Março Lilás entra para o calendário oficial do Amazonas

Lançada há poucos anos no Brasil, a campanha Março Lilás, alusiva ao combate ao câncer de colo uterino, entrou oficialmente para o calendário do Amazonas e veio para reforçar a importância da realização dos exames de rastreio da doença, segundo a presidente da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), enfermeira Marília Muniz. A neoplasia maligna, que é considerada 100% previnível, é o principal tipo de câncer em mulheres no Estado e deve registrar, em 2019, cerca de 840 novos casos, conforme projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca), subordinado ao Ministério da Saúde (MS).

O câncer de colo uterino é causado, em quase 100% dos casos, pelo vírus HPV, cuja transmissão ocorre durante as relações sexuais e, por isso, é considerado uma DST.

No último dia 11 de janeiro, o governo do Estado publicou em seu Diário Oficial (DOE), a lei 4.768, que institui a campanha no âmbito do Amazonas. A publicação foi assinada pelo governador Wilson Lima e outros dois secretários de Estado.

A Lei determina que o movimento seja comemorado anualmente e que tenha como símbolo um laço lilás. “A campanha tem por objetivo sensibilizar a população quanto à prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de colo uterino, orientação a respeito do adequado tratamento, bem como, o encaminhamento para as instituições de saúde públicas especializadas”, diz o texto.

No caso do Amazonas, além da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Estado (FCecon), a população também pode contar com unidades de saúde habilitadas para ofertar parte dos tratamentos assistenciais voltados ao combate ao câncer, como o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), da Ufam, e a Sensumed Oncologia, parceiros no reforço à Política de Atenção Oncológica, lembro Marília Muniz.

“Costumávamos trabalhar, em uma parceria entre ONGs e diversas instituições, a sensibilização da população feminina sobre os exames de prevenção e rastreio dos cânceres de colo uterino e de mama, durante a campanha Outubro Rosa. O movimento acontece há mais de uma década no Estado. Agora, teremos mais uma oportunidade de reforçar a necessidade de realização do exame preventivo (Papanicolau) para mulheres que já iniciaram a vida sexual. Através dele, é possível detectar as lesões pré-cancerosas e combatê-las, antes que elas evoluam para um câncer”, destacou Muniz, que tem mais de 20 anos de experiência na área.

Ela lembra que, além de fazer o exame, é importante que a mulher não deixe de buscar o resultado e de retornar ao seu médico, para a indicação de eventuais tratamentos. “Hoje, o câncer de colo uterino é um dos que mais matam mulheres no Estado. Precisamos mudar essa realidade, aliando informação de qualidade, ações de governo e o apoio da sociedade. Só assim conseguiremos reduzir a mortalidade e o número de casos no Amazonas”, assegurou.

Marília lembra que a Lacc e entidades como a Rede Feminina de Combate ao Câncer e o Centro de Integração Amigas da Mama (Ciam), têm trabalhado campanhas educativas importantes para a região, com alcance, inclusive, de municípios do interior, através de parcerias com as prefeituras. As ações são financiadas por doações da sociedade à Lacc, através do call Center 2101-4900 e do site www.laccam.org.br. “As contribuições também possibilitam a manutenção de inúmeros projetos sociais voltados para pacientes de baixa renda, que lutam contra a doença em Manaus”, concluiu.

Foto: Divulgação

Número de casos de câncer de próstata supera os de mama no Amazonas

Projeção lançada no início do ano, pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão subordinado ao Ministério da Saúde (MS), aponta que o número de casos de câncer de próstata no Amazonas em homens, será maior que o de diagnósticos de neoplasias malignas de mama em mulheres, considerando a incidência para cada grupo com 100 mil pessoas dos sexos masculino e feminino. A metodologia utilizada pelo órgão é denominada de taxa bruta de incidência. O dado, segundo o cirurgião urologista Giuseppe Figliuolo, está diretamente relacionado ao envelhecimento da população, fator que por si só, já exige atenção redobrada.

Entre 2018 e 2019, cerca de 1.160 homens devem desenvolver o câncer de próstata no Estado, uma média de 27,69 pessoas para cada 100 mil pessoas/ano. Ainda segundo o Inca, a doença é considerada a de maior incidência entre os homens, no Amazonas, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma.

