Fiocruz traz conferência internacional sobre Ciência, Tecnologia e Inovação

A Fiocruz traz de 13 a 15 de fevereiro para o Rio de Janeiro a reunião anual da Comunidade Global de Tecnologia Sustentável e Inovação, a G-Stic, que pela primeira vez será realizada nas Américas. E como a Fundação é a principal co-anfitriã, a saúde ganha um grande destaque na G-Stic Rio.

Nomes como o de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Qu Dongyu, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), ambos on-line, e Nísia Trindade Lima, ministra da Saúde, presencialmente, reúnem-se na ExpoMag para discutir o tema Por um futuro equitativo e sustentável: soluções tecnológicas inovadoras para uma melhor recuperação pós-pandemia.

“A Fiocruz, como principal organizadora desta edição, reforça sua participação em âmbito global na discussão de tecnologias e inovações sustentáveis, com uma visão de destaque para a saúde”, explicou Mario Moreira, presidente interino da Fundação.

Para Moreira, a realização da conferência no continente confere uma ênfase especial à questão das desigualdades globais e regionais em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

“Essa tem se revelado uma das fragilidades da capacidade internacional de articulação de resposta e preparação para emergências sanitárias. Equidade e sustentabilidade apresentam-se, nesse aspecto, como outros elementos definidores dessa capacidade”, acrescentou.

A lista de participantes reúne outros nomes de peso, como Macharia Kamau, diplomata queniano que foi o enviado especial da ONU para Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem alcançados até 2030; Amandeep Singh Gill, enviado especial do secretário-geral da ONU para Tecnologia; e Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para Covid-19. A lista segue com a ativista indígena Samela Sateré-Mawé e a princesa belga Marie-Esmeralda, presidente do Fundo Leopoldo III para a Conservação da Natureza, entre outros. A Fiocruz participa ainda com integrantes como o próprio Moreira; Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde; e Mauricio Zuma, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos).

“O mundo está diante de um grande desafio: a reconstrução pós-pandemia em bases sustentáveis, respeitando a equidade e a inclusão. E para fazer frente a esse processo, o grande referencial é a Agenda 2030, com os ODS”, explicou Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030) e à frente da organização da G-Stic Rio.

A conferência lida justamente com essa questão: pensar em como garantir tecnologias eficazes e sustentáveis visando os ODS. Gadelha lembrou que, apesar da proximidade de 2030, a grande maioria desses objetivos está longe de ser cumprida.

“O desafio que temos é como CT&I podem modificar esse cenário, quebrar assimetrias, garantir o acesso às tecnologias, em processos inclusivos. A pandemia nos deu exemplos disso, como nas vacinas contra Covid-19, que foram produzidas rapidamente, mas que ficaram inacessíveis à maioria da população”, avaliou.

Inicialmente capitaneado pelo instituto de tecnologia belga Vito, que mantém peso significativo no evento, a G-Stic reúne um conjunto de instituições com representações em todas as regiões do mundo. A entrada do Brasil em 2018, por meio da Fiocruz, deu uma relevância ainda maior para o tema da saúde, o que fica claro na programação de fevereiro.

“Um dos ativos únicos da G-STIC é sua perspectiva multissetorial e orientada para o futuro em CT&I. A G-Stic analisa clusters de tecnologia e identifica soluções que contribuem substancialmente para alcançar os princípios da Agenda 2030 e os ODS. Ela reúne partes interessadas de organizações multilaterais, governos, indústria, atores privados, sociedade civil e academia”, disse Dirk Fransaer, diretor-geral da VITO.

“Em sintonia com essa abordagem, a G-Stic Rio reconhece os princípios de solidariedade e ‘trabalho conjunto’ do relatório do secretário-geral da ONU Nossa Agenda Comum como fundamentais para acelerar a implementação dos ODS. A CT&I têm o potencial de catalisar o envolvimento da comunidade nesse processo. A próxima edição do G-STIC no Rio de Janeiro trará esse conceito de integração, solidariedade e multilateralismo entre setores, partes interessadas e países em um interesse comum”, acrescentou.

As sessões do evento se dividem em seis temas: Saúde, Educação, Água, Energia, Clima e Oceanos. Em Saúde, Bio-Manguinhos está organizando mesas sobre vacinas e imunização. O painel Desafios e Perspectivas para a produção local, nos dias 14 e 15, será dividido em quatro sessões que trarão especialistas como James Fitzgerald, diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas); Lieve Fransen, consultora sênior do Centro Europeu de Políticas em Saúde; Carla Vizzotti, ministra da Saúde da Argentina; e Tiago Rocca, vice-presidente do Conselho de Membros de Fabricantes de Vacinas para Países em Desenvolvimento (DCVMN); além de representantes de instituições internacionais de renome na área como Wellcome, CEPI e Medicines Patent Pool, OXFAM e MSF, entre outros.

Essa agenda tem como objetivo discutir fatores críticos de sucesso para produção local de vacinas em países em desenvolvimento, endereçando os desafios e perspectivas em relação a demanda e fornecimento, financiamento e perspectiva global em relação à propriedade intelectual e acesso.

