Fiocruz traz conferência internacional sobre Ciência, Tecnologia e Inovação

A Fiocruz traz de 13 a 15 de fevereiro para o Rio de Janeiro a reunião anual da Comunidade Global de Tecnologia Sustentável e Inovação, a G-Stic, que pela primeira vez será realizada nas Américas. E como a Fundação é a principal co-anfitriã, a saúde ganha um grande destaque na G-Stic Rio.

Nomes como o de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Qu Dongyu, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), ambos on-line, e Nísia Trindade Lima, ministra da Saúde, presencialmente, reúnem-se na ExpoMag para discutir o tema Por um futuro equitativo e sustentável: soluções tecnológicas inovadoras para uma melhor recuperação pós-pandemia.

“A Fiocruz, como principal organizadora desta edição, reforça sua participação em âmbito global na discussão de tecnologias e inovações sustentáveis, com uma visão de destaque para a saúde”, explicou Mario Moreira, presidente interino da Fundação.

Para Moreira, a realização da conferência no continente confere uma ênfase especial à questão das desigualdades globais e regionais em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

“Essa tem se revelado uma das fragilidades da capacidade internacional de articulação de resposta e preparação para emergências sanitárias. Equidade e sustentabilidade apresentam-se, nesse aspecto, como outros elementos definidores dessa capacidade”, acrescentou.

A lista de participantes reúne outros nomes de peso, como Macharia Kamau, diplomata queniano que foi o enviado especial da ONU para Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem alcançados até 2030; Amandeep Singh Gill, enviado especial do secretário-geral da ONU para Tecnologia; e Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para Covid-19. A lista segue com a ativista indígena Samela Sateré-Mawé e a princesa belga Marie-Esmeralda, presidente do Fundo Leopoldo III para a Conservação da Natureza, entre outros. A Fiocruz participa ainda com integrantes como o próprio Moreira; Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde; e Mauricio Zuma, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos).

“O mundo está diante de um grande desafio: a reconstrução pós-pandemia em bases sustentáveis, respeitando a equidade e a inclusão. E para fazer frente a esse processo, o grande referencial é a Agenda 2030, com os ODS”, explicou Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030) e à frente da organização da G-Stic Rio.

A conferência lida justamente com essa questão: pensar em como garantir tecnologias eficazes e sustentáveis visando os ODS. Gadelha lembrou que, apesar da proximidade de 2030, a grande maioria desses objetivos está longe de ser cumprida.

“O desafio que temos é como CT&I podem modificar esse cenário, quebrar assimetrias, garantir o acesso às tecnologias, em processos inclusivos. A pandemia nos deu exemplos disso, como nas vacinas contra Covid-19, que foram produzidas rapidamente, mas que ficaram inacessíveis à maioria da população”, avaliou.

Inicialmente capitaneado pelo instituto de tecnologia belga Vito, que mantém peso significativo no evento, a G-Stic reúne um conjunto de instituições com representações em todas as regiões do mundo. A entrada do Brasil em 2018, por meio da Fiocruz, deu uma relevância ainda maior para o tema da saúde, o que fica claro na programação de fevereiro.

“Um dos ativos únicos da G-STIC é sua perspectiva multissetorial e orientada para o futuro em CT&I. A G-Stic analisa clusters de tecnologia e identifica soluções que contribuem substancialmente para alcançar os princípios da Agenda 2030 e os ODS. Ela reúne partes interessadas de organizações multilaterais, governos, indústria, atores privados, sociedade civil e academia”, disse Dirk Fransaer, diretor-geral da VITO.

“Em sintonia com essa abordagem, a G-Stic Rio reconhece os princípios de solidariedade e ‘trabalho conjunto’ do relatório do secretário-geral da ONU Nossa Agenda Comum como fundamentais para acelerar a implementação dos ODS. A CT&I têm o potencial de catalisar o envolvimento da comunidade nesse processo. A próxima edição do G-STIC no Rio de Janeiro trará esse conceito de integração, solidariedade e multilateralismo entre setores, partes interessadas e países em um interesse comum”, acrescentou.