“Para evitar que os diagnósticos sejam feitos de forma tardia, aproveitamos a campanha ‘Novembro Azul’, voltada à saúde do homem, para alertar a população, sobre a importância dos chamados exames de rastreio, como o PSA (Antígeno Prostático Específico), feito através da análise via coleta de sangue, e o de toque retal, que pode identificar alterações importantes na próstata, as quais merecem uma investigação mais aprofundada”, destaca.

O especialista explica que existem aproximadamente 100 milhões de homens no Brasil, dos quais 40%, com mais de 40 anos. “A expectativa de vida atual é 70 anos e, considerando essa informação, com certeza teremos muitos homens precisando de cuidados de saúde”, frisou.

Figliuolo explica que cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados com doença em estágio avançado, o que dificulta o tratamento. Por outro lado, quando diagnosticada precocemente, a doença tem elevadas chances de cura, que podem chegar a 95%.

Campanha

Sobre o Novembro Azul, que há poucos anos passou a ter notoriedade na mídia, através do trabalho de instituições como a Sociedade Brasileira de Urologia, Giuseppe Figliuolo destaca que o impacto das ações educativas ainda é menor que o desejado. Em 2018, o tema escolhido para o movimento foi: “Homem que é homem se cuida”.

“Temos muito a avançar em relação à saúde masculina. Acabamos de sair do Outubro Rosa, que chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em mulheres, e cujas proporções são mundiais. É sempre bom lembrar que as mulheres são de importância fundamental na conscientização dos homens, pois elas realmente estão um passo à frente quando a questão é cuidar da saúde, deixando de lado qualquer preconceito. E é trabalhando a sensibilização da população masculina que vamos conseguir, futuramente, reduzir a mortalidade por câncer de próstata no Brasil e garantir mais qualidade de vida a quem enfrentar o tratamento no momento certo”, assegurou.

Fatores de risco

Além do envelhecimento da população, são considerados fatores de risco para a doença o fator hereditário (história familiar), ser da raça negra, obesidade, maus hábitos alimentares e sedentarismo.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através de avaliação clínica, exame de toque retal, PSA e, em alguns casos, com o auxílio de exames de imagem, como ressonância e ultrassonografia de próstata, além de biópsia guiada (retirada de um pequeno fragmento para análise patológica).

Foto: Divulgação

Prevenção é a melhor forma de evitar as doenças cardiovasculares

Em 29 de setembro é celebrado o Dia Mundial do Coração e um dos objetivos é alertar a população sobre as doenças que colocam em risco a saúde cardiovascular, além de orientar como preveni-las por meio de uma alimentação saudável e balanceada.

Em todo o mundo, estima-se que as doenças cardíacas representam a primeira causa de morte. Uma verdadeira epidemia cardiovascular vem sendo gradativamente instalada nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Uma das melhores formas de evitar o aumento dessas doenças é a prevenção, incluindo o hábito da alimentação saudável.

De acordo com a nutricionista do Clinic Check-up HCor, Maria Fernanda Vischi D’Ottavio, uma alimentação equilibrada e saudável pode ajudar na redução do colesterol e da hipertensão. “Não só o controle da ingestão de gorduras nocivas como, por exemplo, das carnes gordurosas (costela, cupim, picanha, maminha e pernil), mas também o aumento do consumo de fibras solúveis encontradas no farelo de aveia, frutas, feijões, grão de bico, lentilha e ervilha colaboram para o controle do colesterol. Além das fibras aumentarem a saciedade, elas auxiliam na redução da ingestão calórica e, consequentemente, do peso corporal”, orienta.

Em relação à hipertensão, é importante controlar o excesso de sódio na dieta. Por isso, alguns cuidados devem ser tomados para evitar o aumento da pressão arterial. “Evite a adição de sal aos alimentos. Os temperos naturais como ervas aromáticas, alho e cebola são considerados ótimas opções. Cuidado com molhos e caldos prontos, bem como os produtos industrializados, enlatados, congelados e embutidos. O consumo do álcool também deve ser controlado, pois ele tem efeito sobre os triglicérides sanguíneos e sobre a pressão arterial, sendo prejudicial à saúde do coração”, esclarece a nutricionista.

