Ocean Conservancy Brasil e parceiros realizam ação mundial de limpeza de rios e praias em Manaus

Neste sábado (10/09), Manaus receberá a segunda edição do Internacional Costal Clean Up (ICC), também conhecido como Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias. O evento é a maior ação internacional envolvendo voluntários para a limpeza e conservação de rios e praias e faz parte de um programa de educação ambiental que mobiliza milhares de pessoas em todo o planeta, sendo realizado em mais de 150 países. O dia comemorativo é sempre no terceiro sábado de setembro, porém os eventos acontecem em várias cidades nos meses de setembro e outubro.

O mutirão de limpeza acontecerá no Parque das Tribos, no rio Tarumã-Açu, em uma extensão aproximada de 5 quilômetros, nas margens do rio, das 9h às 15 horas. A retirada do lixo será feita por aproximadamente 150 voluntários, divididos em grupos monitorados por coordenadores. A ação é organizada pela Ocean Conservancy, tendo como patrocinadores oficiais a L´Oréal para o Futuro e Garnier e os apoios do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), Comunidade Indígena Parque das Tribos, Escoteiros do Brasil, Voluntários Greenpeace, Ardagh Metal Packaging, GRI Gerenciamento de Resíduos Industriais, RKBC Turismo, Walker Driver e Menos Um Lixo.

De acordo com a coordenadora de Estado da Ocean Conservancy, Katia Kalinowski, todo o lixo coletado pelos voluntários será catalogado, pesado e fotografado antes de seguir para o Zero Aterro, onde serão incinerados em empresa especializada contratada pela GRI. Depois de compilados, esses dados serão enviados para o Centro de Conservação dos Oceanos (Ocean Conservancy) para análise estatística, que será encaminhada para a ONU, responsável pela Comissão Intergovernamental Oceanográfica (IOC). São os resultados mundiais dessas análises que permitem à IOC convencer os países a se tornarem signatários do “Marpol Treaty”, um tratado internacional de controle de poluição marinha.

“Nosso objetivo é, além de retirar da natureza os resíduos produzidos pelo homem, conscientizar sobre um grande problema do mundo moderno: o lixo no mar e vias fluviais”, explica Katia Kalinowski.

E acrescenta que todos os anos, 11 milhões de toneladas de plástico entram no oceano, além das estimadas 200 milhões de toneladas que circulam atualmente nos ambientes marinhos. Seja por sacos plásticos ou canudos plásticos, que se transformam em grandes quantidades de resíduos plásticos mal gerenciados que se espalham de economias em rápido crescimento, isso é como despejar um caminhão de lixo da cidade de Nova York cheio de plástico no oceano, a cada minuto de cada dia durante um ano inteiro! E esse plástico deve ter um impacto nos ecossistemas oceânicos.

De fato, prevê-se que a produção e o consumo de plástico dobrem nos próximos 10 anos. Isso significa que se nada for feito agora, aponta George Leonard, cientista chefe da Ocean Conservancy, poderá se enfrentar 300 milhões de toneladas de plásticos no oceano em menos de 10 anos. Não se pode ficar parado e observar os impactos dessa onda de plástico indo em direção de todos.

“O relógio está correndo; devemos enfrentar este desafio antes que os plásticos sobrecarreguem o oceano”, diz George Leonard.

A ação será realizada neste sábado (10/09), no Parque das Tribos – Rio Tarumã-Açu

Os organizadores destacam que o lixo é um problema humano. E isso significa que todos fazem parte da solução. E convidam para que todos se juntem ao evento para realizar a visão do grupo sobre oceanos livres de lixo.

Serviço

Dia Mundial de Limpeza de Rio e Praias
Data
: Sábado, 10 de setembro de 2022.
Horário: das 9 às 15 horas.
Local: Centro Cutural Mainuma, Rua Puranga, nº 59, Parque das Tribos. Tarumã-Açu. Manaus -AM
Organização: Ocean Conservancy / contato para mais informações: +598 96259589 / oceanconservancybrasil@gmail.com / Katia Kalinowski

Patrocinadores oficiais: L´Oréal Para o Futuro e Garnier

“Segredos do Putumayo” abre mostra Mês Amazônia: Presente, Passado e Futuro, no CineSesc em São Paulo

“Segredos do Putumayo”, documentário dirigido pelo amazonense Aurélio Michiles, estreia nos cinemas nesta quinta-feira (1º de setembro) e terá sessão especial no CineSesc, em São Paulo, dentro da programação do Mês Amazônia: Passado, Presente e Futuro.

Poster do filme “Segredos do Putumayo”, de Aurélio Michiles

Em parceria com o Consulado Geral da Irlanda no Brasil, a exibição do dia 1º de setembro, às 20h, será gratuita, seguida de debate aberto ao público e contará com a presença do ator Stephen Rea. O astro irlandês participou de sucessos como “V de Vingança”, “Entrevista com o Vampiro” e “Traídos pelo Desejo”, pelo qual foi indicado ao Oscar em 1993 na categoria “Melhor Ator”.

