Exposição “Nipetirã” é recorde de visitação e terá catálogo virtual

A Coletiva reúne mais de 130 obras de arte de 4 artistas indígenas e foi visitada por mais de 10 mil pessoas, na Galeria do Largo, em Manaus-AM

Um pouco mais de 10 mil pessoas visitaram a exposição Nipetirã, que ficou em cartaz durante 4 meses e meio na Galeria do Largo, no Largo de São Sebastião, Centro de Manaus-AM. Aberta em outubro de 2019 para marcar as comemorações do Governo do Amazonas pelos 350 anos da cidade de Manaus, a exposição “Nipetirã” (que significa “todos” na língua Tukano) apresentou a cultura ancestral amazônica por meio de 130 obras de arte de quatro artistas indígenas – Dhiani Pa’saro (etnia Wanano), Duhigó (etnia Tukano), Sãnipã (etnia Apurinã/Kamadeni) e Yúpuri (etnia Tukano). Um catálogo virtual e imagens da exposição poderão ser vistas futuramente na internet.

A exposição apresentou um projeto expográfico que contemplou quatro ambientes artísticos com murais pintados nas paredes da Galeria do Largo e que expressam o imaginário, a mitologia, o cotidiano e a ambiência destes artistas dentro suas etnias. Além dos murais, a mostra exibiu 54 obras – entre pinturas e quadros de marchetaria – e 72 esferas de acrílica sobre ouriço de castanha-do-Pará, exibidas em uma instalação em formato de totem na parte central da exposição.

Nipetirã: Carlysson Sena, Duhigó, Yúpuri, Sãnipã e Dhiani Pa’saro

Promovida pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, em parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte, a exposição teve entrada gratuita e é um sucesso de público. Os artistas expositores que já possuem projeção nacional puderam com a exposição serem um pouco mais conhecidos pela cidade. “A arte amazônica é, de fato, um presente para quem pode apreciá-la. É uma honra poder apresentar em um dos espaços da SEC uma exposição totalmente feita por artistas indígenas, que representam uma face importante do nosso povo”, destacou Marcos Apolo Muniz, secretário da cultura e economia criativa.

Para Carlysson Sena, fundador da Manaus Amazônia Galeria de Arte, a exposição foi um marco importante, pois conectou a população aos quatro artistas que estão salvaguardando suas culturas, por meio das artes visuais. Criou também um elo de conhecimento e amor de quem visitou, com a arte contemporânea produzida na Amazônia e com a temática amazônica. “Vamos eternizar a exposição por meio de um catálogo virtual e imagens em vídeo que irão compor um passeio pela exposição, como se ela nunca tivesse sido encerrada. Este material está em produção pela Manaus Amazônia Galeria de Arte e estará disponível no site da galeria em breve”, avaliou Carlysson.

Ancestralidade

O diretor da Galeria do Largo e curador da exposição, Cristóvão Coutinho, explicou que a parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte e a Galeria do Largo, proporcionou ao espaço expositivo oportunidades inúmeras, em que a sociedade tomou conhecimento de sua relação existencial com uma produção artística concebida por artistas que tem em seu DNA elementos culturais dos povos indígenas da Amazônia. “A mostra possibilitou aproximações de concepções estéticas, nesse momento de inserção da identidade de nossas ancestralidades, e foi perceptível a imersão dos visitantes na proposta curatorial da Nipetirã”, completou Coutinho.

Na proposta curatorial, a artista Sanipã trouxe as esferas/ouriços e pintou grafismos das etnias das quais descende – Apurinã e Kamadeni – que resgatam a memória desses povos, caracterizando o ambiente sobre o universo. Duhigó preparou um ambiente que fala sobre a casa, com pinturas sobre as pedras do município de São Gabriel da Cachoeira, sua terra natal, e trazendo referências de sua mitologia Tukano. Dhiani Pa’saro pintou o ambiente sobre o sagrado, com representações de rituais, o pajé, a música e instrumentos sagrados dos Wanano. Já Yúpuri fez o ambiente sobre o mundo, com grafismos e pinturas que refletem sobre sua identidade inserida no mundo contemporâneo.

Duhigó, artista plástica da etnia Tukano, batizou o nome da exposição com um nome indígena que é muito significativo, pois une o trabalho de artistas de diversas etnias. “Nipetirã somos todos nós artistas indígenas, que buscamos trazer de volta aquilo do passado que ainda tem em nossa imaginação e que nós queremos mostrar para que as pessoas possam conhecer, apreciar e pesquisar”, diz a artista que, junto com Dhiani Pa’saro, está também em exposição nacional coletiva e itinerante intitulada “VaiVém”, nos Centros Culturais Banco do Brasil de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte – reunindo 113 artistas com obras de arte sobre as redes de dormir brasileiras.

Todos Artistas

Sanipã (significa “Caba”, um tipo de vespa) nasceu em 31 de outubro de 1979, na região do Caetitu, localizada no município de Lábrea, nas margens do rio Purus, Amazonas. Em 2005, formou-se no curso de Pintura da Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia, em Manaus. Tornou-se a primeira indígena da etnia Apurinã e Kamadeni a se profissionalizar nas artes visuais. Atualmente vive e trabalha em Manaus e Lábrea. Em sua arte, expressa a cultura dos dois povos que descende: Apurinã e Kamadeni. Em suas telas e suportes derivados da floresta, há os grafismos, artefatos, rituais e o imaginário que envolve sua vivência como indígena da Amazônia. Sãnipã resgata a memória de sua tribo e de seu povo, com leituras e releituras da estética indígena.

Sanipã é a primeira indígena da etnia Apurinã e Kamadeni a se profissionalizar nas artes visuais

Dhiani Pa’saro (nome que significa “Pato do Mato”, na língua indígena Wanano) é um índio da etnia Wanano e nasceu em 23 de fevereiro de 1975, na aldeia Tainá, no município de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro. É filho de pai Wanano e mãe Kobéua. Veio para Manaus aos 23 anos e formou-se em Pintura e Marchetaria na Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia, em 2007 e 2008. É o primeiro indígena da etnia Wanano a se profissionalizar nas artes visuais. Fala fluentemente as línguas indígenas Wanano, Kobéua e Tukano. Em suas telas, Dhiani expressa, principalmente, a cultura primitiva e ancestral da Amazônia na cosmovisão indígena, dentro de uma expressão poética original e muito própria de um artista que vê na arte a possibilidade de salvaguardar a memória ancestral de seu povo Wanano.