As discussões envolverão os desafios sistemáticos de pesquisa & desenvolvimento e produção local de vacinas, abrangendo: desafios de saúde tendo em conta o cenário epidemiológico, doenças emergentes e reemergentes, experiências de financiamento da inovação e prontidão para respostas a emergências, os desafios de desenvolvimento de capacidades e financiamento da produção local, e equidade e acesso para assegurar a vacina e a vacinação para todos.

A conferência

Esta é a sexta edição da G-Stic. Considerada a maior conferência global de Ciência, Tecnologia e Inovação para aceleração da Agenda 2030, ela acontecia na Bélgica desde seu início, em 2017. Para aumentar a sua capilaridade, passou a ser realizada em outros países, acontecendo em 2022 durante a Expo Dubai. A Fiocruz, que participa como coanfitriã desde 2018, sugeriu então que a edição de 2023 ocorresse no Brasil.

A G-STIC é organizada em conjunto pela Vito (organização belga de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento sustentável) e sete outros institutos de pesquisa sem fins lucrativos: Fiocruz, CSIR (Conselho de Pesquisa Científica e Industrial, África do Sul), Giec (Instituto de Conversão de Energia de Guangzhou, China), Gist (Instituto de Ciência e Tecnologia de Gwangju, Coreia do Sul), Nacetem (Centro Nacional de Gestão de Tecnologia, Nigéria), Teri (Instituto de Energia e Recursos, Índia) e SDSN (Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas).

No Brasil, a G-Stic Rio conta com o patrocínio master da Petrobras, Pfizer e Fiotec e com o patrocínio das empresas Aegea, IBMP, Instituto Helda Gerdau, Klabin, Sanofi, GSK, Enel, Engie, The Rockefeller Foundation, RaiaDrogasil e Firjan, além do apoio do Instituto Clima e Sociedade.

A programação pode ser conferida site da G-Stic Rio

Foto: Reprodução (Topo)
Ilustração: Divulgação

Arte dos povos indígenas do Rio Negro é destaque em São Paulo

Em 30 de abril, a arte dos povos indígenas do Rio Negro estará em evidência no evento “Indígena, ancestral e feminina: a arte do Rio Negro que é patrimônio do Brasil”. A ação será realizada na Bemglô (rua Oscar Freire, 1105, em São Paulo), espaço dedicado a produtos sustentáveis, que tem como sócios Gloria Pires, Orlando Morais e Betty Prado.

Programada para acontecer entre 11h e 17h, a iniciativa é promovida por Bemglô, Instituto Socioambiental (ISA), rede Origens Brasil® e Tucum.

O evento permitirá aos visitantes conhecer e adquirir produtos do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (conjunto de práticas e saberes milenares dos povos locais, reconhecido em 2010 como patrimônio imaterial do Brasil) e cerâmicas produzidas pelos povos Tukano e Baniwa. Parte de uma tradição milenar, as obras são feitas por mulheres e têm ligações profundas com a floresta e o sagrado.

Participantes podem apreciar a arte indígena, feminina e ancestral das cerâmicas Baniwa e Tukano (Fotos: Divulgação / Tucum Brasil)

As relações comerciais que levam as cerâmicas até os consumidores ocorrem no âmbito da rede Origens Brasil®, administrada pelo Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e composta por empresas, povos indígenas e populações tradicionais, instituições de apoio e organizações comunitárias, com o objetivo de promover negócios que contribuam com o bem-viver dos povos da floresta e a conservação da Amazônia. Tanto as empresas e organizações que participam do encontro são membros da rede Origens Brasil®.

O evento também será palco do pré-lançamento dos livros de bolso Cerâmica Tukano e Cerâmica Baniwa, realizados em parceria entre a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e o ISA, com apoio de União Europeia e Nia Tero.

Roda de conversa

Além disso, os participantes poderão acompanhar uma roda de conversas para abordar temas ligados à cultura e aos produtos da Amazônia, das 15h às 16h, com André Baniwa, Adriana Rodrigues, Amanda Santana e Patrícia Cota Gomes. André Baniwa é vice-presidente da Organização Indígena da Bacia do Içana (Oibi), liderança do povo Baniwa, além de empreendedor social e escritor.

A historiadora e pesquisadora dos temas política de patrimônio imaterial, sistema agrícola tradicional quilombola e tecnociência solidária, Adriana Rodrigues, atua como analista de pesquisa no Instituto Socioambiental (ISA) na área da economia da sociobiodiversidade e políticas públicas alimentares. Também participante da roda de conversa Amanda Santana é sócia-fundadora e diretora criativa da Tucum Brasil e atua como indigenista há 10 anos, auxiliando no desenvolvimento das cadeias produtivas do artesanato junto às comunidades e organizações indígenas do Brasil.

Patrícia Cota Gomes, engenheira florestal com mestrado em gestão de florestas tropicais, é gerente no Imaflora (onde atua há 21 anos) e na rede Origens Brasil®, também estará no encontro. Nos últimos anos, Patrícia tem trabalhado na articulação de pessoas e de soluções que ajudam a valorizar a Amazônia de pé e os povos da floresta.

Realizadores

A iniciativa é promovida por Bemglô, Instituto Socioambiental (ISA), rede Origens Brasil® e Tucum. A Bemglô é uma plataforma colaborativa, criada a partir da sociedade de Orlando Morais, Glória Pires e Betty Prado, que compartilha produtos que contam a história de quem faz, chamada carinhosamente de Rede do Bem. Uma Rede que conecta talentos, criatividade e saberes ancestrais, oferecendo produtos dentro da filosofia do Comércio Justo, nos segmentos de artesanato brasileiro, cosmética natural, design e moda consciente, além da gastronomia da floresta.