As sessões do evento se dividem em seis temas: Saúde, Educação, Água, Energia, Clima e Oceanos. Em Saúde, Bio-Manguinhos está organizando mesas sobre vacinas e imunização. O painel Desafios e Perspectivas para a produção local, nos dias 14 e 15, será dividido em quatro sessões que trarão especialistas como James Fitzgerald, diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas); Lieve Fransen, consultora sênior do Centro Europeu de Políticas em Saúde; Carla Vizzotti, ministra da Saúde da Argentina; e Tiago Rocca, vice-presidente do Conselho de Membros de Fabricantes de Vacinas para Países em Desenvolvimento (DCVMN); além de representantes de instituições internacionais de renome na área como Wellcome, CEPI e Medicines Patent Pool, OXFAM e MSF, entre outros.

Essa agenda tem como objetivo discutir fatores críticos de sucesso para produção local de vacinas em países em desenvolvimento, endereçando os desafios e perspectivas em relação a demanda e fornecimento, financiamento e perspectiva global em relação à propriedade intelectual e acesso.

As discussões envolverão os desafios sistemáticos de pesquisa & desenvolvimento e produção local de vacinas, abrangendo: desafios de saúde tendo em conta o cenário epidemiológico, doenças emergentes e reemergentes, experiências de financiamento da inovação e prontidão para respostas a emergências, os desafios de desenvolvimento de capacidades e financiamento da produção local, e equidade e acesso para assegurar a vacina e a vacinação para todos.

A conferência

Esta é a sexta edição da G-Stic. Considerada a maior conferência global de Ciência, Tecnologia e Inovação para aceleração da Agenda 2030, ela acontecia na Bélgica desde seu início, em 2017. Para aumentar a sua capilaridade, passou a ser realizada em outros países, acontecendo em 2022 durante a Expo Dubai. A Fiocruz, que participa como coanfitriã desde 2018, sugeriu então que a edição de 2023 ocorresse no Brasil.

A G-STIC é organizada em conjunto pela Vito (organização belga de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento sustentável) e sete outros institutos de pesquisa sem fins lucrativos: Fiocruz, CSIR (Conselho de Pesquisa Científica e Industrial, África do Sul), Giec (Instituto de Conversão de Energia de Guangzhou, China), Gist (Instituto de Ciência e Tecnologia de Gwangju, Coreia do Sul), Nacetem (Centro Nacional de Gestão de Tecnologia, Nigéria), Teri (Instituto de Energia e Recursos, Índia) e SDSN (Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas).

No Brasil, a G-Stic Rio conta com o patrocínio master da Petrobras, Pfizer e Fiotec e com o patrocínio das empresas Aegea, IBMP, Instituto Helda Gerdau, Klabin, Sanofi, GSK, Enel, Engie, The Rockefeller Foundation, RaiaDrogasil e Firjan, além do apoio do Instituto Clima e Sociedade.

A programação pode ser conferida site da G-Stic Rio

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Tecnologia embarcada em drone agrícola vai detectar doenças na lavoura

Utilizar o drone como ferramenta agrícola já é uma realidade que melhora a produtividade no campo. Mas agora, a empresa Horus Aeronaves e Basf, em parceria com a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e o Sebrae, avança e cria uma tecnologia que amplia e melhora seu desempenho. Trata-se de um software para drone de monitoramento agrícola que detecta os locais de maior infestação de pragas e vegetação doente no cultivo de soja.

O projeto foi desenvolvido pela Fundação CERTI, Unidade EMBRAPII, e reúne dados captados por câmeras especiais instaladas no drone. Com as informações e imagens obtidas, é possível identificar com exatidão os locais infestados por pragas, plantas invasoras, doenças ou deficiência nutricional.

Em geral, o processo convencional no combate a ervas daninhas na cultura de soja é baseado na verificação periódica do plantio e algumas medidas acabam sendo adotadas tardiamente. O software agilizará este processo permitindo um monitoramento preventivo e de maior abrangência através das análises de campo. Além disso, identificado o problema na lavoura, não mais será necessária a utilização de herbicidas nas áreas saudáveis.