Dhiani revela a cultura primitiva e ancestral da Amazônia na cosmovisão indígena

Duhigó (significa “primogênita”, na língua indígena Tukano) nasceu em 02 de março de 1957, na aldeia Paricachoeira, município de São Gabriel da Cachoeira, região do Alto Rio Negro. É filha de pai Tukano e mãe Dessana (etnias amazônicas). Mora em Manaus desde 1995. Concluiu o curso de Pintura na Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia, em 2005, tornando-se a primeira indígena da etnia Tukano a se profissionalizar nas artes visuais. Em suas telas, expressa, principalmente, a cultura ancestral da Amazônia na cosmovisão indígena.

Duhigó tem produção artística continua e já participou de exposições no Brasil e no exterior

Também costuma representar em seus trabalhos o cotidiano próprio das “nações” indígenas, seus artefatos e elementos mitológicos. Sua prioridade é registrar a memória dos índios Tukano, assim como a natureza amazônica presentes em sua memória afetiva. Fala fluentemente as línguas indígenas Tukano, Dessana e Tuyuka, além do português. Desde 2005, Duhigó possui uma contínua produção artística que já lhe rendeu exposições no Brasil e no exterior. Em 2009, o Governo do Amazonas presenteou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, com sua obra “Pote Tukano”, durante a campanha para a cidade de Manaus se tornar sub-sede da Copa do Mundo de 2014.

A pintura de Yúpuri tem como característica poética os registros de rituais, o cotidiano caboclo e indígena da Amazônia

Yúpury (significa “o primogênito da nação Tukano da 3ª geração”, na língua Tukano) nasceu em Porto Velho, Rondônia, no dia 15 de julho de 1987, filho de mãe Tukano e pai baiano. Em 2007, concluiu o curso de Pintura na Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia, em Manaus. Filho da artista Duhigó sempre acompanhou sua mãe no ofício das artes visuais, desenvolvendo o seu próprio estilo. Atualmente, Yúpury encontra na arte uma terapia e uma forma de contribuir para que os hábitos e costumes de sua etnia Tukano sejam preservados. O que antes era uma memória guardada na oralidade indígena passa a ser eternizado pela arte visual do artista. Sua pintura tem como característica poética os registros de rituais, o cotidiano caboclo e indígena da Amazônia, bem como os elementos mitológicos dos índios tukano em diálogo com a contemporaneidade.

Texto e Fotos: Manaus Amazônia Galeria de Arte/Divulgação

Passo a Paço 2019 traz diversidade de atrações e feira gastronômica

A sexta edição do Festival Passo a Paço, que integra a programação oficial das celebrações dos 350 anos de Manaus, comemorado dia 24 de outubro, acontecerá de 5 a 8 de setembro. Um dos principais acontecimentos culturais da região Norte, o evento vai reunir no Centro Histórico música, artes e gastronomia, com acesso gratuito para a população.

O diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Bernardo Monteiro de Paula, pontuou a evolução, a diversidade e a importância do Passo a Paço no processo de ressignificação do centro histórico. “Temos uma edição do Passo a Paço extremamente dedicada à celebração dos 350 anos da cidade de Manaus, porque não poderíamos deixar de entregar algo que fosse à altura da nossa cidade. No momento que vemos tanta intolerância, nós precisamos entregar o amor e o Passo a Paço vem celebrando, mais uma vez, a diversidade, fomentando a cena local, valorizando os trabalhos dos artistas desenvolvidos aqui e somando-se a grandes nomes da música nacional e internacional. O Centro é um lugar democrático”, disse Bernardo.

Atrações

A principal atração deste ano é o rapper, produtor musical e ator americano Thomas DeCarlo Callaway, mais conhecido como CeeLo Green, que se apresenta no primeiro dia do evento, dia 5, no palco da Plataforma Malcher, situada dentro do porto de Manaus, às margens do rio Negro. Com influências do hip hop, funk e R&B, o artista se destaca por seu trabalho no soul, sendo dele o hit mundial “Crazy”, que alcançou a primeira posição em várias paradas de singles em 2016, além de “Cry Baby” e “Forget You”, ambas lançadas em 2010. Seu trabalho mais recente foi em 2015, com o álbum Heart Blanche.

Entre as atrações nacionais, a cena indie desponta com a participação do cantor e DJ Jaloo e da cantora, instrumentalista, atriz e escritora Letrux. Ambos irão se apresentar no novo palco da feira da Banana, juntamente com nomes como Sidney Magal, Roberta Miranda e Diogo Álvaro Ferreira, artisticamente conhecido como Baco Exu do Blues, um dos maiores rappers da música contemporânea. A proposta é promover a mistura dos conceitos de cult e brega.

Ainda dentro do conceito alternativo, a banda Liniker e os Caramelows reforçam a diversidade do Passo a Paço, trazendo ao palco da Plataforma Malcher músicas do soul e black music em composições autorais e que abordam as relações com pessoas e com o mundo. Completam o time de artistas nacionais a funkeira Ludmilla, o rapper Emicida, o cantor Fagner e o sambista Zeca Pagodinho.

Além disso, mais de 30 artistas locais se somarão às atrações nacionais, abrilhantando e dando o toque amazônico ao evento. Eles irão comandar os palcos do Coreto da praça Dom Pedro II, Banana e Plataforma Malcher.

‘Passinho’

Inovando, mais uma vez, e pensando no lazer e segurança de crianças e jovens, o último dia do Passo a Paço 2019, o domingo (8) será totalmente dedicado às famílias. Nesse dia, a programação cultural estará concentrada no palco Arena (estacionamento do Paço da Liberdade) e no Coreto, junto à Feira Gastronômica.

Uma das atrações é o grupo paulista Barbatuques que, além do vocal, utiliza a percussão corporal, sapateado e improvisação, que tornaram o grupo reconhecido e atuante tanto no meio artístico quanto educacional, resultando em espetáculos musicais, álbuns, treinamentos e oficinas que já foram levados a mais de 20 países ao redor do mundo.

Fecha a programação do “Passinho”, a dupla de comediantes do FutParódias, que já tem mais de seis milhões de inscritos em seu canal do YouTube com vídeos de paródias sobre futebol.

