Cálculo renal: Uma a cada 10 pessoas no Brasil sofre com a alteração

Estimativa recente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aponta que uma a cada 10 pessoas, no Brasil, sofre de cálculo renal, alteração que, se não tratada a tempo e de forma correta, pode levar a problemas mais graves, como redução da função renal e até deterioração dos rins. “Em casos mais extremos, pode haver a indicação da nefrectomia (retirada total ou parcial do órgão)”, alerta o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.

Doutor em saúde coletiva e membro da SBU, Figliuolo destaca que o cálculo renal, mais conhecido como pedra nos rins, é uma alteração que tem como fatores de risco a obesidade, dietas ricas em sal e gordura animal, predisposição genética associada à doença, clima muito quente (como é o caso da maioria dos estados da região Norte), além da baixa ingestão de líquidos. A alteração atinge três vezes mais homens que mulheres, e mais comum entre 20 e 40 anos de idade.

“No período de verão, que se aproxima no Amazonas, pode haver um aumento de até 30% nos casos de cálculos renais, em decorrência da baixa ingestão de líquido somada à alimentação inadequada e rica em sal”, explicou. O ideal, segundo o médico, é ingerir cerca de três litros de água ao dia, de forma fracionada. Isso ajuda a eliminar o sal que é ingerido durante as refeições, evitando que ele fique acumulado nos rins, formando cristais que podem evoluir para cálculos.

O especialista explica que a presença dos cálculos renais nem sempre é notada. Em geral, os sinais só aparecem quando eles têm um tamanho significativo ou estão localizados em áreas muito específicas, como a uretra, atrapalhando a passagem da urina. “Nas duas situações, pode ocasionar fortes dores e incômodos frequentes, que acabam atrapalhando nas atividades cotidianas e provocando problemas secundários”, frisou.

Por isso, Figliuolo alerta que, dores nas costas, dor ou incômodo ao urinar, sangue na urina, infecção urinária de repetição, vômitos e febre, diminuição do fluxo urinário, além do aumento da frequência urinária com eliminação de pequenas quantidades de líquido, requerem uma visita ao urologista para avaliação.

Diagnóstico e tratamento

“O diagnóstico é feito a partir da avaliação clínica por médico especialista, com o suporte de exames de apoio, como os de imagem. Os mais usados são: ultrassonografia de abdome, tomografia computadorizada do trato urinário e, em casos mais críticos, até ressonância magnética”, explicou Figliuolo. E o tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico.

“Hoje em dia, contamos com técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, como as cirurgias laparoscópicas por vídeo, nefrolitotripsia extracorpórea (utilização de ondas de choque para quebrar as pedras e ajudar a serem expelidas), cirurgia endoscópica (que suga o cálculo, proporcionando menos efeitos colaterais e promovendo rápida recuperação), entre outros”, completou o especialista.

Figliuolo faz um alerta especial às gestantes, que têm mais probabilidade de desenvolver o problema. “É importante que as gestantes não deixem de consumir líquidos como água, sucos cítricos naturais e façam o pré-natal seguindo todas as orientações. O cálculo renal na gravidez eleva os riscos de partos prematuros. Por isso, todo cuidado é pouco”, concluiu.

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Ações de rastreio e informação pautaram o Novembro Azul no Amazonas

Durante o último mês, médicos urologistas membros da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), realizaram, no Brasil, ações voltadas ao rastreio do câncer de próstata, além de uma extensa programação que incluiu palestras, rodas de conversa e orientação ao público, sobre temas ligados à saúde do homem. No Amazonas, o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo, destaca que as atividades fizeram parte do cronograma do Novembro Azul, movimento que é realizado há cerca de dez anos no País, e que busca fortalecer a política de assistência ao público masculino, além de democratizar o debate acerta do tema.

Presidente da seccional da SBU no Amazonas, Figliuolo destaca que reuniu cerca de mil pessoas em palestras realizadas por ele, em parceria com o poder público e instituições privadas, além de participar de pelo menos duas ações assistenciais, com o atendimento médico de 220 homens na faixa etária de risco para o câncer de próstata (a partir dos 50 anos).

“O propósito da campanha, que ainda é muito recente no Brasil, é de chamar a atenção dos homens sobre a necessidade da realização do check-up médico, a partir dos 45 ou 50 anos, anualmente. Mas também, é de dialogar com o poder público, para ampliar a rede de assistência, com estruturas voltadas especificamente para o atendimento do público masculino”, destacou.