“A tecnologia possibilitará estimar linhas e falhas de plantio e identificar ervas daninhas, aumentando em até 20% a produtividade. Será possível também integrar os dados obtidos com os drones aos maquinários agrícolas para aplicação de insumos, gerando uma economia de até 50%”, diz o CEO da Hórus, Fabrício Hertz. De acordo com Laercio Aniceto Silva, superintendente de Negócios da CERTI, o modelo EMBRAPII traz um importante ganho no desenvolvimento da indústria. “O financiamento não reembolsável viabiliza que uma empresa de pequeno porte como a Horus possa contratar projetos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) com a CERTI e ainda envolver a BASF, interessada nos impactos que esta solução trará para os produtores em campo”, diz.

EMBRAPII e Sebrae

Este e diversos outros projetos são resultados de uma parceria entre EMBRAPII e Sebrae que firmaram recentemente novo contrato que pode alavancar até R$100 milhões em investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em projetos de startups, micro e pequenas empresas. O objetivo é financiar ideias inovadoras de pequenos empreendedores buscando potencializar a competitividade de suas empresas no mercado.

No modelo convencional da EMBRAPII são financiados até 1/3 do valor dos projetos inovadores da indústria brasileira com recursos não reembolsáveis, além de colocar à disposição para seu desenvolvimento as Unidades EMBRAPII, renomados centros de pesquisa credenciados pela instituição. No modelo específico que inclui o Sebrae, os empreendedores recebem o complemento de suas contrapartidas financeiras nos projetos compartilhando os riscos e contribuindo para sua viabilização.

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Cirurgia robótica e videolaparoscopia ganham espaço na urologia

Os avanços tecnológicos em saúde têm trazido importantes benefícios e mais qualidade de vida aos pacientes. No caso da urologia, destacam-se melhorias no campo cirúrgico, tais como as cirurgias robóticas e videolaparoscopias, ambas consideradas minimamente invasivas e com menos efeitos colaterais e sequelas associadas. O urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo, explica que os procedimentos são indicados para o tratamento de diversas alterações, entre elas, os cânceres de próstata, rins e cálculos urinários.

“Hoje, em Manaus, não dispomos de cirurgia robótica nas unidades de saúde. Porém, nos antecipamos na Urocentro, por sabermos dos benefícios desses procedimentos, e celebramos parcerias com unidades de referência em São Paulo e no Rio de Janeiro, que dispõem dessa tecnologia. Além disso, passamos por treinamentos na área, agregando valor às terapias ofertadas hoje no mercado local”, frisou.

De acordo com ele, além de ser mais rápida, a cirurgia robótica é feita através de pequenas incisões e, sendo assim, apresenta menos risco de sangramento durante o procedimento e também no pós-cirúrgico. “A recuperação é mais rápida e as chances de sequelas são menores”, afirmou.


O especialista deu como exemplo as modalidades voltadas para o tratamento das neoplasias malignas de próstata, consideradas as mais incidentes na população masculina do Amazonas, com previsão de 580 casos/ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), subordinado ao Ministério da Saúde.

“O robô, que é guiado por um médico, que fica em uma cabine dentro do centro cirúrgico. O equipamento tem uma precisão maior na hora da extração do tumor. Por isso, os riscos de se desenvolver incontinência urinária e disfunção erétil pós-cirurgia, são reduzidos, já que as pinças são mais direcionadas, ocasionando menos dano tecidual”, explicou Figliuolo.

Para procedimentos que implicam na ressecção de tecidos maiores, o procedimento também pode ser aplicado. “No caso do câncer renal, a nefrectomia radical, ou seja, a retirada total de um dos rins, também é possível através da tecnologia robótica. Outra modalidade bastante utilizada é a vídeolaparoscopia, que utiliza pinças e pequenas incisões, com a vantagem de ter uma recuperação mais rápida. Em pouco tempo, o paciente retorna às suas atividades cotidianas, sem prejuízos maiores”, assegurou.

