Filme Sete Cores da Amazônia deve ser apresentado em festivais internacionais

Com a casa cheia, a pré-estreia do filme Sete Cores da Amazônia foi um sucesso. Em uma cerimônia intimista, o longa de 1h24m foi ovacionado pelo público presente no Cine Teatro Guarany, no Centro de Manaus. Os próximos passos da produção do longa é exibi-lo em festivais nacionais e internacionais e disponibilizá-lo para o público amazonense.

“Das produções que eu já fiz, essa foi a mais emocionante porque faz parte da minha história. É um legado que eu vou deixar”, comemorou a atriz Peta Catão, de 75 anos, que interpreta a avó Ceucy. Assim como a personagem, Peta tem raiz indígena, é natural de Fonte Boa (a 678 quilômetros de Manaus), morou no interior antes de se mudar para Manaus.

Na história, a protagonista Sarah deixa sua casa na periferia do bairro Educandos, em Manaus, para visitar a avó doente no interior do Amazonas. Lá, Ceucy ensina a menina a descobrir um novo mundo, ainda desconhecido, sobre suas raízes indígenas.

“A cena mais desafiadora foi uma que gravamos bem no meio do mato. Era de noite, foi muito cansativo, mas consegui. É uma experiência nova para mim. A Amazônia tem muita coisa nova e merece ser visitada”, relata Maria Zen, que dá a vida a Sarah. A atriz mirim de dez anos atua desde 2018, iniciando no teatro até chegar no desafio de ser a protagonista do longa-metragem.

O filme Sete Cores da Amazônia tem direção de Ana Lígia Pimentel. É baseada na história em quadrinhos (HQ) do escritor e ilustrador amazonense Ademar Vieira e do, também, ilustrador Tieê Santos.

Fotos: Divulgação

Demarcação Já: Gilberto Gil, Elza Soares e BNegão se unem em live pela causa indígena

O Festival Demarcação Já Remix, projeto do DJ MAM abre a semana com uma programação on-line intensa de painéis para debates sobre a causa indígena, a qual inicia hoje com o tema “Meio Ambiente e Cultura: Do Rio Carioca à Amazônia”, às 18h, e encerra no sábado (11/09), com Gilberto Gil em seu canal no YouTube com live musical e presença de mais de 30 artistas, como Elza Soares, Bnegão, Dona Onete, Rodrigo Sha, Djuena Tikuna, Jonathan Ferr, Felipe Cordeiro, entre outros.

A abertura do festival, no Dia da Amazônia (5/9), teve ato cultural e político, de reparação histórica aos povos originários, no Museu do Amanhã e a presença do Coral Guarani Tenonderã. Nesta edição o evento conta com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro.

Coral Guarani Tenonderã, na abertura do Festival Demarcação Já Remix, na Praça Mauá
(Foto: Eduardo Napoli)

Artistas e autoridades participam das conversas. Entre eles a líder indígena Sônia Guajajara, o artista multimídia indígena Kadu Xukuru; o ator Paulo Betti; o cantor e compositor Pedro Luis; o secretário municipal de Meio Ambiente do Rio, Eduardo Cavalieri, e o secretário municipal de Cultura do Rio, Marcus Faustini.

Conteúdo – Serão seis painéis, que acontecerão até sábado, sempre às 18 horas, com transmissão pelo Instagram do Festival. Entre os temas abordados, questões como ‘Meio Ambiente e Cultura’, ‘A Temática indígena e ambiental nas telas’ e ‘NFT Socioambiental’.

A live de encerramento será exibida no formato de programa de TV, com DJ MAM, direto do Museu do Amanhã, convidando os artistas a se juntarem à causa. As participações serão por meio de canto, música, clipe, fala.

Gilberto Gil, apoiador do festival, cedeu seu canal para transmissão e participará através dos clipes “Demarcação Já” e “Do Guarani ao Guaraná”.

Doações

O público poderá contribuir durante a live, através de QR Code, para a APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e para o Coral Guarani Tenonderã.

O Festival

O festival é uma extensão da campanha “Demarcação Já”, criada pelo Greenpeace e pelo Instituto Socioambiental, em 2017, a partir da canção de mesmo nome dos compositores Carlos Rennó e Chico César. Seu videoclipe e remixes lançados nas plataformas digitais por DJs e grandes nomes da MPB como Ney Matogrosso, Zeca Pagodinho, Maria Bethânia, Arnaldo Antunes, Nando Reis, Céu e Tropkillaz já ecoaram mais de 100 milhões de vezes a frase de ordem “Demarcação Já”.

DJ MAM comanda Festival Demarcação Jà Remix (Foto: Simone Kontraluz)

DJ MAM

Curador de séries fonográficas e festivais como o Sotaque Carregado, o Demarcação Já Remix, o Carnaval Remix e o inédito Amazônia Remix, DJ MAM mixa o Brasil às pistas globais. Prêmio Noite Rio de melhor DJ de MPB, já tocou em 15 países, tendo colaborações com Gilberto Gil, Dona Onete e BNegão.

MAM é compositor e intérprete da trilha oficial do Rio de Janeiro, “Oba Rio” e do tema de 80 Anos do Cristo, “Redentor”. Seu álbum autoral Sotaque Carregado e remix Sotaque ReCarregado foram indicados ao Prêmio da Música Brasileira e chegaram ao Top 20 World Music Charts Europe.

Em 24 anos, seu selo, programas de rádio e festivais deram palco a mais de 500 nomes como Elza Soares, Hermeto Pascoal, Gaby Amarantos e BaianaSystem. Sua empresa foi indicada a diversos prêmios como o SIM – Semana Internacional da Música 2020, Brasil Criativo e Profissionais da Música nas categorias criatividade, inovação e transformação social.

Participações confirmadas

Gilberto Gil | Elza Soares | Ziraldo | Sonia Guajajara | BNegão | Dona Onete | Letícia Sabatella | DJ MAM | Coral Guarani Tenonderã | Digitaldubs | Oskar Metsavaht | Djuena Tikuna | Felipe Cordeiro | Jonathan Ferr | Zahy Guajajara | Pedro Luis | Carlos Rennó | Yaka Sales P | Andre Vallias | Rodrigo Sha | Paka Noke Koi | Batman Zavareze | VJ Carol Santana | Eric Marky | DJ Flavya | DJ Raiz | Kadu Xukuru | Manie Dansante | Silvan Galvão | Patricia Bastos | Banda Conceição | Roberta Carvalho | Aíla.