Figliuolo explica que os homens morrem mais cedo que as mulheres e são maioria na estatística de óbitos, o que aciona o alerta para a importância de políticas públicas de prevenção às doenças masculinas, em especial, às urológicas, que se não tratadas a tempo e da forma adequada, podem causar sofrimento prolongado e levar à morte precocemente.

“Um exemplo disso é o câncer de próstata, que tem previsão de 580 casos no Estado. A maioria desses diagnósticos deverá acontecer nas fases intermediária ou avançada da doença. Isso porque, culturalmente, os homens só procuram um médico quando sentem algum sintoma. E como o câncer é uma doença silenciosa, que só apresenta sinais quando já passou da fase inicial, muitos deles precisam passar por tratamentos invasivos e têm as chances de cura reduzidas”, explicou.

Para o especialista, essa realidade pode ser mudada com campanhas permanentes sobre o tema, a ampliação da assistência e o esclarecimento da população.

“Em 2019, o envolvimento das instituições públicas e privadas, da imprensa e da sociedade em geral, foi maior que nos anos anteriores. Mas, ainda precisamos reforçar a adesão, de modo a envolver, inclusive, o público feminino, tendo em vista que muitos homens só procuram ajuda médica quando são estimulados por suas mães, esposas ou filhas”, completou.

A campanha Novembro Azul é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Urologia e neste ano, adotou o tema “Seja herói da sua saúde”, para trabalhar as ações desenvolvidas em todo o Brasil. Segundo projeção mais recente do Instituto Nacional do Câncer (Inca), subordinado ao Ministério da Saúde (MS), o País registrará, em 2019, 68 mil novos casos de câncer de próstata.

Texto: Ana Carolina Barbosa
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Cirurgia robótica e videolaparoscopia ganham espaço na urologia

Os avanços tecnológicos em saúde têm trazido importantes benefícios e mais qualidade de vida aos pacientes. No caso da urologia, destacam-se melhorias no campo cirúrgico, tais como as cirurgias robóticas e videolaparoscopias, ambas consideradas minimamente invasivas e com menos efeitos colaterais e sequelas associadas. O urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo, explica que os procedimentos são indicados para o tratamento de diversas alterações, entre elas, os cânceres de próstata, rins e cálculos urinários.

“Hoje, em Manaus, não dispomos de cirurgia robótica nas unidades de saúde. Porém, nos antecipamos na Urocentro, por sabermos dos benefícios desses procedimentos, e celebramos parcerias com unidades de referência em São Paulo e no Rio de Janeiro, que dispõem dessa tecnologia. Além disso, passamos por treinamentos na área, agregando valor às terapias ofertadas hoje no mercado local”, frisou.

De acordo com ele, além de ser mais rápida, a cirurgia robótica é feita através de pequenas incisões e, sendo assim, apresenta menos risco de sangramento durante o procedimento e também no pós-cirúrgico. “A recuperação é mais rápida e as chances de sequelas são menores”, afirmou.


O especialista deu como exemplo as modalidades voltadas para o tratamento das neoplasias malignas de próstata, consideradas as mais incidentes na população masculina do Amazonas, com previsão de 580 casos/ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), subordinado ao Ministério da Saúde.

“O robô, que é guiado por um médico, que fica em uma cabine dentro do centro cirúrgico. O equipamento tem uma precisão maior na hora da extração do tumor. Por isso, os riscos de se desenvolver incontinência urinária e disfunção erétil pós-cirurgia, são reduzidos, já que as pinças são mais direcionadas, ocasionando menos dano tecidual”, explicou Figliuolo.

Para procedimentos que implicam na ressecção de tecidos maiores, o procedimento também pode ser aplicado. “No caso do câncer renal, a nefrectomia radical, ou seja, a retirada total de um dos rins, também é possível através da tecnologia robótica. Outra modalidade bastante utilizada é a vídeolaparoscopia, que utiliza pinças e pequenas incisões, com a vantagem de ter uma recuperação mais rápida. Em pouco tempo, o paciente retorna às suas atividades cotidianas, sem prejuízos maiores”, assegurou.

