo entre doses de vacina de Covid-19 precisa ser mais curto do que doze semanas para que se tenha um controle efetivo da pandemia. É o que sugere modelo matemático desenvolvido pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) a partir de dados preliminares da eficácia da vacina para a variante delta. A ferramenta está descrita em artigo publicado na PNAS na quarta (18).
A tecnologia, criada pelo grupo ModCovid-19 com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Universidade de São Paulo (USP) projeta tempo seguro e ideal entre doses para controle da pandemia, a partir de dados de eficácia de vacinas. Ele mostra que vacinas com menos de 50% de eficácia na primeira dose precisam de um intervalo menor de aplicação do que vacinas com taxas de eficácia maiores. Alimentada com estudos prévios sobre eficácia dos imunizantes, a tecnologia indica quando é possível adiar as doses e quando se atinge o máximo possível de proteção.
“O próprio algoritmo decide quando é melhor aplicar a segunda dose, levando em conta a primeira, de maneira a controlar o mais rápido possível a pandemia”, explica Paulo José da Silva e Silva, co-autor do estudo. Por isso, a ferramenta, que está disponível on-line, pode ajudar nas tomadas de decisão durante o processo de imunização da população brasileira e de outros países.
Paulo lembra que quando o artigo foi escrito, em fevereiro desse ano, a principal pergunta era se valeria a pena adiar a segunda dose e qual a maneira mais segura de se fazer isso, em virtude da quantidade limitada de doses. Nesse sentido, o estudo teve como base a fabricante Astrazeneca e concluiu que o percentual de eficácia entre a primeira dose e segunda era muito pequeno e por isso, comprovadamente, valeria a pena esperar e vacinar mais gente com 1ª dose.
Agora, com o avanço da variante delta em algumas regiões do Brasil e do mundo, as estratégias de vacinação podem ser revistas a partir deste modelo. “Se você está em um lugar onde ela é a variante prevalente, a eficácia da primeira dose, pelas primeiras estimativas que estão saindo agora, é muito menor do que era com a alfa, então muda a relação da eficácia entre primeira e segunda dose. Essas análises confirmam que a decisão é delicada e que tem que ser feita de maneira sistemática”, observa Paulo.
O portal buscou informações das secretarias de Saúde do Estado e do município sobre uma possível adoção da diminuição do tempo de vacinação diante da identificação de casos da variante Delta na região, entretanto não obteve retorno até o momento.
Os danos causados ao meio ambiente resultam em mudanças climáticas que têm sido cada vez mais drásticas não são novidade, mas o novo relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU), revela que a luta contra o tempo está ainda mais agressiva. Apesar de as emissões de CO2 terem dobrado nos últimos 60 anos, florestas, solos e oceanos absorveram 56% de toda essa emissão. Isso significa que o planeta seria um lugar bem mais quente e hostil do que é agora, não fosse a ajuda da natureza. O problema é que a humanidade não está conseguindo combater a destruição do meio ambiente e ele pode entrar em colapso antes do que se imaginava.
O alerta vermelho é acionado para o problema do desmatamento na Amazônia e, no entanto, esses índices seguem batendo recordes históricos. “Precisamos entender, de uma vez por todas, que quando uma pessoa invade e desmata, o impacto se dá em toda a humanidade.”, afirma Fabiana Prado, coordenadora do projeto LIRA – Legado Integrado da Região Amazônica, iniciativa do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas.
Segundo Fabiana, a flexibilidade na fiscalização está ameaçando até as Áreas Protegidas, que ainda conseguem manter níveis bem mais baixos de desmatamento se comparadas com as outras áreas. “A criação das áreas protegidas – as unidades de conservação e as terras indígenas -, é uma estratégia significativa para garantir o futuro da Amazônia – e por consequência, da biodiversidade”, afirma.
No entanto, é preciso gerir, monitorar e avaliar esses espaços de forma eficiente, o que significa cumprir os objetivos de criação das áreas protegidas, manter a biodiversidade, as culturas e das comunidades locais e tradicionais além de contribuir com serviços ecossistêmicos para minimizar os efeitos das mudanças climáticas. “Por isso, o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, implementa ações colaborativas multisetoriais (empresas, sociedade civil, governos e movimentos sociais) por meio do Projeto LIRA”, diz Fabiana.
O LIRA nasceu para promover o fortalecimento e a consolidação da gestão dessas áreas protegidas do Bioma Amazônico e colaborar para que sejam desenvolvidas alternativas sustentáveis de produção para as populações desses territórios. “A intenção do Projeto é transformar essas áreas em um polo de desenvolvimento regional e territorial, por meio de seus ativos naturais e sabedoria ancestral dos povos da floresta, possibilitando uma renda eficiente para a população local e o fortalecimento desses povos”, afirma Fabiana.
