Uma das sequelas mais frequentes deixadas pela Covid-19 é o comprometimento respiratório. Para auxiliar na recuperação destes pacientes o Sesc Amazonas está oferecendo atendimentos de fisioterapia pulmonar e treinos específicos na academia, para pessoas que contraíram a doença.
A Academia Sesc oferece exercícios voltados para o fortalecimento muscular, condicionamento cardiorrespiratório, hipertrofia de músculos atrofiados devido a imobilidade adquirida durante a doença, além da recuperação das capacidades de coordenação.
A encarregada do Departamento Físico Esportivo do Sesc AM, Roberta Nascimento, ressalta a importância das atividades físicas especificas para esse público. “O exercício físico é fundamental para a recuperação e prevenção da Covid-19. Nosso time de professores está qualificado e preparado para atender esse grupo de alunos com muita atenção e cuidado, com treinos e acompanhamentos específicos, visando o tratamento”, disse.
O tratamento fisioterápico engloba técnicas que podem ser preventivas ou curativas e tem como objetivo mobilizar secreções, melhorar oxigenação do sangue, promover reexpansão pulmonar, diminuir o trabalho respiratório e reeducar a função respiratória.
A fisioterapeuta Joelma Damazio, destaca que outros pacientes também podem se beneficiar com a fisioterapia respiratória. “Esse conjunto de exercícios tem por objetivo reabilitar o paciente que teve alguma lesão pulmonar. Mas se estende para demais patologias respiratórias, como asma, bronquite, pneumonia e também aqueles pacientes que necessitam fazer um condicionamento da musculatura respiratória”, explicou.
A Clínica de Fisioterapia e a Academia Sesc ficam localizadas na Unidade Sesc Balneário (avenida Constantinopla, 288, bairro Planalto), possuem uma estrutura com equipamentos modernos, professores certificados e estão seguindo todas as recomendações do Ministério da Saúde no combate a Covid-19. Para mais informações a respeito de valores e horários ligue (92) 2121-5362 – Academia Sesc/ (92) 3656-2400 – Clínica de Fisioterapia Sesc.
O câncer de pulmão é o segundo tipo mais incidente no Brasil, acaba de ganhar o tratamento combinado, até então inédito no país. A terapia combinada associando quimioterapia, imunoterapia e antiangiogênicos acaba de ser aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e já está disponível na rede privada.
Esse é um dos temas do evento “Tenho Câncer, e agora?”, que será realizado no próximo dia 3 de agosto, em São Paulo. O evento tem inscrições gratuitas e é aberto à população em geral. Para se inscrever basta acessar o site www.tenhocancereagora.com.br ou 0800 – 773-3241 e 11 3721 5317. Um dos palestrantes será o oncologista Dr. William Willian Junior. Ele dirige o departamento de Hematologia e Oncologia do Hospital BP, antiga Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O palestrante vai
falar exatamente sobre a “terapia alvo, pequenas moléculas,
grandes impactos”. O Dr. William, que esteve no maior congresso de
oncologia do mundo, realizado em junho deste ano, em Chicago, traz as
informações mais recentes sobre o assunto. E adianta que vai
apresentar números impressionantes sobre a eficácia da terapia
alvo. No caso de um tipo específico de câncer avançado de pulmão,
com mutações nos genes EGFR e ALK, por exemplo, antes da terapia
alvo, os pacientes viviam entre 10 e 12 meses. Agora vivem entre
quatro e cinco anos, segundo os mais recentes estudos apresentados em
Chicago.
Essa estratégia de
usar novas categorias de medicamentos para bloquear a função do
tal motorzinho dentro da célula cancerígena, matando-a e impedindo
sua proliferação, tem apresentado resultados animadores em
pacientes em estado avançado da doença. “Se o esquema terá o
mesmo resultado positivo em pacientes com estados iniciais, ainda não
se sabe”, alerta o Dr. William.
O processo de
aprendizagem sobre o comportamento das células cancerígenas é
contínuo. O palestrante do “Tenho Câncer, e agora?” comenta
ainda estudos que mostraram que, dependendo da doença, as células
doentes se tornam resistentes à terapia alvo, o que complica ainda
mais a busca pela cura ou o esforço para transformar uma doença
incurável em doença crônica, portanto, tratável.
SERVIÇO
Tenho Câncer, e
agora?