O Instituto Socioambiental (ISA), uma organização da sociedade civil brasileira, sem fins lucrativos, desde 1994, atua na proposição de soluções integradas para questões sociais e ambientais com foco central na defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos.

A rede Origens Brasil® surgiu em 2016, a partir de uma iniciativa entre produtores da floresta, o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e o ISA (Instituto Socioambiental). O Origens Brasil® é reconhecido e respeitado por seu fomento à economia local dos produtores da Amazônia.

E a Tucum, plataforma das Artes Indígenas do Brasil, desde 2013, integra o grupo de realizadores do evento. A Tucum apoia comunidades, artistas e iniciativas de mais de 50 povos indígenas na estruturação, logística, comunicação e comercialização de suas artes.

Serviço
Onde
: R. Oscar Freire, 1105 – Jardim Paulista, São Paulo – SP
Quando: 30 de abril, das 11h às 16h

Fotos: Divulgação / Tucum Brasil

Hora do Planeta é muito mais que apagar luzes, é restauração da natureza e conexão com o meio ambiente

Pela terceira vez consecutiva e ainda no contexto da pandemia, a Hora do Planeta – ação realizada pela Rede WWF – terá formato digital. É neste sábado, 26 de março, com programação a partir das 17h30, até chegar a Hora do Planeta, das 20h30 às 21h30 (horas de Brasília). Este ano, o tema é #ConstruaNossoFuturo.

A programação digital contará com a participação de convidados e temas do nosso dia a dia, incluindo debates, um jogo – ao vivo – de perguntas e respostas e peça de teatro criada com exclusividade para a ação.

As atividades da Hora do Planeta começaram mais cedo, nos dias 22 e 23 de março, com o Cinedebate Amazônia Criadora, mediado pela jornalista, cineasta e diretora-executiva da Negritar Filmes e Produções, Joyce Cursino.

O Cinedebate Amazônia Criadora deriva do edital Amazônia Criadora, lançado pelo WWF-Brasil para inspirar pessoas a contar as histórias dos modos de viver e crescer que promovem equilíbrio entre as pessoas e a natureza. Oito coletivos de comunicação da Amazônia foram apoiados para contarem histórias de uma Amazônia que não precisa ser desmatada para crescer.

Mesa Restauração de Ecossistemas

Às 17h30, com a participação de especialistas e pessoas que atuam no seu dia a dia com o processo de restauração, o debate visa apontar a construção de um presente e um futuro em harmonia com a natureza. Para isso, a mesa vai apresentar histórias reais de coletivos que se dedicam à restauração em suas regiões e discutir como os resultados influenciam não apenas o contexto local.

Participam do debate Marcelle Souza, da WWF-Brasil, como mediadora; Alice Pataxó, comunicadora e ativista indígena; Flávia Balderi, do projeto Copaíba; e Ana Rosa Cyrus, do Engajamundo.

Gameshow

Às 18h30, será hora de testar os conhecimentos sobre vários temas ambientais. E fazer parte de uma trama para descobrir os envolvidos numa conspiração misteriosa, que vai apontar os maiores desafios ambientais. É o jogo interativo que terá artistas participando do desafio e respondendo sobre temas socioambientais e os caminhos possíveis para superarmos os desafios ambientais da atualidade.

Participam do gameshow o humorista Bruno Motta, a historiadora e ativista Keilla Vila Flor, e a ativista indígena Tukimã Pataxó.

Peça de teatro

Às 19h, para fechar a terceira edição do Festival Digital, tem participação especial do Improclube, coletivo teatral de improviso que apresentará um espetáculo autoral e interativo. Inspirado na dinâmica do clássico jogo do detetive, a peça traz para o nosso cotidiano o debate ambiental e todas as conexões com a nossa vida, de uma maneira divertida e inovadora.

Apagar das luzes

Após o encerramento da programação, às 20h20, chega a Hora do Planeta, das 20h30 às 21h30. “É importante ressaltar que a Hora do Planeta é muito mais que apagar as luzes de residências, monumentos, fachadas e prédios históricos pelo mundo. A ação realizada desde 2007 tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de restaurar a natureza e a nossa conexão com o meio ambiente”, declara Gabriela Yamaguchi, diretora de Engajamento do WWF-Brasil.

“Nesta edição, estamos dando a voz para os jovens, os povos tradicionais, dos indígenas, das comunidades extrativistas e das populações mais fragilizadas – como as negras e periféricas, pois acreditamos que juntos podemos vencer os desafios e retrocessos ambientais do nosso país”, pontuou.

Monumentos participantes

No Brasil, entre alguns dos monumentos confirmados estão o Cristo Redentor (RJ), Chalé da Pedra (Quixadá – CE), Edifício Matarazzo (SP), Espaço UFMG do Conhecimento (MG), Fonte luminosa da Praça Ari Coelho (MS), as três sedes do Instituto Moreira Salles (RJ, SP e MG), Jardim da Prefeitura Municipal de Campo Grande (MS), MAC (RJ), Monumento aos Pioneiros (MS), Monumento de alusão ao relógio da 14 (MS), Monumento Maria Fumaça (MS), Museu das Minas e dos Metais (MG), Museu do Amanhã (RJ), Museu Histórico de Santa Catarina (SC), Obelisco (MS), Ponte Octávio Frias de Oliveira (SP), Praça Pantaneira (MS), Teatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ) e Viaduto do Chá (SP).