O LIRA é uma iniciativa idealizada pelo IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore, parceiros financiadores do projeto. Os parceiros institucionais são a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Amazonas – SEMA-AM e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-Bio. O projeto abrange 34% das áreas protegidas da Amazônia, considerando 20 UCs Federais, 23 UCs Estaduais e 43 Terras Indígenas, nas regiões do Alto Rio Negro, Baixo Rio Negro, Norte do Pará, Xingu, Madeira-Purus e Rondônia-Acre. O objetivo do projeto é promover e ampliar a gestão integrada para a conservação da biodiversidade, a manutenção da paisagem e das funções climáticas e o desenvolvimento socioambiental e cultural de povos e comunidades tradicionais.
O reencontro dos artistas com o público tem data marcada para acontecer no Teatro Manauara. Numa iniciativa do Manauara Shopping, começa nesta quinta-feira (19) e prossegue até o dia 22, a 2ª Edição do Manauara Cultural com o tema ‘Viva a arte que inspira’! Música, dança, arte, teatro e humor ocuparão o palco para alegria de quem estava com saudades de um bom espetáculo.
O teatro, que ficou fechado durante meses, reabre as portas seguindo os protocolos de segurança a fim de que as pessoas possam retomar uma rotina de diversão adequada.
Programação A programação inicia no dia 19 de agosto às 20h com um show de stand up. O trio Roger Siqueira, Dhi Miranda e William de Oliveira trará o riso de volta abordando situações do cotidiano, com as quais a maioria das pessoas se identifica. “Eu gosto de ter um viés mais regionalista, de contar algumas viagens que já fiz pro interior, algumas curiosidades de quem vive o dia a dia do manauara, de compartilhar essa loucura que é Manaus. Pretendo trazer esse ponto de vista regionalista pro palco. Essa vai ser a pegada”, relatou o humorista Roger Siqueira.
Não é a primeira vez, que o artista ocupa o palco do teatro Manauara, mas não deixa de se emocionar quando relembra a trajetória para chegar ao espaço. “Comecei em um dos meus grandes sonhos e de toda a minha geração era fazer um show no Teatro Manauara. No ano passado, por causa do projeto, tive a oportunidade de apresentar a minha arte, foi empolgante. Este ano, vamos nos empenhar ainda mais, nos entregando para fazer um espetáculo que honre a casa por onde passaram grandes nomes e prestigiar o público, que merece um bom show”, declarou Roger.
Na sexta-feira (20) a partir das 20h, que encanta a plateia é a dupla Chapéu de Palha, composta por Helder Cruz e Giovanna Póvoas. Os artistas irão apresentar as faixas do último trabalho, que já alcançou mais de um milhão e meio de streaming nas plataformas digitais. As vozes doces e suaves são um convite ao relaxamento. Na mesma noite, a cantora Duda Raposo sobe ao palco trazendo uma proposta mais intimista. A jovem artista mescla ritmos diferentes nos trabalhos autorais. O repertório eclético tem conquista admirados.
No sábado, dia 21 às 18h, a noite será dos espetáculos de dança. A Cia de Dança Uatê, que significa espírito ancestral na língua Urubu-kaapó, apresenta Encontro dos Ritmos. O grupo valoriza a cultura indígena e utiliza na linguagem corporal a movimentação dos animais.
A Instituição Cultural Artes Sem Fronteira leva ao palco a coreografia ‘Ashaninka, A Última Fronteira’. O espetáculo retrata os costumes e tradições de uma tribo de origem peruana. Alguns integrantes se refugiaram no Acre a fim de manter sua independência. Os movimentos simbolizam sua resistência à dominação. Finalizando a noite, o ballet Dom Quixote da Cia Bellart, apresenta um trecho do espetáculo mundialmente conhecido por sua alegria, cores e saias rodadas.
No domingo, o teatro domina a cena. Às 16h a opereta infanto-juvenil ‘Cabelos Arrepiados’ irá conquistar o público apresentando um tema recorrente: os medos infantis. Cinco crianças acreditam que seus sonhos noturnos foram roubados e discutem a questão com leveza e bom humor.
Em celebração ao Agosto Lilás, mês em que se discute a violência contra a mulher, entra no palco do Teatro Manauara às 20h deste domingo, o espetáculo ‘Diário das Marias’. A Cia Trilhares apresenta os diversos tipos de opressão a que são submetidas as mulheres desde a infância a fase adulta.
Os ingressos não são pagos. Para assistir aos espetáculos, o interessado deve doar um pacote de fralda descartável dos tamanhos G, GG ou XG no stand situado no piso Castanheiras, em frente à Bemol Farma. As doações serão destinadas para o Grupo de Assistência à Criança com Câncer (GACC).