Data: 3 agosto
Horário: 8h às
13h30
Local: Hotel Pullman
Vila Olímpia
R. Olimpíadas, 205
– Vila Olímpia, São Paulo – SP
Inscrições
gratuitas, vagas limitadas: 0800 – 773-3241 ou 11 -3721-5317
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento similar da Sandoz para
o tratamento de insônia ocasional, transitória ou crônica,
o hemitartarato de zolpidem em
comprimidos.
Estudos constataram que este princípio ativo melhora a qualidade e a manutenção do sono, reduz a sonolência diurna, tem baixa interferência em funções cognitivas e não ocasiona insônia de rebote ou sintomas de retirada. O medicamento é indicado para adultos e deve ser usado conforme indicação médica.
“A aprovação deste novo medicamento similar reforça o compromisso com paciente e o comprometimento da Sandoz em ampliar o acesso da população a tratamentos com a excelência e qualidade do Grupo Novartis”, afirma o Head da Unidade de Negócios SNC da Sandoz, Rodrigo Salman.
O hemitartarato de zolpidem da Sandoz está disponível nas apresentações de 30 e 20 comprimidos de 10 mg e chega ao mercado custando 38% menos que o medicamento referência, contribuindo para ampliar o acesso da população a tratamentos de qualidade.
Insônia
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 108 milhões de brasileiros têm algum distúrbio do sono. Destes, 40% sofrem de insônia. Entre os adultos, um em cada três relata ter insônia, sendo que 10% a 15% apresentam prejuízos diurnos associados. Além disso, estudos mostram que a insônia é ainda mais prevalente em mulheres.
A insônia crônica ocorre quando o indivíduo tem dificuldade para iniciar o sono ou para continuar dormindo de forma frequente por, no mínimo, três vezes por semana e, pelo menos, por três meses consecutivos. Após uma noite insone, os sintomas mais frequentes são cansaço, diminuição do humor e irritabilidade, dificuldade de atenção, concentração e memória, acarretando também prejuízo social e propensão a erros.
As causas da insônia são diversas. Ansiedade, depressão e até o estilo de vida moderno, com compromissos e preocupações, podem levar ao desenvolvimento da doença.
Além do tratamento medicamentoso, pacientes que sofrem de distúrbios do sono devem manter hábitos saudáveis e adotar técnicas de relaxamento. É importante também adotar medidas de higiene do sono, como deitar sempre no mesmo horário, dar preferência a alimentos leves no jantar, praticar atividades físicas durante o dia, evitar bebidas com cafeína e terapia cognitiva-comportamental.
O projeto Carreta Novartis da Saúde, que percorre o Brasil para combater a hanseníase,
completa 10 anos como um dos principais projetos de erradicação da doença no país. Atuando em parceria com o Ministério da Saúde, a carreta é responsável
por cerca de 25% de todos os diagnósticos realizados.
Segundo
dados cadastrados no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de
Notificação),
entre 2014 e 2018 o projeto já percorreu quase 500 municípios de
diferentes estados, realizou cerca de 70 mil atendimentos e concluiu o
diagnóstico de 2.369 pessoas, que foram encaminhadas para o tratamento
adequado.
Apenas
em 2018, a Carreta Novartis da Saúde passou por 97 municípios nos
estados
do Pará, Tocantins, Piauí, Rondônia, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais,
estados que são altamente endêmicos para a hanseníase, realizando mais
de 12 mil atendimentos. Desse total, foram diagnosticados 582 novos
casos da doença, crescimento de 32% se comparado
com o registrado em 2017. Também ao longo do ano, 1.900 profissionais
de saúde pública foram capacitados por meio da parceria com DAHW.
A
hanseníase é considerada um problema de saúde pública por décadas.
Embora a doença
tenha sido controlada na maior parte do mundo, ela continua a afetar
cerca de 200 mil pessoas por ano, especialmente em países como o Brasil,
Índia e Indonésia. Alinhada ao princípio de promover o acesso, a
Novartis está comprometida com a eliminação da hanseníase
em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Combate à doença no país
A
Carreta Novartis da Saúde
está em atividade
desde 2009. Trata-se de um caminhão itinerante com cinco consultórios e
um laboratório que percorre estados brasileiros, oferecendo atendimento
gratuito e exames, além de esclarecer dúvidas e conscientizar a
população sobre a prevenção.
Após
o diagnóstico, os pacientes recebem o tratamento completo por meio de
medicamentos
da Novartis doados à Organização Mundial da Saúde (OMS), que os repassa
a países como o Brasil. O tratamento poliquimioterapia (PQT), que está
disponível gratuitamente em toda a rede pública do Brasil, cura a
hanseníase, interrompe sua transmissão e previne
as deformidades.