Movimento de base 

A Hora do Planeta é o principal movimento ambiental global da rede WWF. Nascida em Sydney em 2007, a Hora do Planeta cresceu e se tornou um dos maiores movimentos de base do mundo para o meio ambiente, inspirando indivíduos, comunidades, empresas e organizações em mais de 180 países e territórios a tomar ações ambientais tangíveis por mais de uma década.

Historicamente, a Hora do Planeta se concentrou na crise climática. Mas, recentemente, se esforçou para trazer à tona a questão premente da perda da natureza. O objetivo é criar um movimento imparável para a natureza, como aconteceu quando o mundo se uniu para enfrentar as mudanças climáticas.

A realização é do WWF-Brasil, ONG brasileira que há 25 anos atua coletivamente com parceiros da sociedade civil, academia, governos e empresas, em todo país, para combater a degradação socioambiental e defender a vida das pessoas e da natureza. Estamos conectados numa rede interdependente que busca soluções urgentes para a emergência climática. Conheça a ONG.

Arte: Divulgação/WWF Brasil

FAO discute o papel das florestas na garantia de produção e consumo sustentáveis

Neste Dia Internacional das Florestas 2022 – 21 de março, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), juntamente com a União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO) e o Congresso Mundial da IUFRO 2024|Universidade Sueca de Ciências Agrárias (SLU), realizam um painel de discussão de alto nível para celebrar a data mundial sob o tema “Inspire para o futuro: o​​ papel das florestas na garantia de produção e consumo sustentáveis”. 

O evento acontece nesta segunda-feira (21/03), das 8h às 11h (Hora de Brasília), on-line e no Pavilhão Sueco, The Forest, na Expo 2020, em Dubai, com tradução será fornecida em árabe, chinês, inglês, francês, espanhol e russo. A inscrições podem ser feitas no aqui.

Atualmente, o mundo enfrenta desafios sem precedentes, sendo as mudanças climáticas uma das mais prementes de todas. Esses desafios ameaçam o bem-estar das pessoas e da natureza e exigem ação imediata para desenvolver soluções inovadoras e criativas, que coloquem o mundo no caminho da paz e da prosperidade em um planeta saudável.  

Neste evento, serão discutidas como as inovações de base florestal, eficiência de recursos, produtos de base florestal e serviços ecossistêmicos podem contribuir para um estilo de vida sustentável e acelerar uma mudança para um consumo e produção mais sustentáveis. Esses esforços ajudam a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, saúde, bem-estar e uma transição para economias verdes e de baixo carbono. 

Segurança alimentar

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) é uma agência especializada das Nações Unidas que lidera os esforços internacionais para derrotar a fome. Nosso objetivo é alcançar a segurança alimentar para todos e garantir que as pessoas tenham acesso regular a alimentos de alta qualidade suficientes para levar uma vida ativa e saudável. 

O Programa Florestal da FAO supervisiona mais de 230 projetos em 82 países, com um orçamento total disponível de US$ 246 milhões (a partir de 2019). A FAO é orientada em seu trabalho técnico florestal pelo Comitê Florestal (COFO) e seis comissões florestais regionais.

Desenvolvimento Sustentável

A União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO) é uma organização mundial dedicada à pesquisa florestal e ciências relacionadas. Seus membros são instituições de pesquisa, universidades e cientistas individuais, bem como autoridades decisórias e outras partes interessadas com foco em florestas e árvores. A IUFRO visa contribuir para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas.  

Congresso Mundial da IUFRO 2024|SLU

A Universidade Sueca de Ciências Agrárias (SLU) é uma agência governamental e universidade internacional de classe mundial com pesquisa, educação e avaliação ambiental dentro das ciências para a vida sustentável. A SLU realiza educação, pesquisa e monitoramento e avaliação ambiental em colaboração com a sociedade em geral. A SLU é a organização anfitriã da Suécia do Congresso Mundial da IUFRO 2024, de 23 a 29 de junho em Estocolmo, em colaboração com a IUFRO e os países parceiros nórdicos e bálticos.  

Manaus participa de novo estudo fase 3 de antiviral que avalia potencial contra transmissão da Covid-19

O novo estudo na Fase 3 MOVe-AHEAD (MK-4482-013) do antiviral oral experimental molnupiravir, da farmacêutica americana MSD (Merck Sharp & Dohme, ou Merck & Co. nos Estados Unidos), como profilaxia pós-exposição para evitar a transmissão da Covid-19 em pessoas que moram com indivíduos recentemente diagnosticados com a doença, será realizado simultaneamente em diversos países e, no Brasil, incluirá a capital do Amazonas, Manaus, e mais seis cidades.

O molnupiravir será testado também em São Paulo (na Capital e em São José do Rio Preto, no interior do Estado), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Ijuí (RS), e Campo Grande (MS). Mais informações de como participar podem ser obtidas em http://msd.com.br/estudo013/.