Teatro

Considerado referência nacional no teatro de bonecos, o Grupo Giramundo, que tem 50 anos de trajetória, é a proposta que o Festival Passo a Paço traz para este ano. Uma exposição comemorativa será montada no espaço do Museu do Porto, sob a administração da Prefeitura de Manaus, que realizará também a intervenção urbana nas ruas do centro histórico, onde acontece o evento, com bonecos de mais de 4 metros de altura.

Um dos grupos de teatro de bonecos mais premiados em todo o mundo, o Giramundo é uma atração para todos os tipos de públicos: do adulto ao infantil. A cada ano, além de montar um novo espetáculo, o grupo faz uma remontagem. As 950 marionetes, que já encenaram ou ainda encenam as peças do grupo, compõem o maior acervo de coleção privada do Brasil.

Feira Gastronômica

A Prefeitura de Manaus publicou, na edição 4.641 do Diário Oficial do Município (DOM) da última quinta-feira (18) o Edital de Chamamento Público que objetiva a permissão do uso de espaço público para a operação de venda de alimentos durante o Festival Passo a Paço 2019.

Para esta edição, o edital de n° 06/2019, prevê 40 espaços para a venda de alimentos durante o festival, divididos em quatro categorias: Barraca do Chef (até 20 vagas); Novos Chefs (até duas vagas); Food Truck (até 15 vagas) e Futuros Talentos (até três vagas). Os espaços integram a Feira Gastronômica, um dos principais atrativos do festival.

As categorias “Barraca do Chef”, “Novos Chefs” e “Futuros Talentos” são caracterizadas como um espaço temporário montado com estrutura e equipamentos culinários que auxiliarão no preparo e na comercialização das comidas. Já os food trucks, são espaços móveis que transportam e vendem comida, podendo ser furgões ou caminhões de pequeno porte.

Para concorrer ao edital, os interessados deverão protocolizar a proposta, no prazo de sete dias úteis a contar da publicação do edital, no setor de Protocolo da sede da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), localizada na avenida André Araújo, n° 2767, bairro Aleixo, zona Centro-Sul, no horário comercial das 8h às 17h.

Na proposta deverá conter portfólio, que demonstre a experiência e/ou a quantidade de serviços ofertados pelo estabelecimento ou chef, tais como certificados, diploma de graduação em gastronomia, premiações, críticas e outros comprovando as atividades realizadas na área gastronômica, além de documentos solicitados no edital e de ficha de inscrição disponibilizada no link http://dom.manaus.am.gov.br/pdf/2019/julho/DOM%204641%2018.07.2019%20CAD%201.pdf. O edital na íntegra e todos os requisitos necessários também estão disponíveis na página.

Categoria ‘Futuros Talentos’

Destinada às universidades com curso de graduação em andamento de Gastronomia, a categoria visa estimular a formação acadêmica e o incentivo à pesquisa e a profissionalização no mercado de trabalho. Cada instituição convidada pela Manauscult poderá operar uma barraca e comercializar a venda de alimentos que serão elaborados por seus alunos durante o festival.

Valores

Os pratos de comidas comercializados pelos proponentes na Feira Gastronômica, sendo salgados e doces, deverão respeitar o valor mínimo de R$ 5 e o valor máximo de R$ . Os proponentes poderão comercializar, ainda, venda de bebidas, desde que sejam artesanais e originais, como sucos naturais, smoothies, drinques e outros.

Atrações do Passo a Paço 2019

5 de setembro

CeeLo Green

Ludmilla

Jaloo

Roberta Miranda

6 de setembro

Emicida

Fagner

Letrux

Sidney Magal

7 de setembro

Zeca Pagodinho

Liniker e os Caramelows

Baco Exu do Blues

Guto Lima

8 de setembro – Passinho

FutParódias

Barbatuques

Raylla Araújo

Lorenzo Fortes

Marcella Bártholo

Show da Zelda

Gandhicats

Di Bubuia

Atrações Locais

Anne Jezini

Santaella

Coletivo 333

Gramophone

Elisa Maia

Baile da Papaizinha

Manauaras em Extinção

Bumba Meu Rock

Saturno

May Seven

Oblivion

Serginho Queiroz

Dan Stump

Lotus

James Rios

Sinezio Rolim

Mady e Seus Namorados

Antônio Bahia

Lary Go & Strela

Saravá

Catraia Rock

Pororoca Atômica

Raulnei e Renier de Carvalho

Mão pra Riba

Carol Amaral

Fotos: Jéssica Rebello/Arquivo Manauscult 2018

Da floresta amazônica para o tapete vermelho do Oscar

Em seu sétimo destino, a Expedição #AquiTemSebrae desembarcou em Cruzeiro do Sul, no Acre (a 635 quilômetros da capital, Rio Branco), para conhecer a história do artesão e empresário Maqueson Pereira da Silva. Com uma técnica singular de marchetaria, ele vende suas obras para países de todos os continentes e já expôs em cidades como Paris, Tóquio, Nova Iorque, Milão e Londres. No Oscar de 2017, teve uma de suas clutches (bolsas de mão), usada pela estilista Stacy London.

Mas o início dessa trajetória de sucesso não foi nada fácil. Do local onde vivia, no Seringal Flora, até a cidade mais próxima na época – Porto Walter/AC, eram três dias de viagem de barco. Maqueson nasceu no seringal no final dos anos 50 e aprendeu a ler com seu avô, que era cego. Trabalhava com o pai na extração do látex das seringueiras e já entalhava a madeira, construindo barcos e instrumentos musicais. “Minha família veio do Ceará no auge do ciclo da borracha. E a gente vivia muito isolado. Ao mesmo tempo que a gente tinha tudo, tinha a natureza, a gente estava distante de tudo”, lembra.

Maqueson só iniciou os estudos formais aos 14 anos, quando saiu do seringal e ingressou em uma escola coordenada por padres missionários alemães. Devido a seu destaque em disciplinas como língua portuguesa e alemã, matemática e teologia, foi transferido do Acre para estudar no Instituto Liebermann, na cidade de Salete, em Santa Catarina. O seminário exigia que, além dos estudos formais, o aluno desenvolvesse alguma habilidade manual. Ele, então, optou pelo trabalho com a madeira, tão íntima dos seus tempos de floresta. Começou a construir móveis e utensílios e, intuitivamente, a desenvolver quadros usando a marchetaria, o que chamou a atenção do responsável pelos seus estudos, Guilherme Schüler, padre alemão, que logo lhe apresentou os detalhes históricos e artísticos daquela técnica, estimulando seu aprendizado e desenvolvimento.