O projeto é resultado de uma parceria da Novartis com o Ministério da Saúde, com apoio do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), que buscam a erradicação da doença até 2020.
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica e curável que causa, sobretudo, lesões de pele e danos aos nervos. A doença já deveria estar erradicada, mas atinge cerca de 30 mil pessoas no país ao ano. O Brasil está em segundo lugar no ranking de países com novos casos de hanseníase, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, há uma redução de 34,1% no número de novos casos diagnosticados no país entre 2006 e 2015. A queda é reflexo de uma série de ações implantadas para o enfrentamento da doença, como é o caso da Carreta Novartis da Saúde. A hanseníase, comumente conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e reduz a sensibilidade da pele. Geralmente, o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas em áreas como mãos, pés e olhos, mas também pode afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de Olumiant (baricitinibe), da Eli Lilly, medicamento indicado para o tratamento de artrite reumatoide em pacientes adultos com resposta inadequada ou intolerância às terapias padrão. Estudos clínicos com mais de 3 mil pacientes com AR em atividade moderada a grave foram realizados para comprovar a eficácia e a segurança do produto e esses dados embasam a sua aprovação. Os resultados dos estudos demonstraram uma melhora significativa na inflamação das articulações, retardo na progressão das deformidades e melhora rápida nos sintomas clássicos da doença, tais como a dor articular, a fadiga e a rigidez matinal.
A artrite reumatoide, pela sua natureza progressiva e incapacitante, requer o diagnóstico precoce e o início rápido de um tratamento eficaz com medicamentos capazes de controlar os sintomas e evitar deformidades. Baricitinibe é um medicamento sintético, de uso oral e diário, que tem a função de inibir as proteínas JAK 1 e 2. A inibição das proteínas JAK reduz a produção de substâncias inflamatórias responsáveis pela evolução da AR.
Fruto de um acordo mundial entre a Eli Lilly e Incyte, baricitinibe já foi aprovado em mais de 40 países, entre eles EUA, União Europeia, Kuwait, Suíça, Austrália e Japão.
Olumiant em monoterapia ou em combinação com metotrexato (MTX) é indicado para o tratamento de pacientes adultos com artrite reumatoide ativa moderada a grave com resposta inadequada ou intolerância a um ou mais antirreumáticos modificadores da doença (DMARDs não biológicos e biológicos).
A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune, inflamatória, sistêmica e crônica. A incidência aumenta com a idade e o maior pico é entre os 30 e 50 anos. O sexo feminino é o mais impactado, cerca de três vezes mais em relação ao masculino. Sem tratamento, 20 a 30% dos acometidos pela enfermidade podem ficar permanentemente incapazes de realizar suas atividades após três anos do diagnóstico. Estima-se que a doença atinja cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil.
Primeiro foi o desânimo, a falta de esperanças e crises de choro frequentes. Diagnosticada a depressão, veio a dificuldade em lidar tanto com o problema quanto com o preconceito de quem não compreende a doença. Hoje, 15 anos depois do diagnóstico, existe o equilíbrio. É desse modo que se pode contar de maneira bem concisa a história da carioca Aline Rezener, 32, criadora do blog Malucas e Piradas, uma iniciativa responsável pela guinada positiva na batalha da designer contra a depressão. Voltada para dicas sobre turismo nos Estados Unidos – seu lar atual desde 2014, ao lado do marido Hélio Carvalho -, o blog trouxe como resultado mais de 100 mil inscritos no seu canal no Youtube, 59 mil seguidores no Facebook e mais de 66 mil no Instagram.
Antes desse divisor de águas em sua vida, Aline, em suas próprias palavras, tinha tudo para ser feliz, mas não conseguia. “Sentia uma tristeza em motivo”, conta. Foi sua mãe, que sofre de depressão, quem sugeriu que ela procurasse um médico para saber se tinha o mesmo problema. O resultado foi positivo. “Procurei um psicólogo que diagnosticou depressão e começou a me ajudar a lidar e controlar algumas reações, mas precisei ser encaminhada para uma psiquiatra”, lembra Aline. Os antidepressivos, os quais utiliza até hoje, foram necessários para equilibrar a química do corpo, deixando a designer mais calma, atenta e sentindo-se melhor.