O medicamento, que está sendo desenvolvido pela MSD em colaboração com a Ridgeback Biotherapeutics, atua impedindo a replicação do vírus e tem potencial de ação em diversos vírus RNA, incluindo o SARS-CoV-2.

Recentemente, a MSD divulgou os resultados interinos de Fase 3 do estudo MOVe-OUT (MK-4482-002), no qual molnupiravir foi usado como tratamento nos primeiros cinco dias de sintomas e demonstrou redução de aproximadamente 50% do risco de hospitalização ou morte em pacientes adultos não hospitalizados com Covid-19 leve a moderado.

“Como a pandemia continua a evoluir com novas variantes e, surtos estão sendo relatados em muitos lugares ao redor do mundo, é importante que investiguemos novas maneiras de prevenir que indivíduos expostos ao vírus desenvolvam a doença”, afirma Luis Filipe Delgado, diretor de Pesquisa Clínica da MSD Brasil. “Se for comprovada sua eficácia e segurança, molnupiravir pode fornecer uma opção adicional importante para reduzir o impacto da Covid-19 em nossa sociedade”, completa.

Ainda segundo o médico, as vacinas são essenciais na prevenção e, se for bem-sucedido, molnupiravir tem o potencial de ser utilizado como profilaxia pós-exposição, auxiliando no combate à pandemia.

Estudo Clínico

O estudo incluirá voluntários que tenham, no mínimo, 18 anos e que não tenham tomado a vacina contra Covid-19 ou tenham recebido apenas uma dose do imunizante nos últimos seis dias. Também precisam morar com uma pessoa que tenha testado positivo para Covid-19 e apresente pelo menos um sintoma da doença como febre, tosse ou perda do paladar ou do olfato e não pode estar hospitalizada, além de outros critérios específicos exigidos no protocolo de pesquisa.

O ensaio envolverá mais de 1.300 participantes ao redor do mundo que serão randomizados para receber molnupiravir (800 mg) ou placebo por via oral a cada 12 horas por cinco dias.

Com 130 anos, a MSD está presente no Brasil desde 1952, com divisões de Saúde Humana, Saúde Animal e Pesquisa Clínica. Além do Brasil, o estudo clínico também está sendo conduzido em países como Argentina, Colômbia, França, Guatemala, Hungria, Japão, México, Peru, Filipinas, Romênia, Rússia, África do Sul, Espanha, Turquia, Ucrânia e Estados Unidos.

Metodologia

Atualmente a classe científica considera padrão-ouro estudos clínicos com algumas características que os tornam mais confiáveis e precisos. E o Estudo clínico global que acaba de iniciar é multicêntrico, duplo-cego, randomizado, controlado por placebo.

Um estudo multicêntrico ocorre de forma simultânea, por meio de um mesmo protocolo, em diversas instituições. Considerado capaz de abranger uma maior diversidade da população, sendo assim, aumentar a representatividade da amostra do estudo e, consequentemente, conferir um maior “poder”, já que seus resultados podem ser aplicáveis à população em geral.

O ensaio clínico randomizado é o tipo de estudo experimental mais frequentemente usado em pesquisa clínica. Os pacientes são alocados aleatoriamente para diferentes grupos dentro da pesquisa. Esse tipo de estudo é o padrão-ouro para determinação de eficácia de um medicamento ou vacinas.

O método duplo-cego, ou dupla ocultação, ocorre quando nem o paciente e nem o pesquisador sabem se receberam o medicamento ou placebo. O mascaramento (duplo-cego) é um dos princípios fundamentais para se evitar o viés na pesquisa, já que tanto pesquisadores como participantes podem ter noções preconcebidas, assim como esperanças e expectativas de que novas intervenções sejam mais benéficas que as antigas ou que o placebo.

Quanto ao termo controlado por placebo, significa que um grupo (de intervenção) vai receber o tratamento que se quer testar e o outro (controle) receberá placebo, para avaliar a segurança e eficácia da terapia em estudo.

A MSD está em contato com órgãos técnicos competentes para definir, caso os resultados de segurança e eficácia se confirmem, a melhor forma de acesso à população. O modelo de distribuição está sendo estudado e ainda não foi definido.

Para obter mais informações sobre os dois ensaios clínicos de molnupiravir, visite https://www.clinicaltrials.gov: estudo MOVe-OUT (MK-4482-002) – NCT04575597 e estudo MOVe-AHEAD (MK-4482-013) – NCT04939428 0

Foto: Pixabay (Reprodução)

Desenvolvimento sustentável: Manaus é a 11ª entre as capitais em ranking inédito da ONU

A poucos dias de completar 352 anos, no dia 24 de outubro, a cidade de Manaus aparece na 11ª posição entre as 26 capitais estaduais do estudo elaborado com base no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR), o que mostra que a capital do Amazonas ainda tem grandes desafios a superar para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030, estando distante das metas estabelecidas em nove dos 17 ODS.

No ranking geral do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR), que computou e analisou os dados de 770 municípios de todo o país, Manaus encontra-se na 260ª posição, com pontuação média de 57,60 considerando todos os objetivos a serem atingidos. Quanto mais próximo de 100, mais perto de alcançar as metas preconizadas pela ONU.