De acordo com Giuseppe Figliuolo, ambos os procedimentos só são indicados após uma análise minuciosa, que inclui exames de imagem, avaliação médica, exames complementares laboratoriais, entre outros.

“É importante frisar que todos os procedimentos, cirúrgicos ou não, vão depender do estadiamento da doença. Ou seja: da extensão que ela apresenta. Quando mais cedo as alterações são detectadas, maiores as chances de cura e de procedimentos menos invasivos. Por isso, destacamos sempre a necessidade das avaliações anuais, que buscam investigar problemas assintomáticos, que se desenvolvem de forma lenta e que só são evidenciados, geralmente, quando o paciente passa a sentir dor, nas fases intermediária ou avançada”, reforçou o especialista, que é membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e tem mais de 20 anos de experiência na área.

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Cirurgia por vídeo é a aposta para o tratamento de doenças urológicas femininas

Com a evolução das terapias em saúde e o advento das novas tecnologias, procedimentos antes bastante agressivos ao organismo e de difícil recuperação pós-cirúrgica, foram adaptados, resultando em novas técnicas minimamente invasivas, que viabilizam altas médicas rápidas e a retomada das atividades quotidianas em um curto espaço de tempo.

Para as mulheres, em especial, que hoje participam ativamente do mercado de trabalho e tem um papel importante no núcleo familiar, as videolaparoscopias (cirurgias por vídeo) para o tratamento de diversas patologias, tornaram-se importantes aliadas e têm atraído a adesão de uma parte significativa das pacientes, explica o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.

De acordo com ele, doenças como os cânceres de bexiga e rins, que na fase inicial têm possibilidade de tratamento cirúrgico, com grandes chances de cura, são alguns dos exemplos.

“As mulheres com esses tipos de cânceres, que antes necessitavam de cirurgias abertas e bastante agressivas, mesmo quando descobertas cedo, dependendo do estadiamento da patologia (extensão do tumor), não precisam mais disso. Podem recorrer às videolaparoscopias, as quais consistem na introdução de pinças em micro-incisões, e uma pequena câmera para guiar a retirada da massa tumoral”, destacou. “A grande vantagem é a alta médica em pouquíssimo tempo, em prejuízos às pacientes, que podem retornar à vida normal muito antes do que imaginavam”, completou.

Mulheres são a maioria

A mesma máxima serve para os homens, quando se trata do câncer de próstata, por exemplo. “Mas destacamos a população feminina nesse contexto, porque as mulheres são maioria quando o assunto é câncer, no Amazonas”.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde (MS), aponta em sua projeção, que vale para este ano, 3.130 casos da doença, incluindo os mais diversos tipos, para as mulheres, contra 2.730, para os homens.

Cálculos urinários

As vídeolaparoscopias também são indicadas para a retirada de cálculos urinários, popularmente conhecidos como pedras, que atingem 12% da população mundial e podem se alojar no canal da uretra, nos rins e em outras localizações. Eles são formados, entre outros fatores, pela baixa ingestão de água.

“Nesses casos, os procedimentos são mais simples e os pacientes, independente do sexo, podem receber alta médica até no dia seguinte, seguindo algumas recomendações temporárias”, explicou Figliuolo.

Ele destaca que parte das pedras pode ser expelida naturalmente, com o consumo de líquido, o que faz com a produção de urina aumente e, na saída, movimente o cálculo. “Mas, dependendo do tamanho, pode causar muita dor ao paciente ou até lesões internas na uretra, responsável pelo escoamento da urina. Nesses casos, indicamos a retirada cirúrgica, para evitar possíveis infecções”.

A recuperação após a alta pode ocorrer entre 1 semana e 30 dias. Durante esse período, é importante evitar esforços físicos, sendo permitida apenas alternar o repouso a caminhadas leves e curtas, que ajudam na circulação sanguínea.