Logicamente, as ideias preconcebidas sobre a depressão afetaram a jovem, assim como hoje continuam a afetar quaisquer pessoas que sofrem da doença que, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge quase 6% da população brasileira. “Frescura” e “falta de Deus” são as declarações mais comuns de quem não leva a sério o problema e minimiza uma enfermidade de consequências até trágicas na vida de quem padece do sofrimento, com a busca pelo suicídio. “Creio que esse seja o principal problema da depressão: as pessoas acham que tudo é frescura e que é só você tentar ser feliz, sorrir mais e parar de reclamar de tudo. Por mais que a pessoa que tem depressão tente, é uma tarefa muito complicada, pois muitos precisam de medicamentos”, conta Aline. “Sofri esse preconceito dentro de casa, com meu próprio marido, que tinha dificuldade de entender porque ‘do nada’, sem nenhum motivo aparente eu ficava séria e triste. Até hoje isso acontece um pouco, mas ele tem mais paciência pois já se acostumou e teve contato com outras pessoas que sofrem com a mesma doença. Então ele pode ver que não era nada ‘inventado'”, relembra.
Foi de um psiquiatra a ideia do blog, como uma forma de ajudar Aline a ocupar a mente. “De maneira despretensiosa, escrevia sobre séries, filme, moda, alguma viagem que fazia, e comecei a perceber a resposta de alguns leitores”, explica a designer. A série de publicações tornou-se uma terapia e concentrou seu foco em escrever sobre o que queria. Depois veio a interação e socialização com os leitores por meio do blog.
Em 2012, Aline e Hélio viajaram pela primeira vez a Orlando, nos Estados Unidos. “Voltei encantada. O brilho nos meus olhos estava voltando”, conta. Essa viagem foi bastante documentada em vídeos postados no Youtube, e foi assim que começaram a surgir os pedidos de dicas e de esclarecimento de dúvidas dos seguidores. No ano seguinte, porém, houve uma severa crise de depressão que deixou Aline no limite. “Tinha dias que passava duas horas chorando com meu marido no carro, a caminho do trabalho”, lembra.
Após passar por essa crise, o casal decidiu estudar e morar em Orlando em 2014 e passou a se dedicar ao canal e ao blog de modo mais intenso, transformando-o numa importante fonte de dicas sobre locais baratos para comer e comprar, lugares para divertimento, atividades diferentes e centenas de vídeos para quem quer conhecer cidades norte americanas por onde Aline e Hélio já passaram, como Los Angeles, Las Vegas, Dallas, Savannah, Washington D.C., Atlanta e quase todas da Flórida. Hoje o canal Malucas e Piradas é um dos mais influentes entre os brasileiros que procuram dicas sobre Orlando e os Estados Unidos, inclusive com convites de empresas como Disney World Resort e Grupo Sea World, entre outros, para participação em eventos de mídia.
“Encontre alguma coisa que te faz bem e foque nisso. Invista seu tempo no que te faz feliz, seja sair, caminhar ou tomar um sorvete, assistir filmes. Qualquer coisa que ocupe sua cabeça. Acho que isso é uma terapia”, esclarece Aline. “Hoje eu consegui equilibrar minhas crises com medicamentos e com meu canal de turismo. Ele me ajuda todos os dias a me sentir melhor, ter contato com diferentes pessoas e experiências que ocupam a mente, que são essenciais”, acrescenta.
Lá e aqui
Segundo Aline, nos Estados Unidos questões de saúde são levadas muito a sério. “Inclusive o vício em games é tratado como doença. Existem grupos de ajuda, estudos mais aprofundados e até cursos que ajudam na luta contra doenças, até aquelas que não são assim consideradas no Brasil. Temos muito o que aprender e estudar”, conta. Lá, de acordo com a designer, a depressão é algo severamente tratado e os medicamentos são muito mais acessíveis, o que possibilita a maior parte da população ter acesso ao tratamento devido.
Pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) dão mais um passo nas pesquisas sobre o tratamento da doença de Chagas, uma doença considerada como negligenciada, propagada pelo inseto conhecido como barbeiro. A novidade fica por conta dos testes com a quinidina, fármaco já utilizado para tratar a malária. O chefe do Laboratório de Interação Celular e Molecular (Licem), professor Saulo Cabral Bourguignon, deu início em 2002 à sua linha de pesquisa na busca por compostos tripanocidas, ou seja, capazes de eliminar o Trypanosoma cruzi. “A doença de Chagas afeta as camadas mais pobres da população e recebe investimento irrisório da indústria farmacêutica, principalmente quando comparado com o investimento em HIV, malária e tuberculose. Dessa forma, essa tarefa sobra para as setores públicos, que infelizmente não possuem recursos suficientes para investir”, ressalta.