De acordo com Giuseppe Figliuolo, ambos os procedimentos só são indicados após uma análise minuciosa, que inclui exames de imagem, avaliação médica, exames complementares laboratoriais, entre outros.

“É importante frisar que todos os procedimentos, cirúrgicos ou não, vão depender do estadiamento da doença. Ou seja: da extensão que ela apresenta. Quando mais cedo as alterações são detectadas, maiores as chances de cura e de procedimentos menos invasivos. Por isso, destacamos sempre a necessidade das avaliações anuais, que buscam investigar problemas assintomáticos, que se desenvolvem de forma lenta e que só são evidenciados, geralmente, quando o paciente passa a sentir dor, nas fases intermediária ou avançada”, reforçou o especialista, que é membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e tem mais de 20 anos de experiência na área.

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Dor pélvica crônica impacta diretamente na qualidade de vida dos pacientes

Com duração de seis meses ou mais, a Síndrome da Dor Pélvica Crônica caracteriza-se por estar centralizada entre o abdome e o quadril e é considerada debilitante, além de vir acompanhada de grande impacto social e na qualidade de vida do paciente, podendo gerar depressão. Ela pode estar associada a doenças como prostatite, cistite e até à síndrome do cólon irritável e atinge tanto homens quanto mulheres, explica o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.

De acordo com ele, o problema é mais amplo e prevalente do que se pensa. A dor pélvica crônica pode ser provocada por problemas neurológicos, psicológicos, endrócrinos, gastrintestinais, urinários, ginecológicos ou no músculo-esquelético.

“Em parte dos casos urológicos, a prostatite, doença inflamatória que causa inchaço na próstata, é um dos fatores recorrentes. As cistites, que caracterizam-se por inflamações na bexiga, também podem causar o problema, se não tratada a tempo e de forma adequada”, destacou.

Já a síndrome do cólon irritável (distúrbio da motilidade intestinal) provoca dor abdominal constante, constipação (prisão de ventre), diarréia e cãibras na região pélvica. Por ter inúmeros fatores de risco, esse tipo de dor crônica é bastante comum na população.

Principais características

“Uma das principais características dessa dor, que se assemelha a uma cólica, é que sua intensidade é maior, levando o indivíduo a buscar ajuda médica, geralmente. Ela aumenta com o passar do tempo e pode ser tratada clinicamente ou cirurgicamente, dependendo do caso e da avaliação clínica”, frisou.

Na população feminina, o problema acomete entre 15 e 20% das mulheres em idade reprodutiva. “Na maioria dos casos, essas mulheres ou não recebem o diagnóstico ou nunca fizeram tratamento por que deixam de procurar um especialista. Por isso, reforçamos a necessidade de uma investigação mais aprofundada”, explicou Figliuolo.

No dos homens, a população acometida é, geralmente, de jovens ou pessoas meia-idade. Sabe-se, ainda, que a síndrome está associada a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e, quando resulta em dor muito intensa, afeta o desempenho sexual e causar fadiga constante.

Nesse grupo específico, a dor pélvica crônica também ocorre durante o processo de ejaculação, ao urinar ou na eliminação das fezes, causa fluxo urinário lento ou obstrutivo, aumento da freqüência urinária, dor abaixo do umbigo, pressão ou desconforto.

Podem auxiliar no diagnóstico os exames laboratoriais (hemograma, exame de urina , PSA e etc) e exames de imagem ( ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outros).

Estruturas envolvidas

O especialista reforça que qualquer estrutura abdomino-pélvica pode estar envolvida, mas, destacam-se órgãos genitais, vasos sanguíneos, músculos e parede abdominal, além da bexiga, ureteres e intestino.

“É bom observar que qualquer sinal de dor pélvica deve ser analisado por um médico. Mas, se o problema persistir por meses, com desconforto na pelve, períneo ou genitália e as causas não são explicáveis – ou seja, não estão associadas a doenças como o câncer ou anomalias estruturais -, é preciso uma atenção maior”.

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Check up urológico é recomendado para homens a partir dos 45 anos

Com o avanço da idade e a correria do dia a dia, fica cada vez mais evidente o quão necessário é saber se programar para garantir mais qualidade de vida e saúde. Assim, pode-se evitar que problemas controláveis, evoluam para casos críticos, com consequências às vezes irreversíveis.