Painéis Demarcação Já Remix

Local: Instagram Festival Demarcação Já Remix

Horário: 18h

7 de setembro, terça-feira

Meio Ambiente e Cultura: Do Rio Carioca à Amazônia

Convidados: Marcus Faustini (Secretário Municipal de Cultura do Rio), Tica Minami

Mediação: DJ MAM

8 de setembro, quarta-feira

A Temática Indígena e Ambiental nas Telas

Convidados: Paulo Betti, Zahy Guajajara e Felipe Scapino

Mediação: DJ MAM

9 de setembro, quinta-feira

NFT Socioambiental: Green NFT, Música e Cryptoarte Indígena

Convidados: Raphael King (Brasil NFT), Byron Mendes (Metaverse Agency) e Fausto Vanin

Mediação: DJ MAM

10 de setembro, quinta-feira

Futurismo Indígena: A Arte e o Território da Ancestralidade ao Pop

Convidados: Ziraldo Artes Produções Julia Vidal e Kadu Xukuru

Mediação: DJ MAM

11 de setembro, sábado

Composição Engajada

Convidado: Carlos Rennó

Mediação: DJ MAM

Live Demarcação Já Remix

Local: YouTube Gilberto Gil

Horário: 21h

Foto Gilberto Gil: Gérard Giaume

Em data comemorativa, povos indígenas reafirmam luta por dignidade e reconhecimento

Por Alessandra Leite
Especial para o Portal Vida Amazônica

A esperança em resgatar a dignidade não apenas para si, mas para a grande família formada pelo povo indígena Warao, vindo da Venezuela para a capital do Amazonas em decorrência da grande crise no país – cuja recessão econômica começou em 2014 – motiva os passos da artesã Ermínia Ratti, 55, moradora de Manaus desde setembro de 2020.

Quando a crise se abateu sobre o país, deixando também o povo Warao sem comida e sem perspectiva de vida, Ermínia foi morar com a família na cidade de Boa Vista, em Roraima, em 2019. Desde então, vem tentando sobreviver junto com pelo menos 5 mil “parentes” de sua etnia que estão espalhados pelo Brasil.

A artesã é uma das artistas indígenas cujos trabalhos foram expostos durante a Feira Alusiva ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, realizadas nesta segunda-feira, 9 de agosto, na praça Dom Pedro II, área localizada no Centro Histórico de Manaus e onde está o recém-inaugurado Memorial “Aldeia da Memória Indígena”.

“Quando a fome chegou à nossa comunidade, não tínhamos nada para comer ou sequer dar aos nossos filhos, foi quando viemos para o Brasil e fomos recebidos de braços abertos. Hoje muitos de nós vivem de aluguel, pago unicamente com a venda dos nossos artesanatos, e outra parte segue nos dois abrigos na região do Tarumã”, conta Ermínia.

Ao ser questionada sobre o que mais precisa para sobreviver com dignidade com sua família, ela diz que um ponto fixo para a venda das biojoias seria o ideal, já que muitas vezes precisa vender o artesanato na rua. “Nossa matéria-prima não é barata e pode se estragar nas ruas. Nisso a Copime está nos ajudando, para que possamos ter um local fixo para expor o nosso trabalho”, diz a artesã venezuelana.

O evento, realizado, em parceria pela Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) e o Centro de Medicina Indígena BAHSE RIKOWI, é uma celebração em homenagem ao dia 9 de agosto, para saudar os 26 anos de existência do Dia Internacional dos Povos Indígenas da Mãe Gaia. Sua origem remonta ao começo do século 20, quando a Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi a primeira organização intergovernamental a se envolver em assuntos nativos e indígenas, segundo carta assinada pelo sociólogo João Garcia de Carvalho.

A OIT, ainda sob as Ligas das Nações, elaborou a convenção 50, no ano de 1936, sobre o trabalho indígena; a Convenção 64, de 1939, sobre o contrato de trabalho indígena; e a Convenção 65, de 1939, sobre sanções penais a trabalhadores indígenas.

Memorial

Para o presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, o evento é um reflexo do reconhecimento que vem acontecendo desde o último 19 de abril, quando a praça Dom Pedro II tornou-se o Memorial da Aldeia da Memória Indígena de Manaus. “Aquele foi o marco inicial. Hoje estamos aqui para prestigiar, mais uma vez, os nossos irmãos indígenas, que há muito não recebiam atenção e cuidado. O segmento indígena tem um potencial fabuloso, e é aí que entra a parceria com as nossas instituições, para fomentarmos e tornarmos, o quanto antes, esse segmento em um grande espaço para os empreendedores da cultura indígena”, declarou Oliveira.

Diversidade e conflitos

Tradicionalmente formado por habitantes do delta do rio Orinoco, na Venezuela, o povo Warao é um grupo étnico bastante diverso no que diz respeito às suas formas de organização social e costumes, compartilhando uma língua comum, de nome homônimo, totalizando, atualmente, cerca de 19 mil indivíduos.

Essa diversidade dentro do povo Warao tem trazido alguns conflitos internos entre os moradores dos abrigos, que não compartilham da mesma cultura, segundo a coordenadora da Copime, a líder indígena Marcivana Sateré. “Existe também uma dificuldade de adaptação, porque o regime dos abrigos foge à nossa questão cultural, e alguns conflitos internos acabam ocorrendo. Trazê-los para o nosso convívio, além de retirá-los do isolamento, tem também o propósito de discutir situações como essa. Outro ponto importante é a questão da alimentação deles. São muitos pontos”, disse Marcivana.

Para os povos indígenas, conforme a coordenadora da Copime, os limites territoriais não existem e a discussão em torno do assunto sempre ocorre. “Nós discutimos muito com os que estão nas fronteiras. É bem difícil o entendimento disso. Nesse contexto também estão os parentes do Warao, que vêm de outra região (não fronteiriça) mas não deixam de ser indígenas”, pondera.

Para Marcivana, a ausência de políticas públicas para os indígenas de outras regiões é semelhante a sofrida pelos povos moradores de Manaus. “É uma invisibilidade total. É preciso criar essas políticas públicas, tanto para nós quanto para os parentes do Warao, pois todos temos direito à educação, à saúde, sem os quais não temos condições de manter viva a nossa cultura”, reivindicou.