Foto: divulgação

Startup usa bactérias na despoluição das águas de rios e lagos

Agência Sebrae

A tragédia do rompimento da barragem em Brumadinho não só gerou uma onda de solidariedade em todo o país, mas também colocou a tecnologia a favor das vítimas. Como fez em 2015, no acidente semelhante ocorrido em Mariana, também em Minas Gerais, a O2eco, uma startup de São Paulo, disponibilizou seu processo de limpeza de água, que usa bactérias na regeneração de áreas poluídas de rios, lagos, lagoas, entre outros, para ajudar na limpeza das águas próximas ao local do desastre. A empresa se enquadra no 14º dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde 2015, a instituição é parceira do Sebrae no fomento aos negócios de impacto social e ambiental.

Segundo Luís Fernando Magalhães, um dos quatro sócios da O2eco, o processo utilizado pela startup veio da Austrália, país onde morou por 14 anos. Hoje, a empresa tem licenciamento para fabricar o produto no Brasil. “Usamos uma placa de cera com nanominerais dentro dela para estimular a criação de bactérias saudáveis que ajudam na limpeza de lagos, rios e lagoas”, explica Magalhães. Ele detalha que com o uso da tecnologia, a produção de bactérias pode crescer de oito mil vezes para 10 milhões de vezes a cada 10 horas. “Isso faz com que o consumo de materiais orgânicos e inorgânicos seja mais rápido e, depois, com a água sem sujeira, as bactérias morrem de inanição”.

A primeira experiência da startup em um desastre ocorreu em 2015, após o rompimento da barragem de minério em Mariana. A O2eco foi chamada para fazer o trabalho no Rio Doce, que ficou contaminado pela lama projetada na água. Segundo Magalhães, o processo de descontaminação foi positivo e conseguiu, por exemplo, abaixar o nível do alumínio derramado em torno de 57% em cinco semanas. As placas utilizadas nos rios podem ter uma vida útil de até nove meses.

De origem australiana, o processo utilizado por Magalhães e seus outros três sócios também já existe em 11 países do mundo, mas não apenas para a limpeza de ambientes hídricos, como também em outras áreas. Em estações de tratamento, os meios usados são os mesmos dos rios, que é por meio da bioestimulação de microrganismos que aceleram a despoluição. Além disso, a tecnologia pode ser utilizada no agronegócio, principalmente no descarte de material orgânico. Segundo o empresário, todo o processo é feito sem produtos químicos, assim como nos tanques utilizados na aquicultura, que possuem uma densidade muito grande de animais e carga orgânica.

Sediada em São José dos Campos, no interior de São Paulo, a O2eco também é considerada um negócio social, já que seus sócios doam tratamento de água para cidades, como fez no próprio município onde está instalada, No Rio de Janeiro, a startup disponibilizou um trabalho gratuito em uma área de até 10 mil metros quadrados. “Nós temos um propósito social e ambiental”, afirma Magalhães. Segundo ele, a tecnologia da despoluição da empresa também está à disposição de escolas.

Foto: Agência EBC

Startup desenvolve aplicativo para contenção do desperdício de água

Agência Sebrae de Notícias

Embora seja naturalmente renovável, a água potável do planeta é um recurso finito. O brasileiro consome de forma direta, em média, 154 litros de água diariamente – 44 litros acima do recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para resolver esse problema, uma startup do Rio Grande do Sul está desenvolvendo um sistema de monitoramento em tempo real do consumo de água em imóveis. A iniciativa busca assegurar padrões de produção e consumo sustentáveis, conforme prevê o 12º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, de quem o Sebrae é parceiro no fomento aos negócios de impacto social e ambiental desde 2015.