Em “Segredos do Putumayo” ele dá voz a Roger Casement, cônsul geral britânico no Rio de Janeiro e que foi incumbido por Londres de investigar os crimes cometidos contra os indígenas do Putumayo pela Peruvian Amazon Company, em 1910. Angus Mitchell, historiador e escritor do livro “O Diário de Roger Casement”, que inspirou o filme, também estará presente, junto com a ativista indígena Vanda Witoto.

Stephen Rea, ator que interpreta Roger Casement no filme “Segredos do Putumayo” (Foto: Associação Cultural Field Day)

O filme passou por diversos festivais importantes, como Hot Docs e Vancouver Intl Film Festival (Canada), Galway Film Fleadh e Foyle Film Festival (Irlanda), Rencontres du Cinema Latino-americain (França), AFI DOCS (EUA), Festival de Cine de Lima (Peru), entre outros.

Com produção de Patrick Leblanc e roteiro de Aurélio Michiles, Danilo Gullane e André Finotti, o documentário conta com a participação do historiador Angus Mitchell, do escritor Milton Hatoum e de importantes moradores dos quatro povos (Uitoto, Bora, Okaina e Muinames) habitantes de La Chorrera (Colômbia), que dão seu testemunho sobre os fatos acontecidos em seu território.

“Mais de um século depois dos acontecimentos trágicos vividos pelos povos indígenas do Putumayo, relacionados ao extrativismo da borracha, nos países amazônicos, ainda persiste uma insidiosa agressão contra os direitos humanos e contra aqueles que ousam defender os povos indígenas. Aqui no Brasil, de acordo com os órgãos responsáveis, até maio de 2022, 19 ativistas já foram assassinados. A Colômbia, onde aconteceu o massacre do Putumayo, relatado por Roger Casement em seu “Diário da Amazônia”, é hoje, o país que mais persegue ativistas dos direitos humanos. As lutas das comunidades amazônicas por direitos à autodeterminação e justiça básica perduram diante das ondas selvagens do desenvolvimento econômico e de uma intolerância cultural e racial crescente”, afirma Aurélio Michiles.

Crianças carregando fardos de borracha (Foto de R. Casement/1910)

“O documentário é filmado com uma inteligência, pertinência e sensibilidade raras. O filme é uma imersão naquilo que o colonialismo branco produziu de pior, e tem uma extraordinária força política. Ao mesmo tempo, carrega essa semente de resistência que é a mirada de Roger Casement. Que personagem único”, elogia o cineasta Walter Salles.

Sinopse

“Segredos de Putumayo” é um documentário que narra as investigações do ativista irlandês Roger Casement, então cônsul britânico no Brasil, sobre a escravização e o assassinato de milhares de indígenas que eram forçados a trabalhar na coleta de borracha. No filme, a voz de Casement é interpretada pelo ator Stephen Rea.

Luz Marina, do povo Uitoto, em cena do documentário “Segredos do Putumayo” (Foto: André Lorenz Michiles)

Ficha Técnica
Direção: Aurélio Michiles
Voz de Roger Casement: Stephen Rea (Participação Especial)
Roger Casement / ator: Dori Carvalho
Roteiro: Aurélio Michiles, Danilo Gullane e André Finotti
Direção de Fotografia: André Lorenz Michiles
Edição: André Finotti
Música Original: Alvise Migotto
Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Reis (ABC), Miriam Biderman (ABC)
Um filme Produzido por: Patrick Leblanc
Produção: 24 VPS Filmes
Duração: 83 min.

Serviço
Segredos do Putumayo – direção Aurélio Michiles
Sessão especial: 1º/09 – às 20h*
*Exibição seguida de debate. Grátis. Retirada de ingresso 1h antes na bilheteria.
CineSesc – Rua Augusta, 2075 – São Paulo

Artista visual amazonense Duhigó estreia autorretrato na exposição Histórias Brasileiras no MASP

A artista visual indígena amazonense, do povo Tukano, Duhigó, apresenta seu inédito autorretrato na exposição coletiva “Histórias Brasileiras”, em cartaz no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), em São Paulo. A mostra acontece por ocasião do bicentenário da independência do Brasil, aberta no dia 26 de agosto e segue até o dia 30 de outubro, ocupando o 1º andar e o 2º subsolo da instituição.

“Histórias Brasileiras” reúne cerca de 380 trabalhos – sendo 24 inéditos – de aproximadamente 250 artistas e coletivos, entre eles o de Duhigó, em acrílica sobre tela. As obras de arte da exposição contemplam diferentes mídias, suportes, tipologias, origens, regiões e períodos, organizados em oito núcleos temáticos: Bandeiras e Mapas, Paisagens e trópicos, Terra e território, Retomadas, Retratos, Rebeliões e revoltas, Mitos e ritos e Festas.

Nesse contexto, a perspectiva privilegiada não é tanto a da história da arte, mas a das histórias sociais ou políticas, íntimas ou privadas, dos costumes e do cotidiano, partindo da cultura visual e expressando um caráter mais polifônico e fragmentado, escapando de uma visão definitiva, canônica e totalizante. A obra de Duhigó é um autorretrato de 2 metros por 1,2 metro, em acrílica sobre tela e está sendo exposta ao lado de autorretratos de grandes nomes das artes, como Lina Bo Bardi, arquiteta criadora do MASP, Pietro Maria Bardi, um dos criadores do MASP, Tarsila do Amaral, Paulo Nazareth, Heitor dos Prazeres, José Pancetti, Maria Auxiliadora e a pintora macuxi Carmézia Emiliano.