A cidade registra nove ODS assinalados na cor vermelha, nível mais baixo do índice, sendo que os objetivos situados no patamar inferior da tabela estão os de número 2 – Fome zero e agricultura sustentável (42,3 pontos), 3 – Saúde e bem-estar (43,4 pontos), 4 – Educação de qualidade (44,4 pontos), 5 – Igualdade de Gênero (34,0 pontos), 6 – Água Limpa e Saneamento (61,4 pontos), 8 – Trabalho decente e crescimento econômico (48,8 pontos), 10 – Redução das Desigualdades (39,1 pontos), 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis (48, 0 pontos) e 16 – Paz, Justiça e Instituições eficazes (38,2 pontos), sendo que alguns desses pontos são desafios compartilhados por prefeitos e gestores públicos de todo o país.

Por outro lado, o índice mostra que Manaus está muito próxima de alcançar plenamente o ODS 7 – Energia Limpa e Acessível (98,0 pontos), o ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura (86,8 pontos) e o ODS 15 – Proteger a Vida Terrestre (93,9 pontos).

Manaus está distante das metas estabelecidas em nove dos 17 ODS definidos pela ONU (Foto: Lenise Ipiranga/Vida Amazônica)

Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades

Lançado recentemente (em 23/3), o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR) é um estudo inédito desenvolvido pelo Programa Cidades Sustentáveis (PCS), em parceria com a Sustainable Development Solutions Network (SDSN), uma iniciativa da ONU para monitorar os ODS em seus países-membros.

A iniciativa conta com o apoio do Projeto CITinova e consiste em um extenso trabalho de seleção, coleta e sistematização de dados de 770 municípios brasileiros, incluindo as capitais estaduais, além de cidades de todas as regiões metropolitanas e biomas do país. Ao todo, foram utilizados 88 indicadores de gestão relacionados aos diversos temas abordados pelos 17 ODS. O levantamento dos dados foi realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Embora as cidades ainda tenham quase dez anos para avançar na Agenda 2030, o estudo mostra que a maioria dos municípios está muito distante de cumprir as metas estabelecidas em 2015.

O objetivo mais desafiador é o 3 – Saúde e Bem-Estar, justamente o que apresenta uma relação direta com a pandemia em sua meta 3.d, que preconiza: reforçar a capacidade de todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, para o alerta precoce, redução de riscos e gerenciamento de riscos nacionais e globais de saúde.

Neste ODS, 756 das 770 cidades estão no pior quartil do sistema de classificação e as outras 14, no segundo pior. Nenhuma cidade está nas duas melhores faixas da escala, que significam que o objetivo foi atingido (no caso do melhor quartil) ou que há alguns desafios para atingi-lo (no caso do segundo melhor). Importante destacar que os dados e indicadores do índice não levam em consideração os efeitos da pandemia, uma vez que se referem a períodos anteriores à disseminação do novo coronavírus.

Por outro lado, Manaus está muito próxima de alcançar plenamente três ODS: Energia Limpa e Acessível; de Indústria, Inovação e Infraestrutura; e de Proteger a Vida Terrestre (Foto: Lenise Ipiranga/Vida Amazônica)

Metodologia

A metodologia do IDSC-BR foi elaborada pela SDSN (UN Sustainable Development Solution Network), uma iniciativa da ONU para mobilizar conhecimentos técnicos e científicos da academia, da sociedade civil e do setor privado no apoio de soluções em escalas locais, nacionais e globais. Lançada em 2012, a SDSN já desenvolveu índices para diversos países e cidades do mundo.

O IDSC-BR apresenta uma avaliação abrangente da distância para se atingir as metas dos objetivos ODS em 770 municípios, usando os dados mais atualizados (tipicamente entre 2010 e 2019) disponíveis em nível nacional e em fontes oficiais. As cidades foram selecionadas de acordo com os seguintes critérios: capitais brasileiras, cidades com mais de 200 mil eleitores, cidades em regiões metropolitanas, cidades signatárias do Programa Cidades Sustentáveis (PCS) na gestão 2017-2020 e cidades com a Lei do Plano de Metas, além de contemplar todos os biomas brasileiros.

A pontuação do IDSC-BR é atribuída no intervalo entre 0 e 100 e pode ser interpretada como a porcentagem do desempenho ótimo. A diferença entre a pontuação obtida e 100 é, portanto, a distância em pontos porcentuais que uma cidade precisa superar para atingir o desempenho ótimo. Há uma pontuação para cada objetivo e outra para o conjunto dos 17 ODS.

O mesmo conjunto de indicadores foi aplicado a todos os 770 municípios para gerar pontuações e classificações comparáveis. Diferenças entre a posição de cidades na classificação final podem ocorrer por causa de pequenas distâncias na pontuação do IDSC.

Desse modo, o índice apresenta uma avaliação dos progressos e desafios dos municípios brasileiros para o cumprimento da Agenda 2030.

FOTOS: Lenise Ipiranga/Vida Amazônica

Anticorpos contra a Covid-19 podem ser transferidos aos bebês pelo leite materno

Na finalização do ‘Agosto Dourado’, campanha que reforça a importância do aleitamento materno tanto para as mamães, quanto para seus bebês, a ciência apontou mais um benefício dessa prática. Pesquisa recente desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) e conduzida pelo Hospital das Clínicas, vinculado à instituição, mostrou que a amamentação pode ser uma arma contra a Covid-19, já que as lactantes imunizadas contra a doença produzem anticorpos que são transferidos aos recém-nascidos através do leite materno.

