Especialista aponta sete dicas para se maquiar sem comprometer a saúde ocular

Mesmo sem aglomerar, muita gente aproveita a época de Carnaval para arrasar na maquiagem. Na opinião do médico oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP), a maior parte dos problemas seria evitada se a pessoa reservasse um tempo adequado, bem como um ambiente calmo e bem iluminado, para fazer a maquiagem.

“Um dos erros mais comuns que a gente vê, diariamente, é a mulher se maquiar enquanto dirige, a caminho do trabalho ou até mesmo de uma festa. Além de aumentar as chances de um acidente de trânsito, a instabilidade do momento pode favorecer, por exemplo, que o lápis ou ainda o aplicador de rímel atinja a córnea”, alerta o médico, ao  recomendar que o ideal, neste caso, seria reservar 15 minutos antes de sair de casa para se arrumar do jeito que achar oportuno.
 

Arranhar a córnea é um dos problemas mais recorrentes e preocupantes durante a maquiagem, já que a escoriação pode evoluir para uma infecção e colocar em xeque a visão do paciente. Neves também chama atenção para um tipo de conjuntivite relacionado a produtos de beleza que não são armazenados da maneira correta ou que já passaram do prazo de validade.

“A maioria dos itens de maquiagem para os olhos contém substâncias que evitam a proliferação de bactérias. Além dos cuidados no manuseio, armazenamento e tempo de uso, vale ressaltar que maquiagem de qualidade inferior, sem selo de qualidade ou aprovação dos órgãos responsáveis pela fiscalização, contribui bastante para o surgimento de problemas oculares”, enfatiza o oftalmologista.

Renato Neves acrescenta que, se até mesmo produtos dermatologicamente testados e aprovados podem desencadear reações alérgicas, causando vermelhidão, irritação, inchaço e até mesmo infecção, imagine o risco de se usar um produto de origem duvidosa.

Confira as dicas do médico Renato Neves para se maquiar com segurança

Reserve tempo para se maquiar – “A maquiagem mais básica possível inclui produtos para a região dos olhos, seja lápis, rímel ou sombra (ou todos juntos). Sendo assim, é importante dedicar alguns minutos, antes de sair de casa, para se maquiar num ambiente bem iluminado; e prestar atenção na hora de aplicar lápis ou delineador. O uso deve ser externo, jamais na parte interna do olho”.

Todo cuidado é pouco com glitter e purpurina – “A maquiagem de Carnaval, que costuma ser mais elaborada e trazer muito brilho, requer cuidado dobrado para que nenhuma partícula, inadvertidamente, atinja a parte interna do olho. A festa sempre acaba mais cedo para quem se descuida e o glitter acaba arranhando a córnea. Nestes casos, é fundamental procurar um serviço de pronto-atendimento em oftalmologia”.

Lentes de contato e maquiagem não combinam“Usuários de lentes de contato são bem mais suscetíveis a problemas oculares relacionados ao uso de maquiagem. Isto porque alguns produtos podem acidentalmente entrar em contato com a lente e contaminá-la – podendo causar até mesmo uma infecção. Sendo assim, uma escolha se faz necessária: ou a maquiagem pesada nos olhos, ou as lentes”.

Maquiagem não deve ser compartilhada“Até mesmo quem costuma recorrer a um salão de beleza para fazer cabelo e make-up de forma profissional deveria carregar consigo seus próprios itens de maquiagem, principalmente aqueles usados nos olhos. Esse cuidado é fundamental para evitar contaminação por bactérias. Nem mesmo entre amigas ou irmãs esse hábito deve ser estimulado”.

Substitua produtos duas ou três vezes ao ano – “Tudo o que é utilizado na maquiagem dos olhos deve ser substituído a cada quatro meses, no máximo seis. Isto porque, com o uso, as características do produto vão se modificando e aumentam as chances de contaminação. O ideal, então, é não esperar que o rímel comece a apresentar grumos ou forte odor para só então descartá-lo. A essa altura, os riscos já são consideráveis. Também é fundamental descartar a maquiagem logo depois de uma infecção ocular, a fim de evitar que as bactérias se espalhem e continuem a representar um risco para a saúde ocular”.

Cílios postiços devem ser retirados no fim da festa“A curvatura dos cílios é naturalmente programada para que eles se toquem, durante mais de 20 mil piscadas diárias, sem que um interfira no outro. Quando os cílios são obrigados a ‘suportar’ o peso dos fios artificiais, isso faz com que eles se toquem de forma diferente, podendo grudar, entortar e até arranhar a visão. Há também o risco de uma conjuntivite química e inclusive de lesões de gravidade variável em função do contato com a cola utilizada. Sendo assim, nada de passar o dia inteiro de cílios postiços e muito menos dormir com eles. Eles podem ser usados com cautela para ir a uma festa e devem ser retirados logo depois”.