Autorretrato da artista visual amazonense Duhigó est´á em exposição no MASP

A exposição tem direção curatorial de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Lilia Moritz Schwarcz, curadora convidada, e curadoria de Tomás Toledo, Clarissa Diniz e Sandra Benites, além de diversos curadores da instituição: Amanda Carneiro, curadora assistente, André Mesquita, curador, Fernando Oliva, curador, Glaucea Britto, curadora assistente, Guilherme Giufrida, curador assistente e Isabella Rjeille, curadora. Ao longo do período expositivo, todas as terças e quintas-feiras a entrada no Museu será gratuita.

A obra autorretrato de Duhigó poderá ser vista no 2º subsolo do Masp, onde se encontra o núcleo “Retratos”, com curadoria de Adriano Pedrosa e Lilia Moritz Schwarcz. Nele são justapostas representações de vozes não notabilizadas, como as indígenas, negras e ativistas, e retratos icônicos da história brasileira, através de autorretratos ou representações de figuras de poder de diferentes períodos. “A partir das dimensões identitárias contemporâneas, o núcleo pretende explorar a possibilidade de reler a tradição de uma forma mais viva e diversa”, afirmam os curadores.

Convidada do Espaço Priceless

Duhigó, representada pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, também é artista convidada pelo Mastercard para expor obra multissensorial no Espaço Priceless, composto pelo Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante, localizado no rooftop do Shopping Light, em São Paulo. Duhigó assina um painel no teto do restaurante composto em colaboração com a cenógrafa Patrícia Sobral que construíram uma obra de arte derivada de 6 obras de arte de Duhigó.

O Espaço Priceless abriu recentemente sua temporada Amazônia, com cardápio e decoração tematizada e inspirada na região. O novo menu, assinado por Onildo Rocha, conta com saberes compartilhados pelas chefs Clarinda Ramos, indígena do povo Sateré-Mawé, da Casa de Comida Indígena Biatüwi (Manaus) e Débora Shornik dos restaurantes Caxiri (Manaus) e Camu-Camu (Novo Airão).

Para Duhigó, que colaborou para criar o ambiente amazônico no Espaço Priceless, a alegria foi poder apresentar suas obras em um formato ainda não experimentado pela artista: do gigantismo.

Duhigó também expõe no Espaço Priceless Mastercard, na capital paulista

“Eu me senti flutuando quando eu vi o resultado de todas minhas obras no teto do restaurante. Essa sou eu! Essa é a arte de Duhigó. Nossas histórias, coisa indígenas do povo Tukano. Espero que quem for ao restaurante sinta o meu sentimento, a forma como faço arte. Eu gostei muito de trabalhar nesse projeto e como fui tratada, com muito respeito e em união com a equipe”, destaca Duhigó, artista visual indígena do povo Tukano.

O local aborda a cultura brasileira de forma multissensorial e é aberto ao público em geral, todos os dias. Ali, é possível encontrar amantes da alta gastronomia, pessoas que apreciam ambientes mais casuais e até mesmo quem só deseja observar São Paulo do alto de um dos prédios mais icônicos da região central. “Isso vai totalmente ao encontro de nossa essência, que é proporcionar momentos que não têm preço às pessoas, todos os dias”, afirma Sarah Buchwitz, vice-presidente de Marketing e Comunicação da Mastercard Brasil.

SP-Arte “Rotas Brasileiras”

Duhigó estreou no circuito de feiras de arte de São Paulo aceitando o convite da Aura Galeria em parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte, juntamente com o artista da técnica de marchetaria Dhiani Pa’saro, do povo Wanano. Eles apresentaram uma coleção de obras inspiradas em suas ancestralidades e elementos de representatividade do seu povo.

Ao todo, Duhigó expôs nove obras de arte na maior feira de arte do país, a SP-Arte Rotas Brasileiras, de 24 a 28 de agosto, na Arca, galpão de 9 mil metros quadrados localizado na Vila Leopoldina, em São Paulo.

Com foco em projetos selecionados, sejam eles solos ou coletivos, a feira busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a produção fotográfica e artística de todo o território nacional. Segundo Fernanda Feitosa, diretora da SP–Arte, “existe uma produção de altíssima qualidade que vem da Amazônia, do Vale do Jequitinhonha, de capitais e interiores em diferentes regiões às quais nem sempre temos acesso. Rotas Brasileiras é um convite a essa imersão”.