Mais um ótimo motivo para estimular a amamentação dos pequenos. Sobre o aleitamento, a enfermeira obstetra da Segeam (Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas), Anne Santos, explica que o ideal é que o bebê seja alimentado até os seis meses, exclusivamente, com o leite materno, prática que dispensa, inclusive, a ingestão de água pelos pequenos. Isso porque, o leite materno é o alimento mais completo e saudável para crianças nessa idade, ajudando no fortalecimento da imunidade.

Além disso, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, recomenda a amamentação da criança até os dois anos de idade ou mais, sendo até os seis meses de forma exclusiva.

“Mas, cada caso é um caso e vai depender muito da realidade de cada família. O ideal é que sejam introduzidos, aos poucos, alimentos sólidos, que complementem a amamentação após os seis meses de idade. Mas, há casos em que as mães trabalham fora, e não conseguem manter a amamentação por um período maior”, destaca Anne Santos.

Para estimular a prática, a Segeam, principal prestadora de serviços especializados de enfermagem obstétrica ao SUS (Sistema Único de Saúde) no Amazonas, participou ativamente da programação desenvolvida pela SES-AM (Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas), nas maternidades estaduais situadas em Manaus e também no Instituto da Mulher Dona Lindú.

Além de orientar sobre as boas práticas do aleitamento, os profissionais da Associação realizaram a segunda edição da campanha ‘Doe um Pote’, para a doação de potes de vidro com tampa de plástico à instituição. Os itens serão entregues, em data a ser definida, às maternidades que mantém em suas estruturas, os chamados ‘bancos de leite materno’, que ajudam as mamães que não podem amamentar seus recém-nascidos por motivos diversos, a alimentá-los com leite materno, combatendo, assim, a desnutrição e prevenindo outros problemas de saúde.

Pesquisa

Outro dado importante revelado pelo estudo da USP/Hospital das Clínicas é que a segunda dose do imunizante resultou em um incremento de anticorpos e mesmo meses após a aplicação da vacina, eles ainda se faziam presentes no leite materno.

Uma informação de extrema importância, haja vista que no Brasil, o número de pessoas completamente imunizadas ainda é tímido, não chegando aos 30%. As lactantes que fizeram parte da análise haviam recebido as doses da vacina Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan (SP), em parceria com o laboratório chinês Sinovac. 

Foto: Divulgação

FCecon é escolhida para projeto nacional de prevenção de infecções hospitalares

A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), foi selecionada para participar do projeto “Saúde em Nossas Mãos: Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”, do Ministério da Saúde (MS).

Durante dois anos, as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de 204 hospitais selecionados em todo o Brasil serão acompanhadas por unidades de saúde que integram o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi/SUS), consideradas de excelência no país – sendo elas o Hospital Sírio-Libanês, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento, Hospital da Beneficência Portuguesa, Hospital do Coração e Hospital Alemão Oswaldo Cruz –, além de representantes do MS.

O objetivo é implantar ou aprimorar medidas voltadas à segurança do paciente, como o atendimento ao paciente com maior segurança; evitar infecções no ambiente hospitalar; e evitar desperdícios no Sistema Único de Saúde (SUS).

Na última segunda-feira (30/08), uma reunião on-line com o Ministério e representantes dos 204 hospitais marcou o início do projeto. No Amazonas, além da FCecon, o Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e o Hospital Delphina Aziz participam do “Saúde em Nossas Mãos”.

Treinamento e suporte

Na Fundação Cecon, estão ligados ao projeto os profissionais de saúde da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e as equipes multiprofissionais que atuam nas UTIs adulto e pediátrica.

Ao longo de dois anos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e médicos receberão capacitações e treinamentos presenciais e virtuais realizados pelo Hospital Sírio-Libanês, que dará suporte técnico à FCecon durante a execução do projeto.

Relatórios mensais auxiliarão no controle de indicadores de segurança do paciente. “Serão estipulados metas e prazos para alcançarmos. Cada hospital terá as suas, mas uma das metas gerais é reduzir em 30% as infecções hospitalares em dois anos”, disse a responsável pela CCIH/FCecon, enfermeira Glauciane Neves.

Intercâmbio

Na avaliação da coordenadora de enfermagem da UTI adulto da FCecon, enfermeira intensivista Simone Gaynett, a participação no projeto é uma oportunidade para aprimorar processos dentro da unidade e troca de informações com profissionais de outros hospitais.

“Com toda a equipe unida e focada nas melhorias dos protocolos propostos pelo Ministério da Saúde, iremos buscar alcançar as metas. É muito benéfica para toda a equipe multiprofissional a participação no projeto com intercâmbio com outro hospital”, disse a coordenadora.

Os primeiros treinamentos devem ocorrer já no mês de setembro.

Foto: Laís Pompeu/FCecon

Vacinas com menos de 50% de eficácia na primeira dose precisam de intervalos entre doses menores

Em regiões de prevalência da variante delta do novo coronavírus, o intervalo entre doses de vacina de Covid-19 precisa ser mais curto do que doze semanas para que se tenha um controle efetivo da pandemia. É o que sugere modelo matemático desenvolvido pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) a partir de dados preliminares da eficácia da vacina para a variante delta. A ferramenta está descrita em artigo publicado na PNAS na quarta (18).