A análise é do cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo. Nesse contexto, ele explica que, quando se trata da população masculina, o check up anual, a partir dos 45 anos, é a forma mais fácil de detecção precoce de diversas alterações que, quando diagnosticadas tardiamente, podem comprometer o desempenho do aparelho urinário, a vida sexual e até o convívio social.

“Estamos no século 21 e ainda lutamos para sensibilizar os homens da importância de se cuidar. Alertamos que, quando mais cedo descobrimos certas patologias, maiores são as chances de sucesso nos tratamentos”, frisou.

Membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), seccional Amazonas, Figliuolo explica que, no caso da urologia, a preocupação a partir dessa idade está voltada para os aparelhos urinário e reprodutor. As alterações mais comuns são: câncer de próstata e hiperplasia prostática benigna.

Câncer de próstata

O câncer de próstata é o tipo de neoplasia maligna mais comum entre os homens e está diretamente relacionado ao envelhecimento da população. Figliuolo explica que a próstata é uma pequena glândula, responsável por produzir o sêmen. Com o avanço da idade, ela pode apresentar alterações benignas ou malignas e, no caso do câncer, pode-se dizer que boa parte dos casos ocorra de forma lenta e assintomática. Se a doença for descoberta na fase inicial, as chances de sucesso durante a terapia são de até 90%.

“Mas, ainda é comum nos depararmos com pessoas com doença em estágio avançado, que deixaram de buscar ajuda médica. Como o câncer não apresenta sinais no início, é difícil que o homem perceba que há algo de errado. Com o passar dos anos, sinais como dificuldade ao urinar, dores na região pélvica e no abdome começam a aparecer, o que indica que o quadro já está mais agravado”.

O diagnóstico é feito através de exames de rotina (toque retal e PSA – sangue), biópsia e exames complementares de imagem. Os tratamentos são indicados de acordo com o estadiamento da doença (dimensão). Se está localizada, as chances de se realizar um procedimento minimamente invasivo, como a videolaparoscopia, são grandes. “Com esse tipo de cirurgia, que ocorre através de micro-incisões, o auxílio de pinças e de uma micro-câmera, é possível manter a potência sexual do indivíduo e até evitar seqüelas como a incontinência urinária”, defendeu.

Já nos casos mais avançados, com a disseminação da doença para outras partes do corpo, pode haver a indicação de cirurgias mais agressivas e a combinação de outros tratamentos, como a radioterapia e até quimioterapia.

Hiperplasia benigna prostática

A hiperplasia benigna prostática (HBP) é caracterizada, principalmente, pelo aumento do volume da próstata, o que pode causar desconforto, retenção ou incontinência urinária, dores ao urinar, sangramento, obstruções, infecções urinárias de repetição e também exigir o uso de sonda vesical.

“Os tratamentos podem ser minimamente invasivos, com técnicas endoscópicas (sem cortes), tecnologia a laser e plasma vaporização”, explicou Giuseppe Figliuolo. A técnica de plasma vaporização é feita através da aplicação de gás à próstata, de forma segura e eficiente, sem cortes, com menor risco de sangramento e recuperação rápida. Após o tratamento, o paciente precisa continuar passando por controle, para garantir que novas alterações voltem a ocorrer, eventualmente.

Exames para check up urológico anual

– PSA (Antígeno Prostático Masculino)

– Toque retal

– Hemograma completo

– Urina – Fezes – avaliar parasitose intestinal

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Cirurgia por vídeo é a aposta para o tratamento de doenças urológicas femininas

Com a evolução das terapias em saúde e o advento das novas tecnologias, procedimentos antes bastante agressivos ao organismo e de difícil recuperação pós-cirúrgica, foram adaptados, resultando em novas técnicas minimamente invasivas, que viabilizam altas médicas rápidas e a retomada das atividades quotidianas em um curto espaço de tempo.

Para as mulheres, em especial, que hoje participam ativamente do mercado de trabalho e tem um papel importante no núcleo familiar, as videolaparoscopias (cirurgias por vídeo) para o tratamento de diversas patologias, tornaram-se importantes aliadas e têm atraído a adesão de uma parte significativa das pacientes, explica o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.

De acordo com ele, doenças como os cânceres de bexiga e rins, que na fase inicial têm possibilidade de tratamento cirúrgico, com grandes chances de cura, são alguns dos exemplos.