Arte com madeira colorida natural

A marchetaria é a técnica de se utilizar lâminas de madeira recortadas e aplicadas de forma minuciosa, formando figuras. No caso da Marchetaria do Acre, os conhecimentos de Maqueson em botânica o permite utilizar em sua arte mais de 150 espécies de madeiras e raízes, obtendo colorações inimagináveis para a marchetaria. E sem o uso de tintas. “Eu comecei a trabalhar com a marchetaria porque queria criar algo diferente, não queria fazer móveis. Hoje, usamos resíduos de árvores e madeiras de áreas certificadas. Usamos a madeira natural, sem pintura, e o céu é o limite para a quantidade de tons que podemos combinar. Assim, cada peça é única”, ressalta.

No início de sua carreira, Maqueson trabalhava basicamente com a arte sacra e o cubismo. Após alguns anos, com a ajuda do padre, foi para a Alemanha onde se especializou ainda mais em sua técnica. Estudou também na Itália e na Suíça. Retornou para Cruzeiro do Sul e inaugurou sua oficina. A partir daí, em um resgate de suas origens, passou a incluir em suas obras temas da flora e da fauna amazônica.

Sua oficina é responsável por cerca de 20 empregos diretos, produzindo objetos de arte, decoração e moda para diversas lojas e galerias do país e do exterior, além de órgãos governamentais. “Sei o que significa começar do zero e chegar até aqui. Em muitos momentos, enfrentei preconceitos e me sentia inferiorizado, por ser um `caboclo` nascido nas barrancas do Rio Juruá. Tudo o que aconteceu na minha trajetória foi muito importante. Hoje entendo que esta origem representa um diferencial do meu trabalho”, diz, emocionado.

Árvore que dá boa sombra

O primeiro plano de negócios do Sebrae na cidade de Cruzeiro do Sul foi realizado para a abertura da empresa Marchetaria do Acre, no início dos anos de 1990. De lá pra cá, a parceria continua firme. A convite do Sebrae, Maqueson já participou de diversas feiras, missões e exposições nacionais e internacionais, como a Expo Milão. Ele também já foi reconhecido, por três vezes, pelo Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato. “Estas feiras foram fundamentais para eu me tornar conhecido. Eu sempre tive o olhar para o mercado externo e, com o olhar muito crítico, precisamos vencer desafios de insumos e logística para conquistar os clientes, mantendo o compromisso com a qualidade e o cumprimento dos prazos”, explica. Com este foco, hoje a empresa consegue vender para todo o Brasil e para países como Japão, Estados Unidos, Itália, Catar e Emirados Árabes Unidos.

O artista, de fala calma e suave, destaca que toda sua história é de muita luta e superação. Afirma que, se um ribeirinho da floresta amazônica conseguiu chegar onde ele chegou, qualquer pessoa, com garra e persistência, pode conquistar seus objetivos. “O importante é buscar seus sonhos e não desistir nunca”, destaca.

Maqueson finaliza citando um provérbio da floresta que costumava ouvir de seu pai: “só encoste em árvore que dá boa sombra”, já que esse tipo de árvore é forte e te dá suporte. Para ele “o Sebrae é esta árvore de boa sombra, sempre oferecendo apoio a quem quer empreender”.

Foto: Lorrane Freitas/Agência Sebrae

Concultura lança edital 2019 para seleção de projetos culturais

O Conselho Municipal de Cultura (Concultura) lançou o edital nº 01/2019 para seleção pública de projetos culturais aptos a serem incentivados pela Lei 2.213 de Incentivo à Cultura. As inscrições abriram no dia 1º de março e seguirão até o dia 31 de agosto de 2019.

O edital prevê apoio cultural por intermédio de patrocínios abarcando diversas áreas da cultura, entre elas, Artes visuais; Artesanato; Audiovisual; Bibliotecas; Centros Culturais; Cinema; Circo; Dança; Design; Cultura Popular; Fotografia; Gastronomia; Literatura; Moda; Museus; Música; Multiplataforma; Teatro; Transmídia e preservação; Restauração do patrimônio natural, material e imaterial e outras assim classificadas pelos órgãos competentes.

O valor disponibilizado para apoios culturais dependerá do coeficiente arrecadador citado no art. 4º. da Lei 2.213/17 referente a cada patrocinador. Os valores, quando aprovados, serão repassados ao Fundo Municipal de Cultura (FMC) e alocados na rubrica orçamentária 13.392.0132.2220 e este repassará ao empreendedor do projeto.

Os projetos deverão ser inscritos até 17h do dia 31 de agosto de 2019, por meio do preenchimento do formulário de inscrição que estará disponível na sede do Conselho Municipal de Cultura, localizado no térreo da Fundação Municipal de Cultural, Turismo e Eventos (Manauscult), na avenida André Araújo, 2.767, Aleixo;  e no sítio eletrônico do Concultura (http://www.concultura.manaus.am.gov.br/) e posterior no Conselho.

Proponentes

Poderá inscrever-se ao edital, pessoa física ou jurídica, domiciliada no município de Manaus, em situação de total adimplência tributária municipal, estadual e federal e que possua experiência comprovada de atuação na área cultural por no mínimo três anos, e que possuam ao menos três comprovações de capacidade executiva do projeto.

O projeto deverá ser feito por meio de currículo acompanhado de comprovações das informações; portfólio relacionado às atividades culturais devidamente referenciadas; instrumentos de parceria realizados com entes privados ou públicos, bem como com organismos internacionais; declarações de experiência prévia e capacitação técnica no desenvolvimento de atividades relacionadas ao objeto do projeto cultural e emitidas por órgãos públicos, instituições de ensino, organizações da sociedade civil devidamente constituídas, empresas públicas ou privadas; prêmios recebidos que possuam correlação à área cultural proposta no projeto; carta de recomendação; comprovação de formação acadêmica e/ou técnica.

O edital completo foi publicado na edição 4.551 do Diário Oficial do Município (DOM) do dia 7/3 e também pode ser consultado no portal Viva Manaus, na barra de “Editais”.