A Aldiwa – Sistema de Controle Sustentável surgiu como um projeto acadêmico de Alan Henkel, Diego Mergener e Wagner Kuhn, do curso de Design da Universidade Feevale (RS). Eles buscaram rever o desperdício de água por meio do controle consciente do uso em imóveis. “Na época, não sabíamos se o projeto era aplicável, mas agregamos um programador à equipe para viabilizarmos comercialmente”, conta Wagner Kuhn. Hoje, já formados, os jovens seguem no desenvolvimento do aplicativo que irá fornecer, ao usuário final consulta ao consumo de água em tempo real, alertas preventivos de vazamento e consumo, bem como o desligamento remoto do fornecimento, com o objetivo de economizar dinheiro e os recursos hídricos do planeta.

Atualmente, a Aldiwa está em fase de implantação, testes e viabilidade para utilização em outros equipamentos de hardware. A startup é do Rio Grande do Sul, mas espera entrar no mercado nacional, atendendo de forma compatível os mais diversos equipamentos de automação do consumo de água existentes. As negociações mais avançadas para implementação da ferramenta são de fora do estado gaúcho.

Não deve demorar para que moradores, síndicos e administradoras de grandes centros habitacionais, como prédios e condomínios, possam controlar os gastos excessivos de água. O app estará em fase de testes até o final de março e a previsão é de no 2º semestre de 2019 o piloto entre em operação em dois locais. “Nossa expectativa é facilitar a vida das pessoas e, acima de tudo, conscientiza-las quanto ao correto uso da água. Ninguém faz ideia de quanto consome em seus banhos, lavando louça e roupas, mas quando se depararem com essa informação em litros, vão se impressionar e, a partir daí, tomar providências para economizar, reeducando os seus usos”, finaliza Wagner.

Foto: reprodução

App contribui para o descarte consciente de resíduos e para uma cidade mais sustentável

Agência Sebrae de Notícias

Um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) é tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Em Fortaleza, uma iniciativa tem ajudado a população a cuidar do meio ambiente. O app DescarteINFO, criado em 2016 pelos então alunos do curso de Ciências Ambientais da Universidade Federal do Ceará (UFCE), Anderson Tavares Vieira e Cássia Liliane Alves, mostra o local mais próximo para descarte adequado de resíduos sólidos na capital cearense. Desde 2015, o Sebrae é parceiro da ONU no fomento aos negócios de impacto social e ambiental.

“Sabíamos que havia locais para descarte, mas a informação não chegava até a população, assim surgiu a ideia de desenvolver uma ferramenta que disponibilizasse as informações em único lugar”, conta Cássia Liliane. O aplicativo é gratuito e mostra ao cidadão os pontos de entrega voluntária e locais específicos para reposição de materiais recicláveis. Ele indica, por exemplo, onde depositar corretamente resíduos recicláveis, como embalagens de vidro, embalagens longa vida (tetrapak), garrafas PET, metais, papel, papelão, plásticos, banner de lona, tampinhas de garrafas PET e cápsulas de café; pontos de doações de roupas, móveis velhos, eletrodomésticos e livros; locais de descarte de resíduos perigosos, como óleo e gordura residuais, celulares, cartuchos, eletrônicos, pilha e bateria, lâmpadas e medicamentos; além de outros resíduos, como entulhos de construção e resto de poda. “Acrescentamos as cápsulas de café devido à demanda. Existe um local em Fortaleza que as recebe para fazer mudas de pequenos cactos”, explica Anderson, que salienta a importância do DescarteINFO ser disponibilizado gratuitamente, “desde o início pensamos em um app gratuito ao usuário, para incentivo à adoção de práticas mais sustentáveis”.

A solução foi bem recebida pela população. Já são 5,6 mil downloads nos dois principais sistemas operacionais para celulares. “Também recebemos vários e-mails com dúvidas e elogios de pessoas que afirmam que agora sabem onde descartar algum tipo de resíduo”, relata Cássia. Em 2016, eles ainda ganharam o prêmio Hacker Cidadão da Prefeitura, de aplicativos para solucionar alguns desafios da cidade. Os planos agora são expandir para mais regiões do Brasil. “Já fechamos uma parceria em São Paulo e em breve disponibilizaremos pontos de coleta de lâmpadas no estado”, revela Anderson. Ele ainda destaca que pretendem ser referência nacional em aplicativos de coleta seletiva.