(Foto Espaço Priceless: Divulgação/Gilberto Bronko)

Serviço

Histórias Brasileiras – até 30 de outubro/22
Direção curatorial: Adriano Pedrosa, diretor artístico, Lilia Moritz Schwarcz, curadora convidada
Curadores: Amanda Carneiro, André Mesquita, Clarissa Diniz, Fernando Oliva, Glaucea Britto,
Guilherme Giufrida, Isabella Rjeille, Sandra Benites e Tomás Toledo
Masp — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Horários: terça e quinta grátis. Terça, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas

Espaço Priceless Mastercard
Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante – Nova Temporada Amazônia
Endereço: Rooftop do Shopping Light (acesso pelo estacionamento do shopping no subsolo) – R. Formosa, 157 – Centro, São Paulo.
Horário de Funcionamento:
Abaru Bar e Restaurante – (possui um Terraço sempre aberto – a depender das condições climáticas) – funciona no almoço, café da tarde e bar à noite.
De segunda-feira à quinta-feira, do meio-dia às 23h. Às sextas e sábados do meio-dia à meia-noite. Aos domingos do meio-dia às 16 horas. Capacidade – 120 pessoas (área externa e interna)
Notiê Restaurante – aberto para o jantar
De terça-feira a sábado das 19h às 23h. Capacidade – 50 pessoas.
Menu degustação e pratos à la carte.

Fotos: Divulgação/Gilberto Bronko e Divulgação/Manaus Amazônia Galeria de Arte

Amazônia inspira Mastercard em vivência gastronômica e sensorial no Espaço Priceless

Saberes compartilhados pelas chefs Clarinda Ramos, indígena do povo Sateré-Mawé, da Casa de Comida Indígena Biatüwi (Manaus) e Débora Shornik dos restaurantes Caxiri (Manaus) e Camu-Camu (Novo Airão), com novo menu assinado por Onildo Rocha, além de obras da artista visual indígena do povo Tukano, Duhigó, representada pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, são as atrações do Espaço Priceless, composto pelo Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante, localizado no rooftop do Shopping Light, agora faz reverência à Amazônia.

O Espaço da Mastercard, no centro da capital paulista, propõe experiências multissensoriais ligadas à cultura e tecnologia, pensadas a partir de expedições e pesquisas em estados da Amazônia.

Para encantar os cinco sentidos, Notiê Restaurante e o Abaru Bar e Restaurante lançam menu, bebidas e websérie inspirados na região, com novo cardápio de Onildo Rocha e ambientação concebidos junto a chefs e artistas da Amazônia (Foto: Divulgação/Gilberto Bronko)

Durante os últimos meses, a equipe de embaixadores do Espaço Priceless – formada pelo chef Onildo Rocha, Junior Bottura, especialista em cervejas, Ale D’Agostiem no, mixologista, e Boram Um, barista – realizou viagens até os estados do Amazonas, Pará e Rondônia para estudar a culinária e a cultura da região amazônica.

“As expedições têm um papel muito importante. É a partir delas que aprofundamos nosso contato com o lugar, descobrimos novos ingredientes, a forma de usá-los e seu valor. Para onde se olha existe vida, cores, texturas e sabores. Porém, o mais importante é estar com os pequenos produtores, chefs, cozinheiros e com a comunidade da região, para conhecer, respeitar e nos encantar ainda mais com as histórias e saberes de quem estaremos representando, o que traz uma verdade singular para essa nova fase do Priceless”, comenta Rocha.

A vice-presidente de Marketing e Comunicação da Mastercard Brasil, Sarah Buchwitz, ressalta que a Mastercard é uma aliada atuante da proteção e da regeneração da Amazônia já há algum tempo.

“Fundamos a plataforma Coalizão Planeta Priceless, que une os esforços de comerciantes, bancos, cidades e consumidores para agir sobre a crise climática. Nos orgulha muito poder representar a Amazônia e as mulheres amazônicas no Espaço Priceless, além de termos a chance de ajudar a provocar reflexões importantíssimas sobre esse bioma essencial ao nosso planeta”, declara.

O local aborda a cultura brasileira de forma multissensorial e é aberto ao público em geral, todos os dias. Ali, é possível encontrar amantes da alta gastronomia, pessoas que apreciam ambientes mais casuais e até mesmo quem só deseja observar São Paulo do alto de um dos prédios mais icônicos da região central. “Isso vai totalmente ao encontro de nossa essência, que é proporcionar momentos que não têm preço às pessoas, todos os dias”, acrescenta Buchwitz.

Nesse novo momento, o restaurante Notiê, que compõe o Espaço e é focado em alta gastronomia, apresenta os tradicionais menus degustação de 5 tempos, com a mandioca como principal ingrediente, o de 10 tempos, um menu autoral que contará a história dos povos amazônicos nacionais e trará referências da Amazônia boliviana, colombiana, equatoriana e peruana, e pratos à la carte – mais uma novidade que chega junto com a nova temporada.

A artista Duhigó com o Chef Onildo Rocha e com as chefs do Amazonas Clarinda Ramos e Débora Shornika e a cenógrafa Patrícia Sobral

E o Abaru, bar e restaurante, com uma proposta mais descontraída para o dia a dia, manterá alguns dos pratos da temporada Sertões, além de incluir receitas inspiradas na Amazônia. Todos os ingredientes da região amazônica são de procedência conhecida e selecionados desde o plantio.

Além das novidades gastronômicas, o Espaço também apresenta nova carta de drinks elaborados por Ale D’Agostino, um café escolhido por Boram Um e uma cerveja colaborativa pensada pelos chefs, Onildo, Clarinda e Débora e pelo especialista em cervejas, Junior Bottura, todos inspirados em ingredientes amazônicos.

Arte visual

Para encher os olhos dos clientes, a identidade visual e as peças gráficas para a temporada foram especialmente desenvolvidas pela Greco Design, com ilustrações do artista Carmelio.