Sobre a data comemorativa, a líder da Copime enfatiza a simbologia da luta e da resistência em torno do dia, criado em 1995 na busca pela garantia da autodeterminação e dos direitos humanos às diversas etnias indígenas do planeta. “Para além de uma data comemorativa, é uma data de luta e de resistência. Há 26 anos as nossas lideranças encampavam lá fora essa luta pelo reconhecimento dos direitos dos povos indígenas. É uma conquista de um reconhecimento dentro da própria ONU (Organização das Nações Unidas). Todos esses direitos adquiridos são importantíssimos, sobretudo neste nosso cenário político, pandêmico e social”, ressaltou.

Marcivana Sateré chamou a atenção para os retrocessos e ataques enfrentados todos os dias na Câmara Federal, com as “PECs da morte” (Propostas de Emenda Constitucional), que, nas suas palavras, vão de encontro à vida dos povos indígenas. “É também um dia para falarmos sobre essas lutas, nesse momento tão dramático da nossa história, para que não sejamos mais atacados como estamos sendo. O movimento indígena tem lançado essa campanha pelo direito à vida e, para termos direito à vida, precisamos do reconhecimento dos nossos povos, do respeito aos nossos territórios, precisamos parar com os retrocessos dos direitos que já estão garantidos”, enfatiza.

Além da feira de artesanato, o evento contou com apresentação musical, danças seculares e comidas típicas.

Foto principal: Cristóvão Nonato/Concultura

Mini We’e’ena Tikuna: Boneca de pano, de cultura e de resistência indígena

Por Lenise Ipiranga

Com pinturas no rosto e vestimentas com grafismos sagrados, as bonecas de pano da artista plástica e proprietária da marca que leva seu nome, a We’e’ena Tikuna – Arte Indígena, carregam significados e a herança cultural originária do Brasil. Muito mais que bonecas, as Mini We’e’ena Tikuna, de forma lúdica e educativa, inspiram crianças a valorizar e respeitar a cultura indígena, a sabedoria da ancestralidade.

“Somos os próprios protagonistas da nossa história. Tenho orgulho, pois vencemos o medo de expressar a nossa cultura através da arte. E agora podemos mostrar para a sociedade que existe também uma boneca que representa o povo indígena”, ressalta a artista, ao destacar que as bonecas possibilitam que os pais possam educar os seus filhos sobre a importância da cultura indígena. “A educação e respeito vem de berço. Ninguém nasce com pré-conceito”, enfatiza.

We’e’ena Tikuna e suas miniaturas lúdicas e educativas de pano

We’e’ena Tikuna explica que as crianças estão acostumadas com um padrão de bonecas (brancas, loiras e magras) e, por isso, ela observou a necessidade de ter uma representatividade indígena de bonecas. Como brinquedo educativo, para que as crianças possam se conectar diretamente com a cultura indígena e quebrar todo o preconceito com a cultura e, principalmente, com as pessoas.

“As bonecas nasceram do não conhecimento da verdadeira história dos povos indígenas. A partir da criação da coleção de looks de We’e’ena Tikuna Arte Indígena”, conta a artista, ao explicar que, em 2019, ela lançou sua grife de roupas no Brasil Eco Fashion Week e, em 2020, foi convidada VIP pela produção para apresentar uma nova coleção. E acrescenta que como nem todas as pessoas poderiam ter roupas da sua coleção, ela criou as miniaturas, as Mini We’e’ena Tikuna. E cada uma tem seu nome Indígena Tikuna: a We’e’ena, a Djuena e a Memena.

“Na aldeia nunca tivemos bonecas nas nossas brincadeiras, brincamos mais nos rios, com os animais, em conexão com a natureza”, ressalta a artista, ao falar que toda arte é forma de resistência para os povos indígenas. E ela quer dar essa visibilidade à cultura indígena com sua arte, com suas roupas e bonecas.

Coleção da We’e’ena Tikuna lançada no Brasil Eco Fashion Week, em novembro de 2020

A estilista We’e’ena destaca o evento Brasil Eco Fashion Week, por ter incluído a coleção da sua Arte Indígena em suas duas últimas edições, e da importância de participar de um evento nacional de moda e representar seu povo, sua ancestralidade, sua Amazônia, como forma de valorizar e dar visibilidade à história e cultura dos povos indígenas e, assim, tentar diminuir o preconceito e a desinformação sobre seu povo.

Uma história de superação

We’e’ena Tikuna significa “a onça que nada para o outro lado no rio”, da cultura do povo Tikuna, originária da Aldeia de Umariuaçu, no município de Tabatinga, no estado do Amazonas, na região do Alto Rio Solimões, Região Norte.

É artista plástica formada pelo Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura do Amazonas – IDC, em dezembro de 2004, com diversas premiações e exposições já realizadas e dedicada ao trabalho de inclusão social dos povos indígenas por meio da sua arte.

Viveu na aldeia toda sua infância, é a quarta filha de Nutchametü rü Metchitücü, seu pai, nome que na cultura Tikuna quer dizer “onça com rosto redondo e bonito “. Sua mãe se chama Totchimaüna, ”Três araras voando”. E um dia seus pais decidiram morar na capital do Amazonas, em Manaus, para que seus seis filhos pudessem estudar.

Ao mudarem para capital, seus pais criaram a comunidade indígena Tikuna em Manaus, para que os filhos não perdessem os costumes e a tradição de povo originário. Foi assim que We’e’e’na cresceu, no entreviver de duas culturas, das tradições da aldeia aos costumes da cidade, onde sofreu racismo e foi humilhada por não falar o português, repetiu o colegial várias vezes por não entender o idioma, pois até os 12 anos só tinha contato com a língua nativa Tikuna, sua língua Mãe.

Mas, como filha Tikuna, We’e’e’na é uma mulher guerreira que venceu todos os obstáculos e o racismo. Por meio de sua história de superação ela inspira muitos e muitas indígenas. Além de artista plástica, We’e’e’na é cantora, palestrante, nutricionista, designer de moda e também ativista dos direitos indígenas e youtuber.

