A artista visual indígena amazonense, do povo Tukano, Duhigó, apresenta seu inédito autorretrato na exposição coletiva “Histórias Brasileiras”, em cartaz no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), em São Paulo. A mostra acontece por ocasião do bicentenário da independência do Brasil, aberta no dia 26 de agosto e segue até o dia 30 de outubro, ocupando o 1º andar e o 2º subsolo da instituição.
“Histórias Brasileiras” reúne cerca de 380 trabalhos – sendo 24 inéditos – de aproximadamente 250 artistas e coletivos, entre eles o de Duhigó, em acrílica sobre tela. As obras de arte da exposição contemplam diferentes mídias, suportes, tipologias, origens, regiões e períodos, organizados em oito núcleos temáticos: Bandeiras e Mapas, Paisagens e trópicos, Terra e território, Retomadas, Retratos, Rebeliões e revoltas, Mitos e ritos e Festas.
Nesse contexto, a perspectiva privilegiada não é tanto a da história da arte, mas a das histórias sociais ou políticas, íntimas ou privadas, dos costumes e do cotidiano, partindo da cultura visual e expressando um caráter mais polifônico e fragmentado, escapando de uma visão definitiva, canônica e totalizante. A obra de Duhigó é um autorretrato de 2 metros por 1,2 metro, em acrílica sobre tela e está sendo exposta ao lado de autorretratos de grandes nomes das artes, como Lina Bo Bardi, arquiteta criadora do MASP, Pietro Maria Bardi, um dos criadores do MASP, Tarsila do Amaral, Paulo Nazareth, Heitor dos Prazeres, José Pancetti, Maria Auxiliadora e a pintora macuxi Carmézia Emiliano.
Autorretrato da artista visual amazonense Duhigó est´á em exposição no MASP
A exposição tem direção curatorial de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Lilia Moritz Schwarcz, curadora convidada, e curadoria de Tomás Toledo, Clarissa Diniz e Sandra Benites, além de diversos curadores da instituição: Amanda Carneiro, curadora assistente, André Mesquita, curador, Fernando Oliva, curador, Glaucea Britto, curadora assistente, Guilherme Giufrida, curador assistente e Isabella Rjeille, curadora. Ao longo do período expositivo, todas as terças e quintas-feiras a entrada no Museu será gratuita.
A obra autorretrato de Duhigó poderá ser vista no 2º subsolo do Masp, onde se encontra o núcleo “Retratos”, com curadoria de Adriano Pedrosa e Lilia Moritz Schwarcz. Nele são justapostas representações de vozes não notabilizadas, como as indígenas, negras e ativistas, e retratos icônicos da história brasileira, através de autorretratos ou representações de figuras de poder de diferentes períodos. “A partir das dimensões identitárias contemporâneas, o núcleo pretende explorar a possibilidade de reler a tradição de uma forma mais viva e diversa”, afirmam os curadores.
Convidada do Espaço Priceless
Duhigó, representada pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, também é artista convidada pelo Mastercard para expor obra multissensorial no Espaço Priceless, composto pelo Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante, localizado no rooftop do Shopping Light, em São Paulo. Duhigó assina um painel no teto do restaurante composto em colaboração com a cenógrafa Patrícia Sobral que construíram uma obra de arte derivada de 6 obras de arte de Duhigó.
O Espaço Priceless abriu recentemente sua temporada Amazônia, com cardápio e decoração tematizada e inspirada na região. O novo menu, assinado por Onildo Rocha, conta com saberes compartilhados pelas chefs Clarinda Ramos, indígena do povo Sateré-Mawé, da Casa de Comida Indígena Biatüwi (Manaus) e Débora Shornik dos restaurantes Caxiri (Manaus) e Camu-Camu (Novo Airão).
Para Duhigó, que colaborou para criar o ambiente amazônico no Espaço Priceless, a alegria foi poder apresentar suas obras em um formato ainda não experimentado pela artista: do gigantismo.
Duhigó também expõe no Espaço Priceless Mastercard, na capital paulista
“Eu me senti flutuando quando eu vi o resultado de todas minhas obras no teto do restaurante. Essa sou eu! Essa é a arte de Duhigó. Nossas histórias, coisa indígenas do povo Tukano. Espero que quem for ao restaurante sinta o meu sentimento, a forma como faço arte. Eu gostei muito de trabalhar nesse projeto e como fui tratada, com muito respeito e em união com a equipe”, destaca Duhigó, artista visual indígena do povo Tukano.
O local aborda a cultura brasileira de forma multissensorial e é aberto ao público em geral, todos os dias. Ali, é possível encontrar amantes da alta gastronomia, pessoas que apreciam ambientes mais casuais e até mesmo quem só deseja observar São Paulo do alto de um dos prédios mais icônicos da região central. “Isso vai totalmente ao encontro de nossa essência, que é proporcionar momentos que não têm preço às pessoas, todos os dias”, afirma Sarah Buchwitz, vice-presidente de Marketing e Comunicação da Mastercard Brasil.
SP-Arte “Rotas Brasileiras”
Duhigó estreou no circuito de feiras de arte de São Paulo aceitando o convite da Aura Galeria em parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte, juntamente com o artista da técnica de marchetaria Dhiani Pa’saro, do povo Wanano. Eles apresentaram uma coleção de obras inspiradas em suas ancestralidades e elementos de representatividade do seu povo.
Ao todo, Duhigó expôs nove obras de arte na maior feira de arte do país, a SP-Arte Rotas Brasileiras, de 24 a 28 de agosto, na Arca, galpão de 9 mil metros quadrados localizado na Vila Leopoldina, em São Paulo.
Com foco em projetos selecionados, sejam eles solos ou coletivos, a feira busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a produção fotográfica e artística de todo o território nacional. Segundo Fernanda Feitosa, diretora da SP–Arte, “existe uma produção de altíssima qualidade que vem da Amazônia, do Vale do Jequitinhonha, de capitais e interiores em diferentes regiões às quais nem sempre temos acesso. Rotas Brasileiras é um convite a essa imersão”.
(Foto Espaço Priceless: Divulgação/Gilberto Bronko)
Serviço
Histórias Brasileiras – até 30 de outubro/22
Direção curatorial: Adriano Pedrosa, diretor artístico, Lilia Moritz Schwarcz, curadora convidada
Curadores: Amanda Carneiro, André Mesquita, Clarissa Diniz, Fernando Oliva, Glaucea Britto,
Guilherme Giufrida, Isabella Rjeille, Sandra Benites e Tomás Toledo
Masp — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Horários: terça e quinta grátis. Terça, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas
Espaço Priceless Mastercard
Notiê Restaurante e Abaru Bar e Restaurante – Nova Temporada Amazônia
Endereço: Rooftop do Shopping Light (acesso pelo estacionamento do shopping no subsolo) – R. Formosa, 157 – Centro, São Paulo.
Horário de Funcionamento:
Abaru Bar e Restaurante – (possui um Terraço sempre aberto – a depender das condições climáticas) – funciona no almoço, café da tarde e bar à noite.
De segunda-feira à quinta-feira, do meio-dia às 23h. Às sextas e sábados do meio-dia à meia-noite. Aos domingos do meio-dia às 16 horas. Capacidade – 120 pessoas (área externa e interna)
Notiê Restaurante – aberto para o jantar
De terça-feira a sábado das 19h às 23h. Capacidade – 50 pessoas.
Menu degustação e pratos à la carte.
Fotos: Divulgação/Gilberto Bronko e Divulgação/Manaus Amazônia Galeria de Arte