Quem passar pelo Notiê poderá contemplar no teto o novo painel da temporada, intitulado “A Mitologia de Duhigó, a Mulher que Sonha”, representando a essência Amazônica. O painel é composto por obras de arte do acervo da artista e de originais produzidas especialmente para a composição. Duhigó é a primeira artista visual indígena do Amazonas a fazer parte do acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). A composição e seleção das obras foi feita pela cenógrafa Patricia Sobral.

Websérie

Para conectar os consumidores do Priceless às transformações no ambiente e no cardápio, a Mastercard também lançará, em breve, nas redes sociais das marcas, uma nova websérie, agora sobre a Amazônia, apresentando detalhes da expedição e das histórias que inspiraram os embaixadores.

“Desde o início do projeto, nosso sonho foi poder representar a brasilidade de uma maneira imersiva, conectando os biomas e as histórias das pessoas. Foi daí que surgiu a ideia de sempre renovar o menu e o espaço, oferecendo experiências que encantem os cinco sentidos de nossos clientes, todos os dias”, explica Edemilson Morais, sócio-diretor da Bem São Paulo e um dos responsáveis pelo projeto.

Clientes Mastercard Platinum e Black têm 10% de desconto e isenção de rolha nos restaurantes do Espaço Priceless. Além disso, todos os portadores de cartão Mastercard poderão participar de experiências exclusivas de gastronomia, arte, música e esportes por meio da plataforma global Priceless.

Serviço
Espaço Priceless Mastercard – Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante – Nova Temporada Amazônia
Endereço: Rooftop do Shopping Light (acesso pelo estacionamento do shopping no subsolo) – R. Formosa, 157 – Centro, São Paulo.

Horário de Funcionamento:
Abaru Bar e Restaurante – (possui um Terraço sempre aberto – a depender das condições climáticas) – funciona no almoço, café da tarde e bar à noite.
De segunda-feira à quinta-feira, do meio-dia às 23h. Às sextas e sábados do meio-dia à meia-noite. Aos domingos do meio-dia às 16 horas. Capacidade – 120 pessoas (área externa e interna)
Notiê Restaurante – aberto para o jantar
De terça-feira a sábado das 19h às 23h. Capacidade – 50 pessoas.
Menu degustação e pratos à la carte.

Formas de pagamento: dinheiro e todos os cartões de crédito e débito.
Clientes Mastercard Black e Platinum têm 10% de desconto e isenção de rolha.
Reserva não é obrigatória, mas pode ser feita pelo site.
Telefone: (11) 2853-0373
Whatsapp bussiness (11) 2853-0373

Fotos: Divulgação/Gilberto Bronko e Divulgação/Manaus Amazônia Galeria de Arte

Arte dos povos indígenas do Rio Negro é destaque em São Paulo

Em 30 de abril, a arte dos povos indígenas do Rio Negro estará em evidência no evento “Indígena, ancestral e feminina: a arte do Rio Negro que é patrimônio do Brasil”. A ação será realizada na Bemglô (rua Oscar Freire, 1105, em São Paulo), espaço dedicado a produtos sustentáveis, que tem como sócios Gloria Pires, Orlando Morais e Betty Prado.

Programada para acontecer entre 11h e 17h, a iniciativa é promovida por Bemglô, Instituto Socioambiental (ISA), rede Origens Brasil® e Tucum.

O evento permitirá aos visitantes conhecer e adquirir produtos do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (conjunto de práticas e saberes milenares dos povos locais, reconhecido em 2010 como patrimônio imaterial do Brasil) e cerâmicas produzidas pelos povos Tukano e Baniwa. Parte de uma tradição milenar, as obras são feitas por mulheres e têm ligações profundas com a floresta e o sagrado.

Participantes podem apreciar a arte indígena, feminina e ancestral das cerâmicas Baniwa e Tukano (Fotos: Divulgação / Tucum Brasil)

As relações comerciais que levam as cerâmicas até os consumidores ocorrem no âmbito da rede Origens Brasil®, administrada pelo Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e composta por empresas, povos indígenas e populações tradicionais, instituições de apoio e organizações comunitárias, com o objetivo de promover negócios que contribuam com o bem-viver dos povos da floresta e a conservação da Amazônia. Tanto as empresas e organizações que participam do encontro são membros da rede Origens Brasil®.

O evento também será palco do pré-lançamento dos livros de bolso Cerâmica Tukano e Cerâmica Baniwa, realizados em parceria entre a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e o ISA, com apoio de União Europeia e Nia Tero.

Roda de conversa

Além disso, os participantes poderão acompanhar uma roda de conversas para abordar temas ligados à cultura e aos produtos da Amazônia, das 15h às 16h, com André Baniwa, Adriana Rodrigues, Amanda Santana e Patrícia Cota Gomes. André Baniwa é vice-presidente da Organização Indígena da Bacia do Içana (Oibi), liderança do povo Baniwa, além de empreendedor social e escritor.