We’e’ena enfatiza que arte é forma de resistência para os povos indígenas. E ela quer dar essa visibilidade à cultura indígena com sua arte, com suas roupas e bonecas

Serviço:
Palestras, Oficinas, exposições, Shows e desfiles de moda

> weenaticuna@gmail.com / +55(21)99554-1608
>Facebook https://www.facebook.com/weeenatikuna/
>Instagram @weena_tikuna
>Instagram Grife @weenatikunaarteindigena
>YouTube : https://www.youtube.com/user/weenaticuna

Bonecas

>Unidades limitadas, feitas à mão
>30 cm
>100 % algodão
>Antialérgica
>Pintura com grafismo sagrados Tikuna representando o Urucum e o Jenipapo nas cores.
>Modelos: Cada uma tem seu nome Indígena Tikuna: We’e’ena, Djuena e Memena
>Vendas no link: weenatikuna.com/collections/bonecas-indigenas-we-e-ena-tikuna-novidade

Peça “Helena Blavatsky, a voz do silêncio” volta em sessões online

Depois do sucesso nas plataformas digitais, a peça “Helena Blavatsky, a voz do silêncio” volta em cartaz na versão online para curta temporada, com sessões aos domingos e às terças-feiras. Vista por quase três mil pessoas no Brasil e ao redor do mundo, em apenas 8 apresentações, o espetáculo revela um pouco sobre o conhecimento e a pessoa de a filósofa Helena Petrovna Blavatsky, interpretada pela atriz Beth Zalcman em monólogo, com texto da filósofa Lúcia Helena Galvão e encenação de Luiz Antônio Rocha.

Conhecida por confrontar as correntes ortodoxas da ciência, da filosofia e da religião, Blavatsky  foi uma das figuras mais notáveis do final do século 19. A escritora russa foi antes de tudo uma incansável buscadora de sabedoria antiga e atemporal, revolucionando o pensamento humano e se tornando imprescindível no pensamento moderno.

Sua vasta obra influenciou cientistas como Einstein e Thomas Edison; escritores como James Joyce, Yeats, Fernando Pessoa, T. S. Elliot; artistas como Mondrian, Paul Klee, Gauguin; músicos como Mahler, Jean Sibelius, Alexander Criabrin; além de inúmeros pensadores, como Christmas Humphreys, C. W. Leadbeater, Annie Besant, Alice Bailey, Rudolf Steiner e Gandhi. O monólogo “Helena Blavatsky, a voz do silêncio”, escrito pela filósofa Lúcia Helena Galvão, professora voluntária e palestrante da organização Nova Acrópole, com milhões de visualizações no seu canal no Youtube, aceitou o desafio para escrever seu primeiro texto para teatro, uma profunda reflexão sobre a busca do homem pelo conhecimento filosófico, espiritual e sobre a existência humana.

A montagem propõe uma dramaturgia inspirada no conceito desenvolvido pelo artista Leonardo Da Vinci em suas obras, conhecido como “sfumato”, ou seja, sem linhas ou fronteiras, o que corrobora a ideia da filósofa: “A linha que vos separa existe apenas em vossas mentes”.

O ponto de partida para a direção de arte, cenário e figurinos basearam-se em algumas pinturas do artista impressionista Édouard Manet, que traduz com beleza a solidão deste último instante de vida de Helena.

O monólogo arrebatou a crítica especializada e formadores de opinião e teve todas as apresentações esgotadas na primeira temporada, rompendo fronteiras e visto ao redor do mundo.

“Linda a integração Helena Blavatsky/Beth Zalcman no palco. Onde começa o amor de uma, o amor de outra, difícil dizer. Estão amalgamadas. A gente entende e admira a dimensão do trabalho de Blavatsky, na entrega de corpo e alma de Zalcman. Lindo de ver”, afirma a atriz e produtora Clarice Niskier.

Para o produtor e gestor do Centro Cultural da Universidade Federal Fluminense (UFF), Robson Leitão, o texto e a interpretação arrebatadora levaram-no à emoção. “A emoção me tomou de surpresa em vários momentos, enquanto presenciava a realização da magia teatral, transmutando um belo texto, em forma de monólogo”. 

“A certeza do que dizer, e a coragem de dizer!”, declarou o ator Paulo Figueiredo. Já o cantor e compositor Jorge Vercillo, destacou o conteúdo transcendental do texto. “A Metafísica que permeia o texto nos mostra uma mulher que encarna no planeta terra, numa terceira dimensão, o sagrado e o feminino”,  afirmou.

Devido ao sucesso da primeira temporada, “Helena Blavatsky, a voz do silêncio” volta em cartaz na versão on line aos domingos, sempre às 19:30h, e às terças, às 20h30, com venda de ingressos pela plataforma Sympla e a transmissão do espetáculo pela plataforma Zoom.

Parte da Bilheteria (20%) será destinada ao programa “Criança para o Bem”, que beneficia crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social da periferia do Distrito Federal e é mantido pela Nova Acrópole. Mais informações: https://criancaparaobem.org.br

Sinopse  

A luz da vela ilumina o cenário e revela um lugar simples no frio de Londres no final do séc. 19. É um recorte do quarto de Helena Blavatsky, que se encontra sozinha, no seu último dia de vida. Ela revisita suas memórias, seu vasto conhecimento adquirido pelos quatro cantos do mundo, se depara com a força do comprometimento com sua missão de vida e as consequências de suas escolhas. Relembra sua forte ligação com a Índia e seu encontro, em Londres, com Gandhi. “Helena Blavatsky, a voz do silêncio”, é um mergulho no universo que existe dentro de nós.

Ficha Técnica

Texto original: Lucia Helena Galvão

Interpretação: Beth Zalcman

Encenação: Luiz Antônio Rocha

Cenário e Figurinos: Eduardo Albini

Iluminação: Ricardo Fuji

Assistente de Direção: Ilona Wirth

Visagismo: Mona Magalhães

Fotos: Daniel Castro e Marlon Maycon

Consultoria de movimento (gestos):Toninho Lobo

Operador Técnico: Toninho Lobo

Parceria: Nova Acrópole

Realização: Beth Zalcman e Luiz Antônio Rocha

Serviço:

Helena Blavatsky, a voz do silêncio – Apresentações virtuais

Monólogo teatral inspirado na trajetória e na obra da escritora russa Helena Blavatsky

Temporada: De 21 de fevereiro a 30 de março de 2021. Aos domingos, às 19h30, e às terças- feiras, às 20h30.

Ingressos: a partir de R$ 30

Onde comprar e assistir: www.sympla.com.br

Classificação etária: 14 anos

Foto: divulgação

We’e’ena é resistência indígena na passarela da semana de moda Brasil Eco Fashion Week

Por Lenise Ipiranga

A coleção de We’e’ena Tikuna Arte Indígena com grafismos e o tecido vegetal de Tururi, típicos da cultura do povo Tikuna, originária da Aldeia de Umariuaçu, no município de Tabatinga, no estado do Amazonas, na região do alto Rio Solimões, Região Norte, estará novamente na passarela da quarta edição da semana de moda Brasil Eco Fashion Week (BEFW), reconhecido como o maior encontro de moda e sustentabilidade da América Latina, que neste ano acontecerá em formato on-line, de 18 a 22 de novembro, com a exibição de desfiles de 16 marcas, vindas de todas as regiões do Brasil.