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Inpa lança chamada pública para 48 vagas em Programa de Capacitação Institucional

Estão abertas até o dia 11 de fevereiro as inscrições para o Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ao todo, as seis chamadas públicas oferecem 48 vagas.

O valor da bolsa varia de R$ 2.860 (PCI-DD) a R$ 5.200 (PCI-DA), conforme estipulado nas chamadas. A maioria das bolsas é de PCI-DB, no valor de R$ 4.160.

As chamadas tem o objetivo de selecionar especialistas, pesquisadores e técnicos que contribuirão para a execução de projetos de pesquisa no âmbito do PCI (Inpa/MCTIC/CNPQ 2019-2023). O resultado preliminar será divulgado no dia 26 de fevereiro, e o resultado final, dia 01 de março.

Os profissionais selecionados atuarão em seis grandes áreas distintas: 1) Pesquisas em desenvolvimento em sociedade, ambiente e saúde, 2) Pesquisa em biodiversidade e recursos naturais, 3) Pesquisa em tecnologia e inovação, 4) Pesquisa sobre a floresta e os ciclos biogeoquímicos, 5) Padronização das instalações animais do Inpa e 6) Inovação tecnológica.

Para participar do processo, o candidato deverá ler a chamada pública de interesse e conferir as exigências ao cargo e documentação exigida. As propostas deverão ser encaminhadas ao Inpa para o e-mail pci.inscricao@inpa.gov.br, contendo no título da mensagem o termo “Chamada XX/2019 – PCI”, seguido do nome do candidato e a área de atuação escolhida (Ex.: Chamada 01/2019 – PCI – Fulano de Tal – Área 1).

O processo é dirigido no Inpa pela Coordenação de Capacitação Institucional. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (92) 3643-3103 / 3643-3149 (das 08 às 12h e das 14h às 18h, horário de Manaus) e pelo e-mail: pci.inscricao@inpa.gov.br.

Para ter acesso à Chamada Pública, clique aqui ou acesse no Portal Inpa: Capacitação-Oportunidades e Bolsas-PCI.

LISTA DAS CHAMADAS PÚBLICAS E RESPECTIVAS VAGAS

1. PESQUISAS EM DESENVOLVIMENTO EM SOCIEDADE, AMBIENTE E SAÚDE – 8 vagas

2. PESQUISA EM BIODIVERSIDADE E RECURSOS NATURAIS – 15 vagas

3. PESQUISA EM TECNOLOGIA E INOVAÇÃO – 10 vagas

4. PESQUISA SOBRE A FLORESTA E OS CICLOS BIOGEOQUIMICOS – 10 vagas

5. PADRONIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ANIMAIS DO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – 2 vagas

6. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA – 3 vagas

Foto: Eduardo Gomes/acervo Inpa

Startup de jovens paulistas cria ferramenta para empresas economizarem na conta de luz

Agência Sebrae de Notícias

Depois de conseguirem economizar o equivalente a US$ 1 milhão em energia elétrica na universidade onde faziam mestrado nos Estados Unidos, quatro jovens de São Paulo tiveram a ideia de trazer a experiência para o Brasil. Foi assim que nasceu a CUBi, uma startup que vem ajudando empresas a controlar melhor sua gestão energética, por meio de um hardware de medição próprio e uma plataforma web que analisa e apresenta, de forma clara, os dados sobre o consumo e como economizar. A empresa se enquadra no 7º dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), instituição que, desde 2015, é parceira do Sebrae no fomento aos negócios de impacto social e ambiental.

Rafael Turella, Ricardo Dias, Bruno Scarpin e Tiago Justino fizeram seus mestrados no Rochester Institute of Technology, em Nova York, nos Estados Unidos. Desde então, eles procuraram estudar técnicas de gestão e a eficiência energética. “Descobrimos que a fonte de energia mais barata é a própria energia que é economizada”, explica Rafael, se referindo ao trabalho da startup, que é ensinar a controlar o consumo, desde multinacionais até pequenos negócios que estão hoje entre os 12 clientes da CUBi Energia. “É mais barato economizar do que produzir energia”, acrescenta o empresário, que é engenheiro ambiental formado em São Paulo e Espanha.