Por Alessandra Leite Especial para o Portal Vida Amazônica
A esperança em resgatar a dignidade não apenas para si, mas para a grande família formada pelo povo indígena Warao, vindo da Venezuela para a capital do Amazonas em decorrência da grande crise no país – cuja recessão econômica começou em 2014 – motiva os passos da artesã Ermínia Ratti, 55, moradora de Manaus desde setembro de 2020.
Quando a crise se abateu sobre o país, deixando também o povo Warao sem comida e sem perspectiva de vida, Ermínia foi morar com a família na cidade de Boa Vista, em Roraima, em 2019. Desde então, vem tentando sobreviver junto com pelo menos 5 mil “parentes” de sua etnia que estão espalhados pelo Brasil.
A artesã é uma das artistas indígenas cujos trabalhos foram expostos durante a Feira Alusiva ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, realizadas nesta segunda-feira, 9 de agosto, na praça Dom Pedro II, área localizada no Centro Histórico de Manaus e onde está o recém-inaugurado Memorial “Aldeia da Memória Indígena”.
“Quando a fome chegou à nossa comunidade, não tínhamos nada para comer ou sequer dar aos nossos filhos, foi quando viemos para o Brasil e fomos recebidos de braços abertos. Hoje muitos de nós vivem de aluguel, pago unicamente com a venda dos nossos artesanatos, e outra parte segue nos dois abrigos na região do Tarumã”, conta Ermínia.
Ao ser questionada sobre o que mais precisa para sobreviver com dignidade com sua família, ela diz que um ponto fixo para a venda das biojoias seria o ideal, já que muitas vezes precisa vender o artesanato na rua. “Nossa matéria-prima não é barata e pode se estragar nas ruas. Nisso a Copime está nos ajudando, para que possamos ter um local fixo para expor o nosso trabalho”, diz a artesã venezuelana.
O evento, realizado, em parceria pela Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) e o Centro de Medicina Indígena BAHSE RIKOWI, é uma celebração em homenagem ao dia 9 de agosto, para saudar os 26 anos de existência do Dia Internacional dos Povos Indígenas da Mãe Gaia. Sua origem remonta ao começo do século 20, quando a Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi a primeira organização intergovernamental a se envolver em assuntos nativos e indígenas, segundo carta assinada pelo sociólogo João Garcia de Carvalho.
A OIT, ainda sob as Ligas das Nações, elaborou a convenção 50, no ano de 1936, sobre o trabalho indígena; a Convenção 64, de 1939, sobre o contrato de trabalho indígena; e a Convenção 65, de 1939, sobre sanções penais a trabalhadores indígenas.
Memorial
Para o presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, o evento é um reflexo do reconhecimento que vem acontecendo desde o último 19 de abril, quando a praça Dom Pedro II tornou-se o Memorial da Aldeia da Memória Indígena de Manaus. “Aquele foi o marco inicial. Hoje estamos aqui para prestigiar, mais uma vez, os nossos irmãos indígenas, que há muito não recebiam atenção e cuidado. O segmento indígena tem um potencial fabuloso, e é aí que entra a parceria com as nossas instituições, para fomentarmos e tornarmos, o quanto antes, esse segmento em um grande espaço para os empreendedores da cultura indígena”, declarou Oliveira.
Diversidade e conflitos
Tradicionalmente formado por habitantes do delta do rio Orinoco, na Venezuela, o povo Warao é um grupo étnico bastante diverso no que diz respeito às suas formas de organização social e costumes, compartilhando uma língua comum, de nome homônimo, totalizando, atualmente, cerca de 19 mil indivíduos.
Essa diversidade dentro do povo Warao tem trazido alguns conflitos internos entre os moradores dos abrigos, que não compartilham da mesma cultura, segundo a coordenadora da Copime, a líder indígena Marcivana Sateré. “Existe também uma dificuldade de adaptação, porque o regime dos abrigos foge à nossa questão cultural, e alguns conflitos internos acabam ocorrendo. Trazê-los para o nosso convívio, além de retirá-los do isolamento, tem também o propósito de discutir situações como essa. Outro ponto importante é a questão da alimentação deles. São muitos pontos”, disse Marcivana.
Para os povos indígenas, conforme a coordenadora da Copime, os limites territoriais não existem e a discussão em torno do assunto sempre ocorre. “Nós discutimos muito com os que estão nas fronteiras. É bem difícil o entendimento disso. Nesse contexto também estão os parentes do Warao, que vêm de outra região (não fronteiriça) mas não deixam de ser indígenas”, pondera.
Para Marcivana, a ausência de políticas públicas para os indígenas de outras regiões é semelhante a sofrida pelos povos moradores de Manaus. “É uma invisibilidade total. É preciso criar essas políticas públicas, tanto para nós quanto para os parentes do Warao, pois todos temos direito à educação, à saúde, sem os quais não temos condições de manter viva a nossa cultura”, reivindicou.