A Lei

Regulamentada pela Prefeitura de Manaus em 2018, a Lei Municipal de
Incentivo à Cultura é considerada uma conquista histórica para o segmento
artístico-cultural. Na prática, a Lei autoriza a classe empresarial a destinar até 20% do seu ISS para projetos culturais. A Lei na íntegra está disponível para consulta no site do Concultura pelo link http://concultura.manaus.am.gov.br/lei-municipal-de-incentivo-a-cultura.

Foto: Ingrid Anne/Manauscult

Proponentes tem prazo de trinta dias para retirar projetos do Conexões Culturais

Os proponentes que tiveram suas propostas inabilitadas no Concurso Prêmio Manaus de Conexões Culturais 2018, lançado pela Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), tem até o próximo dia 28 de janeiro para solicitar a retirada de seus projetos da Manauscult.

O resultado final com os contemplados no edital Conexões Culturais 2018 foi divulgado no Diário Oficial do Município (DOM) do dia 27 de dezembro de 2018 e também pode ser consultado no portal Viva Manaus pelo link www.vivamanaus.com/editais. No total, 74 projetos foram selecionados e serão apoiados pela Prefeitura de Manaus. Já os projetos não habilitados podem ser solicitados de volta por seus autores.

Para solicitar seu projeto, o proponente deverá protocolizar um ofício no Protocolo da Manauscult, localizado na avenida André Araújo, 2767, Aleixo, em horário comercial. A solicitação poderá ser atendida de imediato após a confirmação do protocolo. Os documentos que não forem retirados serão incinerados conforme previsto no item 14.12 do edital 006/2018.

Em caso de dúvidas, o proponente poderá entrar em contato através do endereço eletrônico cultura.manauscult@gmail.com ou pelo telefone (92) 3215-2127.

Conexões Culturais

Nesta edição, 462 propostas foram inscritas para concorrer ao edital de Conexões Culturais. Pelo segundo ano consecutivo, a Comissão de Seleção do edital foi composta, em sua maioria, por representantes da sociedade civil
escolhidos pelos próprios agentes culturais.

Este ano, de forma inédita, acatando uma sugestão da Comissão de Seleção, conforme o disposto no edital e no Decreto nº 4.047, houve um remanejamento nos valores do orçamento previsto.

As categorias são divididas em três módulos financeiros, nos valores de R$ 10 mil, R$ 30 mil e R$ 60 mil, com exceção da categoria Ocupação Artística e/ou Cultural em Equipamentos Culturais, dividida em dois módulos de R$ 75 mil e R$ 100 mil.

Foto: Steffanie Schmidt/Manauscult

Projetos do interior do Amazonas estão entre os finalistas do Prêmio Itaú-Unicef

Por César Augusto*

ATUALIZADO EM 28/11/2018: O projeto “Meninas e Meninos de Ouro”, em execução no município do Careiro pela OSC Casa do Rio, conquistou o terceiro lugar no Prêmio Itaú-Unicef.

Dois projetos do Amazonas – um de Parintins e outro do Careiro – são finalistas da 13ª edição do Prêmio Itaú-Unicef, que será entregue no próximo dia 27 de novembro. A premiação identifica, estimula e dá visibilidade a projetos que contribuem para garantir o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. Este ano, a premiação se divide em duas categorias: Parceria em Ação, em que são reconhecidas parcerias entre organizações da sociedade civil (OSCs) e escolas públicas; e OSC em Ação, dedicada a projetos realizados exclusivamente pelas OSCs.

O programa é uma iniciativa do Itaú Social e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

“O prêmio dá luz a boas práticas que são mobilizadoras e incentivam outras organizações a desenvolverem ações socioeducativas com crianças e adolescentes. Os projetos possibilitam mais tempo de aprendizagem, circulação por espaços diferentes e acesso a conteúdos e informações novas”, explica a gerente de Fomento do Itaú Social, Camila Feldberg.

Os projetos amazonenses foram selecionados na categoria OSC em Ação. Nesta fase, cada um recebe R$ 40 mil, que se somam aos R$ 20 mil já garantidos por terem sido escolhidos para a etapa semifinal.

Em Parintins, a 369 quilômetros de Manaus, a OSC Associação Cidadania Social e Sustentabilidade executa o projeto “Escola de Artes Irmão Miguel de Pascale: Educação, Cultura, Arte e Cidadania”, segundo a coordenadora, Francisca Izabel Castro Porto, o trabalho envolve oficinas de arte educação de verdade, com danças, desenho, pintura artística, charango, violão, percussão, pintura em tecido, teclado e capoeira, sempre às segundas, quartas e sextas-feiras, no contraturno escolar com crianças e adolescentes na faixa de 7 a 20 anos.

“O projeto já existe há cerca de 20 anos. As dificuldades fizeram com que ele ficasse algumas vezes sem atividades, mas superamos isso dando andamento com parcerias”, explica Francisca. Segundo ela, a receptividade da comunidade é muito boa. “É um projeto praticamente pioneiro porque preserva a cultura do boi bumbá, que é um dos principais objetivos”, afirma a coordenadora.

No projeto desenvolvido em Parintins, as atividades tem apoio da Associação Cultural Boi Bumbá Caprichoso e visam a preservação da cultura

A participação dos jovens – hoje em torno de 300 pessoas – é iniciada com critérios de seleção básicos, inclusive estarem matriculados na escola Regular da Associação Cultural Boi Bumbá Caprichoso, berço do projeto.

De acordo com Francisca, que durante oito anos foi gestora da escola e criou a missão, valores e metodologia do projeto, o trabalho é feito dentro dos quatro pilares da educação: ser, fazer, conhecer e conviver. “Hoje sou coordenadora junto com uma equipe gestora. O presidente da Associação Cultural Boi Bumbá Caprichoso apoia totalmente o projeto, inclusive são nossos mantenedores”, explica Francisca Porto.

As atividades, informa a coordenadora, são quase sempre ligadas ao folclore, mas também envolvem a cultura brasileira e em geral. “O projeto funciona em Parintins na Escola de Artes Irmão Miguel de Pasquale, ao lado do curral Zeca Xibelão. Nossa instituição assumiu na gestão do presidente José Tupinambá, que este ano completou dois anos, até porque também sou sócia fundadora da Associação Cultural Boi Bumbá Caprichoso, gestora de projetos sociais e coordenadora de projetos”, conclui.