“Estou muito feliz de mostrar mais uma vez a nossa moda indígena, porque toda arte é forma de resistência para nós, povos indígenas. E eu quero dar essa visibilidade à nossa cultura, principalmente à mulher”, anunciou We’e’ena Tikuna, nome que significa “a onça que nada para o outro lado no rio”, artista plástica formada pelo Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura do Amazonas – IDC, em dezembro de 2004, com diversas premiações e exposições já realizadas e dedicada ao trabalho de inclusão social dos povos indígenas por meio da sua arte.

A convite feito pelo diretor executivo da Brasil Eco Fashion Week 2020, Rafael Morais, We’e’ena Tikuna apresentará a coleção Tururi, que tem um pouco do contemporâneo e também da sua ancestralidade. “Eu apresento no desfile a coleção Tururi, um tecido nativo de fibra de madeira do meu povo, o qual utilizamos há milhares de anos, como cobertor, absorvente, toalha. E levarei para a passarela para que todos possam conhecer o que meu povo usa”, ressalta a estilista, sobre as peças de vestuário em tecido vegetal da sua coleção.

“Posso ser quem você é sem deixar de ser quem eu sou”

We’e’ena aponta que ao se falar em moda indígena e inclusão social, ela destaca a Brasil Eco Fashion Week, por ter incluído a coleção da Arte Indígena. “Muitas marcas ou grifes tem o uso de alguma simbologia indígena, mas nunca é o indígena o seu próprio protagonista”, frisa We’e’ena. E lembra que “por muito tempo o povo indígena foi tutelado e agora chegou a vez de mostrar que somos capazes de protagonizar nossa própria história. Por isso quero dar voz à moda autoral indígena”.

A artista plástica ressalta a importância de participar de um evento nacional de moda e representar seu povo, sua ancestralidade, sua Amazônia, como forma de valorizar e dar visibilidade à história e cultura dos povos indígenas e, assim, tentar diminuir o preconceito e a desinformação sobre seu povo. “O indígena é sempre visto de maneira pejorativa. Nosso povo é um povo ágrafo (que não se expressa por meio da escrita), a nossa história sempre foi passada de pai para filho pela oralidade (uso falado de uma língua, característica dos povos ágrafos), por isso muitas pessoas não conhecem ou conhecem e pensam que não existem mais indígenas”, esclarece a indígena Tikuna.

We’e’ena destaca uma citação do líder indígena Marcos Terena, de que “posso ser quem você é sem deixar de ser quem eu sou”. E enfatiza que esse é o momento de cumprir essa missão de levar para o mundo da moda, da arte, a resistência, a visibilidade da cultura dos povos indígenas. “E o Brasil Eco Fashion abriu essa porta para mostrar que o indígena está incluído, não está excluído. Sinto-me muito honrada em poder representar nossa história e nossa arte”, concluiu a estilista.

Quarta Edição

“Este ano está sendo um desafio adaptar o evento, o qual requer uma programação on-line menor do que na versão física. É desafiador replanejar e rever o que estávamos acostumados a fazer”, destaca Rafael Morais, diretor executivo da semana de moda Brasil Eco Fashion Week (BEFW). Ele acredita que no universo on-line o evento atingirá outros públicos, de pessoas que não conseguiam acompanhar presencialmente a programação do evento. “A palavra é adaptação”, frisa.

A BEFW chega em sua quarta edição, segundo Morais, com pontos muito positivos dos três anos anteriores de um evento anual, nacional, que trabalha no segmento da moda, da sustentabilidade e do consumo consciente. A semana de moda baseia-se em três pilares: o setor de desfiles – com a oportunidade de uma passarela para os empreendedores e marcas; o showroom – a feira dos expositores, com a possibilidade de comercialização de peças; e o setor de conteúdo – com debates, apresentação de inovações, projetos, propostas. “Para tudo funcionar, entendemos que é necessário mobilizar os consumidores e investidores (players de mercado), jogando luz aos assuntos e aos temas relacionados à proposta do nosso evento”, avalia o diretor executivo. Na última edição, de 2019, foram 70 atividades, 15 workshops e 5 palcos.

Rafael Morais destaca o desafio de adaptar o evento ao formato on-line em tempos de pandemia | Fotosite

“O evento preza tanto pela inclusão de marcas de moda do segmento ecológico e em dar espaço a essas empresas, com também sempre abraçou a diversidade, a pluralidade, das marcas e da equipe de trabalho”, ressalta Rafael Morais, ao falar que o evento sempre contou com um elenco de modelos (casting) muito diverso, além das marcas inscritas ou convidadas. As inscrições são realizadas por meio de edital, com curadoria e curadores para cada setor, para ampliar o olhar da diversidade.

O objetivo é oferecer a oportunidade de uma passarela para marcas que não tenham essa possibilidade, explica Morais, como a moda indígena da We’e’na Tikuna, a moda inclusiva e novos modelos de negócios – como ocorreu no ano passado com desfile da loja multimarcas Bemglô, uma plataforma pioneira de consumo sustentável idealizada pela atriz Glória Pires e amigos; e da loja de aluguel de roupas Roupateca –, e neste ano contará com a participação de uma cooperativa, a Justa Trama, de Porto Alegre com a cadeia produtiva de algodão do Ceará e Mato Grosso do Sul.

Entre outras marcas selecionadas este ano, além da convidada We’e’ena Tikuna Arte Indígena, da região do alto Rio Solimões-Amazonas, estarão na BEFW a Catarina Mina, estreante com roupas em renda de bilro, do projeto de 120 artesãs do Ceará, que sempre participou do evento com bolsas e acessórios feitos à mão; da Paraíba, a Natural Cotton Color, referência em algodão orgânico naturalmente colorido; do Rio Grande do Sul, a Nuz Demi Couture, de peças com modelagens múltiplas; de São Paulo, o estilista e alfaiate Leandro Castro, com moda produzida com tecidos de reuso; e de Belo Horizonte, a estreante Libertées, que iniciou como projeto social de capacitação de mulheres detentas; de Brasília, Flávia Amadeu vai apresentar biojoias feitas em látex natural da Amazônia desenvolvido junto a comunidades seringueiras locais. As marcas escolhidas passaram por processo de curadoria e representam as cinco regiões do país.