A historiadora e pesquisadora dos temas política de patrimônio imaterial, sistema agrícola tradicional quilombola e tecnociência solidária, Adriana Rodrigues, atua como analista de pesquisa no Instituto Socioambiental (ISA) na área da economia da sociobiodiversidade e políticas públicas alimentares. Também participante da roda de conversa Amanda Santana é sócia-fundadora e diretora criativa da Tucum Brasil e atua como indigenista há 10 anos, auxiliando no desenvolvimento das cadeias produtivas do artesanato junto às comunidades e organizações indígenas do Brasil.

Patrícia Cota Gomes, engenheira florestal com mestrado em gestão de florestas tropicais, é gerente no Imaflora (onde atua há 21 anos) e na rede Origens Brasil®, também estará no encontro. Nos últimos anos, Patrícia tem trabalhado na articulação de pessoas e de soluções que ajudam a valorizar a Amazônia de pé e os povos da floresta.

Realizadores

A iniciativa é promovida por Bemglô, Instituto Socioambiental (ISA), rede Origens Brasil® e Tucum. A Bemglô é uma plataforma colaborativa, criada a partir da sociedade de Orlando Morais, Glória Pires e Betty Prado, que compartilha produtos que contam a história de quem faz, chamada carinhosamente de Rede do Bem. Uma Rede que conecta talentos, criatividade e saberes ancestrais, oferecendo produtos dentro da filosofia do Comércio Justo, nos segmentos de artesanato brasileiro, cosmética natural, design e moda consciente, além da gastronomia da floresta.

O Instituto Socioambiental (ISA), uma organização da sociedade civil brasileira, sem fins lucrativos, desde 1994, atua na proposição de soluções integradas para questões sociais e ambientais com foco central na defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos.

A rede Origens Brasil® surgiu em 2016, a partir de uma iniciativa entre produtores da floresta, o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e o ISA (Instituto Socioambiental). O Origens Brasil® é reconhecido e respeitado por seu fomento à economia local dos produtores da Amazônia.

E a Tucum, plataforma das Artes Indígenas do Brasil, desde 2013, integra o grupo de realizadores do evento. A Tucum apoia comunidades, artistas e iniciativas de mais de 50 povos indígenas na estruturação, logística, comunicação e comercialização de suas artes.

Serviço
Onde
: R. Oscar Freire, 1105 – Jardim Paulista, São Paulo – SP
Quando: 30 de abril, das 11h às 16h

Fotos: Divulgação / Tucum Brasil

Demarcação Já: Gilberto Gil, Elza Soares e BNegão se unem em live pela causa indígena

O Festival Demarcação Já Remix, projeto do DJ MAM abre a semana com uma programação on-line intensa de painéis para debates sobre a causa indígena, a qual inicia hoje com o tema “Meio Ambiente e Cultura: Do Rio Carioca à Amazônia”, às 18h, e encerra no sábado (11/09), com Gilberto Gil em seu canal no YouTube com live musical e presença de mais de 30 artistas, como Elza Soares, Bnegão, Dona Onete, Rodrigo Sha, Djuena Tikuna, Jonathan Ferr, Felipe Cordeiro, entre outros.

A abertura do festival, no Dia da Amazônia (5/9), teve ato cultural e político, de reparação histórica aos povos originários, no Museu do Amanhã e a presença do Coral Guarani Tenonderã. Nesta edição o evento conta com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro.

Coral Guarani Tenonderã, na abertura do Festival Demarcação Já Remix, na Praça Mauá
(Foto: Eduardo Napoli)

Artistas e autoridades participam das conversas. Entre eles a líder indígena Sônia Guajajara, o artista multimídia indígena Kadu Xukuru; o ator Paulo Betti; o cantor e compositor Pedro Luis; o secretário municipal de Meio Ambiente do Rio, Eduardo Cavalieri, e o secretário municipal de Cultura do Rio, Marcus Faustini.

Conteúdo – Serão seis painéis, que acontecerão até sábado, sempre às 18 horas, com transmissão pelo Instagram do Festival. Entre os temas abordados, questões como ‘Meio Ambiente e Cultura’, ‘A Temática indígena e ambiental nas telas’ e ‘NFT Socioambiental’.

A live de encerramento será exibida no formato de programa de TV, com DJ MAM, direto do Museu do Amanhã, convidando os artistas a se juntarem à causa. As participações serão por meio de canto, música, clipe, fala.

Gilberto Gil, apoiador do festival, cedeu seu canal para transmissão e participará através dos clipes “Demarcação Já” e “Do Guarani ao Guaraná”.

Doações

O público poderá contribuir durante a live, através de QR Code, para a APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e para o Coral Guarani Tenonderã.

O Festival

O festival é uma extensão da campanha “Demarcação Já”, criada pelo Greenpeace e pelo Instituto Socioambiental, em 2017, a partir da canção de mesmo nome dos compositores Carlos Rennó e Chico César. Seu videoclipe e remixes lançados nas plataformas digitais por DJs e grandes nomes da MPB como Ney Matogrosso, Zeca Pagodinho, Maria Bethânia, Arnaldo Antunes, Nando Reis, Céu e Tropkillaz já ecoaram mais de 100 milhões de vezes a frase de ordem “Demarcação Já”.