“As mulheres com esses tipos de cânceres, que antes necessitavam de cirurgias abertas e bastante agressivas, mesmo quando descobertas cedo, dependendo do estadiamento da patologia (extensão do tumor), não precisam mais disso. Podem recorrer às videolaparoscopias, as quais consistem na introdução de pinças em micro-incisões, e uma pequena câmera para guiar a retirada da massa tumoral”, destacou. “A grande vantagem é a alta médica em pouquíssimo tempo, em prejuízos às pacientes, que podem retornar à vida normal muito antes do que imaginavam”, completou.

Mulheres são a maioria

A mesma máxima serve para os homens, quando se trata do câncer de próstata, por exemplo. “Mas destacamos a população feminina nesse contexto, porque as mulheres são maioria quando o assunto é câncer, no Amazonas”.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde (MS), aponta em sua projeção, que vale para este ano, 3.130 casos da doença, incluindo os mais diversos tipos, para as mulheres, contra 2.730, para os homens.

Cálculos urinários

As vídeolaparoscopias também são indicadas para a retirada de cálculos urinários, popularmente conhecidos como pedras, que atingem 12% da população mundial e podem se alojar no canal da uretra, nos rins e em outras localizações. Eles são formados, entre outros fatores, pela baixa ingestão de água.

“Nesses casos, os procedimentos são mais simples e os pacientes, independente do sexo, podem receber alta médica até no dia seguinte, seguindo algumas recomendações temporárias”, explicou Figliuolo.

Ele destaca que parte das pedras pode ser expelida naturalmente, com o consumo de líquido, o que faz com a produção de urina aumente e, na saída, movimente o cálculo. “Mas, dependendo do tamanho, pode causar muita dor ao paciente ou até lesões internas na uretra, responsável pelo escoamento da urina. Nesses casos, indicamos a retirada cirúrgica, para evitar possíveis infecções”.

A recuperação após a alta pode ocorrer entre 1 semana e 30 dias. Durante esse período, é importante evitar esforços físicos, sendo permitida apenas alternar o repouso a caminhadas leves e curtas, que ajudam na circulação sanguínea.

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Mulheres devem incluir urologista em check ups anuais

A maior parte da população associa a saúde feminina à visita periódica ao ginecologista. Já para os homens, a indicação é que conste no calendário anual, pelo menos uma consulta com o urologista. “Para desconstruir a idéia de que a urologia está voltada exclusivamente ao tratamento de patologias masculinas, usamos datas como o Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 8 de março, para conscientizar e reforçar que as mulheres também devem incluir a especialidade nos check ups anuais, afinal, os problemas no trato urinário podem acometer a todos, independente de sexo e idade”, alertou o cirurgião urologista da Urocentro, Giuseppe Figliuolo.

Entre as alterações mais comuns em mulheres, que necessitam de avaliação clínica de um urologista, estão, por exemplo, as incontinências urinárias, problemas na uretra, rins e bexiga – o que inclui vários tipos de câncer -, além de infecções, cistites e pedras nos rins.

“Quando falamos de infecções urinárias, lembramos que as mulheres são as mais afetadas pelo problema, principalmente no período da gravidez ou pela manutenção de hábitos como o baixo consumo de líquidos e até prender o xixi por muito tempo, o que pode gerar graves danos à saúde, pois cria um ambiente propício à proliferação de bactérias”, destacou.

Presidente da seccional no Amazonas, da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Figliuolo destaca que a maioria das pacientes que busca ajuda médica por problemas no trato urinário, vem encaminhada por outros especialistas, como ginecologistas, por exemplo. “Nesse caso, o problema costuma estar agravado, pois não há uma prevenção”.

Ele alerta, ainda, que cerca de 50% das mulheres na fase da menopausa apresentam problemas na bexiga. “Nas mulheres na melhor idade, a incontinência urinária, por exemplo, é mais comum do que se imagina, podendo ocorrer por inúmeros motivos. Mas, vale lembrar que a perda involuntária da urina pode atingir também mulheres mais jovens, seja por alguma alteração menos significativa, que pode ser corrigida com tratamento medicamentoso ou uma pequena cirurgia; seja por um tumor benigno ou maligno, o que requer atenção redobrada e acompanhamento em longo prazo”, assegurou.