A pesquisa atual, que conta com a participação do recém-doutor pela UFF, Guilherme Curty Lechuga, é desenvolvida em parceria com o Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e possibilitou recentemente a publicação conjunta de um artigo na revista americana PLoS Neglected Tropical Diseases (Doenças Tropicais Negligenciadas), que possui um alto fator de impacto no meio científico.
No artigo, os pesquisadores mostram que o fármaco antimalárico conhecido como quinidina inibe a cristalização do heme em hemozoína e pode impedir a transmissão do parasito pelo vetor. “Após a picada do barbeiro no ser humano, o parasito que se encontra nas fezes do inseto necessita digerir a hemoglobina do sangue ingerido e, como subproduto dessa digestão, produz uma molécula tóxica (heme), que é cristalizada para não causar danos ao parasito. O principal mecanismo de ação da quinidina é a ligação ao heme, que impede a formação do cristal, levando-o à morte. Após o tratamento com a quinidina, observamos uma redução significativa na contagem total do T. cruzi no barbeiro. Os resultados são bastante promissores”, afirma Guilherme. “A pesquisa na universidade tem como objetivo também atender às demandas das camadas mais pobres, que não são contempladas por indústrias que visam apenas ao lucro. Nosso compromisso com o desenvolvimento científico é, sobretudo, social. Estamos trilhando esse caminho aqui na UFF”, acrescenta.
A publicação amplia também o debate sobre doenças que afetam parte da população que se encontra em situação de vulnerabilidade. Nesse contexto, o professor Saulo ressalta a importância de se pesquisar substâncias que possam tratar mais de uma doença considerada negligenciada. “Tratar com uma mesma substância duas doenças como a malária e a doença de Chagas é o que preconiza a Organização Mundial de Saúde, por reduzir os gastos com pesquisa e o tempo para aprovação do fármaco”, destaca o professor.
Os resultados dessa e de outras pesquisas auxiliam não só na criação de medidas preventivas mais eficazes, mas também no desenvolvimento de novos medicamentos ou de substâncias já usadas para tratar outra enfermidade, estratégia conhecida como reposicionamento de fármaco. De acordo com Saulo, medicamentos com efeitos colaterais pesados, como náuseas, dores de cabeça e vômitos, fazem com que os pacientes interrompam o tratamento. “É o que acontece atualmente com o benzonidazol, o único medicamento que temos no Brasil para tratamento da doença de Chagas. Daí a importância de se usar substâncias como a quinidina, cujos efeitos colaterais, já conhecidos, são menos danosos ao organismo”.
Brasil
A maioria dos casos de malária e de doença de Chagas no território brasileiro, segundo o Ministério da Saúde (MS), se concentra na região amazônica. Os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, de Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins lideram em número de notificações.
Ao contrário do que muitos pensam, a picada do barbeiro não transmite a enfermidade, que se dá em função das fezes contaminadas do inseto, que ao chupar uma grande quantidade de sangue, defeca próximo ao local onde se alimenta. Após coçar a pele, a pessoa faz com que o parasita penetre a mucosa e se espalhe pela corrente sanguínea, tornando-se também um hospedeiro da doença. “A doença de Chagas é transmitida pelas fezes do barbeiro e a transmissão vetorial geralmente ocorre em locais com casas de pau a pique. No entanto, existem outros mecanismos, como o oral, que tem ganhado importância por conta do aumento de casos de transmissão por cana de açúcar e açaí. O barbeiro defeca no fruto, ele é triturado e quem o ingere se contamina. Outra forma de transmissão que tem ganhado destaque, sobretudo na Europa, se dá através de transfusão de sangue ou transplantes realizados sem o teste prévio”, esclarece o biomédico.
De acordo com Saulo, professor de Biologia Celular e Molecular, Carlos Chagas (1879-1934) não só identificou a doença em 1909, que recebeu o seu nome, como também identificou seu agente etiológico – Trypanossoma cruzi – e o vetor de transmissão da doença (barbeiro). O feito é um marco para a ciência brasileira e está nas bases da medicina tropical. Passado mais de um século, a doença de Chagas ainda não possui um medicamento eficaz, devido à baixa quantidade de recursos financeiros investidos nessa enfermidade.
A universidade pública, segundos os pesquisadores, tem um papel fundamental no desenvolvimento de estudos que tenham essas doenças negligenciadas como objeto, pois elas acabam por não despertar o interesse da indústria farmacêutica. “A pesquisa na universidade tem como objetivo também atender às demandas das camadas mais pobres, que não são contempladas por indústrias que visam apenas ao lucro. Nosso compromisso com o desenvolvimento científico é, sobretudo, social. Estamos trilhando esse caminho aqui na UFF”, conclui Guilherme.