Crianças participantes do projeto “Escola de Artes Irmão Miguel de Pascale: Educação, Cultura, Arte e Cidadania”: cerca de 300 participantes da comunidade de Parintins

Acesso

No Careiro, a 86 quilômetros da capital em linha reta, a OSC Casa do Rio desenvolve o projeto “Meninas e Meninos de Ouro”. Segundo o coordenador Thiago Cavalli Azambuja, tudo começou em 2011, na comunidade Santa Izabel do Rio Tupana, quando teve início um projeto de educação de base com jovens sem acesso à escola formal. “Em 2012, conseguimos levar um projeto da Seduc (Secretaria de Estado da Educação) para lá e então conseguimos que o ensino fosse normalizado. Passaram-se três anos até que esses jovens entrassem no ensino médio e migrassem para o centro urbano do Careiro”, conta Azambuja.

Com os altos índices de criminalidade, drogadição e evasão escolar, a OSC estruturou um Centro de Saberes na sede municipal, onde os jovens pudessem passar por formações para além da educação formal oferecida. “Foi então que começamos a oferecer uma série de oficinas (mídias sociais, fotografia, filmagem e edição de vídeo, grafite, estêncil, jogos, computação, inclusão digital, preparatório para o Enem, reforço escolar, entre outras) sempre focando na formação social, politica e ambiental desses jovens, dando condições para que os mesmos fossem protagonistas da transformação social de seus futuros, de suas comunidades, de seu município”, informa o coordenador.

A partir disso, alguns coletivos jovens começaram a se formar e receber apoio da OSC para que eles mesmos iniciassem o processo de fomentar o protagonismo jovens em outras comunidades do entorno. “Hoje esses jovens ocupam conselhos da educação e da criança e do adolescente na cidade, visitam comunidades com uma série de oficinas para estimular o protagonismo jovem comunitário, a consciência e a responsabilidade dos jovens perante a sociedade e o mundo que habitam”, declara Thiago.

No projeto “Meninas e Meninos de Ouro”, no Careiro, jovens recebem benefícios além da educação formal, contribuindo para sua inserção social

O projeto envolve em torno de 20 voluntários envolvidos na execução de atividades e formação dos jovens, com benefícios aos jovens da sede do Careiro, comunidades ribeirinhas, assentamentos, e ramais do entorno da rodovia BR 319 (Manaus-Porto Velho) naquele município. “Em 2017 tivemos em torno de 250 jovens impactados”, comemora o coordenador.

O “Meninas e Meninos de Ouro” oferece atividades de formação por meio de oficinas de vídeo, grafite, edição, entre outros, sempre com o eixo transversal social, político e ambiental, atividades para melhoria do desempenho escolar, como o reforço escolar e preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e outras que buscam o fortalecimento da identidade e resgate cultural, como é o caso do Rua de Brincar. Tudo isso tem apoio da Brazil Foudantion, da Francesconi Fund e de algumas pessoas físicas.

“Os benefícios estão no âmbito qualitativo de como as atividades reverberam na vida e futuro desses jovens. Observamos, ao longo dos anos, que a vida dos jovens que vivem em comunidades estão sempre baseadas no trabalho com a família, seja no roçado, pescando ou caçando e na escola, e sabemos que essa última, apesar de todos os esforços, tem dialogado muito pouco com os anseios dos jovens e com a realidade local, legando uma geração de jovens passivos àquilo que lhes é legado enquanto herança social”, aponta Azambuja. Segundo o coordenador, quando esses Meninos e Meninas de Ouro chegam nas comunidades, eles mostram a outros jovens através das atividades que realizam que é possível tomar para si o seu futuro nas mãos e serem os protagonistas da transformação social local e de suas próprias vidas.

Atividades de grafite são incluídas no projeto desenvolvido pela OSC Casa do Rio no município do Careiro

Expectativa

Com relação ao prêmio Itaú-Unicef, as expectativas são boas. “Vivemos em uma região da Amazônia que se caracteriza pela ausência do Estado, de políticas públicas efetivas para a juventude, o que nos lega uma alta criminalidade e violência juvenil, baixo rendimento e altos índices de evasão escolar. Nessas condições, de certa forma, executar projetos e obter os resultados que temos obtidos nos últimos anos, já nos faz vencedores ao lado de tantas outras iniciativas que acontecem pelo Brasil afora”, declara Thiago Azambuja. “O prêmio nos dá o selo Itaú-Unicef, isso é o reconhecimento por todos esses anos de luta e também a confirmação de que estamos fazendo um bom trabalho. Certamente, isso nos ajudará a buscar novos parceiros e a divulgar a iniciativa. Agora, se formos premiados entre as 4 primeiras nacionais dentre mais de 3,5 mil iniciativas inscritas, será incrível, pois teremos condições de aplicar mais recursos nas atividades, aprimorar a qualidade dos serviços que estamos oferecendo e impactar cada vez mais jovens”, emenda o coordenador. “Segura, coração, que é muita emoção”, finaliza.

O Prêmio

No 27 de novembro, em cerimônia no auditório do Ibirapuera, em São Paulo, serão anunciados os seis projetos vencedores, com nova premiação. A categoria OSC em Ação terá quatro premiadas por ordem de colocação (1º lugar, R$ 150 mil; 2º lugar, R$ 140 mil; 3º lugar, R$ 130 mil; e 4º lugar, R$ 120 mil). Na categoria Parceria em Ação, serão duas vencedoras. O 1º lugar recebe R$ 400 mil e o 2º lugar, R$ 360 mil, valores divididos igualmente entre a organização e a escola. Nas duas categorias, somam-se a esses valores os recursos garantidos nas etapas anteriores (semifinal e final).

Iniciada em abril deste ano, a 13ª edição do Prêmio Itaú-Unicef recebeu mais de 3,5 mil inscrições nas duas categorias. Os valores de premiação tiveram crescimento de 47,5% em relação a 2017, totalizando R$ 5,9 milhões.

Desde a primeira edição, foram registradas mais de 17 mil inscrições e 1.750 cidades tiveram ações contempladas. Os projetos vencedores no ano passado foram “Circulando a Cultura na Escola” (Major Sales/RN); “Aluno repórter – a imprensa na escola” (Bragança/PA); “Projeto Olho Vivo’’ (Niterói/RJ); e “Cultura, Esporte e Cidadania” (Criciúma/SC).