Ao retornarem ao Brasil, os quatro rapazes passaram a fazer consultoria até decidirem pela abertura de uma startup. Eles partiram então para a criação de uma ferramenta que pudesse analisar o consumo de energia, já que as empresas não tinham dados sobre o assunto. Hoje, o objetivo da CUBi é investir em um mercado de eficiência energética no Brasil e dar suporte a empresários na tomada de decisões sobre o segmento. “O que fazemos é ajudar os gestores a economizar, do grande empresário aos donos dos menores negócios”, afirma Rafael, garantindo que é possível fazer uma economia de energia de até 20%. Segundo ele, um dos grandes problemas para se ter eficiência nesta área é comportamental. “Trabalhamos muito na educação dos colaboradores das empresas”, ressalta.

Inovação

Em 2017, a CUBi foi uma das duas startups que tiveram seus projetos aprovados na fase de investimento do edital de Inovação para a Indústria, que teve como objetivo financiar o desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços. A empresa de Rafael, Ricardo, Bruno e Tiago, dois engenheiros ambientais, um mecatrônico e um cientista da computação, faz parte da Startup SP, um programa de desenvolvimento que oferece capacitação gratuita, acompanhamento de negócios e mentorias para startups.

Imagem: reprodução da internet

Tecnologia promete revolucionar o tratamento contra a disfunção erétil no Amazonas

A tecnologia de ponta denominada Aires Shock Wave, considerada uma terapia não invasiva à base de ondas de choque extracorpóreas de baixa intensidade, já está disponível em Manaus, na clínica Urocentro (rua Fortaleza, Adrianópolis, zona Centro-Sul), a primeira a adquirir, na região Norte, o aparelho Dornier Aires, da Medtech, para o tratamento da impotência sexual. De acordo com o cirurgião urologista Giuseppe Figliuolo, os estímulos das ondas ajudam a corrigir a disfunção erétil no tecido peniano e pélvico, resultando no aumento do fluxo sanguíneo, fator necessário para atingir e manter uma ereção suficiente para o desempenho sexual.

A disfunção erétil é a incapacidade de alcançar ou manter ereção peniana adequada para a satisfação sexual. Ela ocorre em graus variáveis e prejudica a qualidade de vida é o bem-estar pessoal, atingindo, inclusive, o ciclo social dos homens acometidos pelo problema.

“Decidimos adquirir essa tecnologia porque sabemos o quão importante é corrigir esse problema e trazer novas alternativas de tratamento aos homens, uma vez que a disfunção erétil é algo bastante prevalente nos dias de hoje e afeta, inclusive, a qualidade de vida do casal”, disse Figliuolo.

De acordo com o especialista, o tratamento com ondas de choque de baixa intensidade é indicado para casos de disfunção erétil orgânica vasculogênica, que está diretamente relacionada a doenças cardiovasculares e endocrinometabólicas, como hipertensão arterial, diabetes e obesidade. Juntas, essas doenças formam a chamada síndrome metabólica.

A terapia à base de ondas de choque entra na lista dos tratamentos de reabilitação, pois restaura o mecanismo da função erétil, considerando a propagação da energia causada durante a aplicação. Em geral, o tratamento é rápido e indolor.

Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, seccional Amazonas, Giuseppe Figliuolo destaca que a impotência sexual é o pesadelo da população masculina e pode acometer tanto homens jovens, de 30 anos, por exemplo, quanto os mais velhos, de 60 anos ou mais.

“Mesmo havendo inúmeros tratamentos para a impotência sexual, lembramos sempre que o aumento da gordura abdominal e o sedentarismo são fatores que contribuem para um quadro de disfunção”, frisou, reforçando que as atividades físicas regulares e uma alimentação saudável podem ajudar a prevenir o problema.

Foto: Divulgação