Excesso de sal e os cuidados com o coração

O sal está presente entre os nutrientes que aumentam os fatores de risco como a hipertensão, quando consumido em quantidades excessivas. “Aumentar o consumo de frutas, verduras, legumes, cereais integrais, carnes magras e derivados de leite desnatados são boas opções para manter o peso e controlar os fatores de risco”, alerta a nutricionista do HCor.

Sinal vermelho para a gordura saturada e a trans

A gordura trans é prejudicial ao coração. Ela tem como característica aumentar o colesterol ruim e diminuir o colesterol bom no sangue. A principal fonte na dieta é a gordura vegetal hidrogenada. “Utilizada no preparo de sorvetes, chocolates, pães recheados, sobremesas cremosas, biscoitos recheados, alimentos com consistência crocante (nuggets, croissants, tortas), bolos industrializados, margarinas e alguns alimentos produzidos em redes de fast-foods, esses alimentos também são ricos em gorduras saturadas. O consumo em excesso está associado ao acúmulo de placas de gordura nas artérias, o que dificulta a passagem do sangue e aumenta, assim, os riscos de infartos e AVC”, explica.

Sinal verde para as “gorduras saudáveis”

Existem alguns alimentos que possuem gorduras que exercem um papel contrário. Eles agem na redução dos níveis de colesterol e dos triglicérides. “Entre eles se destacam os ácidos graxos poli-insaturados (ômega-3), que são encontrados em óleo vegetais como soja, canola e linhaça e em peixes de águas frias como a sardinha. Neste grupo de gorduras saudáveis também temos os ácidos graxos poli-insaturados (ômega-6), que estão nos óleos vegetais de soja, milho e girassol, além do ômega 9 encontrados em castanhas, nozes, amêndoas e amendoim. Entretanto estes alimentos devem ser consumidos com moderação, devido ao alto valor calórico”, aconselha.

Foto: reprodução

Exposição sobre o Aedes aegypti e seus perigos ganha versão virtual

A exposição “Aedes: que mosquito é esse?”, que está aberta para visitação em Olinda (PE) e já passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza (CE), acaba de ganhar uma versão virtual. Realização da Fiocruz e patrocínio da Sanofi, ela traz informações sobre dengue, zika e chikungunya e pode, a partir de agora, ser visitada de qualquer lugar do Brasil e do mundo.

Por meio do site http://www.aedesquemosquitoeesse.com.br, que está disponível em português, inglês e espanhol, qualquer pessoa com acesso à internet pode visualizar o conteúdo integral da mostra, que apresenta informações sobre o mosquito e as doenças transmitidas por ele. Assim como na visita física, a experiência digital incentiva o público a interagir e dissemina diversas informações de maneira lúdica e divertida.

O diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC)/Fiocruz, Paulo Elian, explica que o objetivo da exposição virtual é alcançar o maior número de pessoas possível. “É uma oportunidade única para, além de educar, alertar a população sobre os riscos e os cuidados necessários para a prevenção da dengue”, destaca. Já Hubert Guarino, diretor geral da Sanofi Pasteur no Brasil, acredita que a iniciativa vai ajudar a conscientizar a respeito das doenças transmitidas pelo mosquito. “É importante que as pessoas saibam como cuidar da sua saúde e de todos a sua volta”.

A exposição, que recebeu quase 20 mil pessoas nas primeiras cidades pelas quais passou desde 2017, é dividida em seis módulos: “Mosquitos e vírus: combinação perigosa”; “Os vírus – por dentro dos vírus e Um Mosquito Doméstico – o zumzumzum da questão”; “Dengue”; “Zika”; “Chikungunya”; “Pesquisa em busca de soluções e Controle – esforço conjunto”.