* Com informações da assessoria do Prêmio Itaú-Unicef

Fotos: divulgação

Livro mostra como lidar com a ansiedade emocional comum às festividades de Ano Novo

Compras de presentes, ceia, decoração, local de encontro com a família… Todas essas questões começam a surgir com a proximidade do fim de ano e, com isso, o estresse. O peso do “Ano novo, vida nova” e a certeza de que as coisas “tem que mudar” geram ansiedade, medos e angústias que são tratadas no livro “Stop Ansiedade”, lançamento de Amanda Dreher pelo selo Luz da Serra Editora.

A obra surge como um guia definitivo para sair do ciclo da ansiedade emocional, abrangendo temas como o melhor caminho para controlar a ansiedade, como evitar explosões emocionais ou a apatia, bem como agir para tomar decisões certas. Dreher apresenta um mapa para o que chama de “Caminho da Serenidade”, explorando cinco passos: conhecer, limpar, acreditar, realizar e agradecer, que formam o “método CLARA” para superar a ansiedade.

Amanda Dreher é escritora best-seller, especialista em yoga e meditação, terapeuta holística, coach e palestrante. Sua especialidade é desmistificar a meditação e mostrar que ela é possível (e necessária) para pessoas comuns que vivem no mundo moderno cheio de agitação. Sua missão de vida é mostrar que é possível acalmar a mente e equilibrar as emoções com apenas oito minutos do seu dia e que esta é a chave para a saúde, felicidade e harmonia nos relacionamentos. Cofundadora do site Feliz com Você (felizcomvoce.com.br), seus vídeos no YouTube já contam com mais de 2,2 milhões de visualizações – número com base na data da publicação do livro – e mais de 115 mil pessoas que acompanham o seu trabalho pelo blog, além de milhares de alunos. Criou o Método Meditar Transforma, no qual aplica a sabedoria milenar do oriente em conjunto com estudos da ciência do ocidente de forma prática, para que qualquer um, independentemente de idade, sexo ou condição de vida atual, consiga aplicar a meditação de forma leve e profunda.

Dicas

– Seja gentil consigo mesmo: não viva tentando agradar todo mundo; não se cobre demais, não busque ser perfeita, não queira ser aceita.

Exemplo: Não pense que fazer do natal o momento perfeito depende só de você, as pessoas que irão participar devem contribuir também. Os presentes devem estar dentro das suas possibilidades e o que importa é o amor e a energia que dispensa no mimo.

– Concentre-se nas coisas boas: pare de reclamar; aumente a sua vibração com aquilo que é bom e proveitoso.

Exemplo: Não reclame da maionese que saiu salgada, o que vale é a lição e os momentos juntos.

– Não esteja ausente do presente: você se preocupa com o que fez o ano inteiro e demais com o que fará no ano que vem, assim esquece que o agora é que faz a diferença.

Exemplo: em novembro, a ideia é que o ano acabou e você não foi à academia (remói o passado). Além disso, acha que ano que vem não vai conseguir (preocupado com o futuro), então a solução é: comece agora!

Ficha técnica

Título: Stop ansiedade – O Guia Definitivo Para Você Sair do Ciclo da Ansiedade Emocional

Número de páginas: 200 páginas

Preço: R$ 49,90

Foto: Divulgação

Museu da Cidade de Manaus terá aplicativo interativo para celular

Os visitantes do Museu da Cidade de Manaus, a ser inaugurado no dia 24 de outubro, aniversário da capital amazonense, poderão ter acesso à exposição “A Cidade de Manaus: História, Gente e Cultura” na palma das mãos. Isso porque, além da estreia da exposição, todo o conteúdo, inclusive material inédito, estará disponível ao público em um aplicativo para smartphones e tablets.

Idealizado especialmente para o Museu da Cidade de Manaus, o aplicativo é um complemento ao museu. Nele, o visitante encontrará todo o conteúdo do espaço físico e também conteúdo interativo, como vídeos e receitas, que não estarão no museu, apenas na versão digital.

De acordo com Felipe Lavignatti, diretor da Liquid Media Lab, desenvolvedora do aplicativo, o app Museu da Cidade de Manaus, a princípio funcionará como complemento nas visitações do museu e, posteriormente, estará disponível para download no Google Play, para aparelhos com sistema Android.

“Dessa forma, qualquer pessoa em qualquer lugar poderá também acessar o conteúdo do museu. O app foi idealizado exclusivamente para estudantes interessados pela cultura de Manaus e aos visitantes do museu. Por enquanto, o app só estará disponível nos tablets presentes no museu. Em breve, lançaremos na loja de aplicativos de Android, o Google Play. Aí, é só buscar pelo nome Museu da Cidade de Manaus e baixar”, comentou Lavignatti.

O aplicativo é um complemento também para os visitantes com deficiência auditiva, visual e para estrangeiros. Todo o conteúdo presente ali terá áudio, legendas e versão em inglês. Um dos espaços interativos, por exemplo, será a Sala dos Prefeitos que contarão com um QRCode em cada quadro, que direcionará, nos tablets recebidos pelo público na entrada a da visitação, para a história de cada um deles e sua contribuição na gestão do município. A proposta para criação do app surgiu do curador da exposição, o diretor artístico Marcello Dantas, da Magnetoscópio.

“Esse app foi desenvolvido especialmente para o museu, utilizando tecnologia de reconhecimento de imagem de ponta para interação com o ambiente. Na estreia do museu, já estaremos funcionando com a versão dos tablets do espaço. Nas próximas semanas, subiremos na loja do Google”, explicou o diretor.

Inauguração

O Museu da Cidade de Manaus, primeiro museu de identidade e tecnológico da cidade, será aberto ao público no dia 24 de outubro, data em que a cidade celebra 349 anos. Em fase de execução, o projeto transportará o histórico Paço da Liberdade, Centro, para a era tecnológica.

Fotos: Ingrid Anne/Manauscult

Aniversário de Manaus terá quatro noites de festa a partir do dia 18

Para comemorar os 349 anos de Manaus, a tradicional celebração de aniversário da cidade, o Boi Manaus, traz uma grande programação no Complexo Turístico da Ponta Negra, zona Oeste, com quatro dias de festa, totalizando 24 horas de show no palco do anfiteatro e na avenida Coronel Teixeira, ao longo do calçadão. Pelo quarto ano consecutivo, o local servirá de palco para a comemoração em ritmo de boi-bumbá.