Não durma de maquiagem! – “Independentemente das circunstâncias, ir para cama maquiada com lápis, rímel e sombra – mesmo que se tenha investido muito tempo para fazer os tais olhos esfumados – aumenta as chances de problemas oculares. Os olhos são extremamente sensíveis e não é raro que, no contato com o travesseiro, a maquiagem acabe entrando em contato com a parte interna da pálpebra ou ainda com a córnea, podendo no mínimo causar uma irritação”.

Foto: Divulgação

Maquiagem de Carnaval pode colocar saúde ocular em risco, alerta especialista

Oficialmente, o Carnaval acontece dia 5 de março. Mas tem muita gente se divertindo desde o início do ano em festas, blocos de rua e nos ensaios das escolas de samba. Entre as tendências de maquiagem, estão fazendo sucesso as sombras neon e color blocking, além de muito iluminador e o clássico glitter. Até aí, tudo ótimo – exceto pelo fato de que alguns deslizes cometidos durante a maquiagem podem colocar os olhos em risco.

Na opinião do médico oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP), a maior parte dos problemas seria evitada se a pessoa reservasse um tempo adequado, bem como um ambiente calmo e bem iluminado para fazer a maquiagem. “Um dos erros mais comuns que a gente vê diariamente é a mulher se maquiar enquanto dirige, a caminho do trabalho ou até mesmo de uma festa. Além de aumentar as chances de um acidente de trânsito, a instabilidade do momento pode favorecer, por exemplo, que o lápis ou ainda o aplicador de rímel atinja a córnea. O ideal, neste caso, seria reservar 15 minutos antes de sair de casa para se arrumar do jeito que achar oportuno”.

Arranhar a córnea é um dos problemas mais recorrentes e preocupantes durante a maquiagem, já que a escoriação pode evoluir para uma infecção e colocar em xeque a visão do paciente. Neves também chama atenção para um tipo de conjuntivite relacionado a produtos de beleza que não são armazenados da maneira correta ou que já passaram do prazo de validade. “A maioria dos itens de maquiagem para os olhos contém substâncias que evitam a proliferação de bactérias. Além dos cuidados no manuseio, armazenamento e tempo de uso, vale ressaltar que maquiagem de qualidade inferior, sem selo de qualidade ou aprovação dos órgãos responsáveis pela fiscalização, contribui bastante para o surgimento de problemas oculares. Se até mesmo produtos dermatologicamente testados e aprovados podem desencadear reações alérgicas, causando vermelhidão, irritação, inchaço e até mesmo infecção, imagine o risco de se usar um produto de origem duvidosa”.

A seguir, Renato Neves aponta sete dicas para se maquiar com segurança:

  1. Reserve tempo para se maquiar. “A maquiagem mais básica possível inclui produtos para a região dos olhos, seja lápis, rímel ou sombra (ou todos juntos). Sendo assim, é importante dedicar alguns minutos antes de sair de casa para se maquiar num ambiente bem iluminado e prestar atenção na hora de aplicar lápis ou delineador. O uso deve ser externo, jamais na parte interna do olho”.
  2. Todo cuidado é pouco com glitter e purpurina. “A maquiagem de Carnaval, que costuma ser mais elaborada e trazer muito brilho, requer cuidado dobrado para que nenhuma partícula inadvertidamente atinja a parte interna do olho. A festa sempre acaba mais cedo para quem se descuida e o glitter acaba arranhando a córnea. Nestes casos, é fundamental procurar um serviço de pronto-atendimento em oftalmologia”.
  3. Lentes de contato e maquiagem não combinam. “Usuários de lentes de contato são bem mais suscetíveis a problemas oculares relacionados ao uso de maquiagem. Isto porque alguns produtos podem acidentalmente entrar em contato com a lente e contaminá-la – podendo causar até mesmo uma infecção. Sendo assim, uma escolha se faz necessária antes de sair para uma festa ou desfile de Carnaval: ou a maquiagem nos olhos, ou as lentes”.
  4. Maquiagem não deve ser compartilhada. “Até mesmo quem costuma recorrer a um salão de beleza para fazer cabelo e make-up de forma profissional deveria carregar consigo seus próprios itens de maquiagem, principalmente aqueles usados nos olhos. Esse cuidado é fundamental para evitar contaminação por bactérias. Nem mesmo entre amigas ou irmãs esse hábito deve ser estimulado”.
  5. Substitua produtos duas ou três vezes ao ano. “Tudo o que é utilizado na maquiagem dos olhos deve ser substituído a cada quatro meses, no máximo seis. Isto porque, com o uso, as características do produto vão se modificando e aumentam as chances de contaminação. O ideal, então, é não esperar que o rímel comece a apresentar grumos ou forte odor para só então descartá-lo. A essa altura, os riscos já são consideráveis. Também é fundamental descartar a maquiagem logo depois de uma infecção ocular, a fim de evitar que as bactérias se espalhem e continuem a representar um risco para a saúde ocular”.
  6. Cílios postiços devem ser retirados no fim da festa. “A curvatura dos cílios é naturalmente programada para que eles se toquem, durante mais de 20 mil piscadas diárias, sem que um interfira no outro. Quando os cílios são obrigados a ‘suportar’ o peso dos fios artificiais, isso faz com que eles se toquem de forma diferente, podendo grudar, entortar e até arranhar a visão. Há também o risco de uma conjuntivite química e inclusive de lesões de gravidade variável em função do contato com a cola utilizada. Sendo assim, nada de passar o dia inteiro de cílios postiços e muito menos dormir com eles. Eles podem ser usados com cautela para ir a uma festa e devem ser retirados logo depois”.
  7. Não durma de maquiagem! “Independentemente das circunstâncias, ir para cama maquiada com lápis, rímel e sombra – mesmo que se tenha investido muito tempo para fazer os tais olhos esfumados – aumenta as chances de problemas oculares. Os olhos são extremamente sensíveis e não é raro que, no contato com o travesseiro, a maquiagem acabe entrando em contato com a parte interna da pálpebra ou ainda com a córnea, podendo no mínimo causar uma irritação”.