Exposição agora pode ser acessada virtualmente de qualquer lugar do mundo e traz informações importantes sobre o mosquito e as doenças por ele transmitidas

No site, além de ter acesso a todo o conteúdo como vídeos e dispositivos interativos, o visitante também poderá fazer um tour virtual pela exposição, navegando pelas salas onde a mostra acontece fisicamente. A escultura de mosquito fêmea, de mais de dois metros, criada pelo artista plástico Ricardo Fernandes, também pode ser apreciada na visita online.

Vale destacar ainda que os dois documentários que integram a apresentação – O Mundo Macro e Micro do Mosquito Aedes aegypti – para combatê-lo é preciso conhecê-lo e Aedes aegypti e Aedes albopictus: uma ameaça nos trópicos – dirigidos por Genilton José Vieira, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), também estão disponíveis no site.

Fotos: reprodução

Câncer 100% prevenível assusta pelos índices de epidemia

Quinta-feira, 29 de Setembro de 2016
Por Lenise Ipiranga

“Na região Norte, especialmente, é importante enfatizar o câncer de colo de útero, devido à questão epidemiológica que apresenta. O número alto de casos assusta, principalmente, os oncologistas, pelo fato de ser um tumor 100% prevenível, mas que se espera duas vezes mais casos novos do que o câncer de mama”, declara William Fuzita, médico oncologista clínico, diretor da Sensumed Oncologia, em Manaus (AM), membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e membro titular da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), sobre os números estimados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), de 680 novos casos de câncer de colo de útero, e de 440 novos casos de câncer de mama, em 2016, no Amazonas.

O médico destaca que o câncer de colo de útero é um dos poucos tumores malignos que se consegue prevenir, diferentemente do câncer de mama e de próstata, os quais não podem ser evitados, mas podem ser detectados precocemente, em exames que diagnosticam tumores pequenos, e tratados de maneira curativa e menos agressiva, com índices elevados de cura.

Causas

O câncer de colo de útero está relacionado a três situações, onde a atividade sexual é um fator preponderante no desenvolvimento desse câncer, conforme explica William Fuzita: a atividade sexual precoce; a promiscuidade (vários parceiros); e a prevenção.

Segundo o oncologista clínico, a orientação e educação sexual na família e na escola tem papel fundamental na prevenção de diversas doenças sexualmente transmissíveis, entre as quais a infecção pelo Papilomavírus Humano, o HPV, responsável por 99% dos casos de câncer de colo de útero, que pode ser causa também para câncer de pênis, anal, cabeça e pescoço, os quais são outros tipos de câncer que também podem ser prevenidos, a partir da proteção contra o vírus HPV.

A definição de promiscuidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são três parceiros diferentes por ano. Então se a pessoa teve três parceiros diferentes por ano, essa promiscuidade pode abrir uma porta para o câncer, alerta o médico, porque o contato sexual transmite um vírus, intimamente relacionado ao câncer de colo de útero, que é o vírus HPV.

E o terceiro ponto, refere-se à prevenção, pois para o câncer de colo de útero se desenvolve através da infecção do vírus HPV, que pode demorar anos, até mesmo décadas, para a se apresentar e se desenvolver em câncer de colo de útero.

Então, alerta William Fuzita, se a pessoa começou a atividade sexual muito cedo, se a pessoa expôs muito cedo ao vírus HPV, consequentemente, pode desenvolver mais cedo câncer de colo de útero.

O médico aponta que falta orientação, educação sexual na escola ou na família. “A criança tem de saber como pega esse vírus e que esse vírus pode causar esse problema”, enfatiza Fuzita. E destaca a necessidade de meninos usarem preservativos e para as meninas, assim que comece a atividade sexual, procurar ginecologista para fazer acompanhamentos anuais com exame de Papanicolau.

Dr. William Fuzita destaca que os casos de câncer de colo de útero poderiam ser prevenidos por meio de orientação e acompanhamento corretos (Foto: Jander da Silva Souza)

Exames

A qualidade do exame Papanicolau é fator primordial, pois a amostra de tecido coletada depende de condições de umidade, temperatura, local de armazenamento, para se manter adequada para a análise. “Se a amostra for guardada em local adequado pode durar mais tempo para ser analisada, mas de outra forma não se terá um material em condições para ser analisado. E o exame de Papanicolau permite prevenir e diagnosticar o câncer, mas se for feito de maneira incorreta não vai servir para nada”, alerta o oncologista. Para o médico, o ideal é receber o resultado do exame em menos de duas a três semanas.