DJ MAM comanda Festival Demarcação Jà Remix (Foto: Simone Kontraluz)

DJ MAM

Curador de séries fonográficas e festivais como o Sotaque Carregado, o Demarcação Já Remix, o Carnaval Remix e o inédito Amazônia Remix, DJ MAM mixa o Brasil às pistas globais. Prêmio Noite Rio de melhor DJ de MPB, já tocou em 15 países, tendo colaborações com Gilberto Gil, Dona Onete e BNegão.

MAM é compositor e intérprete da trilha oficial do Rio de Janeiro, “Oba Rio” e do tema de 80 Anos do Cristo, “Redentor”. Seu álbum autoral Sotaque Carregado e remix Sotaque ReCarregado foram indicados ao Prêmio da Música Brasileira e chegaram ao Top 20 World Music Charts Europe.

Em 24 anos, seu selo, programas de rádio e festivais deram palco a mais de 500 nomes como Elza Soares, Hermeto Pascoal, Gaby Amarantos e BaianaSystem. Sua empresa foi indicada a diversos prêmios como o SIM – Semana Internacional da Música 2020, Brasil Criativo e Profissionais da Música nas categorias criatividade, inovação e transformação social.

Participações confirmadas

Gilberto Gil | Elza Soares | Ziraldo | Sonia Guajajara | BNegão | Dona Onete | Letícia Sabatella | DJ MAM | Coral Guarani Tenonderã | Digitaldubs | Oskar Metsavaht | Djuena Tikuna | Felipe Cordeiro | Jonathan Ferr | Zahy Guajajara | Pedro Luis | Carlos Rennó | Yaka Sales P | Andre Vallias | Rodrigo Sha | Paka Noke Koi | Batman Zavareze | VJ Carol Santana | Eric Marky | DJ Flavya | DJ Raiz | Kadu Xukuru | Manie Dansante | Silvan Galvão | Patricia Bastos | Banda Conceição | Roberta Carvalho | Aíla.

Painéis Demarcação Já Remix

Local: Instagram Festival Demarcação Já Remix

Horário: 18h

7 de setembro, terça-feira

Meio Ambiente e Cultura: Do Rio Carioca à Amazônia

Convidados: Marcus Faustini (Secretário Municipal de Cultura do Rio), Tica Minami

Mediação: DJ MAM

8 de setembro, quarta-feira

A Temática Indígena e Ambiental nas Telas

Convidados: Paulo Betti, Zahy Guajajara e Felipe Scapino

Mediação: DJ MAM

9 de setembro, quinta-feira

NFT Socioambiental: Green NFT, Música e Cryptoarte Indígena

Convidados: Raphael King (Brasil NFT), Byron Mendes (Metaverse Agency) e Fausto Vanin

Mediação: DJ MAM

10 de setembro, quinta-feira

Futurismo Indígena: A Arte e o Território da Ancestralidade ao Pop

Convidados: Ziraldo Artes Produções Julia Vidal e Kadu Xukuru

Mediação: DJ MAM

11 de setembro, sábado

Composição Engajada

Convidado: Carlos Rennó

Mediação: DJ MAM

Live Demarcação Já Remix

Local: YouTube Gilberto Gil

Horário: 21h

Foto Gilberto Gil: Gérard Giaume

We’e’ena é resistência indígena na passarela da semana de moda Brasil Eco Fashion Week

Por Lenise Ipiranga

A coleção de We’e’ena Tikuna Arte Indígena com grafismos e o tecido vegetal de Tururi, típicos da cultura do povo Tikuna, originária da Aldeia de Umariuaçu, no município de Tabatinga, no estado do Amazonas, na região do alto Rio Solimões, Região Norte, estará novamente na passarela da quarta edição da semana de moda Brasil Eco Fashion Week (BEFW), reconhecido como o maior encontro de moda e sustentabilidade da América Latina, que neste ano acontecerá em formato on-line, de 18 a 22 de novembro, com a exibição de desfiles de 16 marcas, vindas de todas as regiões do Brasil.

“Estou muito feliz de mostrar mais uma vez a nossa moda indígena, porque toda arte é forma de resistência para nós, povos indígenas. E eu quero dar essa visibilidade à nossa cultura, principalmente à mulher”, anunciou We’e’ena Tikuna, nome que significa “a onça que nada para o outro lado no rio”, artista plástica formada pelo Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura do Amazonas – IDC, em dezembro de 2004, com diversas premiações e exposições já realizadas e dedicada ao trabalho de inclusão social dos povos indígenas por meio da sua arte.

A convite feito pelo diretor executivo da Brasil Eco Fashion Week 2020, Rafael Morais, We’e’ena Tikuna apresentará a coleção Tururi, que tem um pouco do contemporâneo e também da sua ancestralidade. “Eu apresento no desfile a coleção Tururi, um tecido nativo de fibra de madeira do meu povo, o qual utilizamos há milhares de anos, como cobertor, absorvente, toalha. E levarei para a passarela para que todos possam conhecer o que meu povo usa”, ressalta a estilista, sobre as peças de vestuário em tecido vegetal da sua coleção.

“Posso ser quem você é sem deixar de ser quem eu sou”

We’e’ena aponta que ao se falar em moda indígena e inclusão social, ela destaca a Brasil Eco Fashion Week, por ter incluído a coleção da Arte Indígena. “Muitas marcas ou grifes tem o uso de alguma simbologia indígena, mas nunca é o indígena o seu próprio protagonista”, frisa We’e’ena. E lembra que “por muito tempo o povo indígena foi tutelado e agora chegou a vez de mostrar que somos capazes de protagonizar nossa própria história. Por isso quero dar voz à moda autoral indígena”.