As inscrições para o público já estão abertas no site, pelo link: https://brasilecofashion.com.br/participe/

Serviço:
Brasil Eco Fashion Week – 4a edição
Formato Online
18 a 22 de novembro

Canais do evento:
Site: brasilecofashion.com.br
Instagram: @brasilecofashionweek
Linkedin: Brasil Eco Fashion Week

Dori Carvalho representa o Amazonas e leva seu talento para Festival de Poesia nacional

Dois Córregos, cidade do interior de São Paulo, conhecida como a terra da poesia, realiza nesta sexta-feira, 16 de outubro de 2020, a partir das 20h (Hora Brasília), a 13ª edição de seu Festival de Poesia. Com o tema “Poesia a arte do encontro”, o evento pretende trazer mais leveza em meio à pandemia do Covid-19 e conta com a participação virtual de artistas dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal, como Dori Carvalho, do Amazonas.

A videoconferência (webinar) reunirá artistas locais e de outras regiões do Brasil para prestigiar a diversidade poética, estimular o encontro com as rimas e permitir que os cidadãos gorjeiem suas criações. O poeta Dori Carvalho, que representará o estado do Amazonas durante o festival é ator, prosador e diretor de teatro. Além de atuar em diversos espetáculos teatrais e participar de diversos filmes, é autor dos livros de poemas “Desencontro das Águas” e “Paixão e fúria”, editados pela editora Valer e “Meu ovo esquerdo”, pela editora Travessia.

No teatro, Dori Carvalho atuou em A Farsa do Juiz; A balada do flautista; O elogio da preguiça; Aquela outra face da tribo; Os morcegos; Zaratustra; Ekhart – o cruel; Next; O mendigo e o cão morto; e Pique-nique no front. E também participou de filmes como A cor dos pássaros e Bad Boy, de Herbert Brödl; Silvino Santos – o cineasta da selva, de Aurélio Michiles; Nas asas do condor, de Cristiane Garcia, baseado em conto de Milton Hatoum; e Segredos do Putumayo, de Aurélio Michiles.

Dori Carvalho foi ainda diretor da Divisão Artística da TV Educativa, coordenador e professor do Núcleo de Teatro da Universidade Federal do Amazonas; coordenador do Centro de Artes Chaminé; coordenador de eventos e assessor editorial da Editora Valer; diretor de produção e apresentador da TV Câmara, coordenador da Comissão de Acervo Histórico da Câmara de Manaus.

Durante o Festival, o município leva para as ruas da cidade, literalmente, as criações de artistas já reconhecidos por sua obra e as da própria população. Em sua 13ª edição, pela primeira vez o Festival reunirá renomados artistas dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, que participarão do evento por meio de videoconferências (webinares). Ao final do Festival, as poesias serão reunidas para posterior lançamento de um livro.

“Acredito que a poesia é um caminho para o resgate dos sonhos, da ternura e da esperança. E que é o caminho para a transformação humana, ao expressar o afeto, a generosidade e a paz”, afirma José Eduardo Mendes Camargo, idealizador e fundador da ONG Usina de Sonhos, responsável pelo Festival e por outras iniciativas ligadas à produção literária com foco em poesia em Dois Córregos.

Usina de Sonhos

Fundada em 1995, e idealizada pelo empresário e poeta José Eduardo Mendes Camargo, a Usina de Sonhos visa obter uma transformação positiva do ser humano por meio do desenvolvimento da criança e da comunidade através das mais variadas formas de linguagem, em especial a poética. Desta forma, estimula e contribui para o surgimento de novos talentos, para o despertar do interesse pela leitura, para o desenvolvimento do pensamento crítico e de produções e manifestações culturais.

O projeto, que foi reconhecido pela UNESCO, órgão das Nações Unidas para o Desenvolvimento da Cultura, está presente em escolas públicas e particulares de Dois Córregos, por meio da adesão a concursos de poesias; nas indústrias, onde funcionários são estimulados a produzir poesias e participar de concursos culturais; na penitenciária feminina, tem contribuído com a autoestima e a solução de conflitos entre as mulheres encarceradas.

O evento é aberto e para participar é só acessar as redes:
Instagram: @instituto_usina_de_sonhos
Youtube: Instituto Usina de Sonhos
Facebook: Usina de Sonhos

Santaella e Beatriz Procópio lançam single “Vem Cá Me Diz”

Os compositores e cantores amazonenses, Santaella e Beatriz Procópio, lançarão nesta sexta-feira (18), a composição “Vem Cá Me Diz”, gravada em plena quarentena, totalmente à distância, e fruto da primeira parceria profissional dos participantes do reality musical The Four Brasil, exibido pela TV Record e apresentado por Xuxa Meneghel.

“Estou muito feliz com essa parceria. A Beatriz é minha amiga de infância e acabamos trilhando o mesmo caminho na música. Participei do The Four, em 2019, e ela neste ano de 2020. Agora vamos poder concretizar um projeto que já havíamos pensado há algum tempo e, quem diria, conseguimos colocar em prática mesmo com toda a pandemia”, afirmou Santaella.

A canção é no estilo samba pop, com uma pitada de bossa nova e traços de soul music. A letra flerta diretamente com as incertezas trazidas pela nova realidade dos relacionamentos interpessoais, onde nada é definido e muitas questões surgem. “É uma música carregada de frescor, com melodia arrebatadora e batidas incitantes”, explica Beatriz Procópio.

De forma totalmente independente, o single teve participação de artistas de Manaus, São Paulo e Belo Horizonte. A produção é de Raphael Perez, que também é responsável pelas percussões. Tem Bruno Mattos no violão, Luís Serrão, no baixo e Diego Vargas, nos teclados. Mixagem de Victor Nery e masterização de Maurício Gargel. O projeto tem a identidade visual de Aurora c.o. (@aurora.c.o.).

A partir da zero hora de 18 de setembro, “Vem Cá Me Diz” estará disponível todas as plataformas digitais como Spotify, Deezer, Apple Music e Tidal.

Santaella
Semifinalista da primeira edição do reality musical The Four Brasil (Rede Record), em 2019, tem dez anos de carreira e três composições próprias lançadas nas plataformas digitais: “Hemisfério Hostil” (2018), “Só Agora” (2019) e “Estado Natural’ (2019). A música “Só Agora” possui mais de 164 mil streamings. Está no processo de finalização de seu primeiro EP, que deve ser lançado em 2021.
Suas composições trazem um som groveado brasileiro, que une R&B, MPB, jazz e soul

Beatriz Procópio
Participante da edição de 2020 do reality musical The Four Brasil (Rede Record), começou a cantar profissionalmente apenas em 2019, apesar de compor desde criança e postar vídeos nas suas redes sociais desde a adolescência.
Possui composições autorais que seguem a linha MPB, e sempre falam de experiências pessoais. Tem dois singles lançados nas plataformas digitais, ambos em 2020: “Luz” e “Mine”.