A tecnologia, criada pelo grupo ModCovid-19 com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Universidade de São Paulo (USP) projeta tempo seguro e ideal entre doses para controle da pandemia, a partir de dados de eficácia de vacinas. Ele mostra que vacinas com menos de 50% de eficácia na primeira dose precisam de um intervalo menor de aplicação do que vacinas com taxas de eficácia maiores. Alimentada com estudos prévios sobre eficácia dos imunizantes, a tecnologia indica quando é possível adiar as doses e quando se atinge o máximo possível de proteção.

“O próprio algoritmo decide quando é melhor aplicar a segunda dose, levando em conta a primeira, de maneira a controlar o mais rápido possível a pandemia”, explica Paulo José da Silva e Silva, co-autor do estudo. Por isso, a ferramenta, que está disponível on-line, pode ajudar nas tomadas de decisão durante o processo de imunização da população brasileira e de outros países.

Paulo lembra que quando o artigo foi escrito, em fevereiro desse ano, a principal pergunta era se valeria a pena adiar a segunda dose e qual a maneira mais segura de se fazer isso, em virtude da quantidade limitada de doses. Nesse sentido, o estudo teve como base a fabricante Astrazeneca e concluiu que o percentual de eficácia entre a primeira dose e segunda era muito pequeno e por isso, comprovadamente, valeria a pena esperar e vacinar mais gente com 1ª dose.

Agora, com o avanço da variante delta em algumas regiões do Brasil e do mundo, as estratégias de vacinação podem ser revistas a partir deste modelo. “Se você está em um lugar onde ela é a variante prevalente, a eficácia da primeira dose, pelas primeiras estimativas que estão saindo agora, é muito menor do que era com a alfa, então muda a relação da eficácia entre primeira e segunda dose. Essas análises confirmam que a decisão é delicada e que tem que ser feita de maneira sistemática”, observa Paulo.

O portal buscou informações das secretarias de Saúde do Estado e do município sobre uma possível adoção da diminuição do tempo de vacinação diante da identificação de casos da variante Delta na região, entretanto não obteve retorno até o momento.

Fonte: Agência Bori

Foto: Depositphotos

Luta contra as mudanças climáticas está mais agressiva, aponta IPCC

Os danos causados ao meio ambiente resultam em mudanças climáticas que têm sido cada vez mais drásticas não são novidade, mas o novo relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU), revela que a luta contra o tempo está ainda mais agressiva. Apesar de as emissões de CO2 terem dobrado nos últimos 60 anos, florestas, solos e oceanos absorveram 56% de toda essa emissão. Isso significa que o planeta seria um lugar bem mais quente e hostil do que é agora, não fosse a ajuda da natureza. O problema é que a humanidade não está conseguindo combater a destruição do meio ambiente e ele pode entrar em colapso antes do que se imaginava.

O alerta vermelho é acionado para o problema do desmatamento na Amazônia e, no entanto, esses índices seguem batendo recordes históricos. “Precisamos entender, de uma vez por todas, que quando uma pessoa invade e desmata, o impacto se dá em toda a humanidade.”, afirma Fabiana Prado, coordenadora do projeto LIRA – Legado Integrado da Região Amazônica, iniciativa do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas.

Segundo Fabiana, a flexibilidade na fiscalização está ameaçando até as Áreas Protegidas, que ainda conseguem manter níveis bem mais baixos de desmatamento se comparadas com as outras áreas. “A criação das áreas protegidas – as unidades de conservação e as terras indígenas -, é uma estratégia significativa para garantir o futuro da Amazônia – e por consequência, da biodiversidade”, afirma.

No entanto, é preciso gerir, monitorar e avaliar esses espaços de forma eficiente, o que significa cumprir os objetivos de criação das áreas protegidas, manter a biodiversidade, as culturas e das comunidades locais e tradicionais além de contribuir com serviços ecossistêmicos para minimizar os efeitos das mudanças climáticas. “Por isso, o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, implementa ações colaborativas multisetoriais (empresas, sociedade civil, governos e movimentos sociais) por meio do Projeto LIRA”, diz Fabiana.

O LIRA nasceu para promover o fortalecimento e a consolidação da gestão dessas áreas protegidas do Bioma Amazônico e colaborar para que sejam desenvolvidas alternativas sustentáveis de produção para as populações desses territórios. “A intenção do Projeto é transformar essas áreas em um polo de desenvolvimento regional e territorial, por meio de seus ativos naturais e sabedoria ancestral dos povos da floresta, possibilitando uma renda eficiente para a população local e o fortalecimento desses povos”, afirma Fabiana.

O LIRA é uma iniciativa idealizada pelo IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore, parceiros financiadores do projeto. Os parceiros institucionais são a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Amazonas – SEMA-AM e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-Bio. O projeto abrange 34% das áreas protegidas da Amazônia, considerando 20 UCs Federais, 23 UCs Estaduais e 43 Terras Indígenas, nas regiões do Alto Rio Negro, Baixo Rio Negro, Norte do Pará, Xingu, Madeira-Purus e Rondônia-Acre. O objetivo do projeto é promover e ampliar a gestão integrada para a conservação da biodiversidade, a manutenção da paisagem e das funções climáticas e o desenvolvimento socioambiental e cultural de povos e comunidades tradicionais.