Sobre a data comemorativa, a líder da Copime enfatiza a simbologia da luta e da resistência em torno do dia, criado em 1995 na busca pela garantia da autodeterminação e dos direitos humanos às diversas etnias indígenas do planeta. “Para além de uma data comemorativa, é uma data de luta e de resistência. Há 26 anos as nossas lideranças encampavam lá fora essa luta pelo reconhecimento dos direitos dos povos indígenas. É uma conquista de um reconhecimento dentro da própria ONU (Organização das Nações Unidas). Todos esses direitos adquiridos são importantíssimos, sobretudo neste nosso cenário político, pandêmico e social”, ressaltou.
Marcivana Sateré chamou a atenção para os retrocessos e ataques enfrentados todos os dias na Câmara Federal, com as “PECs da morte” (Propostas de Emenda Constitucional), que, nas suas palavras, vão de encontro à vida dos povos indígenas. “É também um dia para falarmos sobre essas lutas, nesse momento tão dramático da nossa história, para que não sejamos mais atacados como estamos sendo. O movimento indígena tem lançado essa campanha pelo direito à vida e, para termos direito à vida, precisamos do reconhecimento dos nossos povos, do respeito aos nossos territórios, precisamos parar com os retrocessos dos direitos que já estão garantidos”, enfatiza.
Além da feira de artesanato, o evento contou com apresentação musical, danças seculares e comidas típicas.
A Cacompanhia de Artes Cênicas iniciou a circulação do espetáculo ‘Preciso Falar’ por municípios do interior do Amazonas. A peça explora a linguagem da palhaçaria feminina para tratar da solidão da mulher negra. As primeiras localidades a receberem foram Novo Airão (dia 26 de junho) e Manacapuru (27). Em julho, é a vez de Itacoatiara (dia 3), Itapiranga (4), Careiro da Várzea (18), Autazes (24) e Maués (31), além de Nova Olinda do Norte (data ainda a ser definida), com entrada gratuita, faixa etária mínima de 12 anos, e respeitando os protocolos de segurança para a prevenção da Covid-19 estabelecidos pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS/AM).
Com Daniely Lima no elenco e direção de Jean Palladino, ‘Preciso Falar, a Circulação’ foi contemplada pelo Prêmio Encontro das Artes, promovido pela Lei Aldir Blanc através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC/AM).
‘Preciso Falar’ aborda narrativas pessoais e coletivas da vivência, enquanto mulher negra, de Lola, a palhaça de Daniely. “O espetáculo é um grito. Começou com um desejo de denúncia e de colocar o assunto em pauta. Lola, a minha palhaça, conta as nossas memórias da infância, adolescência, início da fase adulta e como é estar inserida em uma universidade. A partir de cada fase, ela vai desenhando territórios no chão. Para cada um, Lola dá vida a um personagem que atravessou esses momentos de micro e macro violências simbólicas”, disse a atriz Daniely que também assume a dramaturgia em parceria com Palladino.
Dialogando com a comunidade
A circulação pelo interior do Amazonas e na periferia de Manaus é um desejo antigo da produção. “Temos como público-alvo mulheres, jovens e adolescentes, que estão em fase de descoberta e reconhecimento enquanto indivíduos no mundo. É muito válido compartilhar nosso processo. Circular era algo que almejamos há muito tempo e estou feliz”, complementou Daniely. Após cada apresentação, uma roda de conversa mediada pela artista Andreza Afro Amazônica ocorrerá para levantar questões sobre o espetáculo, a negritude e demais temáticas pertinentes.
As atividades de ‘Preciso Falar, a Circulação’ ocorrerão até o fim de julho. A programação e mais informações podem ser encontradas nos perfis do Instagram @daniely.lima_ e @cacompanhia ou pelo site www.cacompanhia.com.
Sinopse
E a palhaça negra o que é? Lola desenha um mapa de seus territórios, seus rastros se tornam cartografias, histórias remendadas, porque ligeiramente são silenciadas, apagadas. A Palhaça é mulher, negra e resistente, desenhando em solo seu local de fala.
Ficha Técnica
Daniely Lima – Atriz e Dramaturga
Jean Palladino – Diretor e Dramaturgo
Kelly Vanessa – Produção
Andreza Afro Amazônica – Provocadora Cênica
Fotografa – Laryssa Gaynett
Serviço
O quê? Circulação do espetáculo ‘Preciso Falar’
Onde? Itacoatiara (03/07), Itapiranga (04/07), Careiro da Várzea (18/07), Autazes (24/07), Maués (31/07) e Nova Olinda do Norte