Outras disfunções com indicação para a especialidade são: bexiga hiperativa (vontade incontrolável de urinar), cistite intersticial (inflamação crônica da bexiga), pedra nos rins (formação de cálculos), entre outras.

A prevenção a grande parte delas se dá através de hábitos simples, como a ingestão de líquidos em grande quantidade (pelo menos dois litros ao dia), não reter urina, corrigir alterações intestinais (diarreias ou prisão de ventre) e micção antes e após as relações sexuais.

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Desconhecida entre os homens, doença de Peyronie pode ocasionar problemas de ereção e levar à depressão

Patologia desconhecida para grande parte da população, a Doença de Peyronie, cuja principal característica é a deformidade do pênis, atinge cerca de 150 mil homens no Brasil, anualmente. Além de causar dores e desconforto durante as relações sexuais, ela pode levar à disfunção erétil e a quadros de depressão em grande parte dos pacientes. “A doença é caracterizada por uma fibrose adquirida na parte interna do pênis, que dificulta a vasodilatação e, consequentemente, a manutenção da ereção. A boa notícia é que tem tratamento”, explicou o cirurgião urologista da Clínica Urocentro, Giuseppe Figliuolo.

Segundo o especialista, os principais sinais da doença são: deformidade do pênis, como afinamento, mudança na curvatura para um dos lados ou para baixo e caroços notados na extensão do pênis enquanto está flácido. Por isso, ele destaca que é importante que o homem faça o auto-exame, para constatar eventuais alterações e, assim, buscar a ajuda de um médico.

A fibrose adquirida pode ter diferentes tamanhos. “E mesmo que um homem apresente uma fibrose em uma área do órgão genital, não significa que não possa desenvolver outras. A fibrose é como se fosse uma cicatriz dentro do pênis, que reduz a elasticidade. Daí a explicação para as deformidades”, frisou.

As principais causas relacionadas à doença são: diabetes, uso de injeções intracavernosas (dentro do pênis) para estimular a rigidez, diabetes – que favorece o aparecimento de fibroses por reduzir a vascularização do órgão – e eventuais lesões aos nervos e artérias próximos à próstata e ao reto, durante cirurgias muito invasivas.

O urologista explica que, dependendo do estágio da doença, a patologia pode ser tratada clinicamente, com o auxílio de medicamentos, com procedimentos cirúrgicos ou, ainda, com ondas de choque de baixa intensidade, sendo este último o mais recente deles e realizado de forma indolor, com resultados acima das expectativas. Alguns tratamentos podem, inclusive, corrigir a curvatura do pênis.

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Especialista alerta para proteção contra sífilis no Carnaval

Pode parecer contraditório, mas apesar de ter uma das formas de cura mais simples – e baratas – a sífilis virou um grande problema nacional ao ponto de o Ministério da Saúde decretar epidemia, no final de 2016, por conta da falta de controle e diagnóstico. Em 2017, foram notificados no Brasil 119.800 casos de sífilis adquirida, 49.013 casos em gestantes, 24.666 ocorrências de sífilis congênita. No Amazonas esse número é de 1.696 casos da doença adquirida, 1.573 em gestantes e 802 casos congênitos, no mesmo período, segundo dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis 2018, da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde.

A doença atinge, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 12 milhões de pessoas no mundo, o que é um desafio para especialistas. “Qualquer pessoa sexualmente ativa, independentemente de faixa etária, classe social ou opção sexual, pode contrair uma DST. Basta praticar sexo inseguro”, alerta o urologista Giuseppe Figliuolo, especialista do Centro de Urologia do Amazonas (Urocentro).

O alerta é para que as pessoas previnam-se, principalmente na época do Carnaval, período em que costuma aumentar as chances de contração da doença. “Há uma espécie de risco consciente das pessoas, principalmente dos jovens, porque, embora saibam que há o perigo, não presenciaram os anos críticos de contaminação e morte por HIV. E a presença de doenças como sífilis ou gonorréia, aumenta consideravelmente o risco de adquirir ou transmitir a infecção pelo HIV”, afirma Figliuolo.

No mundo, a OMS estima ainda a ocorrência de aproximadamente um milhão de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis por dia como clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase.