Fotos – Aurora.c.o.

Prêmio Funarte RespirArte para 1.600 produções tem inscrições até 3 de agosto

Termina dia 3 de agosto o prazo de inscrições para o edital do Prêmio Funarte RespirArte, que promove a seleção de atrações online em vídeos e estimula a arte de vertentes culturais de todas as regiões do país. Dirigido a todos os campos alcançados pela Fundação Nacional de Artes o processo seletivo faz parte do programa Funarte de Toda Gente.

​​​​​​​No Prêmio Funarte RespirArte serão contempladas 1.600 produções artísticas em vídeo, inéditas, realizadas em plataformas digitais, com premiações de R$ 2,5 mil para cada trabalho (deduzidos os tributos). As áreas alcançadas são: circo, artes visuais, música, dança, teatro e artes integradas. A Funarte concederá 270 prêmios para cada uma das linguagens específicas e 250 para artes integradas, num investimento de R$ 4.072.000,00 (R$ 4 milhões para os projetos e R$ 72 mil para custos administrativos). As inscrições são gratuitas.

Podem se inscrever no edital brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos; e pessoas jurídicas de natureza cultural – tais como produtoras, companhias ou grupos. Os participantes devem ter residência ou sede e atuação comprovadas no país. Todas as produções inscritas devem ser registradas em vídeos, formatados segundo critérios estabelecidos no edital e publicados em plataformas digitais de acesso público. O número de prêmios poderá ser ampliado, caso a Funarte venha a dispor de mais recursos.

Critérios

São aceitos no processo seletivo os seguintes tipos de trabalhos:
 Artes Visuais – Produções em diferentes práticas contemporâneas, como performance, vídeo de artistas, “videomapping” e arte sonora, entre outras; bem como nas demais práticas convencionais, como pintura, escultura, desenho, gravura, fotografia, entre outras, e suas “interfaces para veiculação em plataformas digitais”.
Dança – Para trabalhos nos diversos segmentos dessa linguagem.
Teatro – Criações nas várias modalidades, tais como contação de histórias, teatro de bonecos, de fantoches, de sombras; e no formato de monólogo, leitura dramática, drama e humor, entre outros.
Circo – Produções nos diferentes tipos de artes circenses.
Música – Trabalhos em qualquer estilo e gênero musical.
Artes Integradas – Criações direcionadas, de forma integrada, para mais de uma das linguagens citadas acima.

​​​​​​​As inscrições devem ser realizadas por meio do formulário online, em link abaixo. O prazo termina em 45 dias a contar do dia seguinte à publicação do edital no Diário Oficial da União, ou seja, no dia 3 de agosto, às 17h59. A Funarte considera para este prazo o horário de Brasília (DF).

O vídeo inscrito deverá ser disponibilizado em arquivo online, por meio de link, com compartilhamento aberto, informado no formulário de inscrição. Neste deve ser anexado o currículo do candidato – no qual se comprove atuação no Brasil, na área artística na qual se inscreveu.
No edital, os interessados encontrarão instruções sobre especificações técnicas do vídeo, inscrições, sugestões de plataformas online ou em nuvem de armazenamento, link de disponibilização e preenchimento de formulário, além de outras informações e regras detalhadas.

Outros lançamentos da Funarte
Com foco em geração de trabalho e renda para profissionais da arte, capacitação e inclusão, o Programa Funarte de Toda Gente conta com investimento de quase R$ 20 milhões em atividades de várias vertentes artísticas, por meio de diversas ações – algumas em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, com curadoria da Escola de Música da UFRJ. Fazem parte da iniciativa o Projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente e o Sistema Nacional de Orquestras Sociais, lançados recentemente, além do Projeto Um Novo Olhar (com lançamento em julho) entre outras ações.

Acesse o edital do Prêmio Funarte RespirArte e mais informações em www.funarte.gov.br/edital

Exposição “Nipetirã” é recorde de visitação e terá catálogo virtual

A Coletiva reúne mais de 130 obras de arte de 4 artistas indígenas e foi visitada por mais de 10 mil pessoas, na Galeria do Largo, em Manaus-AM

Um pouco mais de 10 mil pessoas visitaram a exposição Nipetirã, que ficou em cartaz durante 4 meses e meio na Galeria do Largo, no Largo de São Sebastião, Centro de Manaus-AM. Aberta em outubro de 2019 para marcar as comemorações do Governo do Amazonas pelos 350 anos da cidade de Manaus, a exposição “Nipetirã” (que significa “todos” na língua Tukano) apresentou a cultura ancestral amazônica por meio de 130 obras de arte de quatro artistas indígenas – Dhiani Pa’saro (etnia Wanano), Duhigó (etnia Tukano), Sãnipã (etnia Apurinã/Kamadeni) e Yúpuri (etnia Tukano). Um catálogo virtual e imagens da exposição poderão ser vistas futuramente na internet.

A exposição apresentou um projeto expográfico que contemplou quatro ambientes artísticos com murais pintados nas paredes da Galeria do Largo e que expressam o imaginário, a mitologia, o cotidiano e a ambiência destes artistas dentro suas etnias. Além dos murais, a mostra exibiu 54 obras – entre pinturas e quadros de marchetaria – e 72 esferas de acrílica sobre ouriço de castanha-do-Pará, exibidas em uma instalação em formato de totem na parte central da exposição.

Nipetirã: Carlysson Sena, Duhigó, Yúpuri, Sãnipã e Dhiani Pa’saro

Promovida pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, em parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte, a exposição teve entrada gratuita e é um sucesso de público. Os artistas expositores que já possuem projeção nacional puderam com a exposição serem um pouco mais conhecidos pela cidade. “A arte amazônica é, de fato, um presente para quem pode apreciá-la. É uma honra poder apresentar em um dos espaços da SEC uma exposição totalmente feita por artistas indígenas, que representam uma face importante do nosso povo”, destacou Marcos Apolo Muniz, secretário da cultura e economia criativa.

Para Carlysson Sena, fundador da Manaus Amazônia Galeria de Arte, a exposição foi um marco importante, pois conectou a população aos quatro artistas que estão salvaguardando suas culturas, por meio das artes visuais. Criou também um elo de conhecimento e amor de quem visitou, com a arte contemporânea produzida na Amazônia e com a temática amazônica. “Vamos eternizar a exposição por meio de um catálogo virtual e imagens em vídeo que irão compor um passeio pela exposição, como se ela nunca tivesse sido encerrada. Este material está em produção pela Manaus Amazônia Galeria de Arte e estará disponível no site da galeria em breve”, avaliou Carlysson.