“O exame de Papanicolau permite prevenir e diagnosticar o câncer. É a melhor forma de rastreio, porque é o mais simples, o mais barato, e que mostra todas as alterações por avaliar como está o tecido do colo do útero”, avalia William Fuzita. E acrescenta que com o exame é possível observar alterações pré-malignas, as lesões com características pré-neoplásicas ou neoplásicas, pois se tiver células com característica tumoral, já se saberá que tem um tumor e que precisa ser tratado de imediato, conforme sua apresentação. E tem tratamento, que impede o desenvolvimento de câncer de colo de útero.

O crescimento celular não controlado, a Neoplasia, explica Fuzita, pode ser detectado pelo Papanicolau nas fases pré-neoplásica e neoplásica. No caso da fase pré-neoplásica, um ginecologista com treinamento tem condições de resolver o problema, com cauterização, ou uso de substâncias ácidas, ou procedimentos cirúrgicos como a conização ou até mesmo observar apenas. E no caso da fase neoplásica, do tumor já constituído, a paciente deve procurar um especialista em oncologia, um ginecologista ou um cirurgião.

As lesões são classificadas como Neoplasias Intraepiteliais cervicais (NICs), em graus NIC 1, NIC 2 e NIC 3 (neoplasia intraepitelial cervical leve, moderada e grave, respectivamente).

Na classificação NIC 1, 80% a 100% dos casos podem regredir espontaneamente, eliminados pelo sistema imunológico, apenas uma pequena percentagem de casos evolui para um câncer cervical, deve ser feito acompanhamento médico, orienta o oncologista.

As classificações NIC 2 e NIC 3 apresentam alta probabilidade de progredir para neoplasia invasiva. No grau NIC 2, deve ser feito acompanhamento e procedimentos como a remoção das células neoplásicas por cauterização, ou pequena cirurgia para retirada apenas da área lesionada, ou observação estreita.

E no grau NIC 3, com certeza, explica o médico, deve ser feito um procedimento cirúrgico chamado conização, onde uma parte em forma de cone da área afetada é retirada. Todos esses procedimentos não permitem que o câncer se desenvolva no colo do útero.

Saúde Pública

“Tem a questão do sistema de saúde, principalmente o Sistema Único de Saúde (SUS), do governo federal, que com os impostos pagos, oferece à população serviços de saúde, e esta deve ter uma atenção relacionada ao câncer. O sistema de saúde precisa desenvolver procedimentos e campanhas, mas que possam ser feitos exames e entregues em tempo hábil. Pois não se pode fazer um Papanicolau e receber o resultado seis meses depois. Foi feita a avaliação correta? Foi armazenado da maneira correta? Quanto tempo depois que coletou foi analisado? Porque tudo isso influencia no resultado”, questiona o oncologista.

E alerta que se o material coletado for analisado 1 ou 2 meses após a coleta, com certeza, essa análise não é mais tão real, pois o material é biológico, é tecido humano, então estraga, necrosa.

O médico critica ainda a qualidade das campanhas realizadas. “É campanha, mas tem de analisar o desempenho dessas campanhas. Se está sendo efetiva, se tem qualidade. No Brasil, muitas campanhas são realizadas, todos saem na foto no jornal, passa na televisão, no rádio, tem discurso nos legislativos do município e do estado, mas é preciso ver o resultado, deve ter acompanhamento, saber se o resultado está sendo efetivo”, aponta Fuzita.

E enfatiza que é preciso saber quantos exames foram positivos para o câncer? Para onde foram encaminhadas essas pacientes? Fizeram o tratamento? Isso impacta no controle da doença, precisa de organização.

Segundo estimativa do INCA, são 680 novos casos de câncer de colo de útero e 440 novos casos de câncer de mama, em 2016, no Amazonas. “E são casos que poderiam ter sido prevenidos se orientados, acompanhados de forma correta desde quando inicia a vida sexual”, finaliza.