Foto: reprodução da internet

Alto Solimões recebe Projeto Amazônico de Atendimento Oftalmológico da Ufam

Seis municípios da região do Alto Solimões estão sendo atendidos por uma equipe que compõe o Projeto Amazônico de Atendimento Oftalmológico da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O grupo é composto por experientes cirurgiões, enfermeiros, anestesistas, retinólogos e médicos residentes.

Além de ajudar muitas pessoas em locais carentes de profissionais dessa especialidade, o projeto é a oportunidade de os residentes em Oftalmologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Ufam aperfeiçoarem os conhecimentos na área.

Segundo o médico-residente Galileu Neto, participar de um projeto desse porte é uma oportunidade de aprender com profissionais mais experientes. Ele está na viagem desde o dia 19 de maio e realizou a triagem de pacientes para a cirurgia nos municípios de Santo Antônio do Içá, Amaturá e São Paulo de Olivença.  “O mutirão de catarata é uma grande oportunidade de estar em contato e aprender com outros colegas médicos, tanto do Amazonas quanto de outros estados. Observo que o nosso trabalho ajuda a diminuir uma demanda significativa de pacientes que necessitam do atendimento oftalmológico, especialmente na população carente, e do interior que não teriam condições de ir até Manaus”, destaca o médico.

Cerca de 1000 atendimentos clínicos e 100 cirurgias foram realizadas em Atalaia do Norte e Benjamin Constant (Foto: Ascom/Ufam)

Outra residente do Projeto de Atendimento Oftalmológico no Alto Solimões é Vanessa Marques. Ela afirma que o aprendizado no Alto Solimões foi bem além da Oftalmologia. “Trabalhei com a seleção de pacientes a serem submetidos à cirurgia de catarata. Realizei a triagem nos municípios de Tabatinga, Atalaia do Norte e Benjamin Constant. Apesar de eu ser amazonense, eu nunca havia viajado para o interior do Amazonas. Aprendi muito sobre o nosso estado. Eu conhecia apenas alguns municípios próximos de Manaus. No início da experiência, fiquei receosa, mas fui muito bem recebida por todas as pessoas. Além de todo  esse acolhimento proporcionado pela população, é muito gratificante trabalhar nesse projeto por ele  ter o poder de, realmente, mudar a vida das pessoas. Vi pacientes que estavam acamados, sem sair de casa por não conseguirem enxergar há anos por causa de catarata e que voltaram a ver, após o mutirão oftalmológico”, destacou.

População aprova atendimentos

A população demonstra satisfação com o atendimento recebido. O agricultor Lino Rodrigo dos Santos, 75 anos, morador do município de Atalaia do Norte foi um dos pacientes de catarata que passaram pela triagem dos residentes. “A catarata estava há dez anos a me impedir de trabalhar na roça com feijão, banana e pimentão. Eu não conseguia mais plantar. Senti um pouco de dor durante a cirurgia, mas com certeza bem menos que não poder enxergar bem. Não quero muito da vida, quero apenas produzir meus próprios alimentos para ter paz. Gostei muito do atendimento de toda a equipe, desde quando fui atendido na triagem pelos médicos residentes até o momento de realizarem minha cirurgia, quando eu estava bastante ansioso. Fui muito bem tratado no momento em que mais precisei. Estou muito agradecido”, declarou Lino.

(Foto principal: Ascom/Ufam)