Os familiares de Wanessa Taveira de Moraes, 33, iniciaram no dia 11 de julho passado uma campanha on line para arrecadar fundos para cobertura dos custos de tratamento de câncer que ela faz em Lisboa, Portugal. Como a jovem precisa voltar ao Brasil para continuar o tratamento, sua família busca apoio de amigos e outras pessoas para custear passagens aéreas, medicamentos, alimentação, transportes e hospedagens, entre outras necessidades.
Para voltar ao Brasil, Wanessa terá que fazer uma viagem de 10 horas, completamente imóvel, deitada em uma maca e com suporte médico durante o deslocamento, estando bastante debilitada atualmente. O levantamento da família apontou um valor de R$ 60 mil, inclusas aí apenas as passagens aéreas de Wanessa, sua mãe e uma tia, mais a ambulância para buscá-la no aeroporto de São Paulo.
A campanha foi lançada no site Vakinha.com.br, onde pode ser acessada neste link. Quem quiser ajudar poderá contribuir com depósito bancário ou transferência para uma das seguintes contas:
O Ministério da Saúde assinou o primeiro contrato para a compra de rivastigmina, adesivo transdérmico para o tratamento do Alzheimer, uma das dez doenças que mais causam mortes no Brasil. A disponibilização a pacientes do sistema público será feita nas apresentações de 5 e 10 centímetros.
Trata-se de tratamento para Alzheimer em formato de adesivo. Com mecanismo de ação transdérmica, libera a medicação no organismo ao longo do dia e, por não ter absorção no estômago, gera menos efeitos colaterais para o sistema digestivo.
Este adesivo proporciona maior praticidade ao cuidador, por conta da facilidade de manuseio e da garantia de que o paciente realmente recebeu a dose diária correta. Isso porque, por se tratar de uma doença que incide principalmente em idosos, os comprimidos, muitas vezes, são perdidos antes de serem levados à boca ou não são engolidos pelo paciente.
Impacto da doença
No mundo, estima-se que 47 milhões de pessoas sofram de demência e, a cada ano, cerca de 10 milhões de novos casos são registrados. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DA é responsável por 60% a 70% dos casos de demência, representando perda de qualidade de vida para os pacientes e familiares.
No Brasil, a doença impacta a vida de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas. E a tendência é de que o cenário seja ainda mais desafiador. Isso porque, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa no país deve triplicar até 2050, acarretando o aumento de casos de Alzheimer.
Causas e sintomas
Segundo a OMS, apesar de ser uma doença que incide principalmente sobre pessoas idosas, o aparecimento de sintomas antes dos 65 anos de idade representa cerca de 9% dos casos. A doença está associada ao aparecimento anormal de placas senis no cérebro, decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide. Além disso, está relacionada a emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilação da proteína tau.
No início, os sinais da doença podem ser sutis, mas são agravados com o tempo. Entre os principais sintomas estão a dificuldade de memória (especialmente de acontecimentos recentes), discurso vago durante as conversações, demora em atividades rotineiras, esquecimento de pessoas e lugares conhecidos, deterioração de competências sociais e imprevisibilidade emocional.
Tratamento precoce
A Doença de Alzheimer não possui cura. No entanto, se diagnosticada no início, o tratamento adequado ajuda a impedir o avanço da doença e amenizar seus sintomas, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente. Além disso, atividades cognitivas, sociais e físicas beneficiam a manutenção de habilidades mentais e favorecem sua funcionalidade.
No Brasil, algumas associações ajudam no suporte a pacientes, familiares e cuidadores, como a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), a Associação Maior Apoio ao Doente de Alzheimer (Amada), o Instituto Alzheimer Brasil e a Associação de Parentes e Amigos de Pessoas com Alzheimer (Apaz).
De acordo com a Constituição Federal, o sistema público de saúde deve fornecer o acesso gratuito ao tratamento completo para a doença, envolvendo a medicação indicada. Para isso, o paciente deverá procurar seu médico para orientá-lo no processo de obtenção do medicamento. De acordo com o Protocolo Clínico de Diretriz de Tratamento (PCDT) do Ministério da Saúde, geriatras, neurologistas, psiquiatras ou qualquer médico especialista no tratamento de demências podem prescrever medicações para o tratamento de Alzheimer.