No mês alusivo à saúde do homem, especialmente de conscientização para a prevenção do câncer de próstata, instituições em todo o Brasil também reforçam a importância da prevenção e controle do diabetes, alteração que atinge cerca de 16 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Trata-se do movimento mundial de conscientização do ‘Novembro Diabetes Azul’, com base no Dia Mundial do Diabetes, em 14 de novembro.
No ‘Novembro Diabetes Azul’, a superintendente do Núcleo de Educação Permanente da Associação Segeam (Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas), enfermeira Adriana Macedo, explica que o trabalho educativo é voltado para pacientes com a doença e profissionais que atuam no atendimento diário a esse público, incluindo orientação para o autocuidado, atualização de protocolos práticos e de ensino, além de planejamento de ações educativas.
O Diabetes é uma doença metabólica cuja principal característica são os níveis elevados de glicose no sangue. Quando não é tratado corretamente e controlado, o diabetes pode causar várias complicações, como a neuropatia periférica, doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), retinopatia, doença renal crônica e úlceras no pé, que se não tratadas a tempo, podem levar a amputações e até à morte do paciente.
O ‘Novembro Diabetes Azul’ trabalha diversas pautas correlacionadas e, neste ano, o destaque é para profissionais da enfermagem que fazem a diferença nesse contexto, desempenhando um papel vital para a compreensão dos pacientes sobre a condição em que vivem ao desenvolverem a doença e na melhoria da qualidade de vida.
Ambulatório de egressos
No Amazonas, a Segeam atua através do Programa Pé Diabético, que funciona na estrutura das policlínicas da SES-AM (Secretaria de Estado de Saúde), vinculada ao Governo do Estado. O programa é voltado para o tratamento de lesões em membros inferiores dos portadores do diabetes. O Ambulatório de Egressos, que integra o programa, recebe pacientes pós-tratamento de lesões nos pés, para acompanhamento multidisciplinar. O principal objetivo é prevenir novas lesões.
Segundo Adriana Macedo, é importante que o tratamento em nível ambulatorial seja feito através de serviços especializados, garantindo, assim, que os pacientes também sejam orientados para promover o autocuidado em casa.
“Em nível ambulatorial, as boas práticas em diabetes envolvem profissionais de enfermagem, fisioterapia, médicos, nutricionistas, psicólogos, entre outros, uma vez que parte dos pacientes precisa passar por reabilitação e controle constante do quadro clínico”, destaca.
Quanto à etapa de orientações ao paciente, ela explica que pontos importantes são abordados. Entre eles, estão a hipoglicemia e a hiperglicemia (oscilação do nível de açúcar no sangue), o exame diário dos pés, o uso de calçados adequados, a correta higiene e hidratação dessa área do corpo, as implicações de se andar descalço e o corte correto das unhas. Detalhes simples, mas que, segundo ela, podem fazer a diferença.
Nutrição e uso medicamentoso
Um acompanhamento nutricional é de extrema relevância na vida de quem convive com o diabetes, pois, uma boa alimentação, com poucos carboidratos e açúcares, pode ser determinante para o equilíbrio da glicemia. Também contribuem para esse controle a utilização de medicamentos com prescrição médica.
“O planejamento dos pacientes no âmbito hospitalar vai desde a sua admissão, até a pós-alta médica. Hoje, o grande desafio é o controle da glicemia, principalmente no período de pandemia do novo coronavírus, no qual uma parte dos pacientes relaxou nos cuidados. A preocupação passou a ser redobrada, já que o diabetes descompensado é um fator de risco para o agravamento dos quadros de Covid-19”, destacou Adriana Macedo, ao reforçar a necessidade do comparecimento às consultas de acompanhamento e de seguir as orientações da equipe de saúde.
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