Segundo o urologista, os primeiros sintomas da sífilis são feridas indolores no pênis, no ânus ou na vulva que, se não forem tratadas, desaparecem espontaneamente e retornam depois de semanas, meses ou anos nas suas formas secundária ou terciária, consideradas mais graves.

Quando a infecção surge durante a gravidez, ela pode infectar o feto, que contrai a sífilis congênita, situação que pode causar má-formação, aborto ou a morte do bebê. A enfermidade tem cura e o seu tratamento é feito com injeções de penicilina, orientadas pelo médico de acordo com a fase da doença.

Em caso de suspeita, a recomendação é procurar um especialista ou mesmo posto de saúde, onde pode ser feita a testagem rápida. “Por ser uma doença que mascara os sintomas e fica encubada no organismo, o tratamento deve ser iniciado quanto antes, uma vez que é fácil, rápido e nada invasivo”, explica Giuseppe Figliuolo.

Ele alerta que como não há dor, coceira ou outro tipo de sintoma mais evidente, é preciso que o paciente seja transparente nas informações junto ao seu médico, bem como realize check up regularmente. “Por conta do preconceito e o medo do julgamento, os pacientes deixam de comunicar que tiveram relação sexual desprotegida, o que atrapalha o diagnóstico precoce da doença”, avalia o urologista.

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Inflamação da próstata, prostatite afeta também indivíduos jovens

Associada de forma equivocada à função sexual, a próstata é responsável pela função reprodutora masculina, uma vez que produz o fluído que protege e nutre os espermatozoides, não interferindo diretamente na ereção. Uma das três doenças mais frequentes na glândula, a prostatite foge à regra de incidência comum em homens acima de 50 anos, podendo aparecer também em jovens e afetar a capacidade de ter filhos, caso não tratada.

De acordo com o urologista Giuseppe Figliuolo, especialista do Centro de Urologia do Amazonas (Urocentro), na maioria dos casos, a doença aumenta a frequência da vontade de urinar, o que pode acarretar também na presença de sangue na urina. “Em longo prazo, pode ser que o paciente venha a desenvolver a impotência sexual devido à dor constante, o que não significa que o nervo responsável pela ereção tenha sido afetado”, explica. Como esses sintomas são comuns também à infecção urinária, o ideal é consultar um especialista para tratar a doença sem que tenha a capacidade reprodutora afetada, principalmente em adultos jovens.

Causas e sintomas

Prostatite é a infecção da próstata provocada por bactérias como Escherichia coli ou Proteus mirabilis, comuns no intestino humano e que podem atingir a glândula diretamente ou por meio dos gânglios linfáticos. Outras formas comumente encontradas são as bactérias que alcançam a próstata diretamente pela corrente sanguínea, e as que migram da bexiga ou da uretra para a próstata. Embora existam diferentes causas que podem resultar na inflamação da próstata, a maioria das prostatites é causada por bactérias.

Normalmente, os sintomas apresentados são: desconforto local, dor na região genital e dificuldade para urinar. Nos casos agudos ou crônicos, em que os sintomas aparecem por cerca de três meses, apresenta, ainda, febre, ardência e/ou retenção da urina, além de desânimo e falta de energia.

Figliuolo alerta também para outras variações de prostatite, como a síndrome da dor pélvica crônica, em que o indivíduo relata uma dor pélvica forte; e a prostatite inflamatória assintomática, mais comum em homens com PSA (Antígeno Prostático Específico) elevado. “A prostatite não é uma doença transmissível. No entanto, a infecção urinária, que normalmente está na base da causa da doença, pode ser contagiosa quando combinada a alguma das doenças sexualmente transmissíveis”, afirma Giuseppe Figliuolo.

O urologista explica que a presença de infecções urinárias frequentes, problemas de esvaziamento da bexiga, uso de sonda vesical e uretrites de repetição aumentam a probabilidade de vir a desenvolver a prostatite. “A única forma de confirmar o diagnóstico é consultar um urologista para fazer exames como o de sangue, urina ou até uma ultrassonografia”, alerta.

O tratamento é feito a partir de medicações específicas, em especial, os antibióticos, que tem eficácia considerada extremamente satisfatória. “Fazer uma boa hidratação, bebendo muita água ou líquidos como chá, entre outros, é uma medida que contribui também para a cura e, acima de tudo, para a prevenção das prostatites infecciosas”, finaliza Figliuolo.

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