A artista plástica ressalta a importância de participar de um evento nacional de moda e representar seu povo, sua ancestralidade, sua Amazônia, como forma de valorizar e dar visibilidade à história e cultura dos povos indígenas e, assim, tentar diminuir o preconceito e a desinformação sobre seu povo. “O indígena é sempre visto de maneira pejorativa. Nosso povo é um povo ágrafo (que não se expressa por meio da escrita), a nossa história sempre foi passada de pai para filho pela oralidade (uso falado de uma língua, característica dos povos ágrafos), por isso muitas pessoas não conhecem ou conhecem e pensam que não existem mais indígenas”, esclarece a indígena Tikuna.

We’e’ena destaca uma citação do líder indígena Marcos Terena, de que “posso ser quem você é sem deixar de ser quem eu sou”. E enfatiza que esse é o momento de cumprir essa missão de levar para o mundo da moda, da arte, a resistência, a visibilidade da cultura dos povos indígenas. “E o Brasil Eco Fashion abriu essa porta para mostrar que o indígena está incluído, não está excluído. Sinto-me muito honrada em poder representar nossa história e nossa arte”, concluiu a estilista.

Quarta Edição

“Este ano está sendo um desafio adaptar o evento, o qual requer uma programação on-line menor do que na versão física. É desafiador replanejar e rever o que estávamos acostumados a fazer”, destaca Rafael Morais, diretor executivo da semana de moda Brasil Eco Fashion Week (BEFW). Ele acredita que no universo on-line o evento atingirá outros públicos, de pessoas que não conseguiam acompanhar presencialmente a programação do evento. “A palavra é adaptação”, frisa.

A BEFW chega em sua quarta edição, segundo Morais, com pontos muito positivos dos três anos anteriores de um evento anual, nacional, que trabalha no segmento da moda, da sustentabilidade e do consumo consciente. A semana de moda baseia-se em três pilares: o setor de desfiles – com a oportunidade de uma passarela para os empreendedores e marcas; o showroom – a feira dos expositores, com a possibilidade de comercialização de peças; e o setor de conteúdo – com debates, apresentação de inovações, projetos, propostas. “Para tudo funcionar, entendemos que é necessário mobilizar os consumidores e investidores (players de mercado), jogando luz aos assuntos e aos temas relacionados à proposta do nosso evento”, avalia o diretor executivo. Na última edição, de 2019, foram 70 atividades, 15 workshops e 5 palcos.

Rafael Morais destaca o desafio de adaptar o evento ao formato on-line em tempos de pandemia | Fotosite

“O evento preza tanto pela inclusão de marcas de moda do segmento ecológico e em dar espaço a essas empresas, com também sempre abraçou a diversidade, a pluralidade, das marcas e da equipe de trabalho”, ressalta Rafael Morais, ao falar que o evento sempre contou com um elenco de modelos (casting) muito diverso, além das marcas inscritas ou convidadas. As inscrições são realizadas por meio de edital, com curadoria e curadores para cada setor, para ampliar o olhar da diversidade.

O objetivo é oferecer a oportunidade de uma passarela para marcas que não tenham essa possibilidade, explica Morais, como a moda indígena da We’e’na Tikuna, a moda inclusiva e novos modelos de negócios – como ocorreu no ano passado com desfile da loja multimarcas Bemglô, uma plataforma pioneira de consumo sustentável idealizada pela atriz Glória Pires e amigos; e da loja de aluguel de roupas Roupateca –, e neste ano contará com a participação de uma cooperativa, a Justa Trama, de Porto Alegre com a cadeia produtiva de algodão do Ceará e Mato Grosso do Sul.

Entre outras marcas selecionadas este ano, além da convidada We’e’ena Tikuna Arte Indígena, da região do alto Rio Solimões-Amazonas, estarão na BEFW a Catarina Mina, estreante com roupas em renda de bilro, do projeto de 120 artesãs do Ceará, que sempre participou do evento com bolsas e acessórios feitos à mão; da Paraíba, a Natural Cotton Color, referência em algodão orgânico naturalmente colorido; do Rio Grande do Sul, a Nuz Demi Couture, de peças com modelagens múltiplas; de São Paulo, o estilista e alfaiate Leandro Castro, com moda produzida com tecidos de reuso; e de Belo Horizonte, a estreante Libertées, que iniciou como projeto social de capacitação de mulheres detentas; de Brasília, Flávia Amadeu vai apresentar biojoias feitas em látex natural da Amazônia desenvolvido junto a comunidades seringueiras locais. As marcas escolhidas passaram por processo de curadoria e representam as cinco regiões do país.

As inscrições para o público já estão abertas no site, pelo link: https://brasilecofashion.com.br/participe/

Serviço:
Brasil Eco Fashion Week – 4a edição
Formato Online
18 a 22 de novembro

Canais do evento:
Site: brasilecofashion.com.br
Instagram: @brasilecofashionweek
Linkedin: Brasil Eco Fashion Week