“Por mais um ano, vamos prestigiar as toadas, nosso ritmo amazônico, em uma grande festa às margens do rio Negro, em um dos principais cartões postais da cidade. Esta será a 21ª edição do Boi Manaus, agora antecipando as comemorações do aniversário da capital, uma vez que no dia 24, os manauaras também receberão o Museu da Cidade de Manaus, no Centro Histórico”, destacou o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Bernardo Monteiro de Paula.

A festa começa na quinta e sexta-feira, dias 18 e 19 de outubro, a partir das 19h, com a apresentação dos artistas que concorrem às três vagas na programação do Boi Manaus 2018. O palco do anfiteatro irá receber a disputa que será avaliada por um corpo de jurados.

Nos dias 20 e 21 de outubro, a partir das 16h, é a vez dos mais de 30 artistas se revezarem nos trios elétricos, às margens do calçadão da Ponta Negra, em mais de 16 horas de festa, que terá a participação ainda de itens como Marujada, Batucada, torcidas e os grupos de dança dos bumbás Caprichoso e Garantido.

Dois artistas se apresentarão em cada trio, fazendo um percurso de 700 metros, com duração de 50 minutos. Dois dos novos integrantes serão responsáveis por abrir a festa no dia 20, seguidos de Robson Jr e Grupo A Toada; Cezar Pinheiro e Carlos Batata; Helen Veras e Canto da Mata; Fábio Casagrande e P.A. Chaves; Prince do Boi e Carlinhos do Boi. Às 22h é a vez do Pop da Selva, Arlindo Jr comandar o público ao longo da avenida Coronel Teixeira. Às 23h, Sebastião Jr. encerra as apresentações em cima do trio. À meia noite, os bumbás de Manaus – Garanhão, Corre Campo e Boi Brilhante – realizarão um espetáculo único, simbolizando o grande encontro dos bois, no palco do anfiteatro, encerrando a noite de apresentações do dia 20.

Já no dia 21, a festa começa com Márcia Siqueira e Mara Lima; Ricardo Lyra e Renato Freitas; Edilson Santana e Carrapicho; além de Klinger Araújo e Fabiano Neves. Às 20h, é a vez dos irmãos Israel e Júnior Paulain comandarem o trio. Na sequência, o outro integrante selecionado durante o  Esquenta fará sua estreia no Boi Manaus 2018. David Assayag se apresenta com a Marujada e Leonardo Castelo com a Batucada, encerrando o dia 21.

A programação completa pode ser consultada no portal Viva Manaus, pelo link http://vivamanaus.com/boimanaus2018/.

Foto: Ingrid Anne/Arquivo Manauscult

‘Esquenta’ do Boi Manaus 2018 selecionará três novos artistas

Integrando a programação da Prefeitura de Manaus do aniversário de 349 anos da cidade, o Boi Manaus 2018 abre o processo de seleção para a escolha de três novos artistas para se apresentarem na festa de boi-bumbá, que este ano acontecerá nos dias 20 e 21 de outubro. Os candidatos se apresentarão e serão avaliados no “Esquenta” do Boi Manaus, nos dias 18 e 19, no anfiteatro da Ponta Negra, zona Oeste.

Para se candidatar a uma vaga entre as novas atrações, os cantores deverão se inscrever no processo seletivo entregando, a partir de quarta-feira, 3, portfólio que comprove sua experiência como artista de Boi-Bumbá. O portfólio deverá ser entregue em horário comercial, das 8h às 17h, no protocolo da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), até segunda-feira, dia 8.

Para participar da disputa, o portfólio do artista deve, obrigatoriamente, comprovar cinco anos de atuação no Boi-Bumbá. Podem compor o documento: matérias de jornais, sites, portais e revistas, com nome do veículo e data especificados; redes sociais voltadas ao Boi-Bumbá e redes sociais dos artistas, mostrando shows, com datas, horários e link das postagens especificados. Além disso, cartas de indicação assinadas pelos presidentes dos movimentos e pelos presidentes oficiais dos bois-bumbás, de Manaus e de Parintins, terão peso dois no processo de seleção.

A proposta foi uma decisão conjunta entre a Manauscult e a Comissão de Artistas do Boi Manaus, com o objetivo de renovar o elenco de artistas e dar oportunidade aos novos talentos que queiram se apresentar na festa que tradicionalmente comemora o aniversário da cidade. Outra decisão feita em comum acordo é a de que os três artistas que saíram da programação por conta da pontuação obtida ano passado – Grupos Kuarup, Kamayurá e Tony Medeiros – não precisarão comprovar portfólio, pois estarão automaticamente inscritos.

Comissão

Uma comissão formada por três pessoas ficará responsável por avaliar os portfólios e selecionará até dez nomes que irão se apresentar no “Esquenta” do Boi Manaus 2018, conforme a pontuação obtida. Dois membros dessa comissão sairão da Comissão dos Artistas do Boi Manaus, atualmente composta por Leonardo Castelo, Prince do Boi e Robson Junior. O terceiro nome será um representante da Manauscult.

Esquenta

O “Esquenta” do Boi Manaus 2018 acontecerá no palco do anfiteatro da Ponta Negra, nos dias 18 e 19 de outubro, das 18h às 23h. Os dez artistas selecionados a partir da pontuação obtida mediante portfólio terão, individualmente, 20 minutos para se apresentarem e serem avaliados por um júri composto por quatro membros. Esse júri selecionará os três novos cantores que se apresentarão nos trios do Boi Manaus.

Em 2017, pela primeira vez, os artistas que se apresentaram no Boi Manaus foram avaliados por uma comissão que julgou os critérios performance, indumentária e qualidade musical. Pelo regulamento, os últimos três artistas com menor pontuação no evento do ano passado saíram da programação, e poderão concorrer com os demais inscritos às três vagas abertas este ano. O objetivo é garantir a qualidade das apresentações, em respeito ao público que prestigia os artistas.

Em ambos os casos, tanto para seleção dos artistas que se apresentarão nos dias 20 e 21, quanto para a avaliação de quem deixará de se apresentar no ano que vem, serão avaliados critérios como performance, repertório, indumentária e técnica vocal.

O Boi Manaus, realizado pela Prefeitura de Manaus, chega à sua 21ª edição este ano, e pelo quarto ano consecutivo acontecerá no Complexo Turístico da Praia da Ponta Negra, reunindo mais de 30 nomes do Boi-Bumbá em dois dias de festa.

Foto: Ingrid Anne/arquivo Manauscult