Ancestralidade

O diretor da Galeria do Largo e curador da exposição, Cristóvão Coutinho, explicou que a parceria com a Manaus Amazônia Galeria de Arte e a Galeria do Largo, proporcionou ao espaço expositivo oportunidades inúmeras, em que a sociedade tomou conhecimento de sua relação existencial com uma produção artística concebida por artistas que tem em seu DNA elementos culturais dos povos indígenas da Amazônia. “A mostra possibilitou aproximações de concepções estéticas, nesse momento de inserção da identidade de nossas ancestralidades, e foi perceptível a imersão dos visitantes na proposta curatorial da Nipetirã”, completou Coutinho.

Na proposta curatorial, a artista Sanipã trouxe as esferas/ouriços e pintou grafismos das etnias das quais descende – Apurinã e Kamadeni – que resgatam a memória desses povos, caracterizando o ambiente sobre o universo. Duhigó preparou um ambiente que fala sobre a casa, com pinturas sobre as pedras do município de São Gabriel da Cachoeira, sua terra natal, e trazendo referências de sua mitologia Tukano. Dhiani Pa’saro pintou o ambiente sobre o sagrado, com representações de rituais, o pajé, a música e instrumentos sagrados dos Wanano. Já Yúpuri fez o ambiente sobre o mundo, com grafismos e pinturas que refletem sobre sua identidade inserida no mundo contemporâneo.

Duhigó, artista plástica da etnia Tukano, batizou o nome da exposição com um nome indígena que é muito significativo, pois une o trabalho de artistas de diversas etnias. “Nipetirã somos todos nós artistas indígenas, que buscamos trazer de volta aquilo do passado que ainda tem em nossa imaginação e que nós queremos mostrar para que as pessoas possam conhecer, apreciar e pesquisar”, diz a artista que, junto com Dhiani Pa’saro, está também em exposição nacional coletiva e itinerante intitulada “VaiVém”, nos Centros Culturais Banco do Brasil de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte – reunindo 113 artistas com obras de arte sobre as redes de dormir brasileiras.

Todos Artistas

Sanipã (significa “Caba”, um tipo de vespa) nasceu em 31 de outubro de 1979, na região do Caetitu, localizada no município de Lábrea, nas margens do rio Purus, Amazonas. Em 2005, formou-se no curso de Pintura da Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia, em Manaus. Tornou-se a primeira indígena da etnia Apurinã e Kamadeni a se profissionalizar nas artes visuais. Atualmente vive e trabalha em Manaus e Lábrea. Em sua arte, expressa a cultura dos dois povos que descende: Apurinã e Kamadeni. Em suas telas e suportes derivados da floresta, há os grafismos, artefatos, rituais e o imaginário que envolve sua vivência como indígena da Amazônia. Sãnipã resgata a memória de sua tribo e de seu povo, com leituras e releituras da estética indígena.

Sanipã é a primeira indígena da etnia Apurinã e Kamadeni a se profissionalizar nas artes visuais

Dhiani Pa’saro (nome que significa “Pato do Mato”, na língua indígena Wanano) é um índio da etnia Wanano e nasceu em 23 de fevereiro de 1975, na aldeia Tainá, no município de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro. É filho de pai Wanano e mãe Kobéua. Veio para Manaus aos 23 anos e formou-se em Pintura e Marchetaria na Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia, em 2007 e 2008. É o primeiro indígena da etnia Wanano a se profissionalizar nas artes visuais. Fala fluentemente as línguas indígenas Wanano, Kobéua e Tukano. Em suas telas, Dhiani expressa, principalmente, a cultura primitiva e ancestral da Amazônia na cosmovisão indígena, dentro de uma expressão poética original e muito própria de um artista que vê na arte a possibilidade de salvaguardar a memória ancestral de seu povo Wanano.

Dhiani revela a cultura primitiva e ancestral da Amazônia na cosmovisão indígena

Duhigó (significa “primogênita”, na língua indígena Tukano) nasceu em 02 de março de 1957, na aldeia Paricachoeira, município de São Gabriel da Cachoeira, região do Alto Rio Negro. É filha de pai Tukano e mãe Dessana (etnias amazônicas). Mora em Manaus desde 1995. Concluiu o curso de Pintura na Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia, em 2005, tornando-se a primeira indígena da etnia Tukano a se profissionalizar nas artes visuais. Em suas telas, expressa, principalmente, a cultura ancestral da Amazônia na cosmovisão indígena.

Duhigó tem produção artística continua e já participou de exposições no Brasil e no exterior

Também costuma representar em seus trabalhos o cotidiano próprio das “nações” indígenas, seus artefatos e elementos mitológicos. Sua prioridade é registrar a memória dos índios Tukano, assim como a natureza amazônica presentes em sua memória afetiva. Fala fluentemente as línguas indígenas Tukano, Dessana e Tuyuka, além do português. Desde 2005, Duhigó possui uma contínua produção artística que já lhe rendeu exposições no Brasil e no exterior. Em 2009, o Governo do Amazonas presenteou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, com sua obra “Pote Tukano”, durante a campanha para a cidade de Manaus se tornar sub-sede da Copa do Mundo de 2014.

A pintura de Yúpuri tem como característica poética os registros de rituais, o cotidiano caboclo e indígena da Amazônia

Yúpury (significa “o primogênito da nação Tukano da 3ª geração”, na língua Tukano) nasceu em Porto Velho, Rondônia, no dia 15 de julho de 1987, filho de mãe Tukano e pai baiano. Em 2007, concluiu o curso de Pintura na Escola de Arte do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia, em Manaus. Filho da artista Duhigó sempre acompanhou sua mãe no ofício das artes visuais, desenvolvendo o seu próprio estilo. Atualmente, Yúpury encontra na arte uma terapia e uma forma de contribuir para que os hábitos e costumes de sua etnia Tukano sejam preservados. O que antes era uma memória guardada na oralidade indígena passa a ser eternizado pela arte visual do artista. Sua pintura tem como característica poética os registros de rituais, o cotidiano caboclo e indígena da Amazônia, bem como os elementos mitológicos dos índios tukano em diálogo com a contemporaneidade.

Texto e Fotos: Manaus Amazônia Galeria